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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Secreta Utopia


 


Serão os destinos da Humanidade conduzidos por uma mão invisível?

Existirá uma espécie de Governo Mundial no alto do Tibete?


Shangri-La

Desde há séculos que subsiste a lenda, segundo a qual num vale escondido dos Himalaias, os últimos segredos da Humanidade se encontram a salvo, bem guardados por mestres espirituais. Ao transmitir os conhecimentos aos seus seguidores, estes mestres têm também indirectamente um papel influente nos destinos da Humanidade. O «Directório Secreto», cujos membros se supõe possuírem poderes sobrenaturais, vive na colónia de Shangri-La (também chamada Shamballa).
Numerosos indícios de autores da Antiguidade fazem referência a um «poder superior» que interveio nos acontecimentos históricos, sobretudo através de «manifestações celestiais». Assim, por exemplo, diz-se que quando os Espartanos tiveram de ceder o seu domínio a Atenas na batalha de Cnido (394 a. C.), apareceram vigas iluminadas nas nuvens.


Centro Espiritual

Nas tradições orais da Ásia, Shangri-la é referida como o centro espiritual do planeta Terra, onde a renovação espiritual da Humanidade é preparada. O ideal renovado de uma existência humana de cariz pacífico deverá vir a ser difundida a partir de lá para todo o mundo no decurso do século XXI.
Buda, Zoroastro, Lao-Tsé e Jesus deverão nos seus anos de juventude ter tido contacto com os mestres atrás referidos. No Livro dos Mortos Tibetano é dito acerca desse directório secreto: "Como silenciosas sentinelas contemplam com divina compaixão, o mundo até ao fim do «kali yuga», a época tenebrosa, até que o dia do despertar se viva em todas as nações."


O Conde de Saint-Germain

O nome Shangri-La é também referido nos Puranas, escritos anónimos hindus, sendo aí tratado como se de um local com existência geográfica real se tratasse. Também de acordo com as teorias da Sociedade de Teosofia Adyar, aquela que deu origem a todas as sociedades teosóficas posteriores.
Shangri-La é a morada dos mestres e dos seus adeptos e seguidores espirituais.~, como é o caso do lendário Conde de Saint-Germain. Este deverá ter sido uma presença habitual nas cortes da realeza dos séculos XVII e XVIII, não lhe sendo conhecida uma certidão de nascimento nem tão pouco uma de óbito. Era simultaneamente alquimista, filósofo, compositor, virtuoso do violino e, fundador de lojas secretas. A sua existência real não deixa de ser um assunto polémico, certo porém é que Voltaire disse a seu respeito: "Este é o homem que não morre e que tudo sabe."
Ocultistas ocidentais situam Shangri-La em regiões praticamente inacessíveis do deserto de Gobi. De acordo com as teorias da escola esotérica fundada em 1923 por Alice Bailey (1880-1949) em Nova Iorque, como local para aprofundar técnicas de meditação. Diria então: "Shangri-La é o «centro ou a situação da consciência divina." A fundadora da Sociedade Teosófica, Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), aclamada pelos seus seguidores como emissária dos mestres secretos, afirmava ter recebido os seus conhecimentos de mestres vivos e mortos, originários dos Altos Himalaias.

Paralelismo com a Ciência Moderna

A Doutrina Secreta, a grande obra de Madame Blavatsky  - em quatro volumes e publicada em 1888, é pela sua própria autora vista como «uma síntese de ciência, religião e filosofia». Pensadores como o astrónomo Camille Flammarion (1842-1925), o inventor Thomas Alva Edison (1847-1931) e o pintor Wassily Kandinsky (1866-1944) sentiram-se atraídos por estas ideias.
Um biofísico da Universidade do Texas, o professor W. D. McDavid (n. 1929), estabeleceu em 1984 num simpósio, «espantosos paralelismos entre a velha doutrina secreta e as conclusões da ciência moderna no que diz respeito à formação do Universo e, ao surgimento da vida sobre a Terra».

A Expedição de Nikolai Roerich

 

Em 1925, acompanhado de um pequeno grupo de entusiastas, um pintor, cientista e pacifista russo chamado Nikolai Konstantinovitch Roerich (1874-1947) - foi ele que deu origem ao chamado Pacto de Roerich - um acordo que visa defender os bens culturais em caso de guerra, assinado em 14 de Abril de 1935 pelos 21 países membros da União Pan-Americana - iniciou a travessia dos Himalaias.
Muito embora este grupo se tivesse proposto fazer um reconhecimento e levantamento dos tesouros e heranças culturais da Ásia Central, a verdadeira esperança que os animava, era a possibilidade de depararem com o misterioso território de Shangri-La.
No seu livro intitulado «Shambhala», Roerich fala de «um objecto brilhante e de grandes dimensões que subitamente apareceu no Céu», referindo-se-lha como «um bom presságio de um poder protector».
Teria Nikolai atingido a sua terra encantada? Ele próprio manteve o silêncio relativamente a esse assunto, mas num dos seus mais belos quadros, intitulado «Burning of Darkness» (Escuridão Ardente), pode ser visto um grupo de homens que envergam vestes compridas e que, numa noite de Lua cheia, se reúnem junto a um escarpado monte nos Himalaias. Entre eles encontra-se um homem calvo e com barba comprida - sem dúvida o próprio Roerich - que parece um monge, pertencente a uma comunidade secreta.

Uma referência insólita mas muito esclarecedora se reconhecermos neste as várias propriedades de uma idiossincrasia sua (legitimamente portuguesa) na pessoa do aventureiro que se dera a conhecer por Conde de Saint-Germain. De origem portuguesa, era também conhecido por Aymar ou Marquês de Betmar e desde o ano 1770 em que se apresentou em Paris, frequentaria também algumas cortes alemãs. Bem relacionado e de estirpe nobre, uma figura sui generis sem dúvida, na ocorrência de um certo obscurantismo do que se dizia ser, visitar e imbuir nas mais altas esferas de cortes europeias. Acoplando as suas aventuras ao esotérico já mencionado, este Conde de Saint-Germain aludiria na mesma corrente do pintor e cientista russo Nikolai K. Roerich pelo poder mágico e de secreta utopia que ambos terão vivido supostamente!

Shangri-La, existindo ou não, sonharemos com esta em poder imensamente poderoso e, deveras misterioso, na alquimia perfeita da imperfeição do ser humano. Utopia sempre, mas esperando que um dia...a breve anunciação, se torne menos secreta, a bem de toda a Humanidade!

 







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