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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A Força dos Elementos



A teoria dos Elementos (Ocidentais e Orientais) mobiliza na Terra processos de terapia, princípios, mundividência e mesmo cura. Estaremos perante a verdadeira essência do Céu e da Terra em corpo e alma, físico e espírito, matéria e pensamento?

As Qualidades Primordiais
A concepção do mundo desde a Antiguidade até à Idade Média, via o ser humano como estando no ponto de intersecção dos elementos: fogo, água, ar e terra. Estes Elementos - que nada têm em comum com os elementos da moderna química - serviam como uma espécie de símbolos de orientação, como que para interligar diversos sistemas entrecruzados. Hoje em dia possuem todo o caso ainda, uma importância teórico-filosófica. Os Elementos são também associados aos quatro pontos cardeais e, a diferentes cores, bem como às chamadas qualidades primordiais: assim, «seco» e «molhado» representam um princípio activo, ao passo que «frio» e «quente» integram um princípio passivo. É da sua combinação que, de acordo com correspondências alquímicas, resultam os elementos propriamente ditos: «seco» e «frio» resultam na terra, «seco» e «quente» no fogo, «húmido» e «quente» no ar e, «húmido» e «frio» na água.

A Harmonia como Objectivo
Técnicas de tratamento antigas, como a aplicação de ventosas - que ainda hoje é utilizada por certos curandeiros - têm como objectivo proporcionar a harmonização dos elementos no ser humano, de modo a que nenhum deles seja permitido um domínio absoluto que pudesse prejudicar o necessário equilíbrio.
Assim, os Quatro Elementos são mobilizados quando se procede a uma terapia e o ar, o calor, a terra e a água são aplicados nas mais variadas situações de problemas de saúde, por exemplo distensões musculares.
De acordo com a medicina tradicional chinesa, estas situações são resolvidas através da aplicação de calor.

Os Princípios Primordiais da China
A mundividência chinesa, que tem como base os princípios primordiais «yin e yang» - energias femininas (o princípio passivo, receptor, sombrio, frio e húmido) e masculinas (o princípio activo, criador, luminoso, quente e seco) que se complementam e, interagem - não concebe os pontos cardeais como sendo apenas quatro mas sim, cinco; uma vez que o «meio» é considerado um ponto central. Os Elementos são para os Chineses a água, a madeira, o fogo, a terra e o metal. O ar, não é tido em conta.

O Fogo
Nas artes medicinais antigas, o fogo representa a estação do Verão, a bílis amarela, o fígado e, em termos de tipologia da personalidade humana, o carácter colérico. Paralelamente, simboliza também todas as forças geradoras de vida, todos os processos etéreos, bem como a qualidade do brilho e irradiação. Este Elemento aparentemente vivo, consome, aquece e ilumina, porém traz consigo a dor e a morte. O fogo é frequentemente utilizado como um símbolo sagrado do lar, do fogo doméstico, simbolizando a inspiração e o Espírito Santo que, aparece aos Apóstolos no Pentecostes sob a forma de labaredas.
O fogo é o único elemento que o ser humano tem o poder de criar por si mesmo, daí que julgasse por isso, ter obtido poderes divinos. O domínio que o ser humano passou a ser capaz de exercer sobre o fogo marcou o início da evolução cultural. O Elemento fogo reúne em si as forças negativas da destruição, a simbologia do fogo do Inferno, do relâmpago, do fogo vulcânico, dos grandes incêndios. Enquanto chama purificadora, o fogo pode aniquilar o mal, e disso mesmo as perseguições às bruxas na época medieval e, a sua condenação pela Inquisição à morte na fogueira, dando assim a sua demoníaca prova. Por fim, de acordo com a doutrina cristã, é no fogo do purgatório que todos os pecados são purificados e, expiados.

A Água
Na sabedoria médica dos nossos antepassados, a água sempre surgiu associada ao Inverno, ao muco, ao cérebro, à cor branca e aos indivíduos fleumáticos. Simboliza as forças intuitivas e o movimento. Embora seja a fonte de toda a vida, a água é ao mesmo tempo o elemento em que tudo se dissolve e se afoga.
Nos mitos da criação das mais diversas culturas ocorrem dilúvios que destroem todas as formas de vida, cujo comportamento não era do agrado dos deuses. Símbolo ambivalente, a água pode por um lado representar fertilidade e uma fonte de vida, mas por outro lado pode igualmente ser um sinónimo de morte e declínio.

O Baptismo e o Pecado Original
Como Elemento purificador, a água permite aos cristãos - na cerimónia do Baptismo - limpar a mácula do pecado original e, sob a forma de água benta, ser usada pelos crentes para se benzerem.
A água possui também um significado especial para o Reino dos Mortos: é nas águas dos mares a oeste, que todas as noites o Sol se põe, para durante a noite fornecer calor aos domínios do Além. Em muitas culturas, os charcos, as lagoas, bem como os lagos alimentados por rios e nascentes, são locais onde residem «ondinas», «ninfas» e, espíritos das águas. O costume de lançar moedas para as fontes ou poços, constitui uma oferenda simbólica aos seres que habitam as águas, capazes de realizar os desejos que se acalenta.

O Ar
O ar corresponde à Primavera, ao sangue e ao coração, representa cores brilhantes e claras e é associado ao temperamento do indivíduo sanguíneo, inconstante e facilmente irritável. O Elemento ar nesse indivíduo é caracterizado ainda, pela força das ideias e, pelas qualidades de comunicação e ordem. Desde cedo que a importância do ar para a respiração foi reconhecida, mas hoje em dia temos ainda um melhor conhecimento do importante papel que a atmosfera desempenha ao nível da conservação do calor e da protecção das radiações cósmicas em relação à vida na Terra. Na Astrologia, os signos Gémeos, Aquário e Balança correspondem a inquietude, distracção, curiosidade e, condescendência.

A Terra
O Elemento terra tem a ver com o Outono, com a bílis negra, com o órgão denominado baço e, com a cor cinzenta do chumbo, dos quais resulta o temperamento taciturno do indivíduo melancólico. O Elemento terra, representa também as forças da realização na forma, os processos de materialização e, a qualidade da ligação à terra. Nas concepções do mundo antigas, a Terra surge personificada numa deusa-mãe: Geia para os Gregos, Tellus para os Romanos ou Nerthus para os Germanos. O «Casamento Sagrado» entre o Céu e a Terra é celebrado em diversos rituais primitivos, sempre com carácter de cultos de fertilidade. Quando a terra treme (ainda hoje, para muitos povos) tal é visto como um sinal das forças divinas, capazes de pôr em perigo a ordem cósmica e tendo por isso de ser apaziguadas.
O progresso nas Ciências Naturais relegou os elementos fogo, água, ar e terra para um plano em que mais não têm do que um valor simbólico, já sem qualquer possibilidade de ser conciliados e harmonizados com os conhecimentos de disciplinas como a química ou, a física.

A Terra - como Matéria-Prima Mítica
De acordo com a tradição islâmica, Alá enviou os seus Anjos em busca de terra de sete cores diferentes. Quando a Terra se recusou a ceder um pouco de si, o Anjo da Morte tratou de roubar as tais terras de diversas cores. Só depois da morte dos humanos, é que a Terra recuperaria aquilo que lhe pertencia por direito. Alá criou então Adão, e a partir deste desenvolveram-se as diferentes raças humanas: os brancos (por exemplo, os Europeus), os negros (os Africanos), os castanhos (Mulatos), os amarelos (Asiáticos), os verdes (os Indianos com tom de pele castanho-esverdeado), os seminegros (Nubianos) e os vermelhos (os povos Índios).

Os Sólidos Geométricos
O filósofo grego Platão (427-348/7 a. C.) fez corresponder os 4 Elementos a determinados sólidos geométricos: "À Terra atribuímos a forma de um cubo, pois este é o Elemento mais imóvel e mais plástico...á água, por sua vez, atribuímos dos restantes sólidos o mais difícil de movimentar (o icosaedro - com vinte faces, compostas por triângulos equiláteros iguais), ao fogo atribuímos o que mais facilmente se movimenta (o tetraedro - com quatro faces triangulares iguais) e ao ar, aquele que se encontra entre os anteriores ( o octaedro - um sólido com oito faces)."
Depois de o filósofo grego Empédocles (c. 483-430/420 a. C.) ter apresentado a tradicional teoria dos 4 Elementos e, da sua interacção, Platão e Aristóteles (384-322 a. C.) vieram acrescentar o «éter», a matéria primordial da vida, como quinto Elemento, para além de conceberem os Elementos como sendo intermutáveis.

Por conclusão em que desde a Antiguidade até aos nossos dias se tem criado uma determinada interacção destes Elementos com o ser humano na Terra, se pode efectivamente assumir a verdadeira influência astral, cósmica e sideral do que ainda desconhecemos para além da própria Terra como planeta.
Existirá de facto uma espécie de união matrimonial ou de aliança firmada entre o Céu e a Terra, podendo muitos de nós sentir essa sensitiva correspondência, até mesmo nas nossas vidas quotidianas do dia-a-dia. Mais fervorosos ou menos interessados na dita ciência astrológica, tudo nos encaminha e leva a pensar da real essência dos efeitos que signos, astros, estrelas e planetas nos podem de facto interpelar e mesmo reiterar (em desvio ou caminho bifurcado...) do que fazemos das nossas vidas. Há que respeitar e esperar também que novas luzes e novos trilhos se nos registem para que um dia reconheçamos que estamos simplesmente a seguir os passos que «alguém» nos determinou lá de cima, das estrelas e do Céu. E que, cá em baixo na Terra, só temos de prosseguir e, continuar, até que a morte nos separe do físico ao espírito, do corpo à alma e, da matéria ao pensamento ou consciência que esta sim, nos acompanhará para sempre. E assim será! Se Deus ou o Uno do Universo isso nos desejar!




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