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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Iluminação Vishnu


Buda ou a nona encarnação de Vishnu em que, em profunda meditação, se eleva como ser superior e, iluminado.

Vishnu enquanto Buda
A flexibilidade do hinduísmo está patente no facto de Siddharta Gautama, o fundador do budismo, ter sido rapidamente convertido numa encarnação de Vishnu. Mas, ao mesmo tempo, desenvolveu-se a rivalidade entre os budistas e os seguidores de Vishnu, para quem Buda é a nona encarnação do deus, descido à Terra no início da Era actual (Kali-yuga).

Aqueles que buscam a Deus
A partir do século VI a. C. cresceu na população uma certa revolta contra o poder e o controlo, exercida pela casta dominante dos Brâmanes e, sancionados pela religião. Muita gente aspirava a uma nova orientação espiritual. Aqueles que buscavam a Deus, vagueavam pela terra pregando as suas doutrinas. Alguns destes ensinamentos sobreviveram até ao presente. Os mais importantes foram os do príncipe Siddharta Gautama, do reino dos Shakya, que após muitos anos de busca alcançou a iluminação, meditando profundamente debaixo de uma figueira. Quando se levantou do seu lugar, era Buda, o «desperto», e proclamou a doutrina do budismo.

Budistas contra Brâmanes
Depois da entrada de Buda no Nirvana (extinção), os seus ensinamentos expandiram-se rapidamente, pois encerravam um poderoso rastilho sociológico, já que no sistema budista não havia lugar para a classificação das pessoas em castas. No entanto, o hinduísmo - ao princípio enfraquecido pelo budismo - em breve voltou a florescer no subcontinente indiano e, na luta secular entre a casta dos sacerdotes, os brâmanes, e os monges budistas - foram os primeiros a levar a melhor.

O mais nobre desenvolvimento do Espírito
A partir do século XI começaram a entrar na Índia, exércitos islâmicos vindos do oeste: foi o fim dos ensinamentos do iluminado no seu próprio país. O budismo foi obrigado a recuar para os recantos mais recônditos do reino, encontrando finalmente solo fértil no Tibete, na China e no Sudoeste Asiático. Mas, por esta altura, já o hinduísmo se apoderara de Buda, pois não seria nada fácil apagar as marcas profundas que deixara. Assim, os brâmanes transformaram o rival em defensor da sua religião e, elevaram Buda à condição de Avatar, uma encarnação de Vishnu. Simbolizando esta encarnação, Vishnu aparece junto a um lótus  ou a uma cabeça, a do príncipe iluminado. O lótus simboliza o mais elevado e nobre desenvolvimento do espírito humano, representado por Buda.

A Ascensão dos Brâmanes
O Hinduísmo é uma religião com uma espantosa capacidade de assimilação. Muitas correntes novas encontraram um abrigo natural no reino multifacetado dos seus textos, mitos, lendas, cultos e rituais.
O pensamento religioso indiano esteve sempre marcado por uma mitologia rica e, um Céu densamente povoado de divindades. No século VI a. C., as comunidades tribais desintegraram-se e foram substituídas por pequenos principados. Surgiram cidades, cujos habitantes alcançaram um grau de bem-estar até então desconhecido. O lugar da antiga devoção pelas árvores, montanhas e rios, da fé na alma da Natureza e, no ciclo infinito do nascimento e da morte, foi ocupado pelo culto dos brâmanes, que afirmavam de que não havia salvação fora dos seus rituais.
A casta sacerdotal dos brâmanes - que pretendia assim conservar os seus cargos e, o seu estatuto - acabou finalmente por se impor, face aos budistas.

Por conclusão: tal como o budismo influenciou a religião indiana, também o hinduísmo agiu sobre o budismo; algumas divindades indianas como Brama e Indra, passaram para o panteão budista. Uns e outros - agora em maior interacção na actualidade - tentam reproduzir a verdadeira essência doutrinal de cada uma.
Todas as vertentes religiosas e de credos espirituais ou de deuses celestes serão bem vindas certamente, e seguidas por muitos fervorosos crentes que a isso se devotam, pedindo auxílio nas dores da vida e ajuda consensual que os seus espíritos conturbados assumem. Só me resta acrescentar de que, para além de toda uma filosofia existente nestes budas encarnados e reencarnados, que todos eles nos amortizem a ansiedade, a sujeição, a pobreza, a tristeza e toda uma panóplia de tormentas terrenas ou terrestres que nos afligem. Que nos protejam, que nos velem e, que nos augurem algo de melhor para o nosso futuro sempre tão ociosamente esperado e por vezes, atormentado. O que desejo, é que assim seja de facto. A bem de todos nós! E, da salvação da Humanidade!

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