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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Magia de Imhotep


Estátua do arquitecto, engenheiro, médico e mágico Imhotep

Magia ou genialidade suprema, na sapiência multifacetada dos conhecimentos havidos? Imhotep era simultaneamente, Chanceler, Ministro da Guerra, Ministro da Cultura e Supremo Magistrado em abrangente reputação e influências. Que homem era este? Um «simples» homem polivalente e de inteligência superior ou uma entidade divina? E, não o sendo, quem lhe terá consignado tantos poderes dos deuses? Os próprios deuses?...E porquê?

Immhotep - O Mestre de Obras Divino
Na longa História do Egipto, destaca-se dos demais um homem enigmático: Imhotep. Uma tabuinha escrita com 4600 anos, informa acerca da sua surpreendente reputação. De acordo com este testemunho, ele foi «Vizir do rei do Baixo Egipto - primeiro em importância - depois do rei do Alto Egipto, grande governante da Casa Real, detentor de um título hereditário da sua condição nobre, sumo-sacerdote de Heliópolis, mestre de obras e, escultor».
Por esta altura do seu nascimento, ainda não existiam junto ao Nilo quaisquer obras arquitectónicas de grande porte; aquando da sua morte, porém, Imhotep deixara construído o protótipo de todas as pirâmides. Em 2600 a. C., Imhotep dirigiu o projecto de construção mais ambicioso de toda a Humanidade até então.
Na qualidade de arquitecto do faraó Djoser, o mais importante rei da III dinastia (c. 2778-2268 a. C.), desenvolveu com traços geniais uma arquitectura inteiramente nova.
Imhotep construiu a primeira grande pirâmide do mundo, a pirâmide em degrau de Sakkara. Seis plataformas que vão diminuindo de tamanho com a altura foram sobrepostas e, a partir de um centro feito com blocos de pedra talhados, mais ou menos toscamente, que é depois coberto com uma camada de pedra calcária, foi assim realizada uma obra arquitectónica singular. Com a sua base de 121x109 metros, esta pirâmide serviu de modelo e foi a precursora de todas as maravilhosas obras que se lhe seguiram.

A Maravilha do Nilo
Sob a orientação de Imhotep, também a residência real em Mênfis foi totalmente remodelada. Num gesto sem precedentes mandou que, como se de um cenário de um filme moderno se tratasse, fossem construídas fachadas falsas. Tudo aquilo que até então apenas fora construído com madeira, junco e argila, foi então substituído por pedra a mando deste artista da construção: portas, vigas de suporte do tecto, muros, paredes. Colocadas umas ao pé das outras, as pedras conferiam à construção um carácter duradouro, capaz de resistir ao teste do tempo.
Também o recinto da própria pirâmide foi dotado de fenomenais condições. Debaixo dela, Imhotep mandou construir um verdadeiro labirinto de corredores subterrâneos e poços verticais, passagens e câmaras, a totalidade dos quais ainda hoje, não se encontra inteiramente estudada. Um poço central com 28 metros de profundidade conduzia, por exemplo, à câmara sepulcral do deus -rei Djoser e, a uma série de outros corredores e salas, nas quais foram sepultados os príncipes e as esposas do governante.

Imhotep - Mágico e Médico
É também possível que também as avançadas técnicas médicas que estavam à disposição dos médicos do Antigo Egipto se devam em parte a Imhotep. No templo de Dendera - que ainda hoje, como há milénios - permanece no Médio Egipto, nas margens do Nilo, praticamente incólume, pode ter-se uma boa ideia da metodologia de Imhotep. Um corredor comprido e escuro conduzia o doente ao longo de uma fileira de estátuas e eram proferidas declarações mágicas com poder curativo. As figuras representadas eram encharcadas com água pelos terapeutas egípcios. Esta fluía depois para recipientes que a recolhiam e, onde os doentes se banhavam. O processo de convalescença que então se iniciava tinha uma natureza não só física como também psíquica. Na semiescuridão do templo, rodeado por estátuas dos deuses e por textos mágicos, o doente poderá perfeitamente ter sido curado pelo encanto e magia deste cenário. Este método de cura faz lembrara um pouco as modernas termas.
O segundo método de tratamento - que era também utilizado em templos como o de Dendera - poderia ser designado por sono terapêutico. Numa sala escurecida quase por completo, o paciente era então colocado num estado hipnótico induzido por uma sucessão de cantos monótonos, objectos e aromas. Perfeitamente descontraído, o doente podia assim começar a trilhar o caminho da convalescença.

Um Génio Multifacetado
Imhotep foi mais do que um mero mestre-de-obras, realizou verdadeiras obras-primas de arquitectura. Com conhecimentos de Medicina e de Ciências Naturais, de Tecnologia, das Artes Literárias, de Astronomia e de Matemática, introduziu no exercício do poder reformas que se revelaram importantes e, decisivas para o futuro. Antes de Imhotep, o rei sempre governara de modo patriarcal, como se o reino fosse um bem da sua posse privada. Foi organizada uma administração a nível regional e uma estrutura administrativa composta por funcionários, criaram-se escolas e os funcionários aprenderam a ler e a escrever, chegando mesmo a receber formação em assuntos de natureza técnica - bem como noções jurídicas e de geografia.
Imhotep era simultaneamente Chanceler, Ministro da Guerra, Ministro da Cultura e Supremo Magistrado. Era ele que orientava a cobrança de impostos, evitava abusos de poder e punha a descoberto chantagens e, corrupções. A sua reputação e influência alargou-se e abarcou todas as áreas do aparelho estatal, da construção e das Ciências de outrora.

Imhotep foi sem dúvida um homem muito à frente do seu tempo em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas sobre todo o seu potencial manifestamente multifacetado mas também organizado, no que se imbuiu de construir e reiterar numa dinâmica imensurável. Daí as questões fundamentadas nesta espécie de presságio secular em que o inserimos: terá sido um visionário com poderes verdadeiramente ocasionais e de extrema delicadeza na cultura e nas edificação conjuntas, ou um mensageiro dos deuses em oferendas e prestação destes na sua incomensurável sabedoria pelos tantos conhecimentos de que era provecto?
Muitas questões que, a serem levantadas, nos indiciam a perspectiva de termos sido obsequiados na Terra por verdadeiros deuses em toda a sua mestria laboriosa e de intentos e inventos fabulosos, e neste caso, em solo egípcio. Que, para o mundo inteiro ficará...a bem de toda uma Humanidade sedenta ou sequiosa de conhecimentos também!

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