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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Secreta Sabedoria


Tot/tôt/Toth/Thoth  -  Divindade Egpícia  -  Senhor das Ciências Ocultas na Mitologia Egípcia

Este deus da Sabedoria, da Aprendizagem e, dos Conhecimentos Secretos e Mágicos, patrono dos Escribas e inventor dos Hieróglifos - deus Tot - teria sido «apenas» um símbolo mitológico da secreta sabedoria ou muito mais do que isso em génese dos céus celestes em irmandade de Sol e Lua?

Tot - O Guardião da Secreta Sabedoria
Na singular divindade egípcia Tot, representada com a cabeça de um Íbis, confluem desde muito cedo diversas tradições. A importância do seu outro nome egípcio, Dehuti, mantém-se até hoje por esclarecer. Quando em tempos remotos ascendeu à qualidade de divindade principal, fundiu-se com um deus chamado Hez-ur, com a forma de um babuíno. Desde então os antigos Egípcios passaram a venerar os babuínos como manifestações terrestres do deus Tot. Muitas vezes esses animais habitavam no interior dos templos e chagavam mesmo a ser mumificados após a sua morte.

Advogado dos Mortos
Tot, que dá o nome ao primeiro mês do calendário egípcio, foi - de acordo com a mitologia - nomeado sábio advogado do afável deus Osíris, a quem frequentemente, e mediante o recurso a truques de magia, defendia das acusações que lhe eram feitas pelo seu quezilento irmão Set. Por esta razão, Tot figura também no conhecido - "O Livro dos Mortos" - uma obra onde é reunido todo o conhecimento existente sobre o mundo do Além - no papel de advogado de defesa dos mortos.
Quando se procede a um julgamento das almas dos mortos - de acordo com a tradição - Tot procede à pesagem do coração dos mortos numa balança em que o contrapeso é a chamada «pena da verdade», anotando numa tira de papiro os resultados dessa pesagem. É por essa razão que Tot, é normalmente representado munido de utensílios de escrita.

Protector de Ísis e Hórus
Também Ísis, a esposa de Osíris, foi objecto de ajuda de Tot. Depois de Osíris ser vítima das sombrias maquinações do seu irmão Set e, morrer em consequência destas, Tot conseguiu despertá-lo de novo para a vida, devolvendo-o assim à viúva chorosa. Desta reunião mística nasceu Hórus, filho de Ísis. Também na luta de Hórus contra o tio assassino (Set), Tot desempenhou um papel determinante como protector e ajudante. Foi ele que curou o olho ferido de Hórus, um dos símbolos mais importantes da mitologia egípcia.

Senhor das Ciências Ocultas
Tot era o mestre da língua falada e da escrita, o criador da matemática e da astronomia, para além de ser tido pelos Egípcios, como a personificação do Espírito e, do Entendimento.
Os Gregos identificavam-no como uma figura chamada Hermes Trismegisto, a quem atribuíam a função de precursor de todas as Ciências Ocultas.
Tot deverá outrora ter guardado - e escondido - todos os seus escritos numa caverna ou num qualquer edifício desconhecido. Já desde épocas muito antigas que estes materiais secretos tinham a reputação de possuir poderes mágicos muito eficazes. Constava que, através deles, se obteriam poderes que permitiriam dominar as forças da Natureza e até mesmo os deuses. Não é, pois, de admirar que - em épocas mais tardias - as raízes de todas as artes mágicas, de todas as abordagens mais aprofundadas às ciências fossem procuradas no antigo Egipto, sobretudo junto de Hermes, aliás, Tot.

O Mito de Tot
No início do tempo havia apenas divindades com cabeça de serpente a nadar num oceano primitivo, chamado Nun. Ainda não havia deuses. Só depois de Tot «chocar o ovo do mundo» é que através da sua voz instilou vida nos quatro primeiro pares de deuses.
O aspecto mais fascinante de Tot é que, o seu carácter é imutável. Aspecto em que difere dos demais deuses da mitologia egípcia. As características de todos os outros vão mudando, só as de Tot se mantêm sempre iguais, razão pela qual ele é também considerado a única autoridade entre os seus semelhantes.
No decorrer dos tempos, Tot foi-se tornando o deus da sabedoria, o deus da aprendizagem, o criador do Tarô e, o senhor da Lua. Uma vez que, as fases da Lua constituíam uma importante forma de medir o tempo, Tot era também considerado o inventor da medição e do tempo mensurável. Foi então nesta qualidade que, passou a ser considerado «Senhor do Tempo» e «Contador dos Anos». Dispunha assim de uma enorme quantidade de conhecimentos e - enquanto deus da Lua - estava associado à misteriosa faceta nocturna da vida, passando também a ser um símbolo dos conhecimentos secretos e mágicos, para todos os que se lhe seguiram.

Na mitologia egípcia, o deus Tot aparece sempre associado à Lua. Diante dele, reporta-se o radiante deus do Sol, Ré, que num ciclo eterno - dia após dia - nasce e volta a nascer do regaço da deusa celeste Ísis.
Tot, patrono dos escribas e, suposto inventor da escrita hieroglífica, terá sido em iniciação e fundação - ao que se regista por toda a sua representação na História - o pioneiro e o magistral indiciador de toda uma dinamizadora sapiência dos povos na Terra. Figura mitológica mas que, para além dos tempos que se vive e viverá, nos fica a quase certeza dessa sua presciência absoluta e polivalente, tanto nas artes como nas ciências mais profundas no ser humano que hoje se designam por ocultas. Tot, eternizado que está em todos nós por uma sua cultura unânime e magnânima (pela ressurreição que fizera dos mortos) em pronúncio de uma divindade inquestionável mas também, de um certo endeusamento ou magia estelar que provavelmente este acolheria em proveito do seu povo na Terra. Duvidoso que assim seja? Nem tanto assim. Se possuía poderes «divinos» do Além ou das estrelas, só Tot o saberá, ele e, os seus muitos guardados segredos perdidos no deserto, nas cavernas do Norte de África, do Médio Oriente ou quem saberá...noutro qualquer refúgio e esconderijo secreto terrestre. Ou não. Para a Humanidade ficará a sua eloquente e transversal inteligência dos deuses em consanguínea e quiçá transmissão humanas, para todo o sempre.

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