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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A Memória do Universo


Universo - Observação das Estrelas (Envoltas numa Nuvem de Moléculas)

O nosso maravilhoso Universo que se sabe hoje estar em expansão, existirá igualmente como uma memória colectiva - Memória Universal - que abarca o tempo e o espaço? E, de que forma encontram assim os pombos, os gatos ou os cães exactamente um determinado lugar, ainda que afastado? Para além da migração das muitas e variadas espécies no planeta que empreendem múltiplas viagens em deslocação até ao local de origem, num mistério biológico indesvendável ainda para os dias de hoje?

A Memória do Universo
Existe um memória colectiva da Natureza na qual se armazenam as experiências de cada indivíduo, seja este bactéria, planta, animal, ser humano ou cristal?
O professor Rupert Sheldrake (n. 1942), bioquímico e biólogo celular, está convencido que todas as formas da Natureza são determinadas por «Campos Morfogenéticos», que representam uma espécie de Memória Universal que abarca o tempo e o espaço: «tudo o que existe» está em contacto com estes campos, que influenciam a evolução, a forma e os comportamentos característicos de cada indivíduo.
Rupert Sheldrake faz abanar a cosmovisão científica com a sua teoria. Tendo em vista as suas teses demasiado avançadas para a Ciência estabelecida, alguns observadores chamam-lhe o Galileu do século XXI. Na longa História da Ciência, as novas dimensões do pensamento são muitas vezes ignoradas e os seus defensores banidos e dados por marginais, como no caso de Sheldrake.

A Resposta a Perguntas Centrais
Segundo Sheldrake, os campos morfogenéticos são mais ou menos como o «software» neutro do computador. Recebem continuamente informações sobre as mais variadas formas de vida na Terra, recolhem-nas e voltam a disponibilizá-las para novos desenvolvimentos.
Quando um determinado número de membros de uma espécie desenvolve um dado comportamento, este é automaticamente transmitido a todos os outros. Reza a teoria de Sheldrake: "Quando algures no mundo se aprende, pratica e executa alguma coisa com certa frequência, gera-se um campo de aprendizagem comum que facilita o exercício posterior".
Sheldrake compara esta «Ressonância Mórfica» com o funcionamento de um rádio: a música não está dentro de um aparelho, mas sim no ar, inaudível. O receptor só entra em ressonância com a informação quando se encontra sintonizado na frequência correcta. Na opinião do biólogo, o «cérebro é mais um emissor e receptor do que um gravador onde se armazena a informação».

Os Cristais também Aprendem?
Esta hipótese permitiria explicar também outras perguntas centrais da Ciência: por exemplo, o comportamento instintivo dos animais ou a observação do facto de que, muitas substâncias químicas novas, são mais difíceis de cristalizar da primeira vez do que nas experiências posteriores.  "Quando algures no mundo se desenvolvem novas estruturas cristalinas, estas são depois mais fáceis de repetir em todo o lado", explica Sheldrake. "Isto é importante na medida em que, na opinião geral, os cristais são matéria morta."

Na Pista dos Enigmas
Acumulam-se os indícios de que esta «Memória da Natureza» existe de facto. Os biólogos começam assim a desvendar o seguinte enigma: como encontram os animais as suas reservas de alimentos e as suas tocas? Os esquilos que regressam aos seus refúgios ou as abelhas que voltam à sua colmeia possuem características que podem atribuir-se a aptidões sensitivas e, a uma capacidade de observação inteligente.
Suspeita-se que os animais são capazes de visualizar um mapa geométrico abstracto, no qual relacionam pontos destacados da paisagem.

Um Laço Invisível
De que maneira encontram os pombos, os gatos ou os cães exactamente um determinado lugar, ainda que afastado? «É o Campo Mórfico que os guia», diz Rupert Sheldrake. "Uma espécie de elástico que estica quando se afastam de casa ou, da pessoa em quem confiam e que os puxa no regresso. Podemos também falar de um laço sensitivo, qualquer coisa de desconhecido e que ainda não existe no mapa das Ciências Naturais."
Sheldrake pretende também perceber - através das suas investigações - a razão por que algumas pessoas notam que estão a ser observadas, embora não vejam ninguém. A hipótese do cientista, formulada depois de uma série de experiências realizadas na década de 1990 com 18 000 pessoas, é a seguinte:
- "A visão não é um processo através do qual o objecto só é percebido passivamente. Pelo contrário, o observador e o objecto comunicam entre si e, influenciam-se um ao outro. A observação gera um campo que o observado é capaz de perceber."

Uma Imagem Ampla
O investigador está convencido de que as capacidades paranormais como a Percepção Extra-Sensorial e, a Transmissão de Pensamentos - também têm as suas raízes na nossa herança biológica e que são muito pronunciadas nos animais. O seu objectivo é criar uma sólida base empírica por meio de uma recolha de casos bem documentados e, analisados.
Sheldrake define assim o seu posicionamento: "A minha imagem da Ciência é muito mais ampla do que a visão mecanicista tradicional!"

A Migração das Enguias
Apesar de todas as investigações, ainda não se encontrou nenhuma explicação satisfatória para o facto de todas as enguias fluviais do Hemisfério Ocidental irem desovar no mar dos Sargaços - a Sul das Bermudas.
Milhões de enguias dos rios da Europa e, da América, percorrem milhares de quilómetros para voltar ao lugar em que nasceram e aí, desovar e morrer.
As numerosas larvas originam as jovens enguias, que pouco depois empreendem a penosa viagem até aos rios distantes.
Um dos grandes mistérios da Biologia, é a razão que leva as enguias a empreender estas enormes viagens e, como voltam a encontrar o local que os seus progenitores deixaram. Segundo Sheldrake, o seu comportamento é mais um indício da existência dos campos morfogenéticos por ele postulados.
Segundo Rupert Sheldrake, quando os animais de uma determinada espécie desenvolvem ou aprendem uma determinada característica - ou um certo comportamento - este é automaticamente absorvido pelos outros membros da espécie, mesmo quando, em termos convencionais, não existe contacto entre eles.

Rupert Sheldrake estudou Filosofia em Harvard, depois Ciências Naturais em Cambridge e doutorou-se em Bioquímica em 1967. As suas teorias fizeram dele um destacado representante da «Nova Biologia».
As ideias controversas que defende, têm-lhe valido tanto ferozes adversários como entusiásticos apoiantes. E, não sendo eu nenhuma expert, seguidora ou afã temporária desta sua causa e teoria resplandecentes numa consciência exacta desta «Nova Biologia», o certo é que tenho de lhe reconhecer méritos pela suposta indigitação nos animais, no ser humano e em toda a Natureza desta nova tomada de posição, sobre uma visão mais ampla da Ciência tradicional, conservadora e puramente mecanicista como o próprio o afirma. Entre os ferozes adversários e os entusiásticos apoiantes, prefiro acompanhar estes últimos, no que a Ciência terá porventura de nos desvendar em maior e mais lata abrangência de todos os seus segredos - ainda por nós ocultos ou submersos - no mundo do desconhecido. Assim sendo, só me resta consignar que, a bem da Humanidade e da cultura dos povos, tudo se possa de futuro reportar em descobertas e conclusões científicas de todo um processo extraordinário, nesta espécie de «Memória do Universo» que todos nós atravessamos na vida. E que, em futuros a cumprir, assim possa continuar a ser!

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