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domingo, 17 de agosto de 2014

A Minha Estrela


Abdução Alienígena

Que efeitos secundários - ou colaterais - se registarão em mim, no que o futuro me dita e consigna em total incapacidade de erradicar esses mesmos nocivos efeitos sobre mim? E que poderes terei, para que o esqueça, para que o arranque de mim - do peito e do cérebro - no que um dia me imputaram em espécie de escravatura e cobaia maior em suas mãos? E que direitos tinham eles de mo fazerem assim? De me conceptualizarem vida e, depois, ma usurparem sem dó nem piedade - numa nova vida que jamais vi, segurei no colo ou sequer senti o cheiro como mãe desnaturada que rejeita a cria e desaparece para sempre? E pior ainda...deixarem-ma ver um dia - já mais tarde - sem sequer lhe poder tocar, poder abraçar, poder beijar...enfim...poder senti-la como a filha que nunca vi: a minha mais bela Estrela! Lembrar-se-à de mim...? Saberá que sou a sua mãe de facto? A sua mãe-terrestre, limitada no espaço e no tempo de um estranho e mui enigmático jogo quântico que eles mesmos nos interceptam e jogam...como simples dados terrestres, simples peões de um tabuleiro cósmico só seu???

As Criaturas
Não sei como fazem...mas fazem! Elevam-nos, sugam-nos e volatilizam-nos a consciência que só mais tarde - muito mais tarde - na razão e na recordação sobre o mesmo, concebemos em nós, ainda sem saber muito bem a finalidade ou todo esse objectivo não revogável no tempo que até parece parar, aquando nos tomam assim! As criaturas - seres pequenos, disformes (para nós, humanos!) e sem pinga de sensibilidade ou tacto sensitivo da maior sobre os nossos sentimentos e direitos universais, dissecam-nos as entranhas e, a alma...suponho. Da primeira vez apanharam-me desprevenida, no que pouco tempo depois colapsei em atitudes e comportamentos psicossomáticos deveras alterados, confusos. Sem aferir qualquer tipo de psicotrópicos, vi-me de repente ser posta em causa a minha conduta e a minha boa formação psíquica, metafísica e...anímica, pois refractei tudo em mim numa aspereza medonha que me colocou no ser mais débil e mais fraco que então vivi. Da segunda vez...fui espectadora. Pois fui! Tentei recuperar o que perdera em vicissitudes estelares no meio daquela cápsula asséptica e sem cor - por demais intimativa em recepção ou qualquer calor «humano». Nem o poderia ser. Rodeavam-me quatro ou cinco seres, não sei bem...estava tão aflita na minha condição de cobaia de laboratório, que só pensava ser um estranho e mui caótico pesadelo havido das minha meninges doentes ou apenas...um mais episódio psicótico, segundo o meu psiquiatra. Mas não, E provar-lho-ia, estava determinada. Havia de registar tudo, para depois lho asseverar em estado hipnótico com datas, nomes e prestação futura de toda a incidente verdade ali vivida, aquando somos atacadas e, as entidades policiais nos dizem para anotarmos tudo, para nos fixarmos em pormenores ou algo que os caracterize, algo que os identifique, algo que os denuncie. Aqui...também não era diferente. Eu não estava louca. Eu simplesmente estava a ser sequestrada, mantida em cárcere e presa numa maca conceptual cósmica que até parecia ler-me os pensamentos. Efectivamente!
As criaturas não eram amistosas. Não eram de trato fácil. Não eram! Reconheci-lhes o olhar oblíquo, as tez pardas e levemente maceradas ou de certa forma macilentas mas que denotavam firmeza, implacabilidade.
Inexoráveis no comportamento e nos actos rigorosamente aplicados sobre mim, eu via-me ser espetada, violentada e mesmo dilacerada sobre todas as formas. Foi assim da primeira vez. Da segunda - por suposição já terem a minha «ficha clínica» - fui poupada a esses ditames físicos mas que não me afiançaram igualmente o sossego ou a paz de alma, do que em mim compunham. Só que estava mais atenta. Observava tudo. Registava tudo. Até os seus pensamentos que sobre a minha pessoa faziam, como se eu não estivesse ali e não lhes fosse mais do que uma simples amostra de qualquer coisa...amostra de nada, aquiesci em mim.
Depois de ter recuperado maior consciência e movimentos do meu corpo e, de tudo ter visto, desde fetos em desenvolvimento, outros em formatação híbrida e outros ainda em espécie de complexa «fabricação de seres», foi-me dada a possibilidade de entabular em código e, reconhecimento, essa sua autoridade de presença e civilização sobre mim. Por telepatia ou nessa mesma via hipnótica - ainda não o sei muito bem - interpelando-me de quando em vez sobre a minha própria indignação de humana e terrestre, iam-me dando a conhecer os seus objectivos, a sua verdadeira insinuação sobre nós na Terra. Que nos teriam de «reformular», «reedificar», «re-fabricar», reconstituir e tantas outras reformulações que, exortariam na minha cabeça, como um cronómetro de automóvel de grande cilindrada em autódromo subsequente. A velocidade de pensamento, raciocínio e consequente discernimento de tudo o que me revelavam foi tanta, que jamais poderei esquecer a ciclópica amostragem estelar em face à nossa pequenez e mesmo menoridade terrestre! Infelizmente...para nós, humanos!

O Reencontro - Ano da Terra: 2013
Nunca seria fácil de falar sobre isto. Não na época e...não agora. Nunca o será! Para muitos que estas abordagens de leitura ávida pronunciam e lêem, é apenas e tão somente uma delação mental, uma perturbação física e espiritual em certos seres humanos que se distraem em comentar idiotices...e para outros, a hipotética invasão dos espaços físicos em espécie de viagem astral e tudo bem, até concernem poder ter-se tratado de algo especial, algo ainda inexplicável ou de teor paranormal.
Pouco me interessa o comentário público ou a determinação de psiquiatras e senhores da Ciência que me outorgaram de maluca. Tanto me faz. Passados trinta anos, vinte, dez ou apenas um sobre o sucedido, e tudo já se torna normal; pelo menos...para mim. E penso que nem mesmo o meu realizador cinematográfico preferido, James Cameron o aludiria de tão proeminente forma, por muito que o efective sem dúvida, de ter chegado muito perto da verdade (Avatar). E de Ridley Scott (1979) até James Cameron (1986) na sua saga de "Alien" - no seu término - essa verdade roçou de facto a similitude orquestrada por eles, os seres estranhos mas...inteligentes, muito inteligentes! E, por alguma razão - que agora sei - não consegui perspectivar o último que me parecia profundo e...perto de mais da minha realidade. Ficção horrenda, eu sei...mas que em mim foi real, no corpo e na alma!
Estes estranhos seres - que agora já me pareciam mais familiares - e, concisos com toda a minha dor e disputa terrena de me saber, louca, lunática, bipolar, esquizofrénica, psicopata ou simplesmente doida de todo, no que estava mais consciente de mim, de nada disso me ser imputado, pelo tanto que sabia em ignota evolução ou, em irreconhecível ascensão terrestre pelos estelares. Era esta, a sua reiteração cósmica sobre nós! Poder absoluto! Poder máximo sobre os humanos!
Daí que, me tivessem solicitado de novo a minha presença - por estes imposta - de, numa abertura mental me concederem uns momentos - poucos - com alguém que eu ajudara a «fabricar». Alguém que eu ajudara a...conceber, a gerar, a desenvolver...numa gestação in víteo (ou parecido!) e de genoma humano e outro.
Eu ia conhecer a minha filha! Sem mais delongas...foi assim mesmo que mo aferiram. E atingiram! No peito e na alma! Feriram-me de morte, saber que «ajudara» a gerar um estranho ser (pensava eu...) de me ir confrontar com uma mulher ou menina (não o sabia) de duas cabeças e uma cauda comprida. A imaginação era fértil e...o medo também! De novo! Por muito que quisesse manter-me lúcida e fria no tacto sensível, nada surtia efeito. Só pensava na desgraçada da Sigourney Weaver na exímia actriz que fora na tela terrestre do "Alien" em que vira com espanto, assombro e repulsa, muita repulsa, «a coisa que gerara»! Agora...era eu. Infalível e, cruelmente!
Quis fugir. Não pude. Não tinha por onde fugir...nem em pensamento. Aquietaram-me. Já era a terceira vez que me faziam «viajar» com eles e por essa mesma terceira vez, sem margens para grandes dúvidas sobre a questão apresentada. Davam-me o benefício, o beneplácito, a «beatitude» ou talvez a benemerência estelar de poder ver aquela que eu nunca tivera nos meus braços, que eu nunca beijara, que eu nunca tivera oportunidade de amar: a minha querida e bela filha (soube-o desde logo na perceptibilidade mental de que era mulher!) e, na mais bela flor ou estrela do cosmos. Eu tinha uma filha!
Fátuos momentos esses...efémeros, repentinos e tão dolorosos quantos os instantes em que aqui o descrevo. Ela era como eu mas em melhor! Como se diz na Terra. Não parei de a olhar. Não parei de a observar, como se o mundo tivesse parado naquele momento. E ela...bem, ela sorria para mim. Parecia saber de tudo... e, estar confinada a essa mesma certeza indubitável dessa nossa separação - e desse havido corte umbilical abrupto em líquido amniótico e almas unas que éramos - do início, àquele instante!
Ela...era linda! É linda! Tão bela que jamais haverá outra na Terra assim e isso, por mais que seja o coração de mãe a invocar (no que todas afirmamos da nossa linda prole genética em descendência!), era efectivamente a mais linda estrela que eu já vira! Alta...de longos cabelos negros e olhos amendoados claros em pele clara - destoando dos seres - em luminosidade e alva assumpção que me fez chorar de alegria, de orgulho, de tanta coisa que nem aqui o sei descrever! A minha bela estrela-Navajo que, exibindo uma beleza clássica e mística entre uma índia das Américas ou das Índias - na Pocahontas ou no exotismo oriental das Ilhas Indonésias - ela, a minha estelar filha, era e, é (acredito!) a mais bela e estelar perfeição híbrida que eu lhe reconhecia agora. Era como se eu estivesse perante uma divindade mas que, igualmente, me era afecta, me era comum, me era existencial e consanguínea com a minha realidade de simples terrestre que eu era. Eu era a mãe (eu sou...!?) daquele «monumento» feminino cósmico que eles, aqueles seres malditos, me haviam feito nascer, cuidar e proteger sem que eu o soubesse até ali. E, sem nada mais poder fazer...a não ser observar e, olhar em estupefacção e certa virtualidade - pactuando em compadrio - com aquela galvanizante mortalha ou parede opaca a meio, sem que eu lhe pudesse tocar. Referiram-me que o não fizesse, que não intentasse em gesto ou movimento brusco, até pela razão de não haver reciprocidade. Que a mataria. Se acaso lhe tocasse nem que fosse só com um dedo. Achei que me estavam a enganar e, novamente, a  usurpar-me de direitos universais da mãe que eu lhe era. Só depois compreendi que falavam verdade, pois confidenciaram-me a dissolução desse mesmo acto, se eu tivesse havido essa oportunidade do toque da pele e, do abraço que nunca lhe dei. Ou do beijo. Ou das lágrimas que eu verti, imparáveis em mim sobre este tão duro e abstruso sentimento jamais em mim sufocado de, a não poder beijar, abraçar, tocar e...tudo o mais. E eu queria tudo! E eles...não me deixaram nada! Ou...quase nada! Alavancar a minha alma eu não podia...estava morta de dor. Como seria ela...? Que gostos haveria, que desejos teria, que pensaria...? Meu Deus, que tinham eles feito comigo para tamanho sofrimento assim...a mim, a uma mãe que mal vira a filha que mesmo em gestação inexplicável, se via agora a braços sem abraços...numa dor incomensurável! Queria ter falado tudo, ter dito tudo...e nada me foi permitido. Não necessitei abrir os lábios ou ter proferido algo, pois nesse momento ela tudo me leu, ela tudo me reconheceu, como se um filme se tratasse e, na sua frente passasse. Também isto não foi recíproco, pois dela pouco soube. Quase nada...a não ser a sua ostensiva beleza que quase também me não parecia real...mas era, efectivamente! Tão real que...ainda hoje trago comigo o seu sinal, o único que lhe deixaram dar-me de sua base genética reprodutiva, na correspondência cutânea do que eu apresento em mim. Mais nada!
Vive num outro mundo, numa outra dimensão. Repovoar, reproduzir, recuperar, reassumir, reincidir, realçar e...tanto mais que me foi asseverado com toda a diplomacia exo-política estelar do que supus ser uma prioridade...deles, sobre nós, humanos! Está num planeta e, num outro sistema solar que, à semelhança da Terra ou de outro planeta similar em atmosfera, pressão e poder gravitacional, em tudo se coaduna para uma outra esfera populacional de genética alterada sim, mas factual e determinante para uma vivência futura.
Há imensos agentes de destruição maciça (Agentes de criação noutros planetas), artefactos gelados e cometas (múltiplos!) que são velozes e extremamente perigosos numa possível ou hipotética colisão com a Terra num futuro próximo, disseram-mo. Que não me afligisse de momento, pois esse tempo não seria o do meu tempo-vida mas de outro...a mais longo prazo, não tão longo que nos remetesse a todos nós terrestres em maior sossego. Havia (e há ainda!) que calibrar esses perigos. Há que os exumar e, se possível, eliminar, acrescentaram. Que tinha de haver uma reestruturação no planeta Terra por outros que, paralelamente, se insinuariam por outros sistemas solares, se acaso falhassem as suas tentativas do protegerem, de o toldarem a esse mesmo fatídico destino de Júpiter, Marte, Vénus ou mesmo a Lua!
O mais surpreendente de tudo: o Mundo Quântico - para nós terrestres - era uma ilusão fabricada. E que, mesmo a matéria considerada nula - neutrinos - possuía vida. A energia acumulada e jamais encurralada, fazia uma espécie de viagem astral, buscando (os electrões) essa energia ao Futuro, voltando de novo!
De toda esta acção assustadora à distância - no que já Einstein previra - há ainda uma interacção de partículas subatómicas (partículas entrelaçadas) e, em tudo isto, uma multiplicidade de computação (múltiplas acções de cálculos) numa orgânica «empresarial cómica» como um gigante computador quântico e que, se revela numa espécie de Universo Microscópico!
Ainda que para nós terrestres, tudo no seja um enorme enigma quântico, eles já têm a solução. Eles já o sabem no seu todo, parecendo estarem a fazer o papel de Deus. Dizem que não: apenas se limitam a recrutar novas ideias, novas teorias e, a pô-las em prática nos submundos inferiores em que, a Terra, também está referenciada. Apenas isso! E, em tudo isso, a minha filha também faz parte! E tudo existe em Micro e Macrocosmos fabulosos que nós, humanos, nem imaginamos!
Poderei sentir-me vitoriosa, magnânime, candidata a um «Óscar» por tal me ter sido consignado sob essa óptica cósmica e estelar? Serei mais importante nessa escala planetária de Mundo Inferior em que vivo, mesmo tendo gerado em mim um ser especial...? E quem lhes deu o direito de mo fazerem, ainda que compreenda (muito a custo!) todas as explicações que me foram dadas e arremessadas sem retorno ou revolta da minha parte haver? Por ser uma simples terrestre, terei de me submeter às suas insígnias estelares e, universais, de nos tomarem os corpos e as consciências «re-fabricando» tudo a seu belo prazer???
E que mais me restará...a não ser...recordar aquela tão bela e luminosa luz da manhã que me veio apaziguar a alma contrafeita, incomodada e infeliz por algo nesta faltar, na filha que sem saber ter havido...estava em mim, hoje e sempre! A minha mais bela e linda Estrela da Manhã!...A minha querida filha que, esteja onde estiver...será sempre minha e não do cosmos, e nunca, de outro alguém que não eu! A minha Estrela vai brilhar para mim...eu sei que vai...quando a manhã me acorda e quando a noite me adormece, pois sei que ela está lá...só para se anunciar ou despedir de mim...a minha Estrela! A mãe da Terra nunca a esquecerá! Oxalá...ela me não esqueça também. O Universo é grande, muito grande, mas não tão grande que se perca do coração de uma mãe por uma filha e Deus-Uno o deseje, o dela por mim! Ad Eternum!

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