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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Comunicação do Além


Sessão de Espiritismo e Poderes do Oculto

Existirá de facto uma interacção - ou Comunicação do Além - entre os Espíritos dos que já faleceram e, os terrenos que aqui permanecem, numa avidez absoluta de respostas ou mensagens? Qual a explicação para a movimentação de objectos - Levitação dos mesmos (assim como de Médiuns) - no que se já percepcionou em fenómenos tão surpreendentes quanto incompreensíveis à racionalidade humana? E que positividade espiritual se extrairá de tal, ao confrontarem-se esses mesmos Espíritos?

Espiritismo/Comunicação com os Mortos
Em 1848, ouviam-se na presença de Margaretta e Kate Fox - jovens camponesas de Hydesville, nos EUA, umas pancadas inexplicáveis com as quais se podia conversar: o número de batidas correspondia a letras e formava mensagens com sentido, que foram interpretadas como uma forma de Comunicação com os Mortos.
A descoberta do Alfabeto das pancadas foi, para muita gente, o nascimento do Espiritismo: a crença na possibilidade de comunicar com os Espíritos dos Mortos.
Desde então, espalharam-se por todo o mundo Círculos Espíritas, onde se experimentaram as mais variadas técnicas para entrar em contacto com os mortos.

Os Médiuns
No centro das Sessões Espíritas encontravam-se os Médiuns (Intermediários entre este mundo e o outro), como, por exemplo, Margaretta e Kate Fox. De modo a convocar o chamado «fluido» para o círculo, as pessoas formavam uma corrente, dando as mãos umas às outras e aguardando com respeito o que ia surgir: pancadas ou mesas em movimento.
Os Espíritos falavam pela boca de alguns Médiuns ou serviam-se deles para transmitir as suas mensagens por escrito. O Médium, supostamente guiado pelo Espírito escrevia então com palavras imponentes - mensagens em grande parte banais - e descrevia pormenores da vida no Além, que se revelava sempre uma utopia de um mundo melhor.
Como os Espíritos mais prestigiados davam conselhos morais aos vivos, o Espiritismo converteu-se, para muita gente, numa espécie de substituto da Religião.

Sessões Espíritas
Com o tempo, as salas onde se realizavam as sessões foram ficando cada vez mais às escuras - com a desculpa de que os espíritos não gostavam de luz. Em consequência, os fenómenos tornaram-se mais veementes: mãos e pés de espíritos manifestavam-se e, deixavam marcas na parafina líquida.
Os mortos, que chegavam a aparecer na forma de fantasmas, deixavam-se fotografar e tocar pelos impressionados participantes.
As salas escuras e a credulidade da clientela eram terreno fértil para a trapaça.

Levitação
Mas também se verificavam fenómenos insólitos que não podiam ser atribuídos só à impostura e á credulidade.
O escocês Daniel Dunglas Home (1833-1886) foi o prodígio do Espiritismo: pousava o rosto nas brasas, punha mesas e cadeiras a pairar no tecto, fazia tocar instrumentos dentro de gaiolas e ele próprio, levitava à luz do dia, perante os espectadores atónitos.
O caso mais conhecido aconteceu em 1868, quando Home saiu a voar da janela do terceiro andar de uma casa e entrou por outra.

Investigações Científicas
Poucos investigadores ousaram trilhar os caminhos do Espiritismo. Um destes pioneiros foi o químico inglês William Crookes (1832-1919), que, com Daniel D. Home, levou a cabo uma série de interessantes experiências na década de 1870.
Entre vários projectos construiu um aparelho formado por uma tábua de 90 centímetros de comprimento por 20 de largura, com uma extremidade suspensa numa balança de tensão com um dispositivo automático de registo.
A outra extremidade apoiava-se num pequeno suporte sobre uma mesa e, tinha em cima um recipiente grande e cilíndrico cheio de água, dentro do qual estava montado um reservatório perfurado de cobre de tal modo que, o recipiente em si não fosse tocado.
Quando se pousava alguma coisa no reservatório de cobre, a pressão exercida era nula. No entanto, logo que Home mergulhou nele o dedo (não havia manipulações), verificou-se a existência de uma força de cerca de 320 gramas - indicada na balança de tensão pelo movimento da tábua.
Os estudos destes investigadores sem preconceitos foram os precursores da Parapsicologia - Ciência que viria a dedicar-se à análise dos Fenómenos Insólitos!

A Experiência do Acordeão
Numa outra experiência sobre os Fenómenos Espiritistas, William Crookes colocou um acordeão novo numa caixa aberta em cima.
O Médium, de nome Daniel D. Home, pegou numa extremidade do instrumento com uma mão. As teclas encontravam-se na outra e Home não conseguia chegar-lhes. De resto, também não era possível mexer o acordeão e criar a compressão de ar necessária para este produzir som.
Os observadores prenderam a outra mão e os pés do Médium. Mesmo assim, o acordeão tocou melodias conhecidas.

Espiritismo Moderno
As Sessões Espíritas existem ainda hoje por todo o lado, mas os fenómenos nelas descritos devem ser encarados com muito cepticismo.
Os Espiritistas acreditam nas Mensagens dos Espíritos numa «fase de desenvolvimento superior» e no suposto aparecimento inexplicável de objectos.

O Espírito de Fanny Kent
Os encontros de Crock Lane, em Londres, realizados em 1761, foram precursores das sessões Espíritas. Quando Elizabeth Parsons, de 13 anos, se deitava na cama, ouviam-se pancadas que as pessoas podiam interrogar e, que atribuíam ao Espírito de uma tal Fanny Kent.
Letrados e intelectuais frequentavam as sessões que o reverendo John Moore realizava no quarto de Elizabeth. Entre eles, Samuel Johnson - famoso Lexicógrafo e Ensaísta - e o dramaturgo Oliver Goldsmith, que descreveu com ironia mordaz as cenas de todas as noites: a rapariga deitava-se na cama, o público sentava-se em círculo, abafava o riso e esperava em silêncio o início do espectáculo.

Allan Kardec
O médico francês Hippolyte Rivail (1804-1869) considerava-se a encarnação de um Druida de nome Allan Kardec. Foi com este pseudónimo que fundou um movimento religioso no qual se fundiam as vertentes do Espiritismo e, da crença na Reencarnação.
O seu influente «O Livro dos Espíritos», publicado em 1857, contém Mensagens do Além na forma de perguntas e respostas e converteu-se na «bíblia do Kardecianismo».
O Movimento tem ainda hoje muitos adeptos em França e sobretudo no Brasil, onde a grande religiosidade das pessoas é solo fértil para as obras de Kardec.
Numa passagem desse livro «Os Espíritos têm uma forma determinada, delimitada e invariável?» - Afirma então: «Aos vossos olhos, não; para nós, têm uma forma que podeis imaginar vagamente como uma chama, um brilho ou uma centelha etérea...a cor varia para vós do cinzento ao fulgor do rubi, conforma a pureza do Espírito.»

No Cemitério de Père-Lachaise, em Paris, encontra-se o túmulo de Allan Kardec, considerado não só o fundador do Espiritismo como também o primeiro defensor de uma doutrina consistente e, ocidental, da Reencarnação. Kardec estava constantemente em contacto com os Espíritos de Mortos, tais como Sócrates ou Martinho Lutero e, transportou através deles, uma imagem do Além para o mundo. Em 1957, por ocasião do centésimo aniversário da publicação do seu «O Livro dos Espíritos», o Brasil - país onde as suas obras tiveram grande procura - prestou-lhe homenagem, lançando um selo com a sua efígie.
O Espiritismo - ou o contacto e Comunicação com os Mortos - converteu-se assim num fenómeno de massas nos países industrializados do século XIX, sendo que, hoje, já não nos é possível determinar a verdade sobre essas muitas manifestações Espiritistas desse século. Muito do que acontecia na época, parecia de facto pouco sério - mas também é possível que, o sensacionalismo, tenha levado á perda de alguns fenómenos reais.
Embora se tenha sempre acreditado na Vida depois da Morte, só a partir do século XIX efectivamente, é que foi introduzida a noção de um encontro com o Além. Para isso, as pessoas davam as mãos, como já se referiu, e concentravam-se no estabelecimento do contacto com o Espírito. Comunicação esta, que se efectivava então.
Comunicação do Além, contactos com Espíritos e...Mensagens reveladoras de grandes questões, de grandes dúvidas ou sequer de grande ou pequena dimensão em entusiasmo e interesse nestas, ainda hoje estas Sessões Espíritas se fazem, aludindo a dogmas e, a presenças aí requeridas. A tudo se concerne desde que, a bem de uma Humanidade que se quer e deseja ver mais conhecedora destes assuntos ou matérias sobre o Oculto; desde que, não importune, transtorne ou altere algo no comportamento humano. Pelo bem de todos nós Humanidade, em corpo e espírito, assim seja então!

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