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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A Condenação Eterna


Imagem do Inferno Humano

Haverá efectivamente um «Reino dos Defuntos» ou quiçá um lugar de Condenação Eterna, para onde todos os seres humanos que praticaram o mal em vida irão? Ou, ao invés disso, um certo e determinado «Paraíso» recheado de virgens - especificamente para aqueles que caíram na «Guerra Santa» pelo Islão - como uma espécie de portal de entrada para esse Éden...?
Haverá mesmo um Céu e um Inferno à nossa espera? E...para qual deles entraremos nós então?

Pólos Divinos: Céu e Inferno
Para os Cristãos, o Céu que cobre o nosso planeta não é apenas um azul infinito povoado de nuvens, mas também a Casa de Deus e dos redimidos: o Paraíso!
Para ali vão os Santos e os Anjos. Jesus Cristo ascende ao Céu após a crucificação, seguido da sua mãe, Maria. Também os Judeus esperam uma vida luminosa depois da morte num reino anunciado e, criado por um Messias, no qual os justos gozam da comunhão com Deus para toda a eternidade.
O Inferno é, para ambas as religiões, um lugar tenebroso ao qual estão condenados os pecadores, os ímpios e os ateus.

Condenação Perpétua
Já na Antiguidade se pensava que o Céu estava povoado de seres divinos, que ali reinavam sobre a Terra, os homens e o Inferno.
Os antigos Gregos chamavam  ao Inferno «Hades», que significa o «Reino dos Defuntos». No Antigo Testamento, e portanto também no imaginário do Judaísmo, a morte é normalmente considerada um castigo decretado por Deus sobre Adão e Eva, e portanto, sobre todo o género humano.
Os Judeus usam a palavra hebraica «Scheol» para designar o lugar da «Condenação Eterna». Este local tétrico encontra-se no «mais profundo» (Is 14, 15) do interior da Terra, de onda «Nunca mais se sai!» (Job 7, 9) O Inferno é um lugar de trevas onde vegetam débeis espíritos de defuntos e, onde ninguém pensa em Deus - um lugar de silêncio absoluto!

Um Raio de Esperança
Apesar do sofrimento e da tortura, os habitantes do Inferno têm um raio de esperança. No Livro dos Salmos, do Antigo Testamento, está escrito: «Mas Deus há-de resgatar a minha vida, há-de arrancar-me ao poder da morte» (Sl 49, 16). No Salmo 16, 10 é mencionada uma vaga antecipação da Ressurreição do corpo martirizado: «Pois Tu, não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.»
Através da influência de outras religiões, e durante as sucessivas vagas de perseguição ao longo da sua agitada História, desenvolveu-se arreigadamente entre os Judeus a Fé na Ressurreição e, a esperança de uma outra vida luminosa no Além.
No Novo Testamento, Jesus Cristo misericordioso tem as chaves da morte e do abismo. Morreu para ser o Senhor dos vivos e dos mortos e, anuncia que no Juízo Final, os mortos comparecerão perante o trono de Deus e serão julgados pelos seus actos.

A Face atrás da Máscara
No Hinduísmo, não há Céu nem Inferno. Os crentes acreditam no eterno retorno da vida, o que faz com que uma lagarta se converta em borboleta e que esta volte a ser lagarta.
cada uma destas vidas, segundo os sábios Hindus, há-de nascer sempre de novo - passando da planta ao animal, do anima ao ser humano e, de um ser humano ao outro.
Atrás de tudo isto está um espírito oculto e imortal.

Buda no Lótus
No Budismo Mahayana, o Céu é o «Grande Paraíso Ocidental», no qual esperam entrar todos os Budistas devotos. É um lugar «rodeado de jóias valiosas e impregnado de música harmoniosa. Tudo brilha radiosamente e grandes aves do Paraíso sulcam o ar. Sentado sobre uma flor de lótus, Amitabha Buda preside como uma montanha dourada sobre toda esta glória. está rodeado pelos seus santos».
Também existe um Inferno, ao qual são condenados os malvados depois de morrer, mas não existem descrições precisas das características desse lugar.
Todos os dias, entre os Himalaias e o Japão, erguem-se milhões de orações em louvor de Amitabha Buda, que é uma espécie de representante de Deus, e à sua frente são acesas varas de incenso e depositadas oferendas. Deste modo, as pessoas procuram conseguir uma viagem mais agradável até ao Além.

Conceitos Abstractos
Estes rituais não têm nada a ver com as doutrinas filosóficas de Siddharta Gautama - mais conhecido pelo nome de Buda. Ainda que falasse da «Libertação do Homem da cadeia infinita de Reencarnações» conceitos como «Céu» e «Inferno» para designar abstractamente estados diferentes da Alma, criados pelos próprios seres humanos, eram - para ele - estranhos!

Um Paraíso com Virgens
Também o Islão prevê um Juízo Final, que se anuncia entre um «Juízo Intermédio» e, o Fim do Mundo. Visto que, segundo o Alcorão, o ser humano não é pecador por natureza, não tem a necessidade de ser redimido. Apenas os blasfemos e os infiéis ardem para sempre na fogueira infernal, enquanto os Muçulmanos crentes vão para o Paraíso - onde abunda água, leite, vinho e mel; enfim, um lugar de gozo para os sentidos. Ali, os homens casam-se com as «Huris» - jovens virgens com encantos imortais.
Todo o que perecer antes do Grande Juízo, tem que esperar inconscientemente no túmulo desde o dia da sua morte até ao dia da Ressurreição. Apenas os homens que caíram na Guerra Santa - pelo Islão - têm entrada directa no Paraíso.

No actual Iraque existe um célebre centro de peregrinação dos Xiitas: Kerbala, onde Hussein - neto de Maomé - foi assassinado a 10 de Outubro do ano 680. Aqui se estabelece um local de culto em que todos os fiéis oram em compenetrado silêncio e, meditação.
Em relação aos Anjos, a sua premente missão era vencer os Demónios. Este simbolismo é tanto mais surpreendente quanto se sabe que o demónio não ganhou um corpo até à caída do Céu - altura em que alguns Anjos que haviam pecado foram expulsos. A Doutrina Cristã descreve uma minuciosa hierarquia angelical que, posteriormente, serviu como base de demonstração para muitos Cabalistas.
Como se referiu já, Buda não possuía este conceito de Céu e Inferno. Não se registando tal na sua filosófica doutrina, impera então uma questão pertinente no que terá levado o ser humano a «castigar-se» em pecados e seus castigos. O que se deduz no fundo, é que por vias de uma religião punitiva que castiga quem prevarica e absolve quem esta segue - numa divisão ou estranha dicotomia sobre os destinos do ser humano - se traduz assim os destinos de cada um. Mas, há sempre uma chama ou salva de esperança e é nesta que nos temos de impor e reiterar através dos tempos, havendo ou não «Condenação Eterna» nos homens, o certo é que talvez não hajam então limites ou circunscrição dessas penas, no que o Homem terá de se reconhecer e consciencializar em fazer o Bem na Terra. E só pelo Bem...não ter de ir parar a nenhum outro Inferno...do Céu, ou da própria Terra em seu retorno e expiação dos seus pecados...!
A Bem da Humanidade e de toda uma ascensão aos céus, que assim seja então!

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