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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A Filosofia Yin e Yang


Símbolo da Interacção Yin/Yang

Que polarização fantástica é esta, na qual se determina uma interacção eterna e, em constante transformação, sob todos os fenómenos do Cosmos? Será esta a verdadeira génese do Universo? Terá o ser humano de, encontrar efectivamente dentro de si, estes opostos - Yin e Yang - para assim poder viver em harmonia e bem-estar, compondo um futuro mais equilibrado e feliz?

A Alternância das Forças Yin/Yang
O Tau (caminho) é, para os Chineses, o Primeiro Princípio Universal - para além de toda e qualquer capacidade de abstracção. Sem nome e inominável, esta enigmática fonte do ser, manifesta-se por meio de duas forças opostas - o Yin e o Yang - presentes em todas as coisas.
Etimologicamente, Yang era a costa meridional da montanha, virada para o Sol, e portanto relacionada com claridade e calor. O Yin era, pelo contrário, a encosta que não apanhava Sol, por isso mesmo associada ao mau tempo e, ao Céu carregado de nuvens.

Raízes Míticas
Um antigo mito chinês do Yin e do Yang conta a história de Fu Hsi - o primeiro dos três imperadores sublimes - que supostamente reinou no Terceiro Milénio antes de Cristo.
Fu Hsi, meio homem, meio animal, tinha o corpo de uma serpente. A sua esposa Niu-Kua era adorada enquanto criadora da Humanidade. Da terra amarela, moldou com a mão os antepassados dos «nobres». A seguir, enterrou uma corda na lama e fê-la girar. As gotas que caíram no solo formaram os homens pobres e inferiores. Uma vez criada esta Ordem no Mundo, Fu Hsi e Niu-Kua uniram-se fisicamente. Esta união, na qual são representados com caudas de Dragão entrelaçadas uma na outra, simboliza a Unidade dos Opostos - as duas manifestações de uma força originária - e também o princípio fundamental ao qual mais tarde, a Filosofia Chinesa chamou: Yin e Yang!

Textos Filosóficos
Fu Hsi foi também considerado o inventor dos oito Trigramas - os oito (8) sinais que constituem o fundamento do «I Ching» («Livro das Transformações») - o famoso livro de adivinhação e da sabedoria. Cada um dos Trigramas é composto por três linhas, que indicam a qualidade de Yang (linha contínua) ou de Yin (linha descontínua).
A designação Yin e Yang surge pela primeira vez num importante comentário feito ao «I Ching», provavelmente no século IV a. C. A origem de todas as coisas a partir do Tau e do Yin e Yang, encontra-se minuciosamente explicada na obra filosófica «Liu-Shih Ch`un-Ch`iu» (« Primavera e Outono do Senhor Liu»), do século III a. C.

A Transformação Eterna
Yin e Yang são portanto, na concepção chinesa, opostos que se condicionam mutuamente. Não existe Yin sem Yang e vice-versa.  O seu mistério é que se completam e no entanto estão separados.
Todos os fenómenos do Cosmos são expressão da sua interacção eterna e, em constante transformação. Onde há Sol (Yang) também existe a sombra (Yin). Claridade e Escuridão, Quente e Frio, Dia e Noite, Homem e Mulher, Vida e Morte! Tudo o que existe, parece polarizado. No mundo dos Fenómenos não existem paragens. Tudo está em constante mudança, perpetuamente passando de um estado a outro.

Símbolo da Interacção
Esta dinâmica tem a ver com a própria natureza dos opostos que se completam. Um fenómeno considerado Yin ou Yang nunca é exclusivamente um aspecto ou outro, mas sim uma mistura, na qual por sua vez as forças de ambos se manifestam de diferentes maneiras. Ou seja, tem sempre em si uma parte do outro.
O símbolo da interacção do Yin e do Yang é por isso um círculo dividido em forma de S, com uma metade escura e outra clara: a escura tem um ponto claro e a clara um escuro.

Génese do Universo
A Reciprocidade e a Interacção do Yin e do Yang geram o Universo! É o movimento do Tau. A mistura dos dois pólos opostos origina os cinco Elementos: Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. Mas apenas os símbolos e as forças das propriedades fundamentais da Matéria, não as substâncias em si.
Dos cinco (5) Elementos derivam por fim as «dez mil coisas» (Wan-wu), designação chinesa do conjunto das manifestações do Universo.
A relação entre Yin e Yang e a Teoria dos Cinco Elementos foi de resto reforçada pela doutrina mística dos números da Corrente Filosófica: «Yin-Yang Chia» (»Escola do Yin-Yang»), no século III a. C.

O Yin e o Yang na Medicina
Em lado nenhum é mais evidente a busca eterna do equilíbrio do ser humano no Universo e, no seu interior. É no Tauismo que se baseia a Medicina Tradicional Chinesa, na qual o conceito de Yin e Yang desempenha um papel central. Se o fluxo livre de energia vital «Chi» for bloqueado durante muito tempo, a consequência do desequilíbrio entre o Yin e o Yang pode ser a doença.
A busca da harmonia entre estas duas forças no organismo, a qual constitui a base de uma vida saudável e longa, é, portanto, essencial!

Harmonia no Corpo
O sistema da Medicina Tradicional Chinesa para uma saúde estável compreende, juntamente com conselhos de alimentação e um dia-a-dia que tenha em conta os dados do meio ambiente de cada um, sobretudo exercícios físicos e espirituais que harmonizam a energia do corpo. Uma boa orientação do «Chi», pode mesmo compensar os desequilíbrios tanto a nível físico como psíquico.
Os exercícios em si baseiam-se no princípio do equilíbrio dos opostos. Há exercícios em movimento e, exercícios na imobilidade. Noutros mais avançados, os homens procuram fortalecer o seu verdadeiro Yin e, as mulheres trilham, o caminho que as leva ao seu Yang.
Aquele que assim encontra os opostos dentro de si, e o deixa viver em harmonia, contribui muito para o seu bem-estar e, para um futuro feliz e equilibrado!

O Mito de Pan-Ku
Segundo a lenda, o criador do Mundo, Pan-Ku, dominou o caos primitivo por meio dos dois pólos opostos e interdependentes Yin e Yang. O caos tinha a forma de um ovo de galinha. Pan-Ku separou os componentes do ovo em elementos leves Yang, com os quais criou o Céu, e elementos pesados Yin - que originaram a Terra.
Pan-Ku e a sua criação - o Gigante Cósmico Primitivo - foram aumentando. Durante 18.000 anos, o Céu afastou-se todos os dias da Terra. Sempre aumentando, Pan-Ku ia preenchendo o espaço entre eles. Quando morreu, as várias partes do seu corpo deram origem à topografia da Terra e, aos corpos celestes.

As Forças Polarizadas
Segundo o Tauismo, a força motriz de todos os fenómenos é o movimento da energia entre os dois pólos Yin e Yang. São os seguintes, os fenómenos e propriedades atribuídos ao Yin: A Terra, o Feminino, a Passividade, a Receptividade, a Flexibilidade e a Escuridão; os seus símbolos são: a Água e a Lua, o Tigre e a Tartaruga, o ponto Cardeal-Norte, a cor Preta, o elemento Chumbo e os números Pares.
O Yang representa o Céu, o Masculino, a Criatividade, a Actividade e a Luz. Os seus símbolos são: o Fogo e o Sol, o Dragão, a cor Vermelha, o ponto Cardeal-Sul, o Mercúrio e os números Ímpares.

A Filosofia do Yin e do Yang, a concepção de que tudo o que existe na Terra e no Céu é parte de um todo, atravessa o quotidiano Chinês, da vida privada às cerimónias públicas.
Antes de os membros de qualquer pequeno ou grande grupo de fiéis se reunirem - em Pequim ou noutro local - pisam um tapete com o símbolo da interacção Yin/Yang. Este sinal, revela-lhes assim simbolicamente o caminho...!
Na China, o Dragão é considerado um símbolo do Yang: Activo, Poderoso e, se necessário, também Destruidor! Ao contrário do que acontece no Ocidente - onde a vitória sobre o Dragão é considerada a «Extirpação do Mal e o Domínio do Caos», a Filosofia Yin-Yang atribui uma força Positiva, a esta criatura lendária.
As bolas do «Chigong» - também chamadas Bolas Sonoras - apresentam frequentemente o motivo Yin-Yang, evidenciando assim o objectivo da sua utilização. Fazer girar calmamente as bolas na mão, ajuda a pôr a energia vital «Chi» no caminho correcto e, a harmonizar o Yin e o Yang.
Assim sendo, deseja-se que também no Ocidente se repercuta no ser humano esta Filosofia de Yin e Yang interactivos e, obreiros, de uma causa maior que a todos reequilibre e, acima de tudo, crie a verdadeira harmonia e bem-estar no passar dos dias na Terra! Só assim valerá a pena em consistência e evolução humanas, no que se almeja alcançar em plenitude até à morte; ou...breve passagem para o outro lado de uma outra dimensão ascendente! Que assim seja então, a bem de toda a Humanidade!

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