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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Morte Mágica


Credo Mutwa - Xamã Zulu (Zanuzi)                 África do Sul

Existirá de facto uma consubstancialidade científica na dita «Morte Mágica» (a morte à distância), produzindo no indivíduo em questão a sua efectiva morte, após a consequente activação do sistema nervoso autónomo? Haverá no «embruxado», a irreversibilidade dessa condenação à morte em espécie de sucção de energia, pelo que o visado enfraquece, adoece e passadas poucas semanas acaba por morrer?

Feitiços: Doença e Morte
O «bom Xamã» é uma ficção romântica. Tal como é capaz de curar as doenças, o Feiticeiro também pode embruxar as pessoas. Em muitas culturas, acredita-se que a substância mágica que o Xamã domina, tanto proporciona uma maior resistência às doenças como é uma arma mortal que pode ser utilizada contra o inimigo.

Morte Mágica
Curar doenças e provocá-las são duas funções do Xamanismo apenas aparentemente contraditórias. Entre os Maoris da Nova Zelândia, o iniciado tinha de demonstrar o seu poder de Xamã mediante a realização efectiva de uma morte à distância que era, ao mesmo tempo, uma garantia para a sua própria vida: este povo acreditava que o Xamã corria o perigo de enlouquecer - ou adoecer gravemente - se não fosse capaz de matar à distância.
Encontramos uma noção semelhante no Norte da Ásia: a fim de preservar a vida do aspirante a Xamã, os membros do seu clã tinham de ser sacrificados de forma mágica - pela morte à distância - aos espíritos da doença.

Apontar com o Osso
Uma das variantes mais conhecidas da Necromancia é «Apontar com o Osso» dos Aborígenes Australianos. Quando um membro da tribo viola um tabu, o Conselho dos Anciãos condena-o à morte. E é o Xamã que tem de o matar por artes mágicas. Pega então no seu pequeno osso mortífero «Ngathungi», aquece-o, concentra-se na imagem do condenado e, deseja a sua morte com toda a intensidade e energia. Passa a noite com a sua imagem na cabeça e, na manhã seguinte, repete o ritual mais perto da vítima, que ainda dorme. Normalmente, o embruxado ao cabo de poucas semanas e acaba por morrer.

O Etnólogo - Aprendiz de Bruxo
O etnólogo alemão Eckhardt Brockhaus observou a eficácia da Necromancia, durante as cerimónias da festa de uma família em Daomé, a actual Benim, em 1968.
O Curandeiro traçou um círculo no chão da cabana e atirou lá para dentro uma galinha. A seguir debruçou-se sobre o animal e murmurou fórmulas de esconjuro; a galinha foi ficando cada vez mais apática até que caiu morta.
Brockhaus desconfiou que o Xamã tinha envenenado a galinha de modo a esta morrer durante a cerimónia. Mas precisava de ter a certeza. Pediu então para ser instruído pelo Xamã, coisa que se concede a muito poucos estrangeiros. Mas teve sorte, porque travara amizade com ele. Meses depois, este revelou-lhe os segredos da Magia; aprendeu as fórmulas mágicas, o emprego dos fetiches e, a execução dos rituais.
Por fim chegou o momento: o aluno ocidental tentou a morte ritual de uma galinha. Rodeou-se de todas as medidas pertinentes para impedir qualquer truque e pôs em prática os conhecimentos adquiridos. Embora tivesse demorado mais tempo do que o seu Mestre, no fim também ele conseguiu embruxar a sua galinha, que sucumbiu misteriosamente dentro do círculo mágico.

Explicações Científicas
Em 1942, o cientista norte-americano W. B. Cannon pôs a hipótese de que a Morte Mágica ( a morte à distância) se produza por, o indivíduo enfeitiçado saber do feitiço, o que provoca nele um medo intenso e, a consequente activação do sistema nervoso autónomo.
Esta activação anormal conduz à alteração dos vasos sanguíneos e dos órgãos, dando lugar a processos fisiológicos que resultam na redução do volume do sangue em circulação - o que pode ter como consequência uma descida crítica da tensão arterial e, por fim, a Morte!
Um colega de Cannon, C. P. Richter, defendeu em 1955 a tese de que, a causa da morte à distância não é o medo e a angústia, mas sim a estimulação do sistema nervoso parassimpático devido ao desespero e, à desistência.

Na África Ocidental, os fetiches são mesmo imprescindíveis para os feitiços da doença. À volta do pescoço, alguns Xamãs Africanos exibem na sua indumentária ritual, amuletos mágicos e diversos fetiches que usa nas suas cerimónias. Não se sabe se será o caso deste igual Xamã Sul-Africano de seu nome: Credo Mutwa que se regista no início do texto mas, supõe-se, que o fará porventura. Nascido a 21 de Julho de 1921 na Kwazulu- Natal, este poderoso Xamã terá invocado em si e para todos quantos o quiseram ouvir, dos benefícios de plantas (no tratamento e cura da SIDA), para além de outros conhecimentos na área de uma sua medicina popular e, ancestral, sobre doenças diversas do ser humano.
Neste caso, até se acredita que possa haver uma finalidade existencial do Bem e, para o Bem...no que inicialmente aqui se registou - peremptoriamente - de se conotar todos os Xamãs com o poder único do Mal em malefício e, fatalidade, nos que visualizaria em morte anunciada. Este Xamã da África do Sul vai mesmo muito para além de todas estas bênçãos humanitárias, no que se concerne a uma sua teoria de estarmos a ser escravizados ao longo de milénios, por seres de outras galáxias ou desta mesma (na Terra), inseridos em subterrâneos nossos de múltiplas actividades. Extrapolada a questão Xamânica de poderes interiores, Mutwa ter-se-à insistido nesta percussão de diálogo e resistente afirmação sobre o que hoje - nas redes sociais - se determina como seres Reptilianos que nos governam, manipulam e determinam nas suas muitas funções terrestres, ainda que...em escuridão latente. Não há contraditório. Não se sabe se será verdade ou ilusão de óptica - ou mesmo pura alucinação - sobre os muitos medos existenciais dos humanos que sempre recearam que algo ou alguém de muito maus intentos pudesse, um dia, comandar na Terra! E...sobre si, seres humanos. Tudo isto, é ainda uma questão em aberto, mas não será aqui na verdadeira eloquência do que se aludiu em misticidade e práticas recorrentes de bruxos e feiticeiros - na dita Morte Mágica - que este assunto terá maior interesse. Seja por vias do sistema nervoso parassimpático ou por outras ainda desconhecidas no ser humano, o certo é que estaremos ainda muito longe de toda a verdadeira alocução científica sobre o que determina de facto, estas tão estranhas mortes no imediato.
Assim sendo, apenas se poderá acrescentar que, algo se possa reivindicar, aprofundar e mesmo alterar sobre estes maus desígnios de uma feitiçaria para o Mal, que não para o Bem e que, como sempre afirmo, que haja retorno, que haja reversibilidade e mesmo poder nulo sobre estas ocorrências trágicas para os visados. A bem da Humanidade, e só pelo Bem...assim possa ser!

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