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terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Absoluta Luminescência




Quasar 3C 273 Imagem do Telescópio Espacial Hubble (Hubble Space Telescope`s) - NASA/ESA

Serão os Quasares formados unicamente por estrelas que explodem em rápida sucessão ou...haverá algo mais? Poderá a colisão da Matéria e Anti-Matéria ser a causadora principal da colossal descarga de energia dos Quasares? Haverá um limite destes no Universo? E estará o próprio Universo em perigo ou, simplesmente, num recomeço cíclico eternamente reversível?

Mais Luminoso que Miríades de Sóis!
(Correndo para o extremo do Universo - e mais além?)
Os mais intrigantes de todos os corpos celestes são provavelmente os Quasares. Só foram identificados em 1963, e até agora não foi formulada qualquer hipótese segura sobre a sua verdadeira natureza. Crê-se que são os objectos de luminosidade mais intensa e mais distantes conhecidos do Homem. Não é ainda absolutamente seguro, porém, que a sua interpretação tenha sido correctamente formulada. Embora em Astronomia as surpresas sejam habituais, a descoberta dos Quasares causou completa estupefacção!
A Via Láctea conta 100 000 milhões de estrelas, muitas das quais mais brilhantes do que o Sol. No entanto, um Quasar é 200 vezes mais luminoso do que toda a Galáxia da Via Láctea. E toda esta luminosidade provém de um corpo cujo diâmetro corresponde a 1 milionésimo da nossa Galáxia.
O primeiro Quasar foi detectado por um radiotelescópio no Monte Palomar, na Califórnia, pelo astrónomo holandês Maarten Schmidt, quando este tentava encontrar uma das estrelas da Via Láctea que, segundo se pensava, emitia estranhos sinais radiofónicos.
Schmidt detectou os sinais no ponto previsto do Céu, mas descobriu que estes não provinham de uma estrela. O corpo que os emitia - muito mais luminoso que qualquer estrela - encontrava-se a uma distância calculada em 1000 milhões de anos-luz.
Além disso, o corpo apresentava o que os cientistas designam por desvio para o vermelho no espectro de cores, pormenor de particular significado, pois indicava que ele se afastava da Terra, através do Espaço.

Afastando-se no Espaço
Dirigindo a luz de um corpo celeste através de um prisma e decompondo-a num espectro solar, é possível obter um grande número de informações acerca desse corpo. E é convicção assente dos astrónomos que, a deslocação da zona vermelha - desvio para o vermelho - significa que a estrela sujeita a observação se afasta no Espaço, tal como a diminuição de intensidade do som do apito de um comboio indica a quem o escuta, aquele ter já passado.
O espectro do Quasar de Maarten Schmidt apresentava um desvio para o vermelho bastante acentuado. Concluiu-se, portanto, logicamente que este corpo não só era incomparavelmente mais luminoso do que qualquer outro até então observado, e o mais distante no Céu - mas também que se afastava a uma velocidade enorme!
Este corpo celeste foi chamado fonte de rádio quase estrelar (quasi stellar radio source) - nome depois encurtado para Quasar. Desde 1963 foram descobertos cerca de 200 quasares - numa das últimas descobertas até à década de setenta, uma equipa internacional de cientistas que em 1974 trabalhava no Arizona.
Sendo um dos mais distantes objectos conhecido pelo Homem, calculou-se então que este Quasar se afastava para o espaço exterior a uma velocidade superior a 280 000 km/s. - mais rapidamente do que qualquer quasar anteriormente observado. É opinião de alguns cientistas que os quasares são formados por um grande número de estrelas que explodem em rápida sucessão.

Cadeia de Estrelas em Explosão
O fenómeno da explosão de estrelas não constitui qualquer novidade para os astrónomos, pois verifica-se na Via Láctea cerca de uma vez em cada século - originando o aparecimento de uma Supernova - estrela em explosão, cuja luminosidade se torna de súbito invulgarmente intensa.
Uma das teorias vigentes é a de que os Quasares podem ser uma reacção em cadeia de explosões de supernovas, cada uma das quais provoca, ao explodir, a explosão da estrela mais próxima. Mas existe uma outra teoria mais abrangente e já solidificada nestas últimas décadas - por cientistas e astrónomos - de que o Universo para além de ser composto por Matéria, possui a existência de uma substância negativa chamada Anti-Matéria - podendo a colossal descarga de energia dos quasares ser causada pela colisão entre a Matéria e Anti-Matéria no espaço exterior!
Admitindo que os desvios para o vermelho são verdadeiros efeitos Doppler, causados pela deslocação dos quasares para as regiões exteriores do espaço, levanta-se a questão da natureza finita ou infinita do mesmo. Qualquer dos conceitos é de difícil apreensão pela mente humana. Não podemos imaginar nem uma fronteira limitando o nosso Universo - nem um espaço que se prolongue sem fim.
Quanto mais afastado o Quasar se encontra, mais rapidamente parece deslocar-se. Progredindo esta aceleração continuamente, chegaria uma altura em que se deslocaria a uma velocidade superior à da luz. Neste caso, as suas ondas de luz e de rádio nunca chegariam, passando além das fronteiras do Universo observável. A distância em causa seria superior a 10 000 milhões de anos-luz.
Pode acontecer que, toda a Matéria do Universo, tenha sido criada num momento particular (a Teoria da Grande Explosão ou Big Bang) e, que a expansão a que este fenómeno deu início - e que estamos a testemunhar nos Quasares - continue indefinidamente. Neste caso, o Universo tem um futuro limitado, até todas as Galáxias e Estrelas desaparecerem na distância.
Uma alternativa é a concepção do Universo cíclico. De acordo com esta teoria, o precipitado afastamento dos Quasares atingirá um limite, sendo então invertido.
No futuro longínquo (talvez daqui a 60 000 milhões de anos) as estrelas convergirão de novo para se unirem num ponto único. Então o Universo renascerá, começando uma nova expansão!

Sobre a célebre Teoria do Big Bang já muito se falou na consistência do início do Universo. E nesse início: Nada! Após esse «nada» ou vácuo que instaura em nós humanos alguma fragilidade de raciocínio - no que se conceptualiza da não-existência - para o Elemento-base que constitui a Matéria ou Partícula Fundamental que se designa por Quark. Para além dos Gluons e Neutrinos que fazem parte também de todo o Cosmos. Em relação aos Quarks - na Física de Partículas - é, como já se referiu, um dos elementos básicos que constituem a Matéria ( o outro, é o Lépton) sendo o único, entre as partículas, que interage através de todas as 4 forças fundamentais. Os Quarks ocorrem em 6 tipos de natureza: Top; Bottom; Charm; Strange; Up e Down. As primeiras são formadas em hádrons instáveis  em aceleradores de partículas. As últimas (Up e Down) formam protões e neutrões.
Voltando à Teoria da Grande Explosão (Big Bang), 1º Nada. 2º Quarks. 3º Criação e Aniquilação num estado constante. 4º Da fase inicial dos Quarks (e isto em termos mais generalizados), em que se juntam, formando os Neutrões e Protões, no que muitos foram aniquilados em colisões com as suas anti-partículas e esse resíduo, formou então a Matéria. Na fase seguinte, os protões e neutrões uniram-se para formar núcleos de Deutério. Fase posterior, foram criados núcleos de Hélio (2 protões + 2 neutrões). Passados 300 000 anos, formaram-se Átomos quando os electrões foram capturados pelos Núcleos. A Gravidade: A mais fraca das forças, começou a dar forma ao Universo, fazendo com que a Matéria se reunisse em nuvens que, mais tarde, formaram as Galáxias e as Estrelas! Supõe-se assim e desta liminar forma, a formação do Universo!

Em relação aos Quasares, pertencentes ao grupo dos objectos AGN (Active Galactic Nuclei) - tal como os Blazares - são a manifestação real da presença dos Buracos Negros que atraem a Matéria à sua volta, a velocidades próximas da, da luz!
Actualmente também se usa a designação QSO (Quasi-Stellar Object) para englobar os Quasares que não emitem radiação-rádio.
Os Quasares podem assim ser observados - nos dias de hoje - através de radiotelescópios, uma vez que as suas dimensões são extremamente elevadas e, na distância enorme a que se encontram de nós, na Terra. Pela Lei de Hubble, os Quasares estão tão distantes que se afastam de nós a velocidades próximas de 90% da velocidade da luz!

Na Galáxia NGC 1433 - Galáxia Espiral barrada (SBa), localizada na direcção da Constelação de Horologium ( a 32 milhões de anos-luz da Terra) -  efectiva-se já uma Pesquisa Hubble (NASA/ESA), em observação exímia destas muitas estrelas brilhantes e luminosas, comparadas à Via Láctea. Estão a estudar na parte ultra-violeta - que deriva de discos de acreção dos seus buracos negros (estrutura formada por materiais difusos em movimento orbital em redor de um corpo central) - como o gás se comporta perto do buraco negro! A Pesquisa Hubble vai assim fornecer uma base única para futuras observações com o Telescópio Espacial James Webb (J WST) e o Atacama Large Milimeter (ALMA) nos resultados relacionados com o centro de NGC 1433.
Espera-se então resultados positivos (e de facto surpreendentes), relacionados com o centro de NGC 1433 - Galáxia descoberta em 28 de Setembro de 1826 por James Dunlop -  (no que já foi encontrado) em deslumbrante surpresa também - uma estrutura espiral surpreendente no gás molecular, próximo ao centro de NGC 1433.
Optimizando estes esforços de todos os envolventes e intervenientes da NASA/ESA e, desejando que tudo resulte em objectividade e conclusão sobre a NGC 1433 (entre outras de futuro...), apenas restará dizer (no tanto que ainda está por conhecer e acrescentar) que não falte voraz empenho, vislumbre e continuidade...nesta dinâmica cósmica dos homens na Terra! A bem da Humanidade, assim seja!

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