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domingo, 5 de outubro de 2014

A Suprema Liberdade


Imagem facial da Estátua da Liberdade com a bandeira dos EUA em fundo.

Estaria correcto Jiddu Krishnamurti ao asseverar na sua Omnipresente Mensagem de que, só é possível mudar a sociedade e assegurar a Paz no Mundo - por meio de uma mudança fundamental no coração de cada um? Será efectivamente verdade que todas as pessoas se podem libertar, se aprenderem a compreender-se? Será também - uma aspiração máxima na vida e no ser humano - a Liberdade? Será essa a existencial verdade na Suprema Liberdade individual que cada um de nós procura em si?

Krishnamurti - A Verdade
Desde muito cedo que o Sábio Indiano, Jiddu Krishnamurti foi venerado pelos seus numerosos adeptos. Fiel à sua mensagem de que o despertar espiritual também é possível sem Meditação Religiosa, recusou qualquer tipo de vínculo com confissões, cultos e ideologias estabelecidas.
Krishnamurti nasceu a 11 de Maio de 1895 em Madnapalle, no Sul da Índia, sendo o oitavo filho de um Brâmane (membro da casta superior do Hinduísmo) pobre.
Por esta altura, a Sociedade Teosófica esperava o renascimento de um novo Mestre religioso em Adyar, perto de Madrasta.
Annie Besant - Presidente da Sociedade - acolheu o adolescente quando este perdeu a mãe aos 14 anos. O extraordinário desprendimento e altruísmo do jovem chamara a atenção de Besant quando estivera na Índia.

Superior aos 17 Anos
Aos 17 anos mudou-se para Inglaterra, onde recebeu lições particulares. Em breve foi considerado Superior da Organização Mundial da Ordem da Estrela no Leste (Order of the Star in the East), a cujos seguidores recomendava que concentrassem todas as suas energias para tentar alcançar o nível mais elevado do desenvolvimento espiritual.

Decepção entre os Adeptos
Mas pouco tempo depois renegou este «Caminho de Auto-Ilusão»; dissolveu a Organização, devolveu os seus bens e recusou qualquer tipo de «Fé» estabelecida - frustrando assim as expectativas messiânicas em si depositadas. Lembrou, no entanto, que cada um é capaz de «mudar por si mesmo através da Introspecção».

Discursos, Discussões, Diálogos
Os Enunciados de Krishnamurti não são uma Doutrina, porque não se ensinam, devendo - pelo contrário - ser vividos. Ainda que, nas suas próprias palavras, nunca tivesse estudado nenhum texto religioso ou filosófico, muitas das suas formulações assemelhavam-se às palavras de Lao-Tsé, Buda e Jesus Cristo, o que, segundo ele, se devia ao facto de existirem verdades que as pessoas podem descobrir por si mesmas em qualquer momento e, à margem de qualquer tradição: - "Todas as pessoas podem libertar-se se aprenderem a compreender-se."
Krishnamurti publicou em livro muito poucos dos seus pensamentos, encontrando-se as suas reflexões em discursos, discussões e diálogos.

Mudança no Coração
Enquanto pedagogo nas escolas que fundou em Inglaterra, nos Estados Unidos da América e na Índia, pôde verificar até que ponto os métodos educativos predominantes favorecem a Adaptação, a Fé na Autoridade, a Especialização e a Competitividade, contribuindo deste modo para o triste estado em que se encontra o mundo.
As escolas fundadas por Krishnamurti, no entanto, continuam a funcionar hoje com o espírito com que foram concebidas.
Jiddu Krishnamurti, que faleceu em 1986 na Califórnia com a bonita idade de 90 anos, insistia sempre que só podemos viver a nossa vida no Presente. A sua mensagem é Omnipresente: -"Só é possível mudar a Sociedade e assegurar a Paz no Mundo, por meio de uma mudança fundamental no coração de cada um!"

A Vida é um Espelho
Krishnamurti desaconselha as técnicas de Meditação e outros métodos que pretendam «aquietar» o Espírito, recomendando em vez disso, uma «Atenção Incondicional».
 - "Ninguém pode incutir-nos conhecimentos da realidade vivida: Só a vida quotidiana e todas as nossas relações são um espelho no qual o nosso ser é visível. Para nos reconhecermos nele, o nosso Espírito deve estar totalmente aberto!"
 - "A maioria das pessoas é educada para adquirir muitos conhecimentos e aplicá-los metodicamente. Mas a capacidade de ouvir, de ver e de sentir...fica por desenvolver. Este processamento dos conhecimentos torna o Espírito mecânico, rotineiro e, ainda que eficiente e inovador, bastante limitado. É-lhe difícil pensar nalguma coisa desconhecida ou mesmo impossível e ser assim verdadeiramente criativo. Mas a Aprendizagem Real...é uma descoberta!"

Jiddu Krishnamurti nasceu na Índia, mas considerava-se um cidadão do mundo. Via nas Religiões o «Pensamento Humano Petrificado» - que deu origem à construção de templos e igrejas. Recomendava às pessoas que observassem e decidissem os seus próprios actos e, ainda, que não agissem segundo uma qualquer Autoridade ou Teoria.
A Filosofia de Krishnamurti atraiu muitos adeptos - principalmente nos Estados Unidos da América. A sua atitude não-dogmática perante as Religiões seduziu assim muitos Norte-Americanos, cuja aspiração máxima na vida é a Liberdade!
Suprema Liberdade que a todos nós seduz de facto, embora nem todos a reconheçam em si ou...de dentro de si. Se Krishnamurti estiver certo, haverá mesmo que se mudar esta ímpia Sociedade que nos rege e faz assim vegetar e não viver - na plenitude dos nossos actos e práticas - todo o beneplácito e vivência da Paz no Mundo. Krishnamurti augura que, só havendo efectivamente uma mudança fundamental no coração de cada um de nós, é que haverá então essa tão desejada bonomia e harmonia universais, no que todos auspiciamos mas nem todos, por certo, atingimos. Há que mudar portanto! Mudar muito! Mudar tudo! Se, tivermos em nossos corações a certeza e a coerência, como únicas avenças desse nosso transmutado caminho para a tão aclamada Paz. Desejando-o profunda e, existencialmente por todo o mundo nesta Humanidade que somos todos nós, assim se cumpra então, pois é para isso que todos aqui estamos também! Assim seja!

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