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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Verdade das Estrelas I


Universo - Céu Estelar

Que magia é esta que desde tempos ancestrais se repercute em homens da Ciência e mesmo da Religião em saber dos segredos e dos mistérios de todo um Universo?
Existirá ainda hoje nas sagradas catacumbas do Vaticano - no seu Index de obras proibidas - «As Revoluções dos Corpos Celestes» de Copérnico? Porque sempre se incompatibilizava a Igreja com o saber de uns sobre a ignorância de outros, que tudo queriam manter inalterado sobre a verdadeira existência de astros, estrelas e mesmo o planeta Terra - num centro único do Universo?

Texto - 1
Deslindando a Verdade das Estrelas
(Um longo combate para colocar a Terra no seu lugar!)
O primeiro homem a sugerir que o nosso mundo não era o centro do Universo, mas se deslocava em torno do Sol com os outros planetas, foi um grego, Aristarco de Samos, que viveu entre 310 e 230 a. C. A sua teoria era tão revolucionária que foi rejeitada e considerada absurda pelos mais destacados filósofos da época.
Os homens observaram, evidentemente, os céus desde os primórdios dos tempos - facto atestado pela disposição e orientação deliberadas dos monumentos antigos - como as pirâmides e os monumentos megalíticos de Stonehenge, que indicam a precisão das observações astronómicas realizadas por engenheiros e sacerdotes há, pelo menos 5000 anos!
Mas os antigos não não enunciaram qualquer teoria que explicasse o comportamento desses corpos celestes, cujos movimentos tinham representado graficamente com tanta correcção. Limitaram-se a concluir - aprioristicamente - que a Terra era o ponto central do Universo e, que os seus movimentos condicionavam os dos outros corpos espaciais, sem no entanto, os determinarem ou lhes atribuírem qualquer causa ou princípio - problemas que consideravam insolúveis.
Os métodos de Aristarco para calcular as distâncias relativas a que o Sol e a Lua se encontravam da Terra, estavam essencialmente correctos - embora os seus conhecimentos matemáticos fossem tão deficientes que, segundo os seus cálculos, a distância entre o Sol e a Terra era 1/19 do valor verdadeiro.

Esfera Rotativa
Os cálculos de Aristarco foram baseados nos do matemático grego  Pitágoras, que sem anos antes afirmara ser a Terra uma esfera rodando em torno do seu próprio eixo.
Esta ideia fora desprezivelmente acolhida por contemporâneos letrados, segundo cujas opiniões o Mundo...era plano. Não causa, portanto, qualquer admiração que Aristarco - que não conseguiu provar a sua teoria - fosse completamente ignorado.
Só decorridos 400 anos após a morte de Aristarco, Claudius Ptolemaeus, conhecido por Ptolemeu, divulgou outra teoria do Universo - esta mais aceitável.
Ptolomeu deduziu que a Terra era o corpo supremo, que se mantinha estacionário no centro do Universo e, em torno do qual o Sol e a Lua descreviam órbitas circulares, juntamente com os 5 planetas visíveis - Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno. Esta noção, mais tranquilizante que a de Aristarco, imediatamente recebeu a aprovação das autoridades na matéria.
Para explorar o facto de os planetas se não moverem em círculos perfeitos, Ptolemeu desenhou um complexo sistema de círculos individuais menores - ou epiciclos - que, segundo a sua opinião, aqueles astros deviam percorrer, enquanto simultaneamente se deslocavam em torno da Terra, que ocupava uma posição central.
Embora recorresse a muitos fundamentos apriorísticos e, incorrectos, a Teoria Ptolemaica constituiu a base indiscutível de Astronomia durante 1700 anos - até à divulgação das teorias de Copérnico, no século XVI.

Um Simples Planeta
Nicolau Copérnico, nascido na Polónia em 1473, era um religioso extremamente devoto mas, igualmente, fascinado pela Astronomia. Ao atingir os 60 anos, e depois de uma vida dedicada ao estudo dos céus, não alimentava dúvidas sobre a consistência da Teoria de Ptolemeu.
Divulgou então uma teoria completamente inédita, segundo a qual a Terra era um simples planeta que se movia em torno do Sol. Mas, embora Copérnico tivesse negado a crença (até então generalizada) de que a Terra constituía o centro do Universo; mas, uma verdade básica lhe escapou: os Planetas movem-se em elipses e não em círculos!
Copérnico teve ainda de enfrentar um grave problema. Como cónego, sabia que os seus superiores resistiriam à ideia de a Terra perder o seu papel fulcral. Bastou então um rumor sobre a sua nova teoria, para induzir o reformador religioso Martinho Lutero a denunciar Copérnico como um louco que queria destruir a Ciência da Astronomia.
Tal como Aristarco, Copérnico não possuía um telescópio ou qualquer outro meio mecânico que lhe permitisse provar aos cépticos a sua teoria, pelo que se mostrou relutante em publicar a sua importante obra sobre Teorias Astronómicas, «Sobre Revoluções dos Corpos Celestes».
Quando, finalmente, alguns amigos o persuadiram a mandar imprimir o livro, em 1542, os seus receios provaram ser justificados. Sem seu conhecimento e autorização, o editor acrescentou um prefácio de 400 páginas de textos, mapas e diagramas, insistindo em que as teorias expostas no livro constituíam meros auxiliares para cálculos, não necessitando de ser tomadas à letra.
felizmente, é pouco provável que tenha sido dado a Copérnico ver o livro impresso, pois quando um exemplar chegou até ele, em Maio de 1543, o astrónomo encontrava-se moribundo.
Por estranho que pareça, a Igreja Católica não se apercebeu das implicações da obra de Copérnico senão 73 anos após a sua morte, quando o astrónomo herético Galileu, para ela (obra) involuntariamente chamou a atenção.
O Vaticano incluiu então as «Revoluções» no seu Index de obras proibidas, onde as mesmas permaneceram até 1822.

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