Translate

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A Planetária Vizinhança


Sistema Solar - (Lar Cósmico Terrestre)

Haverá ainda alguns mistérios por desvendar no nosso Sistema Solar, num conhecimento mais ostensivo ou digno de registo em vida planetária? Poder-se-à «fabricar» essa mesma vida interplanetária e, estelar, vivificada entre planetas numa base artificial humana? Ascenderá o Homem nos próximos séculos a uma vida mais além - interestelar - do que apenas hoje pode concretizar através das naves e sondas espaciais não tripuladas? Estaremos a anos-luz disso ou...a um mero e simples passo para que a Humanidade possa efectivamente dar um passo de gigante nessa sua missão?

Os Vizinhos da Terra
Não existe um consenso geral sobre a formação dos planetas. A teoria mais largamente aceite é a de que, há cerca de 5000 milhões de anos, nuvens turbilhonantes de matéria se começaram a condensar. Devido à acção de forças centrífugas, as moléculas mais pesadas concentraram-se junto do centro dos redemoinhos, enquanto as mais leves, de material gasoso, foram lançadas para a periferia. O que de facto se sabe é que 9 corpos - os Planetas - começaram a descrever órbitas em torno do Sol.
O planeta Terra é o terceiro mais próximo do Sol com a terceira das órbitas mais pequenas. A sua velocidade de rotação é a quinta, como quinta é a sua força de gravidade; ocupa o terceiro lugar em temperatura e o quinto em massa. É ainda dotado de uma característica que nenhum dos outros possui - uma atmosfera capaz de alimentar a vida em todas as múltiplas formas sob as quais esta existe. Há satélites que circulam em torno de outras estrelas certamente e, noutras partes do Universo que contenham os elementos que permitam que neles se desenvolvam espécies de vida análogas às nossas, mas até agora do que se conhece, a Terra é o único nessas condições no Sistema Solar. Ainda que, na actualidade a Kepler esteja a recolher dados no sentido de vida - similar ou não - noutros planetas por onde circunda, sendo esta, provavelmente, uma outra realidade nos séculos vindouros...!

O Passado Recente
Em 2 de Março de 1972, no Centro Espacial Americano de Cabo Canaveral, foi lançado para o Espaço um foguetão que transportava a sonda Pioneer 10. Além de aparelhos de medida, levava a bordo uma carga especial: uma placa de ouro gravada com signos e figuras simbólicas. O seu objectivo consistia em informar eventuais seres inteligentes de corpos celestes distantes sobre a origem da sonda e, convidá-los para uma visita à Terra. É improvável que este correio cósmico chegue a encontrar um destinatário capaz de entender a mensagem terrestre; porém, se tal acontecer, um dia poderá certamente indicar o caminho para a Terra.

O Nosso Lar Cósmico
No seu caminho para a Terra, um visitante vindo do Espaço encontrará primeiro, entre miríades de outros sistemas estelares - cujo total se estima em 10 000 milhões - o nosso sistema da Via Láctea.
No braço de Oríon, que sob a forma de uma faixa nebulosa em espiral se enrola em torno do núcleo do sistema da Via Láctea, o visitante extraterrestre depara então com o Sol, uma das 100 000 milhões de estrelas da Via Láctea. Do Sol à Terra vai apenas um pequeno passo quando se mede a distância em unidades astronómicas. Porém, mesmo nesta última parte do caminho, qualquer viajante se poderá perder, pois à volta do Sol giram incontáveis corpos celestes que não têm luz própria e que, em comparação com as estrelas, são pequenos e pouco vistosos. Juntamente com o Sol, estes corpos celestes formam o Sistema Solar.
O Sol emite para o Espaço uma corrente constante de partículas carregadas de electricidade que constituem o quente vento solar. Ao espaço preenchido pelo vento solar e pelo campo magnético do Sol, os Astrónomos dão o nome de «Heliosfera», a qual se alonga pelo Espaço numa extensão de cerca de 15 000 milhões de quilómetros a partir do Sol.

A Avelã no Braço de Oríon
O Sistema Solar, o nosso lar cósmico, encerra ainda muitos mistérios, e não se passa um ano sem que se façam descobertas surpreendentes. Há, porém, muitos dados sobre as dimensões do Sistema Solar que ultrapassam a nossa capacidade de abstracção e que, por essa razão, só se tornam compreensíveis quando reduzidos a ordens de grandeza da Terra. deste modo, na nossa imaginação o Sistema Solar terá de ficar reduzido a um milésimo de milhão do seu tamanho real. Nesta proporção, o Sol seria uma esfera de 1,4 m de diâmetro, a Terra e Vénus teriam o tamanho de avelãs e, a Lua, corresponderia a uma pequena ervilha. Do tamanho de uma ervilha seriam também os planetas Mercúrio, Marte e Plutão, enquanto Úrano e Neptuno seriam comparáveis a tangerinas e os planetas gigantes, Júpiter e Saturno, a meloas. Mesmo com uma redução a tão grande escala, a Heliosfera teria um diâmetro de 30 km.

Vagabundos em Órbitas Fixas
Para o ser humano, os movimentos dos corpos celestes são tão difíceis de conceber como a vastidão do Sistema Solar. O Sol encontra-se a uma distância de 32 600 anos-luz do centro da nossa Galáxia e, gira à inimaginável velocidade de, 720 000 km/h em redor do centro do sistema da Via Láctea, o qual percorre por sua vez o Universo a um ritmo que se supõe ainda mais rápido.
Para os corpos celestes do Sistema Solar, que o Sol atrai a si com a sua poderosa força gravitacional, este é, no entanto, uma estrela fixa - um pólo e um centro firme de rotação. Os nove (9) planetas principais, incluindo a Terra, giram em torno do Sol no sentido dos ponteiros dos relógios, descrevendo órbitas quase circulares. Para uma transladação, Mercúrio necessita apenas de três meses, ao passo que Plutão leva quase 250 anos terrestres a completá-la.
Estes planetas giram também incessantemente com piões à volta do seu próprio eixo, e é precisamente essa a razão de ser da sua denominação. Com efeito, a palavra grega «planetes» significa «errante», «vagabundo», embora as trajectórias destes vagabundos, que obedecem às leis rígidas da mecânica celeste, sejam rigorosamente fixas!
Segundo a sua natureza, os planetas classificam-se em dois grupos: Mercúrio, Vénus e Marte - planetas semelhantes à Terra, possuindo um diâmetro inferior ou ligeiramente superior a 10 000 km, uma forma esférica ligeiramente achatada  e compõem-se essencialmente de elementos pesados; os planetas exteriores - Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno - são bastante maiores e acentuadamente achatados; e neles predominam os elementos gasosos. Plutão é o menos conhecido.

Bolas de Neve no Vento Solar
Além dos grandes planetas, o Sol mantém no seu campo gravitacional inúmeros corpos celestes de menores dimensões, como por exemplo, os Asteróides - na sua maior parte, vastos pedaços de rocha de forma irregular com um diâmetro que pode atingir cerca de 1000 km e que, com poucas excepções, gravitam à sua volta, descrevendo órbitas compreendidas entre as de Marte e Júpiter.
Na sua maior parte, os planetas têm ainda um ou mais satélites que descrevem órbitas próprias em torno dos planetas principais. O maior de todos, Ganimedes - satélite de Júpiter - tem um diâmetro superior aos dos planetas Mercúrio e Plutão.
No Espaço, existem ainda corpos celestes de menores dimensões e partículas de poeiras cósmicas, parte dos quais se transformam em rutilantes Estrelas Cadentes e Meteoros ao penetrarem na atmosfera dos planetas - ou acabam por embater na superfície dos corpos celestes, abrindo crateras onde se dá o impacte. Nas partes recônditas do Sistema Solar, aparecem igualmente com frequência Cometas, constituídos essencialmente por gelo e outras substâncias solidificadas, incluindo poeiras e grandes fragmentos de rocha. Quando estas «bolas de neve suja» se aproximam do Sol, ficam brilhantemente iluminadas, aquecem e algumas dessas substâncias passam à forma de gás, o que dá origem - sob a acção do vento solar - à típica cauda.
Em Agosto de 1979, um Cometa tocou no Sol. O acontecimento foi observado por uma câmara de vídeo ligada a um telescópio colocados num satélite da Força Aérea dos EUA. A colisão não foi conhecida até as provas serem estudadas mais de dois anos depois. O Cometa nunca tinha sido visto até então, e os detritos fizeram com que a coroa , a «atmosfera» exterior do Sol, brilhasse mais durante algumas horas. Após esta ocorrência, já muitas outras colisões têm sido observadas posteriormente de outros Cometas com o Sol.

Vida noutros Planetas
A primeira proposta para mandar sinais para Marte foi feita pelo matemático alemão Karl Gauss, em 1802. Sugeriu então que se desenhassem nas estepes da Sibéria diagramas geométricos grandes para serem observados pelos astrónomos de Marte. Em 1874, um francês, Chales Cros, propôs a ideia inversa: focar com grandes lentes os raios do Sol para os desertos marcianos, e enviar depois mensagens. Marte talvez tivesse, outrora, um clima benigno - vales abertos pelas correntes ainda são visíveis, mas, devido a ser pequeno, o seu calor interno desapareceu e a crosta não está em constante turbulência como a da Terra. O dióxido de carbono permaneceu retido nas rochas, deixando uma atmosfera fina que já não consegue captar o calor. Sendo Marte um planeta gelado (-60ºC em média) com uma fina atmosfera de dióxido de carbono, não seria apropriado à vida a não ser...num ambiente auto-mantido como o que os cientistas esperam construir em Marte (especula-se que por meados de 2024 estas edificações possam estar prontas a ser habitadas). O protótipo foi criado no deserto do Arizona. Oxigénio, água e alimentos são reciclados no interior da estrutura, com plantas a fornecerem oxigénio a homens e animais em troca de dióxido de carbono. Só há uma fonte exterior de energia: o Sol! Arquitectou-se assim um novo mundo em Marte!
A superfície de Marte é um deserto, colorido de vermelho-ferrugem por óxidos de ferro. Os cientistas têm um plano ambicioso para o transformar num planeta como o nosso. Será necessário então, transportar para lá grandes quantidades de gás para, adensando-a, tornar a atmosfera capaz de captar mais calor do Sol. Se estes (cientistas) conseguirem criar um «efeito de estufa» que evite que o calor reflectido pela superfície do planeta se escape para o Espaço,as calotes de gelo marcianas provavelmente derreter-se-iam, criando um oceano polar. Derretido o gelo suficiente, poderiam assim ser introduzidas plantas, que lentamente iriam introduzindo oxigénio na atmosfera. E tudo isto de tal modo que, passado pouco tempo, o planeta ficaria então apto a sustentar a vida animal.
Todo este megalómano projecto marciano tem sido altamente analisado por diversos cientistas do mundo inteiro, em particular Russos e Americanos que, de início, se perspectivaram a recorrer a balões não tripulados para observar a superfície do planeta Marte. Mais tarde, criaram - com fundos específicos de vários sectores privados  mundiais - uma biosfera, em espécie de cidade-espacial comunitária. Ultimamente tem-se falado muito sobre um tal Projecto Space X, que intenta esta mesma percussão em Marte - sem viagem humana de regresso, devido à sua impossibilidade - e permanência desta em solo marciano. Projecto viável ou não, sendo alvo de muitos debates, o certo é que parece imparável esta mesma estranha missão que, compõe já seis biliões de dólares de financiamento na sua primeira fase. São assim aí supostos (em biosfera) vários módulos de suporte de vida a uns quantos ilustres - e por certo altruístas seres humanos - que para aí se desloquem sem alternativa logística alguma de retorno em nave e viagem de regresso à Terra. Missão suicida ou...avanços dignitários sequenciais de uma expansão da Humanidade (mesmo com baixas humanas ou efeitos colaterais ainda não totalmente expostos a si...?) Seja como for, é um passo de gigante...de facto!
Potenciando toda a magnitude planetária de todos os outros planetas do nosso Sistema Solar que, não tendo esta mesma possibilidade de vida humana em si, tem obrigatoriamente de se registar, no que a Humanidade não se esquecendo em Planetária Vizinhança ainda muito terá, por certo, a descobrir!


Os Planetas em Números:
Mercúrio - Massa: 0,06 da massa da Terra / Diâmetro: 4878 km / Duração da Rotação: 58,6 dias / Distância do Sol: 58 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 88 dias / Satélite: nenhum.

Vénus - Massa: 0,8 da massa da Terra / Diâmetro 12 104 km / Duração da Rotação: 242 dias / Distância do Sol: 108 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 225 dias / Satélite: nenhum.

Terra - Massa: 5975 triliões de toneladas / Diâmetro: 12 756 km / Duração da Rotação: 23,9 horas / Distância do Sol: 149,6 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 365 dias / Satélite: 1.

Marte - Massa: 0,1 da Terra / Diâmetro: 6796 km / Duração da Rotação: 24,6 horas / Distância do Sol: 228 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 687 dias / Satélites: 2.

Júpiter - Massa: 318 vezes a massa da Terra / Diâmetro: 142 796 km / Duração da Rotação: 9,8 horas / Distância do Sol: 778 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 11,8 anos / Satélites: 16.

Saturno - Massa: 95 vezes a massa da Terra / Diâmetro: 120 660 km / Duração da rotação: 10,2 horas / Distância do Sol: 1429 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 29,5 anos / Satélites: 17.

Úrano - Massa: 14,5 vezes a massa da Terra / Diâmetro: 50 800 km / Duração da Rotação: 15,5 horas / Distância do Sol: 2875 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 84 anos / Satélites: 6.

Neptuno - Massa: 17,2 vezes a massa da Terra / Diâmetro: 48 600 km / Duração da Rotação: 15 horas / Distância do Sol: 4504 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 164,8 anos / Satélites: 2.

Plutão - Massa: 0,002 da massa da Terra / Diâmetro: 3000 km / Duração da Rotação: 6,4 dias / Distância do Sol: 5900 milhões de quilómetros / Duração da Transladação: 248 anos / Satélite: 1.

Sem comentários:

Enviar um comentário