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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A Artificie da Mente


A Mente Humana em Esquecimento/Memória/Déjà vu e Imagens de toda uma vida!

Havendo a ambição de se guardar tudo em Memória ou Recordação - tal como arquivo ou documental registo no ser humano - poder-se-à alcançar essa magnitude algum dia, no que todos buscamos em eficiência mental, fulcral e imediata? E que fenómeno é então esse - o do «Déjà vu» - que tantos de nós exultamos aquando sentimos já ter vivido, sentido ou presenciado algo muito igual?
Haverá no fim da nossa vida, na que de nós se despede, a repercussão de imagens abruptas, velozes e incisivas em nós, sobre o que jamais esquecemos na nossa Consciência, retratando-nos todas as sensações havidas e, vivificadas em nós???

A Arte de Esquecer
(Onde estava você quando mataram o Presidente Kennedy ou Martin Luther King? Onde estava, quando o Muro de Berlim veio abaixo? Quando as Torres-Gémeas colapsaram no fatídico dia 11 de Setembro de 2001 e...tantos outros acontecimentos de inquestionável importância para o ser humano do mundo; onde estava você de facto? Lembra-se disso?)
Em relação à primeira questão, há a referir que, dez anos depois do assassínio ou homicídio do presidente norte-americano John F. Kennedy, o número de Novembro de 1973 da revista «Esquire» relatava que todas as pessoas famosas interrogadas se lembravam bem de como tinham ouvido a notícia da morte do presidente, em 22 de Novembro de 1963.
Estudos académicos posteriores confirmaram o facto: a maioria das pessoas com idade para se inteirarem do assassínio, recordavam com exactidão o que faziam e, onde estavam, quando ouviram a notícia. O que denota que, lembramo-nos sempre de acontecimentos dramáticos - em que uns se sublevam mais do que outros - consoante nos atingem mais interiormente ou mais sentidamente.
Mas será assim mesmo e qual a razão disso?
O que esquecemos mais frequentemente são nomes (de coisas e de pessoas), como por exemplo, nomes, datas e tudo o que aprendemos de cor ou, o que não entendemos. Temos também dificuldade em recordar (na generalidade) quando estamos embaraçados, frustrados ou doentes. Mas todos temos esquecimentos - e isso é normal, de facto.
Há, ao que parece, um limite para o que podemos recordar. Se conseguíssemos lembrarmo-nos sempre de tudo, a vida (nossa e de todos os outros) tornar-se-ia intolerável! À medida que envelhecemos, perdemos cada vez mais recordações, deixando apenas as mais significativas no espaço mental disponível - indefectivelmente!

Um Caso Inédito
(Quando a Mente de um cirurgião «apaga» em vez de «gravar»...)
Em 1986, um cirurgião de Chicago - com 20 anos de experiência - estava a coser um paciente, depois de uma intervenção rotineira à Vesícula Biliar, quando parou e perguntou com curiosa indiferença: «Eu tirei esta...vesícula?»
A Enfermeira assistente, assegurou-lhe então - muito calmamente - que sim, e que este (cirurgião) deveria continuar a fazê-lo. Ele assim fez, mas repetiria insistentemente a pergunta depois de cada ponto efectuado no paciente. A arguta (e sábia) enfermeira tranquilizou-o - a cada pausa e interjeição deste - até que a operação findasse.
Em seguida, o cirurgião foi consultar um Neurologista, que lhe diagnosticou um tipo raro de perda imediata de Memória chamada Amnésia Global Transitória - porque pode durar algumas horas (ou dias) e porque a vítima não consegue lembrar-se do que vê, lê, ouve, prova ou cheira.

Horas Perdidas
Em todos os outros aspectos, as funções do Cérebro do Cirurgião eram perfeitamente normais. Embora surpreendido com o que estava a acontecer-lhe, não mostrou receio.
Ficou então um dia em intensa observação, sendo submetido a diversos exames ao Cérebro. Entretanto, a Memória recompôs-se completamente - excepto numa lacuna de 48 horas - e dois dias depois voltou à Sala de Operações.
A Amnésia Global Transitória é provocada por uma disfunção no Sistema de Activação Reticular - uma rede de células que participam no registo e, evocação, da Memória.
Stress físico ou emocional, Imersão em água fria, Exposição repentina ao calor ou ao frio - ou até a Actividade sexual - podem levar o sistema a desligar-se, mas é ainda (para a Comunidade Médica e Científica) um enigma ou por certo um acto misterioso do que provoca ou despoleta tudo isso. Contudo, cerca de 10% das vítimas de um primeiro ataque, sofrerão posteriormente de outros ataques em que se regista o desaparecimento (quase sempre) dos sintomas, quase de imediato também.

Déjà vu
(Ocasiões em que sentimos «já ter estado aqui»)
"Fiquei assombrado e perplexo...com a ideia de já ter visto este...espectáculo antes. O local pareceu-me tão familiar como o asseio decoroso da cozinha da minha avó...!"
Assim relatou o novelista Nathaniel Hawthorne a visita que fez, na década de 1850, às cozinhas do antigo castelo de Stanton Harcourt - próximo de Oxford - quando era Cônsul dos EUA em Inglaterra.
O Escritor estivera ali antes. Quem sabe se, talvez...numa vida passada? Numa outra vida anterior que este tenha possivelmente vivido e, regredido, em pensamento e visualização aí. Terá havido alguma precognição psíquica do velho castelo?
Qualquer que seja a explicação, Hawthorne não está só nesta estranha experiência. Segundo um Inquérito de 1967, cerca de uma em cada três pessoas passou pelo que se chama de «Déjà vu» («já visto») - a misteriosa sensação de assistir ao que parece ser a exacta repetição de uma cena do...Passado!

Quando o Passado se reverte no...Presente!
Em David Copperfield, Charles Dickens descreve a experiência como uma «sensação que nos assalta ocasionalmente...de termos estado rodeados - em épocas imprecisas mas anteriores - pelos mesmos rostos, objectos, circunstâncias, de saber perfeitamente o que será dito a seguir, como se nos tivéssemos subitamente recordado».
Qual é então a causa do...«Déjà vu»? O Filósofo Grego, Platão acreditava que era indício de ter vivido vidas anteriores - prova da Reencarnação!
A Ciência Moderna não resolveu ainda esse tão enigmático mistério mas, sugere de igual modo, explicações muito mais prosaicas do que as que Platão asseverava.
Uma teoria justifica-o, pela participação de Recordações aparentemente esquecidas - e, foi uma dessas de facto, que originou a experiência de Hawthorne. Ainda muito jovem lera - e esquecera - uma descrição das cozinhas de Stanton Harcourt, mas isto não explica a sensação descrita por Charles Dickens de saber o que será dito a seguir numa conversa trivial...
É possível que, a melhor explicação do fenómeno resida na Actividade Eléctrica do Cérebro. Talvez a sensação do «Déjà vu» possa ser causada por um lapso momentâneo entre o que está a acontecer e, a nossa percepção mental do evento.
Parece assim que, os sinais entre os nossos Sensores - Olhos, Nariz, Ouvidos, etc. e o Cérebro, ficam de vez em quando desfasados. O Cérebro compara continuamente as experiências do nosso Passado e, se o Cérebro e os sentidos estiverem desfasados, o Presente pode surgir-nos como: a Recordação de algo que aconteceu no...Passado.
Ou nada disto faz sentido e, havendo uma outra hipótese - agora estimulada até mesmo pelos homens da Ciência - de que, poderá haver (ou ter havido), uma outra dimensão (tridimensional) na qual o ser humano se tenha aventado a perfurar, mesmo que...inconscientemente. Mas esta última teoria sendo muito polémica, é talvez a mais espectacular numa óptica de mecânica quântica de mundos transversais ao nosso - pelo menos ao que conhecemos até aqui. E, onde a Astrofísica e o mundo quântico também têm uma palavra a dizer! Talvez não seja somente um mero ou simples «Déjà vu», aquele (ou aqueles) que todos nós já sentimos alguma vez...

O «Filme» da nossa Vida em Imagens
A antiga crença (que ancestrais ou antepassados nossos sempre o referiram como último acto lúcido ou de uma outra Consciência, interior mas real ) de que um homem prestes a despedir-se da vida, vê desfilar de relance mas diante de si, toda a sua vida -  afirmando-se agora, poder ser absolutamente verdade!
Foi o que concluiu o Neurocirurgião  Canadiano, Wilder Penfield, que investigou o fenómeno nos anos 50. E, dizem os que foram salvos no último instante, não só quando uma pessoa está a afogar-se (pois os casos estudados na época, eram oriundos de pessoas prestes a afogar-se que se terão salvo no limite) mas quando se julga a morte iminente! Ou seja, em qualquer situação - trágica ou não - mas que o indivíduo sente no limiar e, exígua fronteira entre a vida e a morte.

A Vida a andar para Trás
Uma faceta curiosa da experiência é, nesses momentos finais de Consciência, a vida ser reproduzida para trás: Gente esquecida, Lugares e Acontecimentos acorrem à Mente com total nitidez!
Penfield crê que isto sucede porque - o Cérebro - normalmente armazena todas as Recordações, mas só um gatilho especial pode evocá-las - e a Morte, ou a convicção da morte iminente, pode sê-lo!
Há uma outra Teoria (mais defendida pelos estudiosos) de que, os Lobos Temporais - onde são armazenadas as Recordações - se revelam então muito vulneráveis a interrupções do abastecimento de oxigénio ao Cérebro, e estas provocam ali o caos no sistema de sinalização eléctrica.
As pessoas que estão a sufocar, a afogar-se (ou são enforcadas, por exemplo) permanecem conscientes o tempo suficiente para experimentar o estranho efeito desta privação de oxigénio, a qual projecta para a Consciência, todas as recordações disponíveis. Será efectivamente assim?...

Haverá por certo muitas outras teorias, umas mais cientificas do que outras, na laboração de uma resposta eficaz e, verdadeira, para esse acontecimento mental no fim das nossas vidas. Seja como for, por ordem ou regra a instituir de investigação e ratificação científicas no que isso reporta - ou não - a realidade, é que há já muitos testemunhos dessa ocorrência quase terminal. Nesta, é visualizada toda uma vida passada em pormenor sobre actos, feitos, situações, pessoas e mesmo sentimentos - e tudo num ápice de breves minutos ou mesmo segundos. Se tal, é um manhoso (ou ardiloso) meio da nossa Mente nos fazer revisitar o que há muito perdemos ou deixámos para trás (ou nada disto, sendo antes a complexidade maravilhosa do nosso Cérebro em perspectiva final na retaguarda da vida...), é algo que ainda não sabemos, mas percepcionamos e...interiorizamos - ainda que só nos reste um fio de vida! Abraçando essa cauda-efeito de falta de oxigénio no Cérebro ou tão-somente os uivos de anjo que nos sopram aos ouvidos e nos desfiam a vida em imagens impressionantes, o certo é que todos nós - Humanidade - a isso intuiremos em poderes sensoriais (ou outros) que nos revelam no final desta grande epopeia que é a vida, que vamos finalmente partir...! Artificie da Mente ou a lógica de todas as coisas no fim da vida...será sempre algo que nunca saberemos! Mas a bem da Humanidade, que essas imagens nos confortem, nos abracem e...nos acompanhem até a um outro destino que não será certamente só mais um breve final...! Assim o seja! Cíclica e...pacificamente!

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