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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A Verdade Sanguínea


Múmia de Tutankhamon                    Egipto

Haverá a absoluta certeza dos factos e toda a identidade revelada, perante esta nova ordem de conhecimentos de testes sanguíneos e, por último, do tão exímio ADN? O nosso código humano estará para além desses mesmos testes de sangue a anatomia em geral, em genoma e idiossincrasia anatómicas? Haverá ainda mais segredos (iguais ou similares aos de Tutankhamon) nesta espécie de «Verdade Sanguínea» e laboratorial, no que agora sabemos em descobertas contemporâneas?

O Milagroso Corpo
(Testes sanguíneos ajudam a desvendar mistérios de uma Múmia com 3.300 anos!)
Na superfície de cada Glóbulo Vermelho do sangue está um padrão de diferentes moléculas chamadas «Antigéneos». A presença ou ausência de certos Antigéneos pode ser usada para classificar o sangue segundo «grupos».
A Identificação do grupo sanguíneo de um indivíduo é simples, mas extremamente importante - no caso de uma pessoa precisar de uma Transfusão de Sangue depois de um acidente ou operação - só podendo recebê-lo de...um grupo sanguíneo compatível!

Começar com A e B
Os primeiros Antigéneos a serem estudados foram chamados A e B e, a a sua presença ou ausência, determina a qual dos 4 grupos principais (A/B/O) se pertence: A, B, AB ou O.
Algumas pessoas têm Antigéneos A, mas não B (grupo A); algumas têm B, mas não A (grupo B); outras ainda têm Antigéneos A e B (grupo AB) e, as restantes, não têm qualquer e pertencem ao grupo O (outras classificações são baseadas na presença de mais Antigéneos como: M, N, S e s).
Herdamos assim o Grupo Sanguíneo dos nossos pais sendo que, os nossos Glóbulos só podem ter Antigéneos presentes em qualquer dos progenitores.
A Análise dos Antigéneos não pode provar a Paternidade ou a Maternidade (diferentemente do ADN que, na actualidade, o permite na sua quase totalidade em percentagem firme dessa eficácia) mas, às vezes, mostra claramente que um homem ou uma mulher não é pai ou mãe de, determinada criança.
Por exemplo, se a Mãe e Pai possuem ambos o sangue do tipo O (o que significa que nenhum deles tem Antigéneos A ou B), o seu filho não pode ser A, B ou AB.

Crise de Identidade
A Análise do grupo sanguíneo foi utilizada para resolver um caso de Erro de Identidade de um indivíduo com mais de de 3.300 anos.
Em 1969, encarregaram R. C. Connolly da Universidade de Liverpool, de ajudar a identificar uma Múmia do Museu de Antiguidades do Cairo.
Em estudos anteriores de Múmias Egípcia e Sul-Americanas, Connolly descobrira que, muito depois de os Glóbulos Vermelhos se terem desintegrado, permaneciam noutros tecidos do corpo quantidades muito pequenas de Antigéneos que podiam ser identificados. Foi-lhe então pedido que ajudasse a confirmar duas hipóteses: Estudos de hieróglifos tinham sugerido - se bem que não conclusivamente - que uma Múmia do Museu do Cairo, que se julgara ser do faraó Akhenaton, podia pertencer ao seu genro e co-Regente Smenkhkare: e Historiadores e Antropólogos perguntavam-se o faraó-criança Tutankhamon e Smenkhkare - com medidas corporais similares - seriam de facto irmãos. Se fossem idênticos os Grupos Sanguíneos de Tutankhamon e da Múmia misteriosa, seria bem provável a veracidade de ambas as hipóteses.
A Equipa de Connolly revelou então que, as duas Múmias, pertenciam ao mesmo grupo sanguíneo em dois sistemas diferentes: A (no sistema ABO) e MN (no MN). Como tinham medidas semelhantes, era grande a probabilidade de serem irmãos.
Juntamente com outras provas reunidas em maior concertação desta tese, reunidas assim por Historiadores, era quase certo que a Múmia em causa seria Smenkhkare e, que este e Tutankhamon...eram efectivamente irmãos!

Identidade de ADN
(Na actualidade, os tempos são de avanços a cada dia mais impressionantes: o fabuloso ADN!)
Estudos liderados por Zahi Hawass, o mui conceituado (e prestigiado em todo o mundo), Arqueólogo e Egiptólogo egípcio que, à frente de toda uma equipa «Egiptian Mummy Project», falaria à imprensa internacional sobre os feitos até aí conseguidos através de testes de ADN sobre a tão aclamada Múmia de Tutankhamon.
A 17 de Fevereiro de 2010 esta Múmia de Tutankhamon viria a dar que falar, no que o britânico Howard Carter ficaria orgulhoso se fosse vivo, uma vez que foi o descobridor do túmulo de Tutankhamon por volta de 1929. Há muito que se tentava saber da filiação deste Menino-Rei com a datação de 3.000 anos, daí que, egiptólogos e demais investigadores aventaram assim as expectativas e, limites, das análises ao seu ADN!
As conclusões apresentadas no Cairo (Egipto), foram publicadas de seguida pelo «Journal of the American Medical Association» onde exibiam em palavra e imagem a figura de um jovem rei muito frágil. As conclusões que se obtiveram foram unânimes e, magníficas: O jovem Tutankhamon usava bengala! Sofria de uma rara doença óssea (possivelmente a doença de Köhler), tinha pé boto e lábio leporino. A causa da sua morte (na precoce idade de 19 anos) terá sido uma queda, associada à...malária! Foi identificado como sendo filho do Faraó Monoteísta Akhenaton, adensando o que já se conhecia desta filiação dos anais históricos egípcios.
Hawass (nascido a 28 de Maio de 1947) confirmaria então em toda a sua glória de homem conhecedor - e sabedor - que, uma Múmia não-identificada (encontrada no Túmulo KV55) era de Akhenaton, esse tão impressionante faraó que tentou levar a cabo uma revolução religiosa no Antigo Egipto!
De entre as 11 Múmias analisadas, os investigadores tentaram encontrar sinais de problemas genéticos ou doenças infecciosas que permitissem estabelecer uma relação entre eles ou ainda, fornecer explicações plausíveis sobre os destinos dos membros ilustres desta família.
Zahi Hawass corroborou também da negação - ou afastamento da ideia - de Tutankhamon ser filho da rainha Nefertiti, como anteriormente ou até aí se acreditava. A mãe deste jovem-rei (Tutankhamon) era uma filha não-identificada de Amenhotep III e da rainha Tiye.
Quanto ainda à causa da morte deste jovem de 19 anos - Tutankhamon - ter sido muito debatida sobre o que o seu crânio apresentava em fractura e buraco exposto (levando a que ate aí os investigadores por conclusão óbvia, tivessem determinado uma morte por pancada na cabeça - em possível crime de homicídio), agora anulariam, pelo que efectivaram como propósito e processo natural de mumificação feito pelos embalsamadores e não, como até aí se julgara, em golpe na cabeça ou fractura craniana provocada deliberadamente.

A sensibilidade e empenho com que todos estes investigadores se arrogam, é sempre digna de todos nós, seja em escavações arqueológicas, seja nas experiências ou testes laboratoriais forenses a que se dedicam em busca da verdade. Nem que esta tenha tão-somente...3.000 anos. Ou não. Mesmo na actualidade e, em datação mais recente, os testes sanguíneos e os de ADN, são-nos igualmente conceituados e, em nosso benefício instados. Só assim alcançaremos a Verdade. Seja esta de origem sanguínea ou não. Entre outras formas que a Humanidade entretanto vai reconhecendo, como busílis dessa mesma verdade anatómica do ser humano. A bem de todos nós, essa verdade prevaleça! E para sempre assim o seja!

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