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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Saint Of Sin - Song Of Return

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Star Wars: Episode VII - The Force Awakens ALL Trailer & Clips (2015)

A Outra Guerra das Estrelas...


Star Wars (Guerra das Estrelas) ou apenas o que a ficção nos transmite de uma realidade cósmica...?

As Estrelas vivem e morrem por todo o Universo. Os seus remanescentes, dando origem à formação de novas estrelas, estabeleceram-se no Cosmos como a mais forte e sólida consistência estelar num sistema a que, o Sol e a Terra pertencem e nos dão por conseguinte, vida. Mas poderá tudo colapsar de um momento para o outro sem que seja tal perceptível ou sequer reconhecível pelo Homem?

Há cerca de 4600 milhões de anos, o processo galáctico embrionário que dá pelo nome actual de Via Láctea, entrou em colapso sob a influência da sua própria gravidade, Evoluindo depois gradualmente até formar a família de planetas e satélites, este maravilhoso disco solar condensaria em si o tão flamejante Sol - tudo proveniente de uma gigantesca e fria nuvem de poeira e de gás interestelares.

Não sendo obviamente magia cósmica mas uma força incomensurável de energia, matéria e, acreção, poder-se-à reduzir, contrair ou mesmo extinguir todo este fluxo estelar deste e de outros sistemas solares que existam no Universo? Entrarão estes em guerra entre si ou tudo não passará de um simples e ficcional imaginário terreno de uma guerra de mundos sem fim...?


Nebulosa 309 Doradus (Doradus situa-se na Grande Nuvem de Magalhães, próxima da Via Láctea)
 - Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble -

Antes do Sistema Solar
Muito antes de o Sol ter nascido, várias gerações de estrelas viveram e morreram em todo o Universo. Os seus remanescentes vaguearam pelo Espaço em nuvens de uma grandeza inimaginável de poeira e de gás, fornecendo as matérias para a formação de novas estrelas.
Há cerca de 4600 milhões de anos, uma das várias regiões no interior duma dessas nuvens moleculares gigantes, na Galáxia da Via Láctea, começou a entrar em colapso sob a influência da sua própria gravidade - num processo que se crê que tivesse demorado cerca de 100.000 anos.

O seu Núcleo de Matéria começou então a girar lentamente e, a entrar em colapso, enquanto ainda estava envolvido por uma camada de poeira e gás. Esta nuvem, chamada Nebulosa Solar, tinha um diâmetro bastante maior do que a órbita actual de Plutão (o planeta mais distante dentro do sistema solar). Foi o embrião do sistema solar a que a Terra pertence!

Ao fim de cerca de 100 mil milhões de anos, a massa central tinha-se tornado suficientemente grande para constituir uma proto-Estrela. Não estava ainda em combustão, mas começava assim a girar rapidamente e, a forçar desse modo a nuvem a achatar-se num disco em rotação lenta. O disco também continuava a crescer; crê-se que nesta altura tivesse cerca de 4% da massa solar total (hoje em dia contém apenas 0,1% de massa do Sol). Este disco evoluiu gradualmente até formar a família solar de planetas e satélites.


Via Láctea vista da Terra (captada e observada através do Telescópio Atacama, no Chile).

Influência do proto-Sol
No centro da Nebulosa, nas proximidades do proto-Sol recentemente criado, as temperaturas começaram a subir devido aos efeitos das colisões crescentes entre as partículas da nuvem. A nuvem fora inicialmente fria, com uma temperatura de cerca de 50 K, de modo que somente o Hidrogénio e o Hélio podiam existir como gases; a matéria restante da Nebulosa era poeira ou gelo. Nesta altura, à medida  que as temperaturas no centro subiam, a matéria volátil nas suas redondezas era vaporizada, enquanto as regiões exteriores da Nebulosa, permaneciam frias.

O Gradiente de Temperatura da Nebulosa - cerca de 2000 K próximo do proto-Sol, mas 50 K nas regiões exteriores - afectava a distribuição das suas moléculas. As zonas mais densas, como as que continham Metais e Minerais Silicatos, condensavam a temperaturas de cerca de 1500 K e eram mantidas pela atracção gravitacional do proto-Sol. Aglomeravam-se nas regiões interiores da Nebulosa, experimentando efeitos de Acreção e, formando assim os planetas rochosos interiores do Sistema Solar.

Os Gelos e os Gases (como a água, o dióxido de carbono, o metano e a amónia, assim como o hidrogénio e o hélio), mais leves, eram empurrados para o exterior, criando nas regiões do interior da Nebulosa, zonas de depleção de elementos (zonas de redução de substâncias ou elementos) -  como o Hidrogénio e o Hélio - e, forçando-os então para regiões mais frias onde se começaram a condensar para formar os Grandes Planetas Gasosos exteriores. Entretanto, a pressão e a temperatura continuavam a subir no proto-Sol, fazendo com que este ejectasse violentamente matéria através dos seus pólos. As Temperaturas no seu Núcleo tinham atingido os 10 a 15 milhões de graus, provocando assim a fusão do hidrogénio em hélio. O Sol começou então a brilhar e, a emitir enormes quantidades de energia!


O Sol - a nossa mais famosa estrela (anã amarela) do Sistema Solar. Perceptível na imagem apresentada uma erupção solar.

O Sol no Sistema Solar
Brilhando então e, emitindo um exponencial de energia absolutamente magnânimo, revertendo no seu interior a iniciação de fortes convecções, esta estrela foi, indubitavelmente, a precursora de toda a vida planetária em volta.

Durante as primeiras fases do desenvolvimento da estrela (Sol), pode ter-se verificado uma perda constante de massa por meio dos «ventos» solares. Este fenómeno ocorre rapidamente durante a fase T-Tauri, quando a Fusão Nuclear está no seu início.

Neste Estádio, que começou quando o Sol tinha 100.000 anos de idade e continuou durante quase 10 milhões de anos, uma estrela com a massa do Sol pode perder um centésimo milionésimo da sua massa total num único ano.
O poderoso Vento Solar da fase T-Tauri levou então para fora do nosso Sistema Solar os gases em excesso, afastando assim os voláteis dos proto-Planetas situados nas proximidades do Sol.


Exo-planetas: na imagem o ilustre máximo, o exo-planeta Godzillha ou Kepler 10 c.

Exo-planetas: as descobertas
No mundo científico que engloba a Astronomia, a Astrofísica e mesmo a já tão comentada Astrobiologia (numa vertente biotecnológica espacial) existe a determinação fluída de se estar perante uma outra dimensão de conhecimento que nos abrange além a Terra.
Existem já, em conhecimento público, mais de 2000 exo-planetas (ou seja, fora do nosso sistema solar) em iguais repercussões estelares de semelhança e, identidade próxima, à da Terra. Uns iguais, outros maiores, muito maiores, como parece ser o caso do enorme Kepler 10 c, no já designado pelos cientistas do «Planeta-Godzillla».

Mas há mais: no belo ano transacto de 2014, foi o ano de todas as descobertas! Ou. exo-descobertas! O Planeta Kepler 186 f («o primo» da Terra), é um planeta conhecido como tendo um diâmetro um pouco maior do que o nosso planeta Terra, estando este situado na zona habitável da sua estrela, no que então foi descoberto por meados de 2014 com grande ênfase por parte dos Astrónomos. Esta zona habitável ou zona ao redor de uma estrela, é assim considerada na área que permite a presença de água líquida na superfície do planeta. O que, obviamente, se pode resumir de provável habitabilidade ou existência de vida.
Descoberto pelo maravilhoso telescópio Kepler, da NASA, este exo-planeta Kepler 186 f está situado a 490 anos-luz de distância do nosso planeta Terra, sendo o seu diâmetro 10% mais largo do que o terrestre. Não um irmão da Terra, convenhamos... mas antes um primo, portanto.


Planeta Gliese 832 c - Imagem da NASA

O Planeta Gliese 832 c, situado a 16 anos-luz da Terra também pode ser habitável. Os cientistas designaram-no como «Super-Terra», sendo um portento maciço de, pelo menos 5 vezes mais pesado do que a Terra, no que podendo ser eventualmente habitável, também poderá suscitar algumas dúvidas disso, uma vez que faz a sua órbita em torno de uma anã vermelha, a estrela anã vermelha Gliese 832, na Constelação de Grus. Ou seja, a tal se verificar, esta sustentabilidade de vida será nula, devido ao intenso inferno aí existente, só comparável (ou talvez semelhante) a Vénus do nosso Sistema Solar.

O Planeta Kepler 10 - ou planeta Godzilla - que, por ser quase 17 vezes mais pesado do que a Terra, se diferencia também de tantos outros planetas parecidos, pelo que este se diferencia em composição não de gás mas principalmente de rocha. Dista da Terra a muitos anos-luz, ou seja, está localizado a uma distância de 560 anos-luz do nosso planeta, orbitando uma estrela com o Sol na Constelação de Draco.
Muito rochoso e muito maior do que qualquer outro «Super-Terra», este gigante planetário é de facto ostensivo no seu todo em referência fora do nosso Sistema Solar. E assim se tornaria a partir do momento em que foi identificado, no primeiro e grande representante de uma nova classe de exo-planetas denominados de: Mega-Terras!

Só por último registo, há que identificar também o Planeta Kapteyn b, o Mega-Terra na zona habitável de uma anã vermelha a 13 anos-luz do nosso Sistema Solar. Tem cerca de 11,5 biliões de anos de idade, sendo potencialmente um planeta habitável e o mais antigo que se conhece até hoje.
Em Dezembro de 2014, dava-se a conhecer ao mundo um outro de seu nome: HIP 116454 b, cerca de 2,5 vezes maior do que a Terra, distando dela a cerca de 160 anos-luz.


Impérios do Mal ou... a inevitabilidade do conhecimento e da interacção interestelares?

Guerras de Mundos
Por muito que se evoque a ancestral condição e, elevação documental, do que certos textos antigos nos deixaram em perfil e ressonância do que já se viveu nos nossos céus, haverá sempre quem o iluda, o mascare, ou simplesmente o negue com a eloquência própria de quem quer falsear dados históricos. Desde os tempos (e textos) bíblicos aos sânscritos de texturas verosímeis do que então se viveu e terá sido deixado em testemunho escrito, existe hoje a interrogação ou a pertinente questão de sabermos da verdade; se não toda, pelo menos aquela terça parte que nos é devida de sabermos e, sentirmos, que já se viveu uma ou várias guerras de mundos interestelares. Ou no mundo do Cosmos, no mundo deste tão enigmático Universo que nos sustém.

A ficção transportando toda a magia envolvente e não insolvente que nos seduz e encanta, também nos perfaz a quase certeza de estarmos perante uma outra realidade há muito vivida de seres, civilizações, e entendimentos ou ideologias exo-planetárias imensuráveis.
As Guerras das Estrelas ou Star Wars  como é mundialmente conhecida esta analogia cinéfila que medeia várias gerações de grande entusiasmo e mesmo entrega e quase rendição pessoal, transborda de toda uma simbologia estelar que faz acreditar o cidadão comum - cidadão terrestre - que não está só. Não, no Universo. Ou... para além deste...

O que se interpõe nesta reputada orgia de multidões em seguir acontecimentos além as estrelas, arroga-nos no direito de nos interrogarmos se acaso estas guerras se afluíssem sobre nós, sobre a Terra, como as viveríamos, como as interiorizaríamos, mesmo que fora de dogmas teológicos ou outros que entretanto se sublevassem por entre armas esquisitas - e fatais - de eficácia rasante sobre todo um ou mais planetas; além o nuclear, que tanto horror nos induz em temeridade e, susto, caso estas se repercutissem no nosso planeta sem resposta à altura. Ninguém sabe.


Star Wars: O Despertar da Força (o filme); ficção ou realidade próxima na Terra...?

O Despertar da Força... ou da Verdade?
Ninguém está pronto para um despertar (da força e da realidade!) ou preparado para tal. Daí que nos reste salvar apenas a tão singela mas não simplória questão disruptiva com tudo o mais, de que, a sermos de novo escravos, subservientes e ausentes de qualquer tecnologia que os igualasse na demanda, só poderíamos de facto baixar a cabeça e desejar que nos não matassem de um só golpe de tão poderosa arma sua - suprema e fiel -  em cumprimento de regras e princípios que não os nossos, da Terra. Pior do que nos submetermos a uma vontade do mal de um qualquer Darth Vader estelar, seria o sentirmos que, a partir daí, nada mais conquistaríamos, ou nada mais seríamos que escória expurga ou corja terrestre maldita de um Cosmos não nosso e por si não aceite, nesta nossa triste condição de heresia terrena sem eira nem beira, terra ou abrigo por esses mundos fora. E isso, não se deseja; a ninguém!

Dentro e fora do nossos sistema solar, por mundos e mundos além o nosso conhecimento em homilia exo-planetária que ainda esteja no mais profundo da nossa ignorância, que o seja pelo Bem da Humanidade; que não pelo direito de impérios malditos que tudo ceifam e tudo matam em crápula aferição estelar, de uns poderem ser filhos e outros enteados nesse mundo seu, nesse Universo que tantos seres e correntes ideológicas haverão. Ou não. Mesmo que o desconhecido nos seja uma grande e temível interrogação, nunca nos poderá ser a negação de tal existirem, de tal conviverem ou partilharem o espaço cósmico entre si também.

Que pela Paz o seja e não pela Guerra. Que o seja pela Paz nas Estrelas. Porquanto essa demora se faz, só se poderá acrescentar então: Que a Força esteja convosco, aos da Terra, aos do Bem, pois que Lá Fora (havendo também o bem...) se não faça o Mal; na Terra e fora dela! Que a Força vos acompanhe e esteja sempre a vosso lado! - Citação de uma vulgar terrestre, se é que lá fora alguém o ouvirá...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

ANDREA BOCELLI (HQ) AVE MARIA (SCHUBERT)

A Minha Mensagem de Natal


A Luz que paira sobre os céus da Terra e sobre todos nós.

«No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: "Faça-se luz" E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz Dia, e às trevas Noite. Sobreveio a tarde e depois a manhã: Foi o Primeiro Dia.»
                                                                          - Bíblia Sagrada - (Livro do Génesis)
Projectados no Cosmos...?
Inventados, projectados e liminarmente estruturados num longo processo vital de um Deus maior que Tudo é, que Tudo deve ser, foi-nos dada a sublime condição de seres pensantes, de seres inteligentes. Vazando todas as fronteiras do conhecimento, transpondo estas e sendo (talvez) a mais brilhante criatura jamais feita no Cosmos que, à semelhança de outros seres magnificentes, outras criaturas estelares, o Homem e, por conseguinte toda a Humanidade, foi a mais bela obra pré-concebida na Terra. E, de ser quase ausente, passaria a ser inteligente e senciente. Ainda que para tal, muito demorasse a reajustar, a recalibrar tudo isso numa resiliência fortemente ponderada e, sustentada, por um divino estelar ou cósmico. E Deus tudo viu e permitiu!

O Homúnculo que em projecto de criação inicial se realizou, e no qual teremos sido invectivados por inteligências maiores em supremas consciências de uma cognição - ou precognição estelar - foi-nos reinserida numa pré-condição idêntica de sermos os seus seguidores, os seus filhos e descendentes que na Terra profetizássemos e, cumpríssemos, na instituição do bem, da caridade e do Amor. Nem sempre foi assim, infelizmente. E penamos por isso, ainda hoje também.

Dizem-nos que o Universo foi criado numa gigantesca explosão de vida que teve lugar há cerca de 15 milhões de anos na tão propagada cientificamente: Teoria do Big Bang. Ok. Aceitamos. Temos de aceitar. Mas, todavia, quem gerou este grande fluxo de energia, matéria, partículas, luz no fundo...?
Sol, Planetas, Estrelas, Galáxias e tudo o mais na profusão de um cosmos sumptuoso, de um Universo transcendente; isso sabemos. Mas saberemos reconhecer que maravilhosa miríade cósmica é esta, no que num Todo possuímos em nosso redor - e fora de todo ou qualquer contexto que possamos assumir nessa nossa tão micro-dimensão humana - havendo essa mesma certeza de aqui pertencermos? Reconhecemos-lo efectivamente. Estrelas que foram criadas a partir de átomos de elementos simples (como o hidrogénio e o hélio) e de seguida toda a sequencial transmutação dos metais revertidos na nossa memória em alquimias de ouros e jóias mais brilhantes do que o Sol, se tal é possível alguma vez...?!

As Galáxias e todos os seus sistemas de estrelas, o nosso efusivo Sistema Solar (por outros que ainda desconhecemos) numa ostensiva e luminescente Via Láctea - nosso berço galáctico - que se observa no Céu, e nos dá a amplitude ou exactidão de toda a nossa pequenez e disforme referência na Terra, se anuirmos que talvez não sejamos assim tão importantes... nós, a Humanidade!
Novas Estrelas que se condensam a partir de Nebulosas (nuvens de gás e poeira espalhadas pelo interior das galáxias) que, à nossa semelhança e credo são, no fundo, tão iguais a nós que do pó somos pó, da poeira cósmica viemos e para esta iremos um dia...
Seremos todos nós proto-estrelas, pensadas, edificadas e, reproduzidas, nas muitas esferas cósmicas de um Deus supremo, de um Deus-uno que tudo vê, ramifica e expande...? Certamente.

Remanescentes e explosões de Supernovas que a NASA/ESA tão fluente e airosamente têm captado e transmitido ao mundo, ao nosso pequeno mundo terrestre, de toda a glória - e beleza - desse Deus tão surpreendente quanto magnânimo. «Deus» esse que tudo nos oferta em observação fantástica de anéis, figuras, ou imagens que coadunamos com animais da terra, com determinado zoodíaco de astrologia mundana ou mesmo científica, pois que tudo agora o Homem assume sem pejo de se quedar em humilhação ou deflação de sentimentos na verdade destes novos tempos de uma outra era.

Tal como Explosão de Supernova, colapsamos todo o nosso núcleo - interior e de vanguarda espiritual - se acaso nos violam os princípios ou as regras básicas de uma vida harmoniosa e de paz. A nossa luz humana consegue ofuscar mais do que todo o poder destas supernovas por toda a galáxia, por todo o Universo; somos portentosos mas não o sabemos - ou não queremos saber - desinvestindo desse tão grande poder que nos acolhe e foi dado por algo maior que o nosso pensamento. Esquecemos-nos da importância desse facto, tal como esquecemos os cofres de incenso e mirra, ouro e magia infindável que um dia Três Reis Magos trouxeram à Terra (terão vindo das estrelas...?) em sua solicitude de seres especiais, seres divinos, seres que nos ditaram, por sua vez, os ditames de novas regras e novas crenças a seguir.

Paulatinamente fomos sendo perscrutados, ensinados e guiados ao longo dos tempos, palmilhando caminhos que outrora e dos céus nos foi consignado e, determinado seguirmos. Nem todos o fizemos, mas muitos o advogámos em causa própria de um estabelecimento natural entre o divino e o científico; oscilando entre os dois, reportando desenvolvimentos que nem imaginávamos poder requerer ou sequer pertencer em conhecimento e, despojamento de alma. A tudo acorremos com a saciada beatitude de sermos melhores criaturas, melhores seres deste espaço terrestre de solo e céus que sobre nós pairam em homilia estelar exo-triunfal de outros seres, outras civilizações.

O Ser Humano em toda a sua essência de obra feita, obra concluída (ou não...) e através de todos os seus seguidores espirituais na Terra - Adonai, Akshara, Alá, Brama, Deus, Divindade, Mãe Divina, Jesus (Yeshua), Eckankar, Elohim, God, Hari, Indra, Jeová, Krishna, O Senhor, Mahesh, Manitou, Ormuzd, Parameshwar, Purush, Radha Soami, Ram, Rama, Theos, Thor, Varuna, YHVH e tantos outros que na Terra se fizeram cumprir em missão e, deslumbramento espiritual, são o exemplo do que acabei de dizer.
Tal como uma Célula Estaminal (definida como uma célula indiferenciada de um organismo multicelular que é capaz de gerar indefinidamente mais células do mesmo tipo e a partir da qual outros tipos de células são geradas por diferenciação) nós, Humanidade, somos os existenciais grãos celulares desta maravilhosa concepção celular e, molecular, de toda a vida em si. Somo seres de energia, poder e luz: somos, afinal, a máxima criação do senhor-Deus do Universo!

Não poderia acabar sem uma referência aos prestigiosos astronautas da ISS ou EEI (estação espacial internacional) que nos vigia os sonhos e nos glorifica os dias, coesos de toda a sua tarefa e missão especial no Espaço que nos relata a certeza de um dia sermos não só seres do mundo (do nosso mundo terrestre) mas, além os planetas, além as estrelas.
Uma vez que são conhecidos os poderes interinos de proto-culturas ou culturas em fase embrionária que agora aí se estão a desenvolver nos suportes de vida espaciais da ISS (como por exemplo, a famosa alface-roxa de seu nome «Veggie») relato-lhes o meu mais sincero desejo de que esta Noite de Natal lhes seja farta e condigna, com a Veggie à mesa espacial ou outros produtos biológicos, vegetais e não só, pois que a solidão deve ser muita - e a saudade ainda maior - dos confortos do lar, do carinho e abraço dos familiares que não têm por perto, assim como do peru recheado à mesa, cá em baixo, na Terra. Mas estou certa que comemorarão com prazer e, distinção, no que lhes foi devotado por tão nobre missão espacial. Em particular para Scott Kelly (perdoem-me a deferência mas tenho de o fazer pela magnitude brilhante a nível fotográfico com que nos presenteia com as suas magníficas fotos e imagens que tira desta nossa ainda mais maravilhosa Terra).

A Minha Mensagem de Natal é esta, resumindo: Sejam felizes e Façam Alguém Feliz! Somos Todos Um! Somos Todos Maravilhosos! Ou quase todos...
Um abraço para todos, na ISS (para todos os seus 40 elementos de tão eminente missão) e no Mundo, pois que esta Noite é a tal Noite Mágica, Noite de Todas as Almas, Noite de Natal! Um Muito Obrigado à Google e Youtube (que me têm proporcionado tudo o que tenho realizado), enciclopédias e todo um conhecimento através de livros científicos e não só, um desejo de tudo de bom e grandes sucessos, hoje e sempre. Para crentes e não crentes de Todo o Mundo: A minha Solidariedade, Paz e Amor que tanto nos tem faltado, a nós, Humanidade. Para «eles» também; afinal foram os nosso criadores com esse tal Grande Deus que manda nos Planetas, nas Galáxias, nas Estrelas e até no pensamento de Todos nós. Sejam muito felizes e Um Bom Natal para todos. Universalmente (e interestelarmente também) um Merry Christmas for All!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Marina Kaye - Homeless - Clip officiel

Wham! - Last Christmas

Uma História de Natal


A Insolvência de uma Vida apenas partilhada por quem nada pede...

Quando tudo se perde - da alma à dignidade humana - o que ficará depois...? Quando tudo parece perdido (e de facto assim está!) que mais se pode fruir da vida que não seja um dia de cada vez, um dia a menos na sofrida tonelagem que nos carrega a alma, que nos decepa o corpo e, pior, nos mantém reféns até da nossa própria incúria, orgulho e excruciante personalidade que nos leva a deitar tudo por terra quando só queríamos, amor, afecto e um abraço sentido...?!

Era este o meu vil estado de comportamento, sentimento e situação pelas ruas da amargura, pelas ruas de uma solidão inclemente; pelo frio, pela fome e, pelo despojo total que fiz da minha vida, só unida e alçada pelo único amigo que fiz - ou me fez ele a mim em encontro e, salvação, num aconchego de vida que jamais pensei readquirir em mim. Era Natal... era noite de paz e amor, e eu só tinha uma garrafa de água, uma carcaça com manteiga já carcomida e... o Jonas, o cão que me escolheu para parceira de infortúnio: o meu Jonas! O meu maior e melhor presente de Natal do ano de 2013!

2013 - Aquele mágico ano de toda a pobreza!
Nem sei por onde começar. Continua a doer; muito! Se houvesse um saco de moedas por cada vez que me senti gritar e sufocar esse grito, pela fome insaciada, pelas insónias havidas ou pelo gélido dos pés e das mãos que me arroxearam de frieiras e de uma dor que nem sei descrever, já estaria rica, muito rica - ainda mais do que o Donald Trump ou o Bill Gates.
Ante a minha paupérrima condição de sem-abrigo que era, eu fui a mais enjeitada, a mais desnorteada (ou mais humilhada talvez...) menina-mulher de um volte-face inacreditável. E que, toda a sociedade cosmopolita que até então eu vivera, conhecera e consumira como ser fútil, acéfalo e de ornamento decorativo, me deu o desprazer de conhecer na sua outra imagem de «espelho-meu» frio, directo e verdadeiro. E eu não estava preparada para isso. Todos me viraram as costas: a sociedade, os amigos e, aquele a quem eu jurara fidelidade e só me deu pancada; não física mas a outra, a que dó mais: a do desprezo, a do abandono, a da morte anunciada de um casamento que já não o era. Todos me apunhalaram pelas costas, e por estas me arrancaram o coração - tal como Dom Pedro I o fez por suas próprias mãos aos algozes que lhe mataram a amada, na mutilante certeza de que jamais voltariam a prevaricar em nome de outrem - e que, por mim ou no que comigo se relacionava, jamais me sentiria em voltar a ser a mulher que eu era.

Doces anos, eternas ilusões... é sempre assim, Acreditamos em tudo, até na Branca de Neve e no Pai Natal, e só quando vemos as nossas ilusões esbatidas, esboroadas naquele imenso lamaçal que foi a nossa inglória vida conjugal, é que acordamos para a vida e tentamos voltar a ser como éramos. Mas, se não fosse tão triste, seria antes de mais ridículo e tão absurdo, como o dizerem-nos que voltamos a ser virgens de corpo e pensamento para voltar a errar, para voltar a cair nesse mesmo logro do encantamento floral e tão feérico conto de fadas e de «tu e eu» onde só o tu existe e o «eu» se perdeu nas escarpas de um mundo que já não é teu nem meu, ou seja, de nenhum de nós.
E tu, tão jovem, tão belo e tão príncipe do nada com o teu fato Hugo Boss ou Armani e eu, qual Cinderela destes novos tempos, em passadeira vermelha de um enlace matrimonial de jugo napoleónico tão traiçoeiro quanto falso, ostentando felicidade, exibindo sorrisos, flamejando riquezas bordadas a ouro, bordejadas de uma fraudulenta e quase satânica relação doentia em que tu e eu nos vimos acabar. Quase nos matámos um ao outro. Mas superámo-lo. A ferro e fogo.
Foram anos confusos. Turbulentos, evasivos e ludibriantes como fantasiosas muralhas ciclópicas de uma mitologia só nossa, reportadas ao encimar de um qualquer portal estelar que nos levava aos céus, que nos levava ao firmamento mas do qual só eu restava, só eu jazia em sepulcral e fria lápide de uma vida tão cheia de nada, de uma vida tão vazia de tudo.

Eras um «Teddy-boy» na versão jurássica de meus pais e um Workaholic ou metrossexual na versão mais moderna - e jocosa da coisa - na boca dos meus amigos e primos mais chegados. Não te conheciam, mas invejavam-te:  o sucesso, o bom gosto (para automóveis e para mulheres...) as casas, as viagens e as entradas em todos os restaurantes ou hotéis de cinco estrelas, onde a estrela maior eras tu, quase o afirmavam. Veneravam-te, e deixaram-se seduzir, todos eles, por essa esfuziante figura de homem-modelo de uma sociedade sem escrúpulos, limites ou saciedades. A voragem era tanta que mal te davas conta dos negócios e da extrapolação financeira, dos buracos e dos sacos azuis que só no teu imaginário haveriam para tudo se quedar, para tudo se resolver, para tudo se rematar. Mas não rematou. Foste à falência, e eu contigo. Nem os dedos ficaram...
Vendeste as casas, os automóveis, as propriedades, as acções bancárias e outras que nem imaginei que possuísses; os ouros, as platinas (tal como lápides pré-anunciadas de homem fracassado) depois do estrondoso êxito como «Homem do Ano» ou Empresário do Mundo, de referência neste burgo lusitano de gerências tão pouco egregias e, nobres, quanto as de um hino nacional que todos veneramos mas nos não dá brasão de aí pertencermos. Não pertencemos, apenas por lá passámos...
O Fisco levou-te tudo: o resto, o que sobrou. E o que sobrou foi muito pouco: nem a tua alma escapou. Vendeste-a ao diabo. E eu não fiquei para ver. Fugi. Eu sei: não me orgulho disso. Mas já não soçobrava também nada de mim. Não me culpes. Não fui suficientemente forte para te ver destroçar aquele tão alto castelo que só tu construíste mas que tão alto também te levou e de lá te arremessou sem pejo nem glória, nem sequer o restolho que de ti ficou ao ver-te partir para um dos muitos offshores (vá-se lá saber em que ponte mirífica desse mundo ou desses paraísos fiscais...) que te sustentaria até onde mais não quisesses - ou suportasses - ver-te longe do mundo, longe de mim... estarei errada? Penso que não.

Memórias leva-as o vento... levará? As minhas não levou; e, por cada dia que passa, me faz lembrar mais e mais, nesse angustiar de retrocesso e irreversível verdade de um passado que não voltará.
Fugi de ti. Fugi do mundo. Nem sabia como podiam ser tão frias as manhãs após as noites... e, se ainda por entre lençóis sujos e amarrotados me vi (no início, em que as minha economias ainda davam para colmatar esse abrigo de tecto estranho em residenciais visitadas por gente da noite vadia: prostitutas, pederastas ou vulgo chulos de arma em punho ou faca na liga) outras houveram ainda mais cruéis de cheiro a mijo, a vomitado, a doença e, à total isenção de esperança de nestas me ver separada, me ver distante, como mau filme vivido.
Tinham pena de mim, as pessoas. Não me viam, apenas me olhavam, mas não me sentiam: o pesar, a dor, a solidão e a perturbação lancinante de já ter sido alguém. Eu disse... alguém? Nem pensar. Acho que nunca fui alguém que desse prazer para recordar, para lembrar ou sequer lamentar a má sorte de não ter havido cabeça - e neurónios - para retornar ao lar dos pais ou ao invés de tudo isso, o ter havido coragem para recomeçar do zero, para voltar a ser gente, para voltar a acreditar que era possível ter um futuro começando pelo presente. E isso tardava.

Resumos do que vivi...
As pedras da calçada portuguesa são muito engraçadas, nunca repararam? Por entre as suas frestas, as suas magoadas ribeiras de verde e orvalho, une-se um estribo vegetal que grita por viver - ou sobreviver - naquele morro estanque que todos os dias por si é calcado. E as formigas, as baratas (estas, não gosto de todo!) e demais criaturas de todo um universo microbiológico que a nossos pés se debatem por existir que, junto à minha face (agora sem os cremes tão caros e tão insidiosamente publicitados pelas marcas de referência) eu retraio ou retalho, sob o soalho da minha casa que não é casa nenhuma, e me vê tão morta de mim que já nem sei quem sou. Estou a morrer por dentro. Estou a esmiuçar o pouco que de mim ficou. Dos meus longos cabelos de madeixas claras, agora exulto umas trincheiras de reforço e pouco asseio de tranças e espigões que me dá um ar de Punk e de maluca que só eu sei. Tenho uma tatuagem no braço direito (eu, que tanto gozei com aquele «Amor de Mãe» ou «Maio de 68» dos antigos combatentes das ex-colónias que assim se sentiam mais perto dos seus ou das investidas políticas de uma transformação mundial de valores e princípios...) no que agora fiquei transbordante - mas não radiante - de toda uma beleza sui generis criada por mim. Doeu que se fartou e até gritei: se valeu a pena? Não. Não devo ter alma de igual sofredora Blandina (a tal escrava cristã que foi torturada e morta pelos Romanos em Coliseu aberto) ou de uma Mata-Hari, que torturassem ainda antes do seu fuzilamento ou dessa electrificação da alma em extirpação de segredos ou missão impossível de ordem maior. Sou fraca. Mas não sou débil ou parva. Por enquanto...

Tenho uma argola no nariz como as vacas. Se a minha mãe me visse agora apanhava um susto de morte ou fugia a sete pés. Não tenho amigos, apenas conhecidos. Uns mais estúpidos do que outros; uns mais carentes, outros mais caridosos. Mas todos temos histórias para contar quando o queremos. Não há muita solidariedade entre nós: é cada um por si e, não raras vezes, já me roubaram o pão que por vezes umas senhoras da boa caridade aqui entregam em carrinhas cheias de coisas boas e de um aroma que me faz lembrar a casa dos meus avós de quando era pequena. Tenho saudades mas sei que não posso voltar; não agora. Estou suja, sinto-me suja. Por vezes vou até à autarquia (ou à Junta de Freguesia, melhor dizendo) onde, em serviço social aos mais desfavorecidos, me deixam tomar um banho e me dão roupa lavada mas eu sempre lhes escapo quando vêm com grandes perguntas, questionários e ilações sobre o que me levou a ficar na rua. Tenho vergonha de mim.
O pior é o frio. De início, ainda apanhei bom tempo e as noites eram mais leves, mais passageiras em brisas suaves de um cobertor de cartão que tudo remediava. Mas depois, foi pior. Começou o granizo da noite (se é que isso há...) começou a esfriar de tal forma que até as unhas dos pés me pareciam encarquilhar, tal o gelo por mim adentro. Eu, que só dormia por entre edredons de penas de pato e afins que a mãe sempre me oferecia a cada Natal, a cada Inverno, como se eu fosse uma ave rara daquelas que tombam à mínima brisa menos soalheira. E eu, tão sublime, tão letrada, tão menina do papá, p`rá aqui e agora tão tresmalhada... ah, se eles me vissem agora...

«Tenho fome, tanta fome. E frio! Que frio está!!! Quando chega a ajuda...? Porque não vêm???»
As carrinhas das comunidades de boa vontade, amor e paz, ou simplesmente de solidariedade social em amizade de quem nada tem - ou o que lhe queiram chamar - fazem um bom trabalho (ainda que muitos de nós deles fujamos por vezes...) mas, não sabem, nem podem saber, o que é gelar por dentro, por muito que a sopa nos aqueça por fora. E o sentir que nada se tem, quando o pouco que temos nos roubam sem que lhe demos conta, pois já estamos, muitas das vezes, empedernidos naquela suave dormência dos semi-vivos ou quase mortos em coma residual de um corpo que de nós se vai despedindo. Tenho frio, tanto frio... e se o menino Jesus por aqui passasse, eu lhe pediria calor, muito calor, e um amigo que comigo isso privasse. Mas Ele deve estar longe, tão longe que não me ouve... tão longe que nem de mim sabe...

2015 - O Ano de Todas as Coisas... Boas!
Estou quente. Estou saciada. Estou feliz! Muito feliz! O Jonas está a dormir (ou a resfolegar) aos meus pés. Pés esses, que agora exibem uns sapatos e não aqueles ténis horrorosos e esburacados que mal mos cobriam, assim como às feridas que entretanto emergiram sob a égide  de escaras porosas e, mal-cheirosas, ante a evidência de tão pouca higiene pessoal - ou esse respirar livre de meias lavadas e agora não mudadas que, como já o disse, de poucos banhos tomados. Nem posso imaginar voltar à rua... Não o quero, de todo!
E tudo isso, por causa do meu querido Jonas, o meu mais lindo e amigo companheiro de vida na rua que me deu o benefício não da dúvida mas, da certeza de que jamais lá voltaria.

Era Noite de Natal. Eu estava embriagada, pois só assim me conseguia aguentar por horas e horas de breu em escuridão de alma no meu beco, na minha rua, que não era só minha mas de mais quatro ébrios sem-abrigo que, enfim, partilhavam este meu exíguo espaço de pedras e cartão. E por mais que os rotos cobertores nos tentassem cobrir, nada nos aquecia que não fosse aquele malfazejo líquido vertido goelas abaixo numa «party» muito especial (vivida por todos!) em fechada e abissal comunidade dos que sofrem, dos que tendo perdido tudo, ainda mantêm a noção de uma certa realidade: a de se estar vivo (ainda!) E mais não fosse pelo gelar da noite estrelada da tal Santa Noite, e tudo ficaria por aí. Mas não ficou: o meu Natal trouxe-me a esperança que dava pelo nome de Jonas assim que lhe pus as vistas em cima e ele sobre mim galopou fazendo-se pertencer.
Mas antes tenho de referir o quanto sou grata a estes meus outros amigos de rua e o quanto com eles aprendi a viver - e a sobreviver - sem nada ter que não fosse a sua amizade pura e dura. Como eu era uma fêmea, diziam-me, por entre uma galhofada rouca e o gorgolejar de outra emborcada garrafa de bagaço, que me tinham de preservar dos malditos, dos que não tinham respeito por ninguém em possível e futura molestação sobre mim. Daí que me protegessem disso, o que desde sempre lhes agradeci. Não era fácil, nada fácil, uma mulher viver na rua... e todos sabiam disso. Para mais, uma jovem, no que nem tentavam saber e muito menos compreender. A Filosofia das Ruas era: cada um por si mas todos por um, se vissem perigar esse seu companheiro mas dentro dos limites (sempre!) da privacidade e  da individualidade de cada um. Éramos uma família! Estranha, é certo, mas ainda assim... uma família. Até que chegou o Jonas!

Vinha a abanar o rabo. Vinha um pouco esfolado numa das patas e no lombo (talvez uma rixa com outros seus colegas de quatro patas ou pior, alguma outra luta com humanos por posse de um osso perdido...?) em que, escolhendo-me a mim, que estava no canto mais sórdido mas acho que mais limpo daquela triste zona da rua - a minha rua - ele se fez cumprimentar.
Lambuzou-me toda. Fiquei parada, meia parva do que me estava a suceder. Até ali tudo era a preto e branco: agora, iluminava-se me a rua toda em arco-íris de pêlos, focinho e uns olhos de embevecer o mais empedernido cidadão; o que me perfez a exacta consciência de ter sido ouvida, algo que nunca sentira em toda a minha parca existência de ser humano meio idiota que eu era, numa percepção inócua - e mesmo aparvalhada - pelo que nunca me tinha apercebido ou até afeiçoado a qualquer animal de quatro patas. Ou o que fosse. Animais lá em casa, eram sinal de porcaria, barulho, encargos e alguma enxovia (em masmorra e prisão, se se tiver em conta tudo o que um animal acarreta), o que queria à priori dizer (ou redundantemente) um Não! de trazer animais para casa, comprá-los ou adquiri-los por adopção em qualquer canil da zona; isso ainda menos. Era algo que estava muito longe das prioridades dos meus pais e, por conseguinte, do meu impoluto marido que ao mínimo pêlo que lhe soasse na óptica ou no tacto, era logo sinal de alarme e despedimento sobre as suas duas empregadas domésticas. Quem lhe lavaria as cuecas agora...? Sei que na altura me interroguei disso. Eu não era, de certeza! Que fosse à merda. Se aí me deixou, que se esfregasse também um pouco nessa sua mediocridade de homem moderno, de self made man que a todos impunha como a oitava maravilha do mundo. Provavelmente continuou a sê-lo; só que agora bem longe de mim e dos princípios ou regras com que me regia. Se ele me tivesse visto na rua que pensaria então...? Teria pena de mim, lamentar-se-ia por me ter dado tão fatídico destino ou rir-se-ia por me ver tão abandalhada e tão fracassada nos intentos, eu, que até tinha dois mestrados em coisa nenhuma. Mas tirara o doutoramento: o das ruas! E tinha havido nota máxima! E tudo, mas tudo, devido ao Jonas ter aparecido na minha vida de princesa-boémia nos dois anos de rua que este comigo se enveredou.

Cheirava a catinga (coisa horrorosa, não é?) mas cheirava mesmo. O Jonas e eu. Afinal éramos um só. Vai daí levei-o comigo e assim me fiz  insistir para que mo deixassem ir em banho de duche conjunto. Levei um rotundo não. Que estava eu à espera, não é? Mas tornei a tentar e desta feita consegui-o. Fintei os funcionários e eles não o viram comigo passar. Ficámos ambos muito limpinhos, mas tendo de fugir às pressas e a correr dos balneários locais, se acaso atrás de nós viessem com avisos de lá não voltar. Havia regras, diziam.
Quanto às primeiras refeições eram sempre, mas sempre, para o Jonas. Só depois para mim. Com o tempo levei-o ao veterinário - que até era um rapaz muito jeitoso e simpático - e não me levou nada da consulta e da vacina que lhe deu para a desparasitação (pelo menos, foi o que me disse) e assim lá fomos, companheiros de uma vida... de toda a vida, para mim e para ele, Jonas!

Sei que não me posso alongar mais, pois isto não é um diário pessoal nem um livro. E seja lá o que for, é apenas a história da minha vida e... de um dia, aquele mágico dia em que conheci o Jonas. Alterou a minha vida. Alterou o meu modo de me comportar e até de pensar. Segundo passo: tirar aquelas amarras corporais de piercings e coisas que tais que me furaram o corpo e a alma numa personalidade (ou personagem...) que já não eram minhas. Ah, é verdade, chamo-me Maria; afinal neste grande e colossal mundo cristão da península ibérica somos todas marias, não é mesmo...? Ou éramos, pois que estes novos tempos nos trouxeram outros nomes - os anglo-saxónicos e os de leste - que em geral são sempre impronunciáveis, os dos apelidos. Mas enfim, é a nossa aldeia global.
Ah, e outra coisa: estou noiva! O simpático veterinário era sempre tão simpático comigo que antes mesmo de me convidar para jantar (sabendo de antemão onde eu vivia...) me fez chegar por intermediários seus amigos (pois não queria que eu soubesse de quem estava a organizar ou a re-organizar o resto da minha vida), o aluguer de um T-1 (apartamento de uma só assoalhada como todos sabem) após o que tinha de me apresentar noutra sucursal veterinária para assumir um emprego de lavagem de animais (quase por inteiro, cães) e as instalações dos que por lá ficavam em recobro hospitalar. Senti-me a viver uma miragem: o Jonas tinha-me salvo! Seria injusto não o dizer deste meu salvador - o veterinário - mas o Jonas foi a força motriz de tudo. E como eu lhe estava grata!

A partir dali, foi um mar de surpresas. O Jonas ia comigo para o trabalho e lá ficava como que em vigília ou serviço de segurança máximo, perscrutando todos os outros como se ele fosse um mandante-mor de todo aquele espaço clínico para animais. Ao fim do dia vínhamos ambos cansados mas alegres e felizes e, a cheirar a desinfectante, com o sabor da utilidade e da coexistência ampla do quanto ambos éramos factualmente indivisíveis e absolutamente amigos. Uma dádiva dessa tão gélida mas bela Noite de Natal de 2013! Não levem a mal se disser que, o Jonas, foi o meu Messias, o meu Salvador em raça canina de tudo o que de bom pode acontecer aos homens e, neste caso, a mim.
Voltei a ver a minha família e contei-lhes tudo. A mãe ainda tentou ir rebuscar no passado as razões que me levaram à rua, dizendo que nunca o teriam permitido, uma vez que até a Interpol sabia do meu caso, ou seja, do meu desaparecimento ou do meu isolamento, não fosse o caso de ser rapto ou sequestro por parte do meu agora ex-marido que me retivesse consigo: Antes a Rua, disse logo, e isso pareceu amainar os piores receios da minha família. Agora o Jonas tem outra casa e até uma namorada, pois os meus pais lá cederam naquela coisa de se possuir animais em casa, o que fez as delícias do meu irmão mais novo. Estou feliz, muito feliz, e já não tenho fome nem frio mas ainda sinto o cristalizar terrífico das minhas entranhas ao sentir que muitos parceiros meus, colegas e companheiros de rua, ainda lá estão. Faço voluntariado agora e sou muito feliz com isso. Já se reintegrou algumas pessoas - sobre alguns grupos que anteriormente eram considerados delinquentes ou apenas indigentes da sociedade. Não é só sopa que temos de lhes servir mas antes de mais: Esperança no Amanhã! A minha, foi encontrada através do meu querido amigo Jonas mas, a de outros será, talvez, a da força e a do amparo, a do carinho ou do amor desta e outras Noites de Paz:

Que a Noite de Natal vos seja tão farta e feliz como agora e sempre a minha me é para mim, para o Jonas e para os meus; assim o desejo para todos vós. Um Santo e Feliz Natal para todos e que tenham gostado sinceramente desta breve e simples história de Natal. Sejam Felizes e façam alguém feliz. Comecem hoje e verão que, para todo o sempre, a vida lhes retribuirá tudo isso...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fenómenos ►Meteorológicos | Alerta Roja 2015.

Alerta Roja ► En la Tierra esta Sucediendo Algo Colosal. (Pruebas)

A Ecologia X (Conversão de Energia)


Cabo da Roca (O Ponto mais Ocidental do Continente Europeu) - Sintra           Portugal

«Aqui, onde a Terra se acaba e o Mar começa...» - Luís Vaz de Camões -

A Vida na Terra dependendo sempre de dois processos elementares e, fundamentais no fluxo da energia do Sol e na reciclagem dos elementos químicos, poder-se-à sentir eterno esse mesmo poder solar de luz e calor ao nosso planeta... além os tempos?

Ciclos, Cadeias e Teias, os quais a Terra se vê imbuída e, enaltecida, ante tão voraz glória de reciclagem, decomposição ou mesmo transformação, no que o planeta em si recrudesce a cada dia que passa. Mas ser-nos-à isso uma conquista por mérito próprio - de vida exponenciada sobre a terra e sobre o mar em atmosfera acolhedora - ou tudo nos foi programado liminar e insistentemente para que tudo ascendesse em organismos vivos e não-vivos sobre a Terra?

Os Oceanos, absorvendo grande parte da luz e do calor do Sol - o que em Portugal se regista por toda a sua linha costeira ocidental e mediterrânea de continente europeu - emanando todo um potencial bioquímico (agora transformado através dessa inicial energia solar), que outras riquezas o Homem daí retirará, sem que com isso prejudique o planeta ou a si mesmo, sobre essa sua investida?

Aquiescendo essas medidas, revertendo-as em energias limpas, terá o Homem a possibilidade (ainda) de se redimir, de expiar os seus pecados terrenos - ou talvez expurgá-los - por tanto mal ter feito ao seu berço de nascença mas não de proveniência, no que lhe foi concedido mas não ofertado por seu não ser?! Saberá o Homem reconhecer tal e ainda ir a tempo de tudo remediar...? Deixar-nos-ão «eles» recorrer a essa vã e rejubilante reminiscência que um dia obtivemos e de nós foi retirado por o não sabermos merecer? Assim não sendo, por onde andam então os Atlantis, os de Moor e outros tantos que de tão altas tecnologias se viram sufragar do dia para a noite, tudo, em radical eliminação de vida por todo o planeta? Teremos aprendido a lição? Não...?! Pior para nós, Humanidade.
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Transformação de Energia: o Sol e a sua florescente magnitude de luz e calor sobre a Terra.

Conversão/Transformação de Energia
A Terra depende de um fornecimento contínuo de luz e de calor provenientes do Sol. Alguns organismos podem utilizar a Energia Térmica directamente - como acontece quando os Répteis se põem ao Sol para absorver o calor - mas os únicos organismos que são capazes de usar a energia luminosa para fabricar alimento... são as Plantas Verdes e algumas bactérias.

A Energia Luminosa captada pelas plantas verdes é convertida em Energia Química, que pode ser utilizada pelos Animais. Podemos encarar este processo como um fluxo de energia oriundo do Sol que percorre um ecossistema.
Quando os Animais comem Plantas, obtêm tanta energia química como nutrientes essenciais. A Energia Química é assim o «combustível» que acciona os processos biológicos da vida, ao passo que os nutrientes são os componentes que constituem não apenas o alimento como também o próprio tecido vivo! Ambos passam das Plantas para os Animais - ou de animais para animais.

Os Nutrientes são por sua vez Elementos Químicos, como por exemplo, o Azoto, fazendo parte dos componentes abióticos (não vivos) de todo o ecossistema. Por fim, todos os nutrientes regressam ao Ecossistema e são reciclados. Nenhum animal consegue converter a sua ingestão total de alimentos numa quantidade equivalente de energia. Uma Parte da Energia perde-se, na forma de calor e de resíduos que o ecossistema não pode jamais reciclar.
Os Decompositores, como as bactérias e os vermes, aproveitam a energia química - e os nutrientes contidos nos produtos de dejecção e nos corpos dos animais mortos - de que se alimentam. Desempenham desta forma um papel-chave (e muito importante) na reciclagem de nutrientes no Ecossistema!

As Moscas, são consideradas pragas insalubres por todos os especialistas e mesmo cidadãos comuns que as não vêem com bons olhos, contudo, estas desempenham um dos papéis ecológicos mais importantes: o de decompositores!
Põem os seus ovos sobre carne morta ou em putrefacção e as larvas alimentam-se desses tecidos. Sem Decompositores, a Terra acumularia em pouco tempo pilhas de dejectos orgânicos. Daí que se conclua de que este maravilhoso planeta em que vivemos, sabe ser iniciador, motivador mas também eliminador, ou veríamos todo um ecossistema falhar e indefectivelmente atulhar-se sem fim à vista. Esta situação sendo incomportável, ser-nos-ia fatal, caso a Mãe-Terra tudo isso não absorvesse, reciclasse, e sequencialmente transformasse em renovada explosão de vida!


Coelho Bravo (espécie em abundância na Península Ibérica que priva do mesmo espaço do Lince Ibérico). Para tal, foi necessário a conquista do território através de leis não permissivas e regras a cumprir sobre um abate selvagem por parte de caçadores não-credenciados.

Nível Trófico
A Conversão de Energia num Ecossistema pode identificar-se de um nível para outro. Os Produtores Primários - as plantas - são comidos pelos consumidores primários (animais como os herbívoros). Estes Animais pode, por seu turno, ser comidos por outros animais (os consumidores secundários) que, por sua vez, são consumidos pelos consumidores terciários.

A Energia originalmente obtida pelos Produtores Primários vai sendo transmitida, formando dessa forma uma Cadeia Alimentar. A cada nível da cadeia dá-se o nome de: Nível Trófico.
O Primeiro Nível é ocupado pelos produtores primários e o segundo pelos consumidores secundários. Consumidores de Diferentes Espécies podem situar-se no mesmo nível da cadeia e, partilhar assim alguns hábitos alimentares.


Mocho-de-faces-brancas ou Coruja-transformer

As Plantas situam-se quase sempre na base da cadeia alimentar; por esse motivo, todos os animais são dependentes das plantas, directamente (como no caso dos herbívoros) ou indirectamente (como no caso dos carnívoros), para as suas necessidades energéticas.
Um Ecossistema pode mais facilmente suportar uma grande base de Consumidores Primários do que Consumidores Secundários ou Terciários, porque a energia disponível decresce de um nível para o nível seguinte.

Por conclusão em resumo pontual, acrescenta-se que, a luz do Sol, constitui de forma absolutamente eficiente e, imprescindível, a base de todo o alimento existente na Terra, sendo que a sua energia só pode ser transferida para os Animais através das Plantas verdes, como a erva. Quando animais, como os Coelhos (consumidores primários), comem erva, obtêm energia química e nutrientes. Os Coelhos atraem predadores, como as Corujas, que são os consumidores secundários desse ecossistema.


Grifos em Portugal (uma espécie ameaçada de extinção).

Os Necrófilos
São recorrentes os pedidos de auxílio, protecção e conservação destas espécies - depois mantidas em cativeiro - e que, se debilitam numa fraqueza ímpar por escassez de alimentos. E isto, ao longo das mui vastas pradarias e searas portuguesas, árvores e penedos e até varandas de residências comuns.

Os Grifos, mesmo não se tendo grande simpatia humana por estes animais, são espécies que fazem falta ao planeta numa «limpeza» geral de carne putrefacta. Mas sucumbem se o alimento falhar, se as carcaças dos outros animais não abundarem. E daí aparecerem famintos, quedarem-se de energia e, movimentos, algo com que nos deparamos por todo o Portugal (com maior incidência no Alentejo e Algarve), uma vez que a cadeia alimentar da qual se investem tem tendência a escassear, por não haver alimentos suficientes; ou seja, animais mortos em estado putrefacto - ou moribundos ainda - que estes possam encontrar nos seus caminhos. O vulgar abutre que todos conhecemos é, no fundo, uma outra espécie que apenas tenta sobreviver nos socalcos de uma era contemporânea que não se deixa intimidar por estes recursos ditos naturais; e isto, em registo alimentar tanto de Grifos como de outras idênticas aves de rapina que entretanto também surgem em confronto nesse ecossistema.

Os Necrófilos são, portanto, animais que se alimentam de outros animais mortos como se referiu. O que nos repudia ao primeiro olhar, talvez nos dê que pensar se obtivermos uma outra consciência de que, o ser humano, acaba invariavelmente também por se lhe assemelhar. E o que se rejeita sobre esta afirmação (talvez forte demais para o cidadão comum que assim se não vê retratado) sê-lo-à vulgarmente em conformidade com a nossa cadeia alimentar de criação, procriação e abate das espécies (herbívoros e carnívoros) que entram directamente nesse circuito alimentar humano. Só não em situações de putrefacção, convenhamos.

Tem de se objectivar ainda, todos os dejectos dos Animais - a par dos restos das Plantas - que são decompostos por microrganismos que reciclam os nutrientes de volta ao solo. Como é do conhecimento geral, os Agricultores utilizam estrume para adubar os seus terrenos num processo de mediação e fertilização mais vigentes nestes, no que se quer mais farto e abundante sobre os mesmos.
Em cada estádio, observa-se então uma transferência de energia entre Planta e Animal ou entre animal e animal. No entanto, a perda desta energia pode atingir 90% dum nível para o seguinte, normalmente na forma de perda de calor. Por certo, toda a energia que entra nos componentes vivos de um Ecossistema perder-se-à deste modo.


Litoral Português sobre o Oceano Atlântico (943 km de linha costeira em território continental português; 667 km nos Açores e 250 km na Madeira - ilhas e arquipélagos pertencentes a Portugal)

Ciclos, Cadeias e Teias
Como se sabe, a Vida na Terra, depende exclusivamente de dois processos naturais fundamentais: o fluxo de energia do Sol que atinge a superfície da Terra e, a reciclagem de elementos químicos como o Carbono e o Azoto que se encontram em todos os seres vivos.
Perante esta realidade terrestre não há dúvidas! Não o saberemos ainda em relação a outros planetas fora do nosso sistema solar mas, convém acrescentar também que muito em breve, talvez, essa certeza tenhamos, no que o inestimável Kepler tem resumido ao mundo: o nosso mundo.

Por enquanto, o que sabemos deste nosso lindo, confortável e poderoso Sol em estrela anã amarela que nos alumia, ilumina e aquece (até agora único no nosso sistema solar, pois com toda a certeza haverá outros sóis, outras iguais estrelas que brilharão assim sobre outras esferas planetárias) que, mesmo havendo o perigo de incineração em futuro distante, não deixará de ser a nossa luz maior; pelo menos até aos dias de hoje.

O Sol fornece luz e calor ao nosso planeta. A Atmosfera reflecte então e, imediatamente para o Espaço, 40% desta energia, sendo que 15% são convertidos em calor. Para ser útil às Plantas e Animais, a energia restante que chega à superfície da Terra tem de ser transformada, no que aqui se abordou dessa transformação ou conversão de energia. Como se registou, essa transformação começa com as Plantas Verdes, que absorvem a energia solar e as convertem em energia química através da Fotossíntese. É este então o começo da Cadeia Alimentar, da qual, em última instância, todo o alimento da Terra depende!


Farol do Cabo da Roca - Sintra - Portugal

Cinco Elementos Químicos - o carbono, o azoto, o oxigénio, o hidrogénio e o fósforo - e os seus compostos representam mais de 95% de todas as coisas vivas.
Estes Elementos formam assim ciclos ininterruptos entre os organismos e o Ambiente. O processo de reciclagem também depende do Sol. por vezes directamente, como no Ciclo do Carbono (que envolve a fotossíntese) e, por vezes, indirectamente como no Ciclo do Fósforo, que envolve a decomposição de rochas sob o efeito de agentes modeladores. O Ciclo da Água - o movimento da água entre a Terra e a Atmosfera - é accionado pelo tempo e pelo clima.

Ainda em relação ao Sol, grande parte do calor e da luz provenientes deste (quando atingem a superfície da Terra), são absorvidos pelos oceanos, que alimentam uma grande riqueza de formas de vida nas suas águas superiores e, acima destas.
A partir do momento em que a Energia Solar é transformada em Energia Bioquímica (e por conseguinte é armazenada nos corpos dos seres vivos, a começar pelas plantas) passa de uma espécie para a seguinte através de complexas redes alimentares.
O Oceano também proporciona muitos dos elementos essenciais à vida: a sua água evapora-se para a atmosfera como é do conhecimento geral, dando assim origem a nuvens e a chuva, enquanto o Dióxido de Carbono da Atmosfera se dissolve na água do mar, sendo usado por Animais Marinhos como por exemplo, os crustáceos para a construção das suas conchas.


Litoral-centro: costa que serpenteia entre a terra e o mar na linha de Cascais/Guincho, em Portugal - a supremacia de um litoral que ascende à terra a cada ano que passa.

Um Litoral em Perigo!
Muito se tem falado das iminentes consequências da erosão dos solos, das rochas e ravinas e até mesmo das muitas incongruências humanas que se têm feito sobre as faixas costeiras do planeta. O litoral outrora afastado das terras e colinas, está hoje mais acérrimo - e mais indómito - no que mares e oceanos estão em apropriação, subida e posse de tudo à sua volta.
Os Ambientalistas, assim como toda uma comunidade preocupada com a torrencial invasão das terras por um mar afoito que não pede licença a ninguém para tal fazer, vem criar na consciência de todos nós que urge tomar medidas em face ao que, inevitavelmente, está já a suceder.

Portugal, é um dos países que mais vai sofrer com esta reconquista dos mares. Além outros, obviamente. Mas, para que pessoas e bens se não deixem tomar de assalto por estes «Neptunos» que outrora nos consolidaram a pertença e o conhecimento de outros povos, outras regiões, que, na actualidade, temos o dever e a obrigação de nos não deixarmos adormecer ante esta nova realidade de uma exponencial subida do nível dos mares em cerca de oito centímetros (aproximadamente) desde o ano de 1992, segundo criteriosos dados da NASA neste ano de 2015.

Assim sendo, um grupo de cientistas da NASA apresentou esta semana no decorrente mês de Dezembro, algo que irá deixar o mundo mais atento e, alerta, sobre as causas e consequências da subida do nível do mar em cerca de 8 centímetros (em média) desde o ano de 1992, devido ao aquecimento global.
A NASA, através dos seus mui prestigiados cientistas, revela ainda que esta tendência vai manter-se ao longo dos anos, no que, as zonas mais afectadas do globo poderão eventualmente ser as costas da Ásia e a Oceânia, no Pacífico; assim como todo o Mediterrâneo Oriental e a Costa Atlântica da América, reportando-se estas como as mais potencialmente prejudicadas por essa inextirpável subida do nível do mar. Algo que nos coloca então de sobreaviso. E, para já, alerta!


As Escarpas de Portugal (cada vez mais ameaçadas em destituídas ravinas sob mar aberto - de norte a sul - que as esventra em tomada sua de mar resoluto ou senhor absoluto na demanda...)

Mundo em Alerta Máximo!
Os mais recentes dados recolhidos pela NASA pontificam de que, o Aumento do Nível da Água do Mar - em todo o planeta - foi em média de 7, 62 centímetros superior ao de 1992, sugerindo ainda de que apesar do panorama verificado variar em diferentes partes do globo, também se regista que algumas zonas costeiras terão chegado a superar os 22 centímetros. E isso, é algo absolutamente inacreditável, se tivermos em conta todas as zonas que estarão em perigo nestes próximos anos.

«É muito provável que a situação piore no futuro!» - Afirmou peremptório Steve Nerem, geofísico da Universidade do Colorado, nos EUA, durante esta apresentação verosímil de dados sobre a subida dos mares e oceanos.

O Aquecimento Global provocado em grande medida pela falaciosa actividade humana, é o principal culpado pelo aumento do nível dos mares e oceanos, na medida em que é também intrinsecamente responsável  pelo degelo dos glaciares e pela subida da temperatura da água.
A NASA vai ainda mais longe alertando todos em geral, do quanto isto nos vai custar: à Humanidade, pois assumem desde já que dentro de 100 ou 200 anos, a previsão é a de uma subida em cerca de um metro ao que hoje se resume este nível do mar.

Os Cientistas asseveram com todo o rigor mas antes de mais para um despertar de consciências que isto aufere, e que possa eventualmente gerar também algum conflito ou mesmo pânico, sendo absolutamente determinante e, prioritário,  que se refira a causa-efeito de todo este fenómeno agora registado. Todavia, alertam ainda, mesmo que sejam tomadas acções imediatas para tentar reverter a situação, algo se consiga mudar entretanto, numa imparável tendência que o rumo do mar está a levar, sendo precisos séculos para este regressar aos níveis anteriores às alterações climáticas. Algo que o mundo compreende mas parece não aceitar - ou então tenta disfarçar - em negligência pura e dura de quem nada teve a ver com isso, o que é desde já uma falácia, pois foi efectivamente responsável por tudo isso.


Caravela da Marinha Mercante Portuguesa (Navio-escola Sagres que, ao longo de belos e fluidos 50 anos tem estado ao serviço da Marinha Portuguesa).

Mare Nostrum...
Os Fenómenos Geofísicos (tais como a subida e descida das marés) não se podem confinar ao bem-estar humano se acaso este, indubitavelmente, contribuiu para essa causa planetária sobre os mares. Todavia, e segundo o Instituto Hidrográfico Português, a amplitude da maré é da ordem dos 70 centímetros em marés mortas (sendo que a amplitude da maré diminui quando nos afastamos da costa, em fenómeno não-astronómico mas de suma importância) e que influencia assim a subida e descida do mar. Nada a obstar se não fosse a incúria e o despojamento humanos de tudo içar ao mar e agora este nos devolver em suas mãos oceânicas de nos abraçar e tomar a terra sem que o possamos evitar. Iremos ser a breve prazo um longo oceano de réstia territorial planetária...? Não o sabemos mas intui-se. E lamenta-se tal. Os avisos estão lançados.

Se a Humanidade souber merecer o mar, este lhe será soalheiro; este lhe será confrade e bom conselheiro, mesmo que vença os areais, as terras e os modos rudes dos homens que lhe fizeram frente. E assim me despeço, invocando mares e marés, ventos e oceanos rebeldes de aquém e além mar, mas, por minha mão e meu destino (como sempre afirmo) nestas coisas de um Mare Nostrum:

Por mares nunca antes navegados, por oceanos nunca antes marejados, por marés nunca antes bafejadas ou mesmo por sal de tantas lágrimas choradas como diria Fernando António Nogueira Pessoa (nascido a 13 de Junho de 1888 e por morte a 30 de Novembro de 1935, um dos mais ilustres escritores portugueses de universal ou intemporal avença literária:

«Ó Mar Salgado, quanto do teu sal
  São lágrimas de Portugal!
  Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
  Quantos filhos em vão rezaram!
  Quantas noivas ficaram por casar
  Para que fosses nosso, ó mar!

  Valeu a pena? Tudo vale a pena
  Se a alma não é pequena.
  Quem quer passar além do Bojador
  Tem que passar além da dor.
  Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
  Mas nele é que espelhou o céu.»
                                                                      Mar Português  -  Fernando Pessoa

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Algarve 16 maravilhas / Algarve top 16 places to visit - Portugal

Nunca fui às Berlengas

Ilha das Berlengas em Timelapse

A Ecologia IX (O Abraço da Terra e do Mar)


Gaivotas na Ilha da Berlenga, Peniche                                       Portugal (UE)

As Gaivotas, essas tão indomáveis e extraordinárias criaturas que por nós passam em voos de liberdade só seus. Mas, prolíferas e abundantes nas ilhas, nas escarpas ou nos morros entre a terra e o mar, são a condição máxima de uma espécie que vingou no planeta. Sê-lo-à o Homem, se acaso e, por vias de medidas urgentes de Mitigação, Controlo e Monitorização (à semelhança do que se faz com as gaivotas e outras espécies existentes na Terra), ver-nos-emos supervisionados, registados e igualmente monitorizados por aquém e além-mar - além Terra e além planeta - por outras espécies, outras inteligências tecnológica e sabiamente mais desenvolvidas do que nós, seres humanos???

Havendo a necessidade premente de protecção, cuidados e conservação dos meios naturais dos ecossistemas terrenos, insurgir-nos-emos nós (mesmo convictos que nada nem ninguém tal nos possa imputar, pugnando por uma idêntica medida extrema de cariz estelar) que, tal como espécies ameaçadas do nosso planeta, nós, Humanidade, o venhamos a suportar e, consciencializar, de que também nós somos uma espécie a controlar, a vivificar ou mesmo a «nidificar» em origem humana no que nos é imposto - ou talvez deposto - se acaso extrapolarmos o que nos é devido na Terra???


Forte de São João Baptista - Ilha da Berlenga (Peniche-Portugal) - O perfeito abraço da terra e do mar em surpreendente beleza.

Onde a Terra Toca e «Beija» o Mar...
A Área onde a terra e o mar se encontram é rica em vida e, pujante de toda a beleza planetária que por vezes observamos em êxtase. A água doce mistura-se com a água salgada nos Estuários, onde os rios desembocam no oceano, criando Habitats Aquáticos com teores de sal menos elevados do que no mar alto. Estes habitats diversos - Sapais, Praias, Pântanos e Caniçais salgados - contam-se entre os mais ricos da Terra, de produtividade equivalente às florestas húmidas tropicais. As suas estruturas físicas, como as Dunas, também formam barreiras que protegem a terra, ao longo da costa, das vagas, marés e água salgada dos oceanos.

Em relação aos Rios, estes transportam quase sempre grandes quantidades de Sedimentos e de Matéria Orgânica Decomposta que se depositam no estuário, criando por sua vez Sapais que se estendem mar adentro.

A Água que corre pelos Sapais muda consoante a maré sobe ou desce, como é do conhecimento geral. Trata-se então de um ambiente particularmente exigente. Os seus habitantes ou espécies aí existentes são sujeitos a períodos de imersão, muitas vezes batidos por ondas vigorosas, seguidos de um período de exposição em que podem secar ao ar ou ser atacados por predadores terrestres.

Os Organismos que vivem nesses Habitats têm de ser muito adaptáveis. Embora as condições sejam difíceis, há sempre muitos nutrientes disponíveis onde os Sapais se vêem conter milhões de vermes, camarões e caracóis. As Aves chegam na maré baixa para assim se alimentarem dessas espécies em variedade e abundância.

O crescimento denso da alga marinha chamada «Laminária» em algumas águas costeiras tem sido comparado a uma floresta. Algumas espécies podem crescer até aos 15 metros de comprimento - crescendo um metro por dia - em águas com muita luz e ricas em nutrientes.
As Estrelas-do-Mar são predadores das lagoas formadas pelas marés. Têm pouca tolerância ao ar e encontram-se com mais frequência em lagoas nas zonas baixas das praias onde existe água em abundância.


Sapal da Ria Formosa (de Loulé a Vila Real de Santo António) - Algarve             Portugal          

A Biodiversidade do Sapal
Quando os Sapais aumentam de altura começam a surgir então as Plantas. Nas Zonas temperadas, os sapais são colonizados em primeiro lugar por uma pequena planta chamada «Barrilheira» e depois por outras plantas que toleram o sal. O nível de lama sobe acima do nível da maré alta. Desenvolve-se assim um Sapal Sulcado por canais que levam ao mar que são dominados por certas espécies de ervas. Os Sapais atraem tipicamente uma multitude de Aves que se alimentam de Plantas, de pequenos animais e de Insectos.

Nas Regiões Tropicais, à medida que os lodos se acumulam no lado do pântano voltado para o mar, este é colonizado por Mangues, que avançam na direcção do mar. O Lodo - rico em nutrientes - suporta então uma comunidade local abundante e diversificada,
Os Mangais constituem importantes lugares costeiros de desova de Peixes; o entrelaçado das raízes dos mangues proporcionam dessa forma abrigo aos peixes recém-nascidos. Quando a maré desce, os Caranguejos vêm alimentar-se dos detritos trazidos pela maré.

É comum ver-se nas arribas ou ravinas da terra sobre o mar por onde se pontuam as gaivotas. Na costa nordeste de Inglaterra - assim como em várias regiões costeiras de Portugal - é usual observar-se o que as ondas e os elementos formaram de terraços nessas arribas. São estes os habitats ideais para Aves Marinhas como as Gaivotas-tridáctilas. Esses terraços, em geral, estão ao abrigo de predadores que não voem e aí se assumam, podendo as aves pousar e levantar voo facilmente.
Os Ninhos das Gaivotas-tridáctilas (feitos de algas marinhas) são fixados à rocha com lama molhada. Os jovens dessa população de gaivotas são geneticamente programados para evitarem as quedas por descuido.


Gaivota-de-patas-amarelas (foto de João Almeida Santo) - Cabo Carvoeiro - Peniche            Portugal

Ecossistemas maravilhosos...
As Costas Rochosas proporcionam uma base firme para as Plantas. São colonizadas por algas e outras plantas marinhas, assim como marcadas por zonas distintas de vida a níveis diferentes de altura da maré.
As Plantas e os Animais que vivem abaixo do nível da maré baixa não podem tolerar a exposição ao ar. Prosperam aí Laminárias - e outras algas - que têm talos com vários metros de comprimento.

A Zona Intermareal é colonizada por organismos que estão adaptados à exposição, como as algas a que se dá o nome de «Limos» ou «Sargaços» - algumas das quais podem sobreviver a 80% de desidratação.
A Zona Supramareal é raras vezes coberta pela maré. Possui muitas espécies terrestres adaptadas a um ambiente salgado com espécies marinhas tolerantes como a Couve-marinha e o Azevinho-marinho.

Um Litoral Arenoso evita que as algas se agarrem - a areia está em movimento constante com a subida e a descida da maré. Em seu lugar, desenvolvem-se as comunidades de animais ou espécies que vivem na areia, como por exemplo, os Caranguejos e os Vermes. Estes animais escondem-se na areia durante a maré baixa e só emergem para se alimentar quando a areia está coberta de água.


Ilha da Berlenga - Peniche (reserva natural ou zona de protecção especial (ZPE) em ecossistema único na conservação das espécies e habitats em Portugal).

Mitigação/Controlo/Monitorização
Em Portugal, há muito que se perspectiva um bom augúrio a nível ambiental sobre todos os ecossistemas a cuidar, proteger e mesmo defender de potenciais predadores na eventual eliminação das espécies. O Arquipélago das Berlengas que compõe três grupos de ilhéus, Berlenga Grande e recifes, no que se designa de grosso modo por um pequeno arquipélago situado a 5,5 milhas náuticas (cerca de 10 km) ao largo de Peniche, no litoral-oeste de Portugal.

Existe hoje um critério em convénio de regras altamente instituídas por várias organizações ambientais e instituições locais, que se regem por um acordo mútuo na protecção desta zona.
A Life-Berlengas é uma delas. Algo que se resume pela conservação das espécies e habitats, ameaçados da ZPE (zona de protecção especial) das Berlengas, através da sua gestão sustentável. Algo que faz também conotar outras instituições nesse vector e igual sentido, como é o caso da APA.

Através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em associação com outras organizações que se debatem pela preservação do ambiente em especificidade de um maior controlo sobre o Chorão - espécie ramificada na Berlenga que impera reduzir, uma vez que se traduz não por um benefício local mas, antes, para a nociva contribuição incessante do fracturamento granítico no arquipélago - têm-se instaurado medidas nesse sentido. Não evitando também a perda do solo, há que tentar diminuir esta espécie de proliferar, no que se tenta assim realizar (em prioridade e obrigatoriedade) na conformidade com um maior equilíbrio no ecossistema da ilha e ilhéus.


Paisagens soberbas, magníficas, que os turistas aproveitam em lúdica passagem até ao Museu-Forte da Ilha da Berlenga Grande. Esta Reserva Natural merece-nos respeito ante tamanha beleza e inatingível erosão dos tempos que a possam ter feito (algum dia) resumir em fealdade. A beleza está à vista de todos. É o nosso oásis português que beija o Atlântico...

Objectivos a Cumprir
O Mapeamento da Zona, os Censos Regulares, efectuados sobre todas as aves marinhas aí existentes, nidificantes - tanto em terra como no mar - além do reconhecimento dos seus ninhos e outros, os artificiais, que se entabulam na zona, assim como o seguimento electrónico em vigilância, permanência e certamente supervisionamento das Cagarras e o Roque-de-Castro, fazem desta agência nacional e destas associadas organizações um objectivo irrefutável na preservação das espécies.
Há que instituir nesta zona (e noutras a seu tempo) a erradicação de predadores introduzidos ou invasivamente aí inseridos, não se dando tréguas a qualquer outra invasão que eventualmente no arquipélago possa aparecer.

Os esforços que actualmente se têm envidado neste sentido, faz enaltecer e sentir orgulhosos todos os intervenientes em métodos de controlo exímios e, toda uma acção imediata de desvelo e cuidados, sobre todas as espécies aí existentes em seu habitat e permanência. Algo que enobrece, aliás, o seu mais alto dignitário, o jovem doutor Nuno Lacasta - Presidente do Conselho Directivo da APA (agência portuguesa do ambiente). Desde já, os nossos sinceros parabéns pelo empenho, honra e interesse desmedido que entrega a todas estas causas do Ambiente e do extenso litoral português.


As Maravilhosas Grutas da Berlenga: os seus passeios turísticos e a observação subliminar que se faz sobre as espécies aí presentes. Um paraíso em raiz selvagem que estes ilhéus e recifes nos presenteiam numa fragrância única de encantamento e beleza.

As Medidas Urgentes!
O ICNF - Instituto de Conservação da Natureza - aliado ao Life-Berlengas, à Câmara Municipal de Peniche, à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e também à Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar como parceiros, têm-se desdobrado em estudos, esforços e acções conjuntas num projecto ambicioso de protecção e conservação das espécies na Natureza.

Segundo o Life-Berlengas, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) tem-se concretizado com êxito a efectivação no terreno do que se observou em espécie excedentária das gaivotas numa quase doentia proliferação - ou disseminação destas aves sem precedentes. Notou-se, contudo, após a realização técnica na contenção das mesmas, um decréscimo acentuado na população de gaivotas sobre a ilha e, supostamente, sobre todo o restante arquipélago. Mas, evidenciou-se, não ser todavia surpreendente ou digno de registo, que estas o não façam noutros locais, em nidificação diferenciada ou, ao não-alcance do olhar humano de quem perspectiva estes estudos e toda uma investigação prementes. É de registar também de que, anualmente, são destruídos 60 mil ovos de gaivotas devido à regulação e, controlo dos meios já referidos, tentando travar assim essa sua desmesurada nidificação.

O Projecto Life-Berlengas e todos estes intervenientes acima mencionados, têm a certeza de que irão em futuro próximo ajudar a tirar dúvidas nesse sentido, ou seja, uma vez que está previsto monitorizar as gaivotas, haverá uma maior vigilância e conclusiva abordagem sobre estas, no que foram colocados pequenos aparelhos nas aves que irão assim permitir saber para onde estas se deslocam e se alimentam. Será mais fácil deste modo conseguir mantê-las sob maior protectorado e vigilância - anuência de todos os que nesta incursão fizeram parte.

Assim sendo, tendo em vista a optimização de recursos mas acima de tudo, a protecção ambiental (em face à crescente procura e, visita, por parte da carga populacional humana, na Berlenga) houve também o cuidado desta não se pontuar excessiva sobre a ilha protegida, podendo inclusive - caso se não tivessem tomado medidas nesse sentido - de toda a ilha se ressentir, pondo em causa esse equilíbrio e essa suma qualidade dos seus recursos e valores naturais que se tenta preservar de todos. Para além de toda a experiência recreativa ou actividade turística da zona que, tendo sido limitada (ou mais exactamente regulamentada), se pretendeu assim manter incólume a ilha da Berlenga - ou talvez inoculada - de certos malefícios próprios dos viajantes.


Gaivotas no seu habitat natural (ainda que em cima das estacas que demarcam o território, na Berlenga). As senhoras da ilha - as gaivotas - num reino só seu.

O Life-Berlengas pretende antes de mais, monitorizar a fauna e a flora do arquipélago das Berlengas, controlar as espécies exóticas invasoras e, implementar uma estratégia de gestão sustentável de valores naturais na ilha. Algo que se estipulou que arrancasse em Junho de 2014 (o que já aconteceu) com uma duração de cerca de 4 anos e meio em implementação até meados de Setembro do ano de 2018. Tudo isto obteve um investimento considerável  de orçamento e amplitude financeira que rondou os 1,4 milhões de euros que obviamente teve o apoio imprescindível do Programa Life da União Europeia. Algo que também merece o aplauso da nossa parte nesta brilhante causa da protecção e conservação da Natureza sobre causas maiores no planeta. Desde já os nossos sinceros parabéns; a todos os intervenientes, patrocinadores e conscientes investidores - e especialistas - que de uma forma ou de outra contribuíram para esta ocorrência do sector ambiental e das espécies em Portugal!

Todo este objectivo imparável e, incessante, de recuperar e conservar os valores naturais das ilhas, vai-se toldando e formatando em todos nós, a consideração pela Natureza. Disso não há a mais pequena dúvida. Tenta-se deste modo colmatar algumas anomalias ou perversidades que pontualmente se tenham feito incidir nesta e noutras ilhas (ou noutros locais do globo) em menor consideração ou consciência de que se tem, obrigatória e inevitavelmente, de se tomar medidas (extremas, por vezes) sobre os desígnios de uma Natureza mais pura e mais sã. E, em que todos os seus elementos naturais sejam preservados ou a salvo de outras mais nefastas consequências que foram ditadas ou estropiadas pelo Homem.

Todos os organismos estatais e não-estatais, nacionais e internacionais que aludam a estas causas (no que a Cimeira do Clima agora terminada evocou de se instaurar em regras e princípios sobre a eliminação dos combustíveis fósseis entre outras medidas que façam face às constantes e nocivas emissões de gases com efeito de estufa) que, hoje, se inaugura o primeiro dia do resto das nossas vidas. E por todo esse resto que é no fundo, o todo e o início de muitas outras vidas, que temos de nos forçar a acreditar que o planeta ainda tem salvação - e ainda há tempo - para tudo mudarmos.


Ave em sapal na Ria Formosa (Faro - Algarve) Portugal: quando tudo está a saque, quando tudo está poluído nas águas dos rios e mares por mão do Homem, que ficará, que restará a estas e outras espécies de aves em sapais, em habitats perdidos para sempre...? Não é o caso da Ria Formosa, felizmente, que ainda se mantém intocável (até agora!) de tais dislates humanos.

Haverá futuro para todas estas espécies...? Oxalá que sim.
Hoje, tudo é exposto, resumido e concluído nas mais altas instâncias governamentais (por vezes palacianas e não muito profundas nessa verdade, por outras que se exibem de mais sucessos, como parece ter sido o caso desta Cimeira do Clima, em Paris...) em maior e mais lato esforço de todos contribuirmos para uma Natureza plena dos seus direitos e de todo um planeta em que vivemos. Oremos por isso. Batalhemos por isso. O planeta merece-nos esse esforço, esse empenho. Oxalá ainda haja tempo para tal; é nisso que convictamente quero acreditar - sobre a terra e sobre o mar. Em beijos, abraços e, terminantemente mas não terminalmente sobre os mais altos desígnios planetários (ou exoplanetários) que lá fora alguém nos tenha feito ensimesmar ou proclamar entre nós, o meu desejo é esse: Hoje e sempre!

Há que reconhecer perante a Natureza, a Terra, e tudo o que nos faz mover que, a vida, só nos é concedida por nesta acreditar-mos e, preservarmos, não só pelos da nossa espécie - a Humanidade - mas por todas as outras que connosco compactuam neste nosso maravilhoso planeta azul. Se tivermos isso em conta, já será um passo de gigante; maior, muito maior do que o aquele que foi dado pelo Homem na Lua. E tudo o mais será uma outra história ainda por contar - ou revelar - sobre nós, Humanidade. Sejamos gratos mas também humildes, pois que o Universo na sua infinitude, nos aceita tal como o somos mas, em veemência evolutiva, de sermos mais e melhores do que até aqui. Só nos resta acreditar nisso e fazer por isso...

sábado, 12 de dezembro de 2015

Adele - Hello

A Alegoria das Almas


Almas que ficam; Almas que partem... ou simplesmente almas que se viveram...

Quantas Almas somos numa só? Quantas podemos viver numa só vida ou noutras vidas, noutros poderes que não os da Terra? Serei só eu que me questiono por que raio o Amor é sempre tão incompreendido ou, sempre tão infalivelmente banal, após o curso inevitável das mágoas e das dores sofridas por abandono, por humilhação, ou apenas por fraqueza de almas que se julgaram e, subestimaram, além os tempos, além todas as coisas...?

Hello (Olá para ti...)
Tão vulgar não é? E sempre tão comum. Como estás? Como tens vivido, aí, nesse teu tugúrio maldito que te prende de mim? Bem...? Foi o que me pareceu. Por isso te escrevo esta carta, esta missiva ou esta coisa nenhuma, se é que o vais ler alguma vez...
Mas comecemos pelo início, pelo que me punge de te escrever, de te encomendar estas vãs palavras de alguém como eu, só isso. E, para ser franca, muito franca mesmo, o Amor é de facto Fodido! E, não querendo ser abusivamente mal interpretada (ou mal-educada) ou sequer plagiar mas apenas corroborar da sua tese que até um livro escreveu (estou a referir-me a um dos mais irónicos e satíricos escritores portugueses da actualidade de seu nome, Miguel Esteves Cardoso que assim o ilustra em titular livro: «O Amor é Fodido!») eu me venha expor, nua e carente, como só eu sei ser. Para além de me fazer julgar em tribunal inquisitório das más línguas que, ferindo ou aferroando susceptibilidades, pois que isto de se ter abertura de mente e poder-se ser efectivamente contraproducente na verborreia aferida, também nos dá aquela brilhante lavagem de alma sem pruridos alguns de dizermos tudo o que pensamos e, inquestionavelmente também... o que nos vai na Alma!

Pronto, já disse. Já não há volta a dar para tanta portugalidade arrevesada de se expôr em desnudada verdade tudo aquilo que me asfixia, de tudo aquilo que me estrangula em solidão, desafecto e desamor. Tenho uma tia minha que Deus ainda não tem (por ainda estar viva e de boa saúde) que no seu vernáculo ou léxico popular de desempoeirada brejeirice costuma dizer que: «Uns já nascem Fadados e outros Fodidos!» ou seja, parece que há sempre os escolhidos e os despojos, os bem-vindos e os escrotos, os mais que felizes e os sem-abrigo de toda uma vida de que se não guarda memória; e destes, «Fadados e Fodidos» não sei (ainda...) qual o quadrante em que me revejo. Mas mais não digo ou serei rejeitada por ti, e por todos os que me lêem.

Aqui vai: Tu és o meu pior pesadelo. A minha alma desencarnada que tu arrancaste de mim e que a mim se colou, em revertida pústula de um não sei quê que me empesta a vida. Mas, inversamente a isso, és aquele que eu escolhi arbitrariamente - no Céu e na Terra - para fazer dos meus dias e, das minhas noites, o meu maior interregno etéreo e maldito de esperanças e, desesperanças, sem metas por atingir. Ou que eu nunca alcançarei; ainda não sei.
Pior do que a tua bipolaridade é a descrença total em ainda acreditar, em ainda ter essa vã esperança de que possas mudar, de que possas voltar para mim, tal como eras: Jovem, Brilhante e Criativo! (mais que não fosse por entre os lençóis, desculpa-me a vulgaridade se é que ainda possuo alguma solicitude da tua parte...) Mas assim é. Ou foi. Será isto demagogia ou pura mediocridade de quem já não assume de que tudo está perdido, irremediavelmente perdido? E fodido. De novo. Não, não direi mais palavrões. Até porque já não os ouves de mim nem eu de ti. Acabou-se tudo!

José Saramago, o nosso mui português Nobel da Literatura que nem sempre colheu os melhores elogios ou homenagens do seu povo (por ter afrontado a Igreja com uma sua publicação em livro sobre Jesus (O Evangelho Segundo Jesus Cristo) arrogou-se no direito de dizer que, por entre toda essa supra-polémica, ser uma criatura privilegiada. Afirmaria ainda, que tudo teve na vida por nada lhe ter pedido a esta (à vida). Contigo foi o inverso: Pediste tudo, exigiste tudo, e o resultado foi: Nada! E esse nada bastou para o afastamento, para a separação, assim como para a total e mais ímpia dissolução parlamentar conjugal. Somos, talvez, o espelho do nosso país - infelizmente! Somos a última desgraça dessa tão eloquente escala minoritária abaixo de zero em negatividade e, substantiva oportunidade, de nos fazermos eclodir como casal, de nos fazermos coalescer como união de macho e fêmea que sempre fomos mas não considerámos em nós. E foi pena. Não fizemos o milagre dos pães, mas contribuímos para uma outra multiplicação: a das nossas almas. Mas fodemos tudo no fim. Errámos de novo. Viciámos o jogo e saímos a perder: ambos!

O derradeiro capítulo das nossas vidas foi feito por portas e travessas tão doentio quanto inolvidável, numa execrável amostra do que não se deve fazer, do que jamais se deve enaltecer sobre uma vida a dois. E como teria sido importante tê-lo reconhecido a tempo...
Como te disse de início, estas palavras podiam ser uma carta direccionada a ti - essa minha outra alma (será...?) - reportada a nós e, suportada por uma mágoa incomensurável de anos e anos a fio de um ignóbil miserabilismo humano que ambos vivemos; que ambos comungámos e estupidamente deitámos fora sem recurso a reciclagem ou viabilização de nos pertencermos de novo... uma tristeza! Pode não ser uma tragédia grega mas que foi uma condição expurga, isso foi. Tua e minha! Terá valido a pena? Não sei. Deitámos fora anos e anos de risos, lágrimas, irritação, injúria, incómodo e muita perturbação mas, também (há que ser honesto) alegrias, comoção, abraços, beijos, amor feito e por fazer, união e muita afeição, por muito que as nossas almas esfriassem e os corpos se desunissem a cada dia que passava. E evitá-lo, nenhum de nós o fez. Imperdoavelmente! Esse recobro jamais foi retomado, jamais foi restaurado entre nós e, inevitavelmente como as folhas que caem a cada Outono, nós vimo-nos arrastar, pesadamente, sofridamente, como permissiva doença crónica ou terminal patologia oncológica que nos corroía as entranhas, os desejos, ou as circunstâncias fatais de uma morte irrevogável que ambos fizemos das nossas vidas. Raios te partam!

Desculpa a terminologia, mas por ora, é o que me ocorre. Estou ferida de morte. «Morreste-me!», terá dito um outro jovem escritor deste meu mundo português, de seu nome, José Luís Peixoto, que deu tal título a um seu livro. E assim se resumiu. Toda a nossa história a dois.
Estou tão furiosa (mais comigo do que contigo) que já nem sei que palavras buscar para te dizer que foste o mau maior pecado (eu sou católica, lembras-te?) e como todos os bons cristãos, temos sempre um «bom pecado» às costas. O meu, és tu. E esse fardo, essa cruz, levá-los-ei comigo a vida inteira. Transportá-los-ei até que a morte me leve. Dramático, não é? Eu sou assim, tu sabes disso. Para sempre, tal como «Crime e Castigo» de Fiodor Dostoievski. E pecado, crime e castigo maiores não haverão, que aquele que eu penei em mim de acreditar que podias mudar ou que fosse eu a mudar; afinal, provavelmente e para mal de todos os meus pecados (há que o reconhecer!) talvez eu não seja assim tão diferente de ti - sou capaz até de ser pior:  mais teimosa, mais intolerante, mais caprichosa ou ardilosamente mais manipuladora em génese idiossincrática minha, que me fez ser mais cabra do que razoável; até na cama! Ah... o deleite dos amantes... o prazer da carne, o pontífice-mor de todas as coisas ou de todas as consequências; de todas as entregas, de todas as rendições ou simplesmente de todas as consternações. Em particular, após a colagem dos corpos, a acoplagem das almas e, impreterivelmente, as regurgitações acalmadas sobre um clímax suspenso, levitante e ainda não totalmente desaparecido que se expunha a nossos olhos. O cheiro do teu corpo, o desejo saciado e essa fome de ansiedade, transversal aos dois, de tudo se querer e tudo se fazer. E que ficou de tudo isso? Nada! Apenas o frio, o imenso frio, gélido, cortante como lâmina afiada entre nós, em hemorrágica condição de esvaziamento, de dor e de lancinante agonia como cravada pedra angular de uma era glacial só nossa. E isso dói! Ainda dói! E tanto!!!

Já não és meu. Nem sei de quem serás... não quero saber. O Ciúme, a Loucura e a Raiva exortam de mim como a mais pura infâmia de que há memória, debatendo-me por o não sentir, refreando-me por o não querer. Como diria Luís de Camões: «É um não querer mais que bem querer (...)» e fosse ele vivo eu lhe diria mais, eu que nada sou mas tudo sinto: É um querer desgraçado, espoliado, martirizado e concupiscentemente amaldiçoado por tanto assim se querer... Será que o poeta me compreenderia...? Talvez não.
Equidistantes um do outro, ou nem tanto. Que mundo quântico é esse o teu, que te leva do meu e te não traz para mim, tu, que tão perto estás do meu ser mas tão longe da minha alma? Porque não vens para mim? Porque não me avassalas sobre o dorso do teu cavalo branco (qual utilitário ou automóvel de alta cilindrada, que importa?) nesse equídeo de magia e, deslumbramento, sobre o meu encantamento de diva, de senhora e rainha, de meretriz ou rameira que tudo eu sou sem ti. E assim, tu e eu, nessa garupa de mil cavalos, das mil léguas submarinas ou terrestres em que tu me ergues e me alcanças e me salvas até de mim própria, eu volto a acreditar que é possível outra vez... mas, havendo sempre sombras na luz ou escuridão nos recantos das nossas almas, estaremos tão lúcidos do que fazemos, tão jubilantemente perto ou, quem sabe, a determinantes anos-luz que tal nos não seja possível...? Não o sei. Sinceramente não o sei de todo!

E tu, tão senhor de ti, tão senhor de tudo... e eu, tão frágil (propositadamente frágil) deixo-me levar sobre as tuas nuvens, os teus regaços, as tuas mãos, na pelúcia breve e bela do teu toque, do teu afecto e do teu sentir em pilosidade mórbida - só tua. És macho, o meu macho. E eu, a tua fêmea. A tua Eva da era moderna. E que trabalho isso dá! O teu cheiro a sémen, o teu desejo erecto, a tua genitália ávida da minha numa estrondosa fábrica de vida em fálico poder supremo que só aos deuses é permitido. E tudo isso, iluminado por um êxtase triunfal numa sexualidade que é mais, muito mais do que o que ambos suportamos. E vamos até ao limite, até para lá das estrelas...
E se Anjos houvessem e os deuses em nós se cumprissem em frémita exultação de corpos e almas, nada mais ficaria do que simples poeira cósmica ou um laivo de luz esvaída sobre ambos de tudo o que fizemos. O nosso nidificado ninho estelar é, e será sempre, aquele que nos acolher. Nesta vida ou noutra. És meu! Serás sempre meu! E tu sabes disso.

Não temas. Isto, afinal, não é uma carta de amor, pois as Cartas de Amor são sempre ridículas, como o redigiu Fernando Pessoa. Mas também é longo, muito longo, para ser um email... por isso não temas - é somente um espúrio lamento em palavra e sentimento. E tanto que ainda havia por dizer, meu amor... Mas aguarda-me. Eu sei esperar. Aqui na Terra ou no Céu (que queres, eu sou assim, por veia cristã que acredita na reencarnação dos seres e das almas, que fazer...?) Mas não demores muito... ou a Minha Alma, igual a tantas outras, definhará, secará e pior, morrerá pela certa! Não é por acaso ou por desmazelo do destino em ramal genealógico que uma minha tia-avó se quedou, pobre coitada, por solidão e desvio de caminhos longos e árduos, se deixou morrer de desgosto e desânimo de seu amado esposo - e companheiro de toda uma vida - não ver voltar para si. Finou-se a pobre, pelo que a minha avó me contou de tão grande amor sua irmã se ver apartada, sem um abraço, o fervor de um beijo (um último beijo...) ou aquele quente afago de quem por ele a vida daria de si. E deu. Como o lamento minha querida e saudosa tia-avó que nem cheguei a conhecer ... como o lamento... em paz estejas, lá onde estiveres. Se o mal e a tristeza ambos me forem hereditários, já sei que duras penas viver (e assim me encontrarás...?) despojada de vida ou pior, dissecada de uma esperança que comigo morrerá. Paz à sua alma, dirás. Mas aí... é tarde. E viverás com isso. Amofinar-te-à...? Ou nem tanto, em desprezo factual do que o tempo apagará de memórias e resquícios de uma alma que já não se lembra da minha...? Remorsos, tê-los-às? Ou seguirás em frente, sem recordações, sem nebulosas cruéis que te icem os tempos idos de tão belos e frutuosos momentos que passámos juntos...? Romântico, não é? E assombroso, se eu voltar para te fazer recordar disso. Terás medo do oculto, do meu fantasma-justiceiro que te revolveria as entranhas e tas daria a comer, e tudo de uma só vez? Ah, como podem ser castigadoras as mulheres traídas até no Além...!

Mas dos fracos não reza a história. Não penes por isso. Não morrerei. A vida merece-me mais, certamente muito mais do que o pedaço de vida que ambos já vivemos. Eu sou forte ou nem tanto, mas farei por isso. Fingirei, afinal sou perita nisso. Camuflarei a minha dor, as minhas ambições e até a minha dignidade em levar por diante esta comiseração idiota de me ver trucidar por quem não me quer ou, finge também não querer. Que teatral representação, não é? De ambos.
Não demores. Por que insisto eu ainda...? Não sei. Insondáveis são os caminhos de Deus, não são? Mas os meus também não são nada fáceis, convenhamos. Romeu e Julieta há muito que se esboroaram de todas as minhas invasivas glórias de me ver a estes assemelhar em destino ou confraria de uma morte anunciada. Nada disso. O século XXI não se compadece com estas crendices e outras que tais idiotices - ou quejandas imbecilidades sentimentais - que ditam que por amores desavindos ou renegados, se matem por amor também ou por este se deixem abater. Será mesmo? Poder-se-à acreditar nisso???
Seremos nós superiores pelo tanto de erróneo que fazemos uns aos outros? Pelos enganos, pelas agruras, ou mesmo pelo despeito com que nos defrontamos uns aos outros impiedosamente?Tal como a Terra, o nosso tão amado planeta que se vê tão ludibriado e tão estropiado pelo Homem, se cansará algum dia desses tantos enganos, desses tantos erros e tantas outras maldades sobre si, cuspindo-nos a nós, humanos, para os mais pérfidos confins do Inferno? Eu sei, estou novamente a divagar sobre aquela máxima de uma cristianização ancestral, endémica e muito pouco sensata (que me perfura a pele e trespassa a alma como abrasiva atmosfera de um qualquer planeta inabitável que só na nossa imaginação aufere vida) mas, exemplarmente, me afecta créditos de uma crença que é mais estirpe do que benesse. Eu sei. Extravaso isso, sim. Sou cristã, lembras-te? Ou já esqueceste aquele teu electrodoméstico preferido que, caminhando sobre uma esteira de brilho e, encanto, se deu toda de branco e flor de laranjeira, numa passadeira da vida em apoteótica valsa sem par (de ímpar beleza é certo), mas de um só caminho, ou de uma só saída. E esta... não foi a da igreja, mas, a da nossa vida a dois. São tais espinhos, meu amor, de uma bela roseira que nos seduz e atraiçoa ao primeiro toque, à primeira estocada ou... à primeira bofetada. Seja lá o que for, dói sempre. Muito!

Mas, surpreendentemente, Deus estava lá! Sempre! Lembras-te de como O invocava, de como a Ele me chegava, interpelando-O, questionado-O, invadindo o seu reino espiritual e, celestial, assim que tudo se enevoava entre nós...? Lembras-te? Deus está em mim, pertence-me, vive-me e sente-me. Muito mais do que tu ou eu juntos, algum dia, O poderíamos sentir; mas isso já tu sabes: Ainda te lembras.
Deus para mim, é Aquele Tudo (ou Aquele Todo) do qual tu e eu fazemos parte mas por vezes nos esquecemos de que a Ele pertencemos; ao Deus do Cosmos, ao Deus do Universo, ao Deus Magnânimo que lá do Alto nos cumprimenta e abraça. Só nos resta O não decepcionarmos, nem em presença nem em actividade terrena (como a tal folha de excel global) que, resumida ou exponencialmente, todos nós aludimos não ver sectorizar ou sequer indiferenciar sobre as vontades Dele; e mesmo sobre aquele que consideramos o nosso planeta, mas nosso não é. É emprestado. É assim como um aluguer de curta duração em linha de vida presente que tem um começo e um fim; nada mais!
Somos tão criativos! Somos tão ilusionistas - até de nós próprios - em prestidigitação ou malabarismos infindáveis de enganarmos ou tentarmos enganar a nossa sorte aliada à nossa morte; e como isso nos é prejudicial. Deus está farto de esperar. A Terra está farta de esperar. E eu também, meu amor. Que nos faltará então para subirmos aos céus de todo o conhecimento e de toda a nossa abrangente sapiência terrena, para nos fazermos ouvir, para nos fazermos sentir? Afinal, tu e eu, seres sencientes de todo este maravilhoso planeta (por que não assumi-lo sem vergonha e total confrontação humana de peito aberto!) em toda a glória e, unificação, pois que se os deuses nos colocaram na Terra para que nos multiplicássemos (estarão já arrependidos disso?) e nos fortificássemos  em plena assumpção dos nossos actos e, práticas, por que não segui-los nesse tão extenso, profundo e profuso Amor? Amor esse, que sob os augúrios e o patrocínio ou envergadura de um Deus Maior - o Deus de todos os deuses - nos concedeu e assim nos libertou para que o Amor imperasse. Acreditas nisto? Não...? Pois eu acredito.

Afinal «Adão», meu amor, que mal poderá ter isso, se eu, a tua alma gémea, a tua Eva, a tua amada terrena deste não-paraíso terrestre te oferece esta maçã (a tal do pecado) para ambos irmos saborear. Será que os deuses se zangam por tal? Penso que não. A maçã é a Vida; o conhecimento, a Ascensão. E tu, meu amor da Terra, meu Adão desta nova era, o ser terrestre abissal e, universal, que comigo será (e terá!) um outro mundo: o Nosso Mundo! Vem... não demores... afinal, tu e eu, somos apenas a continuidade, a adaptação a esta nova realidade de um Mundo Novo que se abre para nós e só isso importa. As Nossas Almas são inseparáveis, sabes disso. O mundo lá fora também... e as Almas dançam, vangloriam-se e, ramificam-se numa alegoria só nossa, numa alma-una que só tu e eu sabemos existir. O Mundo espera-nos, meu amor... não demoremos então. Não o façamos esperar...