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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Guerra Bacteriológica


Células Cancerígenas

Não estando ganha ainda a acérrima batalha contra o Cancro, haverá efectivamente esperança nos avanços médicos que na actualidade se reproduzem? Poderemos confiar de que se está perante um meio caminho - ou quase final feliz - na repercussão do tratamento e possível cura do Cancro em estanque e proliferação das células cancerígenas? Quem foi então o percursor dessa perseguição e matança bacteriológica, poupando as células não nocivas humanas? Que «bala mágica» foi essa, que ainda hoje se reporta - e utiliza - nos meandros oncológicos da Quimioterapia?

Atingir a Doença com «Balas Mágicas»...
(Na procura de agentes químicos que matassem as bactérias...poupando as Células Humanas!)
Aceitamos sem questionar a ideia de, «um comprimido para cada doença», mas em 1875, quando o químico alemão Paul Ehrlich começou as suas experiências médicas, a ideia de um tratamento específico para uma doença infecciosa era ainda considerada absurda. Muitos médicos do século XIX continuavam apegados às doutrinas dos antigos médicos Gregos e Romanos, que encaravam a doença como uma desarmonia das forças naturais do corpo.
Durante séculos, alguns pensadores independentes contestaram esta ortodoxia. Um dos mais notáveis foi o Médico e Alquimista do século XVI, Paracelso - talvez o primeiro a encarar as doenças como entidades reais com características distintas, independentemente da pessoa que atacavam.
Quando Ehrlich começou as experiências, quase todos os medicados (ou receitados) pelos médicos eram inúteis ou até mesmo prejudiciais. O sonho de Ehrlich, era de facto encontrar uma espécie de «bala mágica» - a expressão colorida e, inventada por ele - para então descrever uma droga que atacasse uma doença específica sem prejudicar ou tornar-se nociva no funcionamento básico do corpo.
Ainda criança, Ehrlich mostrou grande interesse pela Química, concebendo na época uma fórmula de gotas anti-tússicas que era preparada e vendida pelos farmacêuticos locais
Na Escola Médica, ter-se-á interessado pelos novos corantes sintéticos produzidos por uma fábrica alemã de produtos químicos. Começou então a investigar maneiras de estes corantes serem usados para colorir Células Vivas, tornando assim mais fácil o seu estudo ao microscópio.
No decorrer das pesquisas para a tese de doutoramento, Ehrlich descobriu que, determinado corante, se fixava apenas em certos tipos de células, deduzindo que também poderia haver compostos químicos que destruíssem uma infecção bacteriana sem afectar as células sãs circundantes.
O início da carreira de Ehrlich coincidiu com a época da descoberta de muitos outros microrganismos responsáveis por doenças ou patologias associadas.
As suas técnicas de coloração foram muito valiosas para a identificação de bactérias e protozoários no microscópio. Deu também importantes contribuições para o desenvolvimento da Imunologia - em particular na utilização do sangue de cavalos vivos para preparar anti-diftérico.

Arsenal de Arsénico
Nos primeiros anos deste século, Ehrlich persuadiu-se de que, certos derivados do Arsénico, actuariam como «balas mágicas» em determinadas doenças e, com uma equipa de químicos, começou a produzir centenas de compostos com Arsénico. Cada uma era sistematicamente ensaiada em coelhos e ratos infectados com doenças incuráveis, tais como a Doença do Sono e a Sífilis.
Um homem de menor valor nunca empreenderia tarefa tão desencorajadora, contudo, a fórmula de Ehrlich para o êxito era «Geduld, Geschick, Geld und Glück» (Paciência, Capacidade, Dinheiro e Sorte) - no que ele, Ehrlich, mantinha reservas consideráveis em relação aos quatro...admitiria.
Por volta de 1907, a sua equipa ensaiara mais de 600 compostos e apenas o número 418 provara ter algum valor contra a Doença do Sono. A «Bala Mágica» 606 também fora rejeitada. mas não testada contra a Sífilis. Só quando o seu assistente japonês Sahachiro Hara tornou a testar todas as substâncias em 1909, se verificou então a eficácia do 606.
Ehrlich continuou assim a experimentar o composto a que deu o nome de: «Salvarsan», em seres humanos com lesões sifilíticas nas cordas vocais. Dias depois, pacientes que tinham perdido a voz...já falavam de novo! Ehrlich encontrara finalmente a sua «Bala Mágica», iniciando desta forma a Era da Quimioterapia!
Quem visitava o laboratório de Ehrlich - na época - surpreendia-se com o equipamento simples usado por este magnífico homem, este mesmo homem que anunciaria ao mundo a Era da Terapia pelas Drogas numa incessante guerra anti-bacteriológica!
Em última referência, há que obstar sobre Paul Ehrlich - no seu trabalho sobre toxinas e anti-toxinas - em que este reflecte uma definição precisa de «dose letal mínima» - um conceito ainda hoje usado. Definiu-a então, como a quantidade mínima para matar uma cobaia de 250 gramas...no prazo de 4 dias!

Processos Anestésicos
Não havendo correlação com o texto anterior, urge referir os métodos praticados até aos nossos dias. No princípio do século XIX, antes de se usarem anestésicos gerais ou locais, dizia-se que os Cirurgiões precisavam de ter: «O Coração de um Leão e...a mão de uma Senhora!» - O primeiro, para que não ligassem aos gritos dos frenéticos e quiçá torturados pacientes e, a segunda, para que trabalhassem com a rapidez e a destreza necessárias, reduzindo dessa forma a terrível provação dos pacientes em suas mãos!
Um Cirurgião hábil podia fazer uma amputação em menos de três minutos. sabe-se agora que este «virtuosismo» era desnecessário. O Protóxido de Azoto - um bom anestésico - era já então acessível e usado, mas apenas para...fazer rir as pessoas.
O Protóxido de Azoto foi preparado pela primeira vez, em 1772, pelo cientista inglês, Joseph Priestley - mais conhecido então pela sua descoberta do Oxigénio. Já em 1800, Humphrey Davy, inventor da lâmpada de segurança dos mineiros, sugeriu que o gás poderia ser usado para aliviar a dor no processo cirúrgico, mas o seu potencial anestésico foi completamente ignorado, devido à sua propriedade mais óbvia - provocar o riso hilariante quando inalado! O «Gás Hilariante» tornou-se então um motivo lúdico e de divertimento popular nos espectáculos de feiras.
Não houve na época qualquer investigação séria da sugestão de Davy - até um jovem dentista de Boston, Horace Wells, ter reconhecido as propriedades anestésicas do Protóxido de Azoto, em 1844.
Durante uma exibição pública dos efeitos do gás, ele notou que um dos participantes caíra, sofrendo de um profundo golpe numa perna sem mostrar qualquer sinal de dor.
depois de ensaiar o Protóxido de Azoto no consultório, Wells tentou então atrair as atenções sobre si, fazendo a extracção de um dente sob a influência do referido gás, na Escola Médica de Harvard. Mas as coisas não correram assim tão bem...ou como pensara inicialmente. O paciente gritou com dores, os estudantes apuparam-no, e Wells foi considerado a partir daí...um intrujão!
Em 1846, outro dentista de Boston, William Morton, fez uma extracção sem dor em Harvard, usando um anestésico líquido - o Éter - e no ano seguinte, um obstetra inglês, James Young Simpson, começou a utilizar o vapor do Clorofórmio.
O Protóxido de Azoto pareceu votado então ao esquecimento, excepto como motivo de diversão. Em 1853, foi dado Clorofórmio à Rainha Vitória durante o parto do seu oitavo filho. Mas, com o tempo, Clorofórmio e Éter foram considerados perigosos, e o Protóxido de Azoto mais considerado, sendo hoje ainda utilizado como o anestésico mais usado e...mais seguro.

Avanços/Novidades/Esperança - no mundo das Células Cancerígenas (Cancro/Cancer)
Os avanços são sempre dignos de registo, de saudação e aplauso. Nos últimos anos têm-se observado muitas investigações e análises neste campo. Uma que convém referir, baseia-se num sistema revolucionário para manter vivas as Células Cancerígenas (Cancro) em laboratório. Ou seja, permite assim o estudo de Tumores específicos de cada paciente, abrindo caminho para tratamentos mais personalizados, numa recente técnica inovadora e, deseja-se, eficaz!
O Estudo agora publicado no «American Journal of Pathology» (Jornal Americano de Patologia) e, elaborado por cientistas norte-americanos, registam que (até aí), os cientistas utilizavam tecidos de biópsia congelados para fazer o diagnóstico, recomendando um determinado tratamento, uma vez que se tornava completamente impossível a capacidade de manter as Células Cancerígenas em todo o seu desenvolvimento num laboratório - nas semelhantes condições às do corpo humano.

As Novidades: Os Cientistas combinaram células especiais para manter o Tumor vivo e, inibidores chamados: «Rhoquinase» (Rock), para permitir que os Tumores se reproduzissem. Com esta técnica, mantiveram-se vivos diversos tipos de Cancro: no Pulmão, Mama, Próstata e Cólon - por um período de dois anos! Esta técnica - de simples método - é utilizada na pesquisa com Células-Tronco.

A Esperança: David Rimm, professor de Patologia da Universidade de Yale (EUA), escreveu um comentário que acompanha o artigo, alertando para a premente necessidade de demonstrar o processo em questão para que, outros laboratórios, possam igualmente reproduzir estes resultados, sendo que as tentativas de usar diferentes terapias que matam as Células Cancerosas, deixarem de ser «apenas especulação» - aferiu.
"Se outros cientistas puderem então reproduzir as experiências, o avanço poderá ser o prenúncio de uma transformação há muito esperada, na maneira como as células cancerígenas são estudadas!" - Remeteria ainda em eloquência e afirmação, Rimm.
O Estudo referido foi publicado dois anos depois da pesquisa em colaboração com cientistas do INS (Instituto Nacional de Saúde) dos EUA (NIH), sendo financiado pelo Departamento de Defesa dos EUA, a Universidade de Georgetown, Instituto Nacional do Cancro  e, pelo próprio NIH.
"Os tratamentos serão específicos para os tecidos. Obteríamos tecido normal e, seleccionaríamos a terapia específica!" - afirmou Richard Schlegel, Presidente do Departamento de Patologia do Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center, nos EUA.
Conclui ainda R. Schlegel que, este avanço, aumenta a esperança de que algum dia os cientistas consigam experimentar remédios em laboratório para matar o Cancro nas Células Cancerígenas de uma pessoa, antes de oferecer ao paciente uma terapia mais adequada. Assevera então: "Isso, será o máximo para a Medicina Personalizada!"
O Estudo publicado foi registado pela France Press em Dezembro de 2011, após ter sido devidamente recomendado, pelo que exibe em interesse e registo no avanço, novidade e esperança como o próprio documento o determina no já citado American Journal of Pathology.

É com estas palavras que termino em citação de facto triunfal nos avanços e novidades que este e outros mais estudos se arrogam no equilíbrio, desenvolvimento e cura (se possível) de doenças até aqui incuráveis ou mesmo terminais - sem esperança para as mesmas. Mas é de Esperança que se deve de falar, ante tamanha percussão no mundo científico-médico, pelo que todos devemos à priori de saudar e, de certa forma, endeusar, pela consistente e insistente permanência com que investigadores e cientistas se empenham para nos curar as feridas, as doenças e...acima de tudo, a sublime esperança de uma cura eficaz para todos os males. Ou quase todos. Assim sendo, que haja mais investigação, mais estudos e mais objectivos a concretizar no futuro imediato para que todos nós como seres humanos que somos, possamos ser assim beneficiados (ou privilegiados) dessa sua magnitude em investimento pessoal e, geral sobre todos nós, Humanidade!Que a Guerra Bacteriológica (ou anti-bacteriológica) se trave, mas em paz final de todos nós sobre uma cura ou padecimentos menores. Assim seja, hoje e sempre! E que a Cura esteja convosco; hoje e sempre também!

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