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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A Maldita Doença


Vírus do Ébola

Haverá de facto o antídoto eficaz no combate ao Ébola? Estaremos em paz perante uma «simples» gripe ou comum constipação sem consequências de maior? Terá influência o stress actual nas populações na probabilidade de se apanhar o vírus da gripe? Os compostos antivíricos do momento serão para sempre eficazes nessa erradicação da gripe ou vulgar constipação? E na «Maldita Doença» que tudo arrasta - Ébola - estaremos perante a iminência irreversível de uma pandemia mundial sem estanque ou equilíbrio e controlo sobre esta mesma doença?

A Praga da Constipação Comum
As Constipações foram sempre um incómodo e, ao longo dos tempos, uma preocupação mundial no que se tentou por várias medicações, vários remédios curiosos na esperança de as curar - todos sem resultado.
Os Gregos acreditavam no tratamento por sangrias, eo historiador romano Plínio - o Moço - recomendava «beijar o nariz peludo de um rato». Mas, apesar de a Constipação ser a doença que mais detestamos, estaremos ainda assim em vias de aproximação (ou um pouco mais perto) à descoberta na cura desta infecção moderada - e desagradável - do que os médicos da Antiguidade e suas práticas pouco ortodoxas, há que acrescentar.
Muito se tem tentado e experimentado nestas últimas décadas - especialmente na Unidade da Constipação Comum, em Wiltshire, Inglaterra. Fundada em 1946, foi o primeiro Centro de Pesquisas a dedicar-se só e unicamente à investigação da Constipação. Desde então, houve diversas equipas e grupos compostos por 30 voluntários - agrupados aos pares durante 10 dias - onde foram inoculados com várias culturas de Vírus, assim como vacinas e antivíricos, na esperança de se resolver este tão complexo ou perturbador sintoma.

Os Factos em Questão
Graças às 500 cobaias humanas anuais (na época de 80/90) da Unidade, sabemos agora que a Constipação não é causada por um único Vírus mas sim por muitos - especialmente os 100 diferentes do nariz.
Esta Unidade conseguiu na época desenvolver e, identificar, estes vírus - começando por pesquisar imunizações e vacinas. Destes vários ensaios ou experiências havidas, provou-se então que as pessoas sob stress tinham maior probabilidade de contrair Constipações - mas ignora-se porquê. Novos Ensaios e novas Experiências confirmariam também de que, as mulheres, têm mais constipações do que os homens - embora não se tenha provado se pela razão de estarem mais em contacto com crianças (que as propagam mais depressa do que os adultos), se por terem sistemas imunológicos diferentes.
Outras Experiências determinaram que os introvertidos têm Constipações mais severas e, excretam mais Vírus do que os extrovertidos - e que apanhar frio não faz mal, se obviamente não se atingir temperaturas muito baixas. Para esta Experiência, um grupo de voluntários foi mantido molhado em corredores com correntes de ar, onde aí permaneceu algum tempo, enquanto outro grupo se conservava seco e numa sala aquecida.
A conclusão mais tarde objectivada foi a de que, os Vírus, se espalham pelo vapor de água da respiração - o que explica os maiores surtos de Constipações no Inverno: as pessoas passam mais tempo fechadas em casa, afastadas do frio, mas também do ar fresco.
Em 1990, quando então esta Unidade fazia progressos com um composto sintético antivírico que suprimia a multiplicação dos Vírus em 6 dias, foi inexplicavelmente encerrada por...«falta de verbas ou patrocínios» que a permitisse continuar...

Ébola - O Vírus Maldito
Peter Piot lembra-se perfeitamente daquele dia. Estava-se em Setembro de 1976 quando um piloto da Sabena Airlines chegou ao laboratório em Antuérpia onde ele era investigador com uma amostra de sangue de uma freira belga que tinha adoecido misteriosamente numa aldeia perdida no Zaire.
O pedido era para analisar e, despistar, a Febre Amarela. Sem qualquer noção da perigosidade do vírus, Peter vestia apenas as suas luvas e a bata branca. Os testes à Febre Amarela vieram negativos, claro, assim como os seguintes, à Febre de Lassa e, à Febre Tifóide.
O Investigador e a sua equipa injectaram então o vírus em ratos - que, passados alguns dias...estavam mortos. Todos! Tornava-se por de mais evidente - ou esclarecedor - de que algo extremamente mortífero existia naquela amostra de sangue!
Quando Piot e a sua equipa observaram o vírus pela primeira vez ao microscópio, depararam-se com uma imagem diferente de tudo o que conheciam. Peter Piot evidencia-nos então:
 - "Algo grande e comprido, parecido com uma minhoca!"
De imediato, o Governo Belga decidiu mandar cientistas para a aldeia onde entretanto as freiras tinham morrido - e Peter não hesitou: "Tinha 27 anos e sentia-me como o meu herói de juventude - o Tintim! Estava doido com a possibilidade de descobrir algo completamente novo...! - Confessou Peter Piot ao "Guardian".
O Microbiólogo e outros cientistas recolheram sangue de 10 pacientes infectados e, baptizaram então a doença com o nome do rio que julgavam ser o mais próximo. Ébola.
Estava encontrada a designação para um dos Vírus que, ainda hoje, é um dos mais mortais. De então para cá, passaram...38 anos. Mas o actual director da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres começou a ficar seriamente preocupado em Junho de 2014, quando percebeu que as características deste surto eram diferentes das anteriores - breves e controláveis. Afirma por conseguinte sem margem para dúvidas:
 - "Isto já não é uma Epidemia. É uma Catástrofe Humanitária!"
Este surto de Ébola teve início na Guiné Conacri em Dezembro de 2013, mas só foi detectado em Março de 2014. Entretanto espalhou-se pela Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoa, somando até aí um total de 3338 mortes confirmadas e 7178 casos suspeitos (todo o universo de pessoas que pode ter tido contacto com os infectados).
O contágio dá-se através dos fluidos corporais, mas o período de incubação desta doença - de 21 dias - dificulta a contenção dos doentes. Esta Febre Hemorrágica não tem cura, embora haja um tratamento experimental, o «ZMapp» (droga resultante da combinação de três anticorpos gerados pela clonagem de uma única célula) que teve efeito em dois voluntários norte-americanos infectados.

A Origem
Tendo início na Guiné Conacri como já foi referido, esta estirpe tem-se registado a cada dia mais complexa e evolutiva, nem sempre no bom sentido. Existe a determinação de que teve o seu início por vias dos morcegos «Mops condylurus» (morcegos insectívoras sem cauda).
Mais de 20.000 casos de Ébola foram registados, assim como pelo menos 7.800 mortos - dados efectivos da OMS (Organização Mundial de Saúde) - desde a morte de um rapaz de dois anos na aldeia de Meliandou em Dezembro de 2013. A causa aponta então para estes tais morcegos que em latim se denomina de «Mops condylurus» e que, por viverem numa árvore a 50 metros de distância do infeliz rapaz, terá criado desse modo a oportunidade ideal para a infecção ou contaminação da mesma. Uma catástrofe, se tivermos em conta a disseminação e, proliferação contínua desta estirpe por vários países africanos.
Uma equipa de cientistas liderada por Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, em Berlim, investigou então as circunstâncias relacionadas com a morte desta criança na Guiné Conacri e todo o envolvimento destes morcegos na contribuição da dita estirpe, fazendo posteriormente declarações ao jornal EMBO Molecular Medicine: «O Vírus pode infectar humanos que entrem em contacto com esta fonte directamente ou indirectamente através de contacto com animais que tenham adoecido. Altamente contagioso, o Vírus é transmitido entre humanos através de contacto com fluidos corporais. Um Reservatório conhecido é um Morcego que se  alimenta de frutas (Epomophorus Wahlbergi), uma espécie amplamente disseminada na África tropical e que, nalguns países, é morto para servir de alimento, transmitindo assim infecções aos caçadores e carniceiros deste mamífero. No entanto, o papel desta espécie de morcegos na epidemia actual, nunca foi confirmado!»
Ainda segundo os mesmos cientistas, testes concretizados em laboratório demonstraram que os Morcegos sem Cauda - uma espécie prima - podem transportar o Vírus sem adoecerem, o que os tornaria também Reservatórios - mas nunca foi encontrada qualquer prova disto mesmo na Natureza.
A equipa alemã afirmou imperiosamente também que, as provas de que esta espécie ajudou a espalhar o actual surto eram fortes, mas não a 100%. Ou seja, não há a completa e absoluta certeza disso mesmo. Contudo, há a registar que, além de brincarem com os morcegos nas árvores, as crianças locais também as caçavam; no que posteriormente grelhavam em casa estes animais para assim se alimentarem, sendo hábito frequente tal.
Os Investigadores não encontraram na região provas de qualquer mortandade entre mamíferos maiores que poderiam ter sido uma fonte secundária de infecção para as pessoas. Por outro lado, não foi também encontrado qualquer vestígio do Vírus do Ébola em nenhum dos Morcegos que os cientistas capturaram e cujo sangue foi analisado - dito por fonte segura desta equipa alemã.
No entanto, outra questão se impõe: Não havendo vestígios nestes morcegos, poder-se-à afirmar com toda a certeza de que o não haveria nos que foram anteriormente consumidos pelas crianças??? Não se sabe. Mas há que investigar tudo neste campo.

Os primeiros casos nos EUA - e depois em Espanha - fizeram accionar novos planos de contingência, higiene e circulação de pessoas no Ocidente, para assim evitar uma Pandemia Mundial - que pode muito bem ser pior, muito pior...que qualquer filme de terror!
Há que o evitar a todo o custo. Há que organizar equipas próprias dentro e fora de África para a contenção e se possível eliminação desta Maldita Doença, estirpe e vírus mortal que tantas mortes já ceifou. Há que criar organismos estatais e não só, para que o declínio desta terrível epidemia possa estancar, tal como a sua impressionante Febre hemorrágica, alvo de todas as atenções. Há que dar luta à acérrima luta e batalha desta doença sem tréguas no ser humano. Esperando que toda a Comunidade Médico-Científica Mundial nos possam pacificar o desassossego - e a alma perene - por todo o sofrimento e mortalidade desta doença em novos antídotos, novas vacinas eficazes e seguras, erradicando de nós também todos estes receios e angústias de uma morte injustificada. Assim sendo, que a bem da Humanidade a saúde nos seja um bem mais do que precioso, nos seja um bem a pertencer agora e num futuro próximo - em novas e fantásticas descobertas sobre a vida que todos queremos fazer alongar e, perpetuar, até onde nos for possível e a Ciência Médica nos permitir. Assim seja então! A bem de todos nós!

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