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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A Mortífera Doença


Vírus da Varíola

De onde terá vindo a sapiência generalizada nos povos orientais, sobre a inoculação da doença, menorizando esta em imunidade perfeita? Continuará a ser eficaz o programa mundial de vacinação contra a Varíola nas próximas décadas ou no próximo século, sabendo de antemão as manifestações do vírus em transmutação e resistência às vacinas? Quanto à «Malária» - doença dos trópicos - poderemos estar descansados quanto à sua erradicação, seja esta local ou generalizada???

Apenas um Pequeno Arranhão
(Como se deteve a difusão da Varíola...)
Os Chineses já conheciam a Varíola, possuindo um conhecimento mais lato sobre esta doença, no que de uma maneira muito sua, combatiam esta Mortífera Doença. Por conseguinte, limitavam-se a enfiar crostas infectadas no nariz de indivíduos sãos. Isto é hoje conhecido e divulgado como: Inoculação - processo de transplante de matéria infectada de um doente para uma pessoa sã, a fim de produzir apenas uma «reacção» menor - e portanto, a Imunidade!
Outras formas de Inoculação tinham sido praticadas durante séculos, tais como remédios populares (na Arábia, África do Norte, Pérsia, Índia e Turquia). A ideia, porém, não chegou à Europa. Isso só aconteceu graças ao talento de divulgadora de, uma indomável aristocrata, no início do século XVIII!
Lady Mary Wortley Montagu testemunhou então a prática da Inoculação na Turquia, quando o marido foi para ali destacado em posse e distinção de embaixador - de 1716 a 1718.
Pelo ano de 1717 documentaria em pormenor como as mulheres turcas locais injectavam todos os anos milhares de crianças com uma agulha - algo inédito ou observado por si até aí.
As crianças teriam então sintomas ligeiros de Varíola, mas restabeleciam-se depressa e nunca contraíam a doença. As suas observações do «enxerto» (como designou então o método em si) foram confirmadas por vários médicos europeus, incluindo Charles Maitland, o médico da Embaixada em Constantinopla (Istambul). Este, ainda no mesmo ano, ajudaria a inocular o filho de Lady Montagu - revelado então um dos primeiros casos conhecidos em que envolveu um cidadão europeu.

Aceitação Social
De regresso a Inglaterra, a própria Lady Montagu sofreu um violento ataque de Varíola, que a desfigurou quando estava a impor-se no meio social - o que desde logo a incitou a divulgar a necessidade de colocar o sistema em prática em Inglaterra.
Em 1721, a sua filha foi inoculada em Londres por Maitland - pela primeira em solo europeu. Graças às relações de Lady Montagu na corte, não tardaria para que todos os membros da Família Real Inglesa ouvissem falar da eficaz demonstração deste meio de prevenção da Varíola, mandando assim inocular os próprios filhos.
A classe médica estava na defensiva - apesar da chancela da aprovação Real - porque, como estava estabelecido até aí, esta técnica não fora descoberta por qualquer dos seus membros, vinda antes da Medicina Popular do Oriente através de uma mulher inglesa sem experiência médica...(anuíam).
Só a Inoculação, todavia, não podia eliminar por completo a Varíola, principalmente porque a infecção transplantada se tornava violenta e até fatal, sendo que, uma pessoa inoculada, poderia efectivamente transmitir a doença ou acirrada patologia a...outras.
Foi necessário então desbloquear tudo isto, nas argutas observações de um médico rural inglês, Edward Jenner, para se conseguir a Imunidade total contra a referida doença.
Jenner ouvira um agricultor local dizer que, as mulheres que trabalhavam na vacaria, nunca contraíam a Varíola. No entanto, apanhavam muitas vezes a «Cowpox» (Varíola das vacas) - uma infecção relativamente inofensiva - dos animais com que lidavam.
Em 1796, Jenner extraiu «Cowpox» das lesões do dedo de uma mulher, inoculando de seguida James Phipps, um rapaz de oito anos. Não tardou então a manifestar-se neste uma febre ligeira - como sucessiva reacção ao dito processo. Ficou provado que Jenner inoculou o rapaz com Varíola - e a doença não se manifestou.

Erradicada para Sempre
Com esta experiência, Edward Jenner demonstrou assim que um indivíduo podia ser infectado por um vírus relativamente não virulento, o da «Cowpox», e ficar deste modo imunizado contra a...Varíola! Jenner continuaria a advogar a Inoculação com Cowpox - ou vacinação, como posteriormente o seu método veio a ser chamado.
Em menos de 200 anos, Programas de Vacinação em grande escala, permitiram então à Organização Mundial de Saúde (OMS), declarar oficialmente a erradicação total da Varíola!

Malária - A febre do Mosquito
(E...o célebre Microscópio enferrujado de Ronald Ross)
Quando se pensa num pioneiro da Medicina, imagina-se desde logo alguém inclinado sobre um Microscópio - procurando assim e com obstinada determinação a grande descoberta - a cura de alguma doença mortal...!
Ronald Ross nasceu na Índia em 1857, aprendendo a profissão no Serviço Médico Indiano, com a apresentação efectiva de estudos-extra (ou mais elaborados, sobre uma mais aprofundada investigação sua), feitos em escolas médicas inglesas. Manteve então uma íntima relação de trabalho com Sir Patrick Manson - o «pai da Medicina Tropical» - que incitou Ross a explorar a possível ligação entre o...mosquito e, a Malária.
Ross trabalhou arduamente durante quatro intenso anos numa série de laboratórios, em várias partes da Índia. Dia após dia, no que ele descreveu como: «Uma luta próxima com a Natureza!», Ross dissecou todos os tipos de mosquitos que encontrou. Num dos hospitais onde esteve colocado, foi obrigado a usar um Microscópio que tinha uma objectiva rachada e, parafusos enferrujados, pela consequente transpiração que lhe escorria incessante e continuamente pela testa. Ross não podia ligar a ventoinha - situada bem por cima da sua cabeça - porque, a deslocação do ar, espalharia os espécimes dissecados, prejudicando o seu trabalho.
Mas finalmente fez-se luz: a sua teimosia ou quiçá forte perseverança resultou! Ross encontrou o género certo de mosquito! Descobriu então que, o Parasita da Malária, estava presente tanto nos intestinos do mosquito «Anopheles» como, num diferente estádio de desenvolvimento, na glândula salivar do insecto.
Esperava-se assim que esta descoberta levasse à sequencial erradicação da Malária nos trópicos - pela eliminação do mosquito ou protegendo as pessoas contra ele - mas, na prática, isto foi difícil de conseguir, sendo que na actualidade ainda surgem vários surtos epidémicos originados pela «Febre do Mosquito», ou comum Malária.
Rosss recebeu muitas distinções por este bravo feito - tendo em conta mesmo os parcos recursos a que foi sujeito em cumplicidade com esse tal enferrujado microscópio - sendo homenageado com o título de Cavaleiro e, em 1902, recebido o distinto e digníssimo Prémio Nobel da Medicina. Para além de o seu nome constatar de um Instituto e um Hospital de Medicina Tropical em Londres. Por tão empenhado ter sido na explicação do ciclo de vida do organismo causador da Malária, Ronald Ross jamais será esquecido, mesmo que ainda hoje tenhamos de nos debater sobre esta mesma doença dos trópicos que ainda faz vítimas, infelizmente.

A Malária ou Paludismo é considerada ainda hoje, na actualidade, uma das doenças mais perigosas do mundo, daí no contexto inicial do texto, se ter englobado tanto a Varíola (já erradicada hoje do espectro viral da doença no mundo), como a Malária ou Paludismo que ainda faz vítimas entre nós. Se no primeiro caso se conseguiu erradicar totalmente esta patologia à escala global, no caso da Malária ou Paludismo a perspectiva é muito mais densa - e de certa forma preocupante - no combate ao mesmo. Permite então a sua propagação fora dos trópicos, sendo um dos maiores riscos para viajantes (ou visitantes) onde esta doença se instalou há muito. Já infectou e matou milhões de pessoas, pelo que urge contextualizar e providenciar medidas necessárias e como se já referiu, urgentes, para a debelar.
A Malária é endémica, no que se traduz ser essencial tomar todas as precauções necessárias para a protecção contra esta doença. Sem descurar algo que seja, impõe-se!
Existem vários tratamentos nesta área, segundo os quais (hoje) no mercado disponível, se aludem de alguma eficácia na prevenção da doença. Há Tratamentos Anti-Maláricos que reflectem bons resultados, de acordo com a dose prescrita individualmente ou com o factor de risco das áreas afectas - ou a visitar pelos viajantes e turistas. Existe assim medicação apropriada para o efeito, na oferta de uma dupla protecção contra os parasitas que não desenvolveram ainda Imunidade ao «Princípio Activo Cloroquina» - na determinante prescrição mundial para com as pessoas que viajam para áreas de baixo risco - onde o parasita de alto risco não está presente. Existe no mercado farmacêutico e laboratorial, hoje, a medicação certa para o efeito, no que se tenta reverter de efeitos secundários reduzidos (ou mínimos) nesse processo preventivo de uma medicação mais ligeira. Mas nunca negligente, supõe-se, em face a quem se pode confrontar com tal doença fatal ainda para os nossos dias, sabe-se. Por isso, há que não haver distracção (ou indiferença) sobre as causas ou consequências da Malária e seus portadores, fiéis receptáculos da doença. A OMS está atenta, assim como toda a envolvente e subsequente investigação sobre estas mortíferas doenças, as quais a Humanidade ainda tanto sofre, ainda tanto pena, lamentando vítimas e mortes escusadas. Mas, respeitando normas mas também desejos que a comunidade médico-científica possa em breve aludir a esta patologia endémica com a eficácia e prontidão que lhes assiste nestes combates sem tréguas, há que optimizar tal esforço, tal empenho, nas muitas batalhas médicas que de futuro todos nós nos debateremos nas enviesadas - ou quiçá manietadas manobras virais - sobre vacinas ou antídotos miraculosos da nossa praça. Pois que, a bem da Humanidade, novas nos possam dar, fazendo receber em melhor saúde e melhor bem-estar humanos! Assim seja então!

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