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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Galeria de Arte


 
Pinturas Rupestres de Altamira - Norte de Espanha                          Europa

Teriam sido simples homens do Paleolítico em testemunho pictórico deixado nas grutas ou, antes de mais, verdadeiros artistas em assombroso realismo aí demonstrado? Que nos queriam revelar ante tamanha maravilha reportada nas grutas - no Norte de Espanha, nos Pirenéus Franceses, no Sul de Itália ou nos Urales - em autêntica «Galeria de Arte» do tempo da Pedra Lascada? E como foram executadas, ante tão proeminente altura em que se encontram as pinturas? E que iluminação os sustentou, para que estas tivessem figurado na perfeição que agora se exibe, ante nossos olhos???

Galeria de Arte de há 30.000 Anos!
(A maravilhosa descoberta feita por uma criança espanhola...)
Marcelino Sanz de Sautuola, grande aficionado da Arqueologia, fazia escavações perto da entrada da gruta de Altamira - no Norte de Espanha, na Península Ibérica - quando, a sua filha Maria de apenas 9 anos, penetrou no interior da mesma. Subitamente, de uma câmara lateral chegaram-lhe os gritos abafados da pequenita: «Touros! Touros! Pai, venha depressa!»
Marcelino de Sautuola largou a picareta e correu de imediato para o interior da gruta, onde encontrou a filha, que, presa de grande excitação, apontava para o tecto da mesma.
Sautuola ergueu então a sua lanterna e, contemplou, no tecto - de 20 por 10 metros - fantásticas reproduções em castanho, vermelho, preto e amarelo, do Bisonte Pré-Histórico: uma obra de arte magnífica de há dezenas de milhares de anos!
No tecto estavam reproduzidos 17 Bisontes em interpretações de um extremo realismo: escavando a terra, deitados, mugindo, mortalmente feridos pelas lanças. À sua volta viam-se desenhos de Javalis, um Cavalo, uma Corça e um Lobo.
Prosseguindo a exploração das grutas, Sautuola encontrou um grande número de outras pinturas de animais, muitos dos quais extintos ou já desaparecidos - séculos atrás - animais esses, da Europa Ocidental.

A Investigação Arqueológica
Corria o ano de 1879. Os Arqueólogos começaram por ignorar os achados de Marcelino Sanz de Sautuola, que classificaram desde logo de falsificações - destinadas a desacreditar a Teoria da Evolução de Darwin. Nada nessa altura fazia crer que um povo primitivo - considerado selvagem e num estádio de desenvolvimento muito próximo do Macaco... - pudesse ter criado tais obras de arte.
Apesar de tudo, as Pinturas de Altamira - datando de entre 30.000 e 10.000 a. C. - constituíram de facto uma das maiores descobertas da Arte Pré-Histórica!
Em 1902, decorridos cerca de 14 anos após a morte de Sautuola, o arqueólogo abade, Henri Breuil, visitou as grutas e desenterrou ossos de animais com gravações que pareciam esboços, idênticas às que se encontravam nos tectos. Deixaram então de surgir dúvidas quanto à autenticidade das pinturas, e as grutas foram assim apelidadas de «Capela Sistina» da Arte Pré-Histórica!
Invulgarmente, as pinturas encontravam-se em excelente estado de conservação. Embora mais de 100 outras grutas - decoradas com Pinturas e Gravuras da Idade da Pedra Lascada - tenham sido descobertas no Norte da Espanha, nos Pirenéus Franceses, na Dordonha, no Sul da Itália e nos Urales. Muitas destas pinturas e gravuras estavam descoloridas e deveras deterioradas, por efeito das intempéries e das condições climáticas.
Quanto às Pinturas de Altamira, estas encontram-se em grutas mais escuras - descobertas pouco antes da visita de Sautuola - e que o desmoronamento de rochas, mantivera assim fechadas durante séculos e nas quais a temperatura e, a humidade, se haviam mantido constantes. A ventilação era a necessária, sem ser excessiva, e o grau de humidade da atmosfera evitara que as tintas tivessem secado e, se tivessem deteriorado.
Pinturas semelhantes em Lascaux - no Sul da França - sofreram mais estragos nos 15 anos em que estiveram abertas ao público (devido à respiração, calor corporal e microrganismos introduzidos pelos visitantes), do que propriamente nos 15.000 anos anteriores!
Deve-se também a jovens a descoberta de uma outra galeria de Arte Pré-Histórica - as Grutas de Lascaux. Em 1940, Marcel Ravidat, de 18 anos, levou então consigo três amigos para junto de uma cova que uma árvore arrancada pela raiz deixara em aberto, e que ele descobrira alguns dias antes ao passar pelo local com...o seu cão. Os jovens - na sua indubitável excitação de jovens que eram - alargaram a dita abertura e Marcel desceu por ela até ao solo de uma gruta - cerca de...5 metros abaixo. Imagina-se o que terá sentido este jovem ao deparar-se com semelhante beleza pictórica...

Criações de Arte Primitiva
À luz de alguns fósforos, Marcel distinguiria então belas pinturas murais. No dia seguinte, os jovens regressaram ao local com lanternas e todo um imparável estímulo de descobrirem algo mais, no que se reportou de, um grande número de reproduções de Cavalos, Touros, Bisontes, Veados e outros animais - após o que informaram o abade Breuil do seu achado.
Actualmente, as Grutas de Lascaux, são consideradas - juntamente com as de Altamira - como uma das mais valiosas colecções da Arte Primitiva jamais descobertas!
Uma sala conhecida como «A Sala dos Touros», está decorada com desenhos magistrais de cores intensas: pretos de ébano, vermelhos de tijolo e amarelos de cromo. Em muitas outras salas da gruta podem admirar-se manadas de Cavalos e, cabeças de Veados com chifres, em reproduções de grande realismo. Tal como as Pinturas de Altamira, também estas não são, obviamente, obra de indivíduos selvagens primitivos, mas de artista de extrema sensibilidade - o que contraria, em absoluto, o conceito vigente na época sobre o Homem de há 15.000 anos...!
As reproduções existentes nas Grutas de Lascaux são obra dos Magdalenenses, assim denominados porque, os primeiros vestígios que deles se descobriram, foram encontrados junto das ruínas de la Madeleine, em França.

Sociedades de Caçadores
Crê-se que, as Pinturas de Altamira, foram executadas por um outro grupo da Idade da Pedra Lascada, os homens de Cro-magnon, que devem o nome a um conjunto de rochedos na Dordonha onde foram encontrados os seus esqueletos.
Segundo se julga, ambos os povos eram posteriores ao Homem de Neanderthal e, viviam principalmente da caça e da recolha de alimentos.
Gravavam previamente, com um fragmento de sílex pontiagudo, os contornos das figuras, que depois cobriam. Os Artistas não dispunham de verdes nem de azuis, mas obtiveram possivelmente o negro - e os negros-violáceos - do carvão ou da gordura queimada. Os tons de castanho, vermelho, amarelo e laranja procediam do minério de Ferro, que era então presumivelmente moído por entre pedras até ficar reduzido a pó e depois misturado com sangue de animais, gordura e sucos de plantas.
A pintura era aplicada de várias formas: com os dedos, com pincéis feitos de pele, penas ou extremidades de ramos cuja ponta era mascada, líquenes e musgo, além de poder ser soprada através de uma cana oca. Em Altamira foram encontrados lápis de ocre feitos de sebo.
As pinturas eram cuidadosamente executadas em salas escuras, onde a luz do dia mal penetrava - o que indica que os artistas dispunham de qualquer combustível que se consumia lentamente. A realização das pinturas nos tectos exigiu também, forçosamente, a utilização de uma espécie de andaime, no que se supõe pela altura em questão.
As últimas pinturas foram provavelmente completadas cerca do ano 10.000 a. C., quando os últimos glaciares do Período Glaciário retrocederam e, os povos da Idade da Pedra Lascada, se deslocaram para latitudes mais setentrionais.

Ritual Mágico
É opinião de muitos Arqueólogos que as Pinturas Rupestres representam, provavelmente, uma forma de ritual mágico: o animal cuja imagem fosse fixada numa parede... deixaria de poder resistir ao caçador. É também possível que, os povos primitivos, acreditassem que obteriam assim o poder e a força das suas presas se, as reproduzissem picturalmente.
Mas é também provável - ou razoável de se acreditar - de que, estas pinturas servissem para instruir os jovens na arte da caça, pois muitas delas (as lanças), encontram-se cravadas nos pontos mais vulneráveis do animal.

É impressionante a observação destas pinturas e quem assim possa visitar tão assombroso testemunho deixado pelos homens do Paleolítico. Dá-nos a sensação de estarmos perante verdadeiras obras-primas destes artistas ancestrais. É digno de registo toda a perfeição nestas imposta, pelo que se determina que estes homens possuíam, certamente, uma sensibilidade muito grande. Daí a pertinente questão: Terá havido neste processo uma mão estelar, no que se observa igualmente de uma opção e atributo, inspiração e vontades maiores sobre estes homens de «fraca inteligência», comportamentos e hábitos? A arte pictórica neles revelada - em pormenor, beleza e cuidado - terá sido uma instigação (e manipulação) extra-planetária, no que aí se registou de maior incidência e mesmo aprumo, pela arte nas suas grutas? Para além das caçadas, a pintura. Não será isto estranho, para quem se dizia tão ínfimo de conhecimentos e ambições para além do seu próprio perímetro, tanto em espaço físico e, territorial, como em desígnios maiores de um pensamento - ou desejos - de se superar? Terá sido o início de uma transmutada Era, no que as civilizações estelares há muito nos haviam determinado, sem que a vida do Homem se nutrisse unicamente pela caça e, pela sobrevivência no planeta? Os lápis de ocre feitos de sebo...terão sido os primórdios de uma escrita, de uma pintura ou, porventura, do alicerce-fundador de todo um conhecimento que, já mais tarde, e em mais lata descendência efectiva humana, os nossos antepassados compuseram...? Se o Homo sapiens sapiens liderou destronando todos os outros, algo se modificou. Por certo. Em manipulação genética ou através de todas as transmutações geo-estratégicas no planeta, o que se sabe é que de facto algo ocorreu, no que o Homem hoje é e se pode saudar - tanto em inteligência como em dinamismo - nas artes ou noutra qualquer sequência (ou consequência) da evolução dos tempos, seja esta tecnológica, espacial ou meramente do foro cognitivo em abertura psíquica e mental destes novos tempos. Daí que, só possa terminar com a evasão própria de quem não sendo artista, é apenas humana, clamando que novos futuros se cumpram: seja na arte pictórica, na escultura, na engenharia ou arquitectura, pois que todos os ofícios são arte e em todos eles, nós somos magistrais por que simplesmente...mesmo com todos os nossos defeitos trazidos dos nossos ancestrais...não somos perfeitos mas somos iguais! Ainda que diferentes em credos, raças, gostos, costumes e mesmos sonhos...de quem ainda deseja um mundo melhor: o nosso mundo, planeta Terra! Assim como à Humanidade, que um dia se desenvolveu...mesmo que por dentro de grutas e cavernas escuras, por onde a beleza e a arte exultaram...divinamente!

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