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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A Mágica Cirurgia II


O «Médico» Brasileiro Zé Arigó (em pleno acto cirúrgico)

 "O Arigó não demora muito, vai desencarnar. Sua Missão na Terra está para terminar. Ele tem pouco tempo de Vida!"
                                                (Voz do suposto espírito do médico-cirurgião alemão, Adolf Fritz)

Carreira de...«Médico»!
Foi assim - a partir de 1955 - que se iniciou a grande transformação na vida de um homem e de toda a sua cidade.
José Pedro de Freitas, um homem simples que possuía apenas a Instrução Primária (hoje, Ensino Básico), passou a ser o «Médico» mais famoso de Minas gerais. Todos os dias, durante mais de 15 anos, acorria ao seu consultório - em Congonhas do Campo - uma multidão de pessoas em busca de um milagre. Sucediam-se as operações, as receitas e mesmo as curas espectaculares. Os cegos viam, os aleijados abandonavam as muletas e, em geral, toda e qualquer deficiência era desde logo sujeita a uma espécie de cura milagrosa, quase imediata.
Diariamente, Zé Arigó atendia entre 600 a 1500 pessoas numa média consideravelmente grande que poderia até exceder, caso fosse necessário. Um santo homem, portanto!
O seu consultório não era mais do que um quarto de dimensões reduzidas e, com um mesa e uma cadeira toscas. Na parede, sobre a sua cabeça, uma singela imagem de Cristo.
Na mesa, um grosso maço de papel branco, que servia assim de receituário em prescrição médica. Escrevia com uma caneta antiquada, que este mergulhava constantemente no tinteiro. Como instrumentos, um crucifixo que apertava na mão e uma faca de cozinha, que repentinamente agarrava para...raspar a Catarata de um olho, abrir um Tumor ou ainda...perfurar um Panarício, sem a menor assepsia. Quando muito, limpava-a às vezes na perna da calça ou...na camisa surrada - num método nada higiénico nem tão-pouco esterilizado que, na actualidade e nos tempos modernos que atravessamos, nos faz insurgir em maiores receios mas que detinha em si os mesmos efeitos práticos e de cura imediata sem qualquer explicação.
Milhares de pessoas foram desta forma operadas - sem qualquer anestesia - aos Olhos, ao Pulmão, ao Fígado - ou ainda devido a um Cancro - com aquela mesma faca ou um seu velho bisturi que nunca largava. Ali mesmo - ou numa outra sala contígua, onde posteriormente o doente pudesse repousar depois de uma sua intervenção cirúrgica mais séria.            
E nem mesmo quando Zé Arigó foi processado - e condenado - por Curandeirismo, surgiu alguém que testemunhasse contra ele. Nunca ninguém acusou Zé Arigó de ter morto alguém numa operação ou de ter contribuído para agravar o estado de saúde do paciente com medicação inadequada ou...errada. Arigó receitava em geral remédios que, muitas vezes, não tinham ainda aparecido no Brasil, sendo que, por diversas ocasiões, os seus múltiplos diagnósticos foram criteriosamente examinados por uma Junta de Médicos Norte-Americanos que comprovariam depois (rigorosamente também) todos os casos analisados. Nada justificava o conotar Zé Arigó com charlatanice no entanto, uma vez que nada se havia provado contra a autenticidade do fenómeno Zé Arigó (até aos dias de hoje) - nada mais a não ser, a evidência já observada e, registada sobre este, de praticar Medicina sem ser diplomado ou para isso estar habilitado por vias académicas!

A Actividade Quotidiana de...Zé Arigó
A rotina de Zé Arigó era sempre a mesma. Todos os dias - às 6 horas da manhã e após ter bebido um café - Zé Arigó dirigia-se para o Centro Espírita Jesus de Nazaré - onde já era fervorosamente esperado por uma fila interminável de pessoas.
Penetrava na sala de espera e pedia a todos que se retirassem por alguns segundos. Momentos depois...reabria a porta. O campónio que entrara um minuto antes (Zé Arigó), transformara-se noutro elegantemente vestido, falando com firmeza e, acentuado sotaque alemão, empregando assim exímios e assertivos termos técnicos, com evidentes sinais de uma personalidade inteiramente diferente! Estava-se então perante o...doutor Adolf Fritz! Este outro, com poucas palavras em compenetração clínica, supõe-se, sentava-se e iniciava o trabalho. Não olhava de frente para as pessoas que atendia, às quais perguntava somente qual o nome ou direcção de onde vinham. Antes de terminada a resposta, começava de imediato a escrever a receita ou prescrição médica.
Quando o paciente queria explicar a sua sintomatologia, o doutor Adolf Fritz entregava-lhe a prescrição e dizia: «Pronto...outro!» Se o paciente insistia na descrição da doença, o doutor Fritz apenas dizia: «Já sei o que você sente.» E mencionava então ele, e de seguida, os sintomas que (invariavelmente), o paciente comprovava. Era como se lhes lesse a mente!
Ao meio-dia interrompia as consultas para almoçar. Fechava a porta, desincorporava o doutor Fritz e ressurgia de novo como o simplório Zé Arigó.
Rindo muito e cumprimentando todos, saía então do seu consultório como se fosse dono e proprietário de toda a...Felicidade do Mundo! Seguia então para a sua casa - nas proximidades - onde ficava sempre e continuadamente durante meia hora, a cuidar das suas roseiras, apreciando as suas cores e o seu tão belo perfume, anuía.
Depois do almoço - engolido rapidamente - dava um beijo à mulher (de nome Arlete), e voltava ao seu consultório, que só abandonava por volta das 18 horas. Assim viveu mais de 15 anos, com pouquíssimas interrupções, como quando esteve preso e limitado na missão...como afirmava então.

Um Remédio de...Deus!
Uma ocasião, estando presente a jornalista brasileira Rosinha Sarda, entrou no consultório um homem ainda novo. O estranho ritual repetiu-se: sem que Arigó fixasse o olhar no paciente, este deu-lhe o seu nome e direcção. Enquanto o homem respondia, a jornalista em questão notou que o doutor Fritz, contrariamente ao habitual, nada escrevia. Repentinamente, levantou a cabeça e iniciou uma série de recomendações, acabando por dizer:
 - "Não lhe vou receitar nenhum desses remédios dos homens. Esses, seu médico já lhe deu. Vou dar-lhe um remédio de Deus." - E escreveu no receituário: «Todos os dias, ao acordar e às 6 da tarde, rezar!» Ao deitar, ler um capítulo da Bíblia.»
Depois de o homem sair, o doutor Fritz declarou a Rosinha Sarda: -"Não adianta dar-lhe nem remédio nem mais nada...a não ser, Fé! O tempo dele está a terminar. Não demora nada e vai desencarnar. Ninguém consegue mudar o que já ficou determinado. É um caso de Cancro grave, e ele nem sabe."
Intrigada, a jornalista saiu do quarto e foi procurar o paciente, que encontrou já ao lado da mulher; esta, aproveitando um momento em que o marido se afastara, contou então à jornalista que o marido adoecera há pouco tempo e que, o seu estado piorava diariamente, apesar dos muitos cuidados médicos. Nas vésperas da consulta a Arigó, fora-lhe detectado Cancro - no que apenas ela e seu pai haviam conhecimento, não querendo afligir assim o marido já tão debilitado em seu sofrimento.
A jornalista anotou nomes e direcção (ou endereço) para uma futura investigação e, quando voltou a Congonhas, confirmou que, pouco depois, o homem morrera canceroso. Ou seja, dessa mesma patologia oncológica que anteriormente o doutor Fritz (na pessoa de Arigó) tinha admitido assertivamente!
Duas vezes, Zé Arigó foi acusado de Curandeirismo pela Sociedade Médica de Minas Gerais. Em ambas as situações foi condenado: em 1956 a 15 meses de prisão, tendo sido indultado por Juscelino Kubitschek, então Presidente da Republica do Brasil - de quem este era amigo íntimo, pois curara um seu parente: E, em 1964, a 16 meses de prisão, tendo cumprido metade da pena, posteriormente suspensa.

A Previsão da Morte
No dia 11 de Janeiro de 1971, pouco depois do meio-dia, um desastre de automóvel vitimou Zé Arigó, quando este se dirigia (como habitualmente fazia), para as suas lindas roseiras.
Foi o final trágico do então polémico e mui discutido Médium e o início da tragédia que se abateria sobre a sua mulher, assim como aos 6 filhos do casal.
Mais de 20.000 pessoas transportaram o caixão ao Cemitério de Nossa senhora da Conceição, e com ele deixaram todas as rosas das suas lindas roseiras.
Alguns meses antes, o doutor Adolf Fritz (fitando um ponto qualquer no infinito sob um olhar circunspecto), voltara-se para Rosinha Sarda - a devota jornalista que assistia sempre às suas consultas para fazer posteriormente as suas reportagens -  dizendo-lhe no seu sotaque germânico tão peculiar: «O Arigó não demora muito, vai desencarnar. Sua Missão na Terra está para terminar. Ele tem pouco tempo de vida!»              

Não sendo caso único - pelo que se sabe, na actualidade, de outros que entretanto terão surgido sob esses mesmos auspícios espirituais ou de encarnação divina - o certo é que se exorta no mundo inteiro esta igual vertente de conhecimentos advindos do nada. E, especificamente, de pessoas ou indivíduos de parcos ensinamentos ou plataforma educacional para o efeito. Não se pode (nem deve) instituir-se como prática geral - e normal - estes casos, proliferando á margem da Lei ou das regras estabelecidas pelos convénios internacionais nas práticas da Medicina. Contudo, é quase sempre um mito - ou uma inverdade - se dissermos que estes casos são sempre erradicados ou extintos, por vias de uma maior perseguição - ou punição no terreno - sobre quem usa estes meios e estes fins para a cura dos homens na Terra. Mas também não se pode nem deve misturar crenças e seguimentos, no que, por vezes, até o mais céptico e racional insere em si, por ver o quanto estas experiências de faca e bisturi na mão (unicamente) dão a cura para tantos males.

Não se pode regredir no conhecimento humano sobre estas práticas mas também não se deve (à priori) fazer um julgamento sumário sobre estas situações, devendo todas elas ser estudadas e, referenciadas, se não quisermos de volta uma outra Inquisição - e desta vez mais obreira ou justiceira que a todos flagele numa verdade única. No entanto, na outra versão dos factos, há que estabelecer regras e ordenamentos ou seríamos todos imbuídos de espíritos ou seres de outro mundo, comandando-nos as ideias e toda a mente em geral. Há que refrear tal, mesmo que estejamos perante factos ainda não totalmente esclarecidos ou...descodificados, por tudo o que ainda se não sabe destes «Espíritos« ou subsequentes seres que de um Céu que não conhecemos...nos ditam as regras e a própria vida pessoal a seguir. Por muito mérito que isso possa ter - e terá sem dúvida - também sabemos que temos de respeitar as outras normas: as do Homem que não a dos Espíritos do Além...por muito que lhes tenhamos igualmente respeito e coerência...ou bom senso de nos não deixarmos «possuir» por essa outra personalidade distinta que não é da Terra. Nem de lugar algum. Ou será...? Não o sabemos. Por respeito, homenagem e fulgor a alguém que fez da sua vida o recorte e essência de uma outra em prole da sua comunidade e, do seu país, aqui deixo a sua história de um simples e bom homem supostamente, que deu pelo nome de: Zé Arigó. Penso que também ele, pela Humanidade, terá querido fazer muito e isso, não sendo de todo de descurar (ou de negligenciar em suposta ingratidão e afronta - mesmo que além a morte), há que sublevar e, considerar!
A bem da Humanidade...tudo! Sem Humanidade...nada! É o lema que temos de seguir...!

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