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quarta-feira, 18 de março de 2015

A Era Biotecnológica IV (A Engenharia Genética)


Hormona de Crescimento Humana

Estará o Homem a fazer-se passar por «Deus» (ou algo de muito superior) na instância actual de uma elaborada Engenharia Molecular, Genética e de verdadeira manipulação sobre todos os organismos vivos? Estaremos a «criar» vida para além da vida? Ascenderá o ser humano ao supremo benefício do conhecimento e da «fabricação» humanas, no que se assume hoje em toda a coesa Indústria da Engenharia Genética? Estaremos perto de «construir» algo semelhante a nós próprios, mesmo além do processo já instituído da Clonagem e dos seus componentes? Viveremos mais e melhor sob essa perspectiva de nos multiplicarmos, de nos fazermos existir através de técnicas laboratoriais, ou somente nos deixaremos guiar pela sã ambição de nos recauchutarmos em peças vivas e de órgãos transplantados? Abster-se-à o Homem disso? Ficará por aí ou...(em breve) veremos o tema da imortalidade - ou eternidade - nos ser banal e tão comum, quanto o nascer e o morrer? Estendendo esse pós-vida, ludibriando a morte, seremos «Seres Amortais»? E desejá-lo-êmo???

Micróbios Fabricados
(Como os Engenheiros Genéticos manipulam os Organismos Vivos...)
A Biotecnologia está em vias de se tornar uma força de mudança tão grande no século XXI, como foi a Física no século XX!
Novas técnicas de Engenharia Molecular permitem aos Biólogos de hoje alterar um organismo vivo ao seu nível mais fundamental - o Genético - e criar Plantas, Animais e Micróbios «por medida», com propriedades novas e muito úteis.
As Bactérias transformadas em «fábricas» que produzem Proteínas Humanas em massa para uso farmacêutico, contam-se entre os primeiros produtos da multi-bilionária Indústria da Engenharia Genética.


Plasmídeos

Os Animais ou as Plantas de uma mesma espécie podem diferir muito no aspecto e no que podem fazer. Esta «Variabilidade natural» foi explorada durante séculos pelos Agricultores, que melhoravam o seu gado cruzando animais com características desejáveis - como grande Massa Muscular ou...elevada Produção de Leite! Contudo, as fronteiras da Variação natural são limitadas pela constituição genética subjacente à espécie.
Os Animais, por exemplo, nunca são capazes de efectuar a fotossíntese (entre muitas outras coisas), porque não possuem os genes que controlam a produção do pigmento verde Clorofila.
A Engenharia Genética libertou os Biotecnólogos da dependência de organismos que aparecem na Natureza ou, que podem ser produzidos por Técnicas de Procriação convencionais.
Os Genes podem agora ser extraídos individualmente de uma espécie (e até alterados por uma delicada manipulação bioquímica) e, transferidos assim para outra espécie, para produzirem um organismo com novas e úteis propriedades.

Medicamentos Extraídos de...«bicharocos»
As Técnicas de Manipulação Genética foram fruto de décadas de investigação biológica fundamental. Foram utilizadas comercialmente pela primeira vez no princípio da década de 1970. para então inserir genes para a obtenção de Proteínas Humanas úteis no ADN das bactérias.
A cultura destas Bactérias transformadas - permitindo a sua rápida multiplicação - tornou então possível a produção e colheita de grandes quantidades de Proteínas. Embora as bactérias ainda sejam muito utilizadas como «Fábricas de Proteínas», porque pode fazer-se com que «aceitem» genes estranhos com relativa facilidade, os novos desenvolvimentos na Manipulação Genética permitem agora, a junção de Genes a Células Humanas e...de leveduras.
Estas Células mais avançadas são melhores no fabrico de Proteínas Humanas, sendo actualmente utilizadas para produzir numerosas proteínas para uso farmacêutico - incluindo a Insulina para o tratamento de Diabetes e, Hormonas, para o tratamento de deficiências de Crescimento.
Anteriormente, estas Proteínas tinham de ser laboriosa e dispendiosamente extraídas de tecidos humanos ou animais. Daí que o avanço nesta área tenha sido prodigioso!

A Hormona de Crescimento Humana
Esta Hormona - de Crescimento Humana - por exemplo, só podia ser extraída em quantidades muito pequenas a partir das Glândulas Pituitárias de...cadáveres humanos!
No Passado, este processo levou a que alguns doentes recebessem hormonas contaminadas com o agente de uma Doença Cerebral. Hoje em dia, a Hormona de Crescimento Humana é produzida em cultura por células manipuladas e está livre deste contaminante fatal. Também a Insulina costumava ser extraída do Tecido Pancreático de Suínos (Porcos) e Vacas. Embora a Insulina-animal possa ser utilizada no tratamento da Diabetes, a longo prazo provoca a Imunidade nos doentes, o que a torna menos eficaz e leva a efeitos secundários indesejáveis.
As Células de Levedura em cultura - contendo genes virais transplantados - também são utilizadas para produzir Proteínas Virais, para o fabrico sistemático de Vacinas - como a recentemente desenvolvida para a Hepatit C.

Plasmídeos
Os Engenheiros Genéticos utilizam Plasmídeos como vectores para transportar genes estranhos para as Células de Bactérias ou Fungos hospedeiros.
Os Plasmídeos têm um tamanho inferior a um centésimo do Cromossoma Principal da Bactéria - podendo inclusive replicar-se independentemente dele; isto significa que, numa Célula, podem estar presentes muitas cópias do mesmo plasmídeo. Estas características tornam-se assim muito úteis e também relativamente muito fáceis de manipular!
Devido ao seu reduzido tamanho, um Plasmídeo tratado com uma Enzima de Restrição muito específica, pode ser «aparado» apenas numa ponta (um cromossoma grande seria cortado em muitos fragmentos).
O ADN estranho pode então ser inserido no círculo aberto e, as extremidades unidas de novo. Dado o ambiente químico correcto, as Células Bacterianas absorvem os Plasmídeos Compósitos. Estes replicam-se em seguida no interior dos seus novos hospedeiros, e expressam os genes estranhos que contêm.

De Genes a...Proteínas
Fisicamente, um Gene é um curto segmento de uma longa molécula de ácido desoxirribonucleico - ADN. A maioria dos organismos contém ADN, que funciona como um armazém estável de informação em cada Célula - controlando o seu desenvolvimento e funcionamento.
Uma Célula Humana Normal contém um total de 4 metros de ADN, acondicionado em 46 Cromossomas diferentes e encerrado no interior de um núcleo. Este segmento de ADN inclui cerca de 100.000 genes. Um Cromossoma é composto por dois (2) filamentos de ADN - entrelaçados à volta um do outro - numa espiral dupla. Cada filamento é uma cadeia de sub-unidades químicas ao longo do filamento. Existem apenas quatro (4) «letras» no Código Genético (representadas pelas cores amarela, azul, vermelha e verde).
Os Genes funcionam controlando o fabrico de Moléculas de Proteínas. As Células são constituídas por tipos de Proteínas diferentes e as Proteínas especializadas, chamadas Enzimas, desempenhando assim todas as funções celulares que caracterizam a...Vida! Cada Gene é um conjunto de instruções - em código químico -  que diz à Célula como deve então montar uma determinada Proteína!
Quando uma Célula «precisa» de fabricar uma Proteína, começa por fazer uma cópia temporária do gene relevante, sob a forma de uma Molécula de Ácido Ribonucleico - ARN.
Esta Molécula (ARN) funciona então como um mensageiro, transportando as instruções (ou informações) codificadas do ADN para fora do núcleo, para «Fábricas de Proteínas», situadas no interior da Célula. Ali, as Instruções são lidas por Moléculas de ARN em forma de T. Estas captam Aminoácidos (as peças que formam uma Proteína) e juntam-se segundo a ordem especificada pelas sequências de «letras» codificadas no ARN mensageiro.
A cadeia de Aminoácidos vai aumentando e forma então uma Molécula de Proteína.


Código Genético Humano

O avanço tecnológico e biotecnológico são hoje uma realidade em toda a acepção da palavra. A Engenharia Genética aflui na mesma proporção - ou dimensão - de toda uma manipulação dos organismos, na contemporização (também) destes novos tempos em que tudo é digno de mudança e ascensão no corpo humano. Se atingiremos o «pódium» do Conhecimento Humano no seu total nessa igual proporção, é algo que ainda não se sabe, mas se deseja. A Humanidade empenha-se nisso, dissertando sobre todas as coisas...vivas e não vivas (ou que assim se julgam). Nada é estatizante; nada é imutável ou  não-considerável de ser objecto de um não-estudo ou de uma menor incidência (ou pormenor) sobre o que ainda não se conhece. Do que se hoje se pratica, estuda e analisa, já muito o Homem percorreu, não se sabendo se haverá ou não julgamentos por esse facto. Pensa-se que não. É nosso direito universal (e transversal ao Homem) que este conhecimento em século presente seja uma realidade; em maior e mais proeminente sapiência ou sabedoria científicas. Há que o continuar. Há que o fazer prevalecer, pois só assim a Humanidade eclodirá como energia, força e inteligência que em si existem - e possui - num desejo permanente e, merecível, de e em si! Mesmo que, só ainda estejamos na «infância» desse conhecimento...

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