Translate

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A Imponente Ligação das Margens


Ponte Vasco da Gama (zona oriental de Lisboa)             Portugal - UE

Impondo a lei da Física, a bravura da mão humana e toda a envolvente em engenharia, arquitectura e um certo poder supremo que mantém suspensas a ligação entre margens, que outra imponente  e, exuberante construção, o Homem poderá ainda ascender? Redimensionar-se-à a verdadeira importância destas autênticas obras de arte sob pilares, sob alicerces quase imortais, mesmo tendo em conta o prejuízo ambiental que se tenta minimizar? Verão os deuses a sua arquitectura na Terra (lá do Céu), por vias de uma tecnologia maior que um dia nos deram a conhecer...? Estarão «eles» satisfeitos com a acumulativa repercussão destes gigantes em sustentação faraónica? Haverá algo mais por descobrir em percurso e tempo de vida destas pontes? Manutenção e segurança, serão as irmãs aladas por entre estas margens, esta suspensão maravilhosa que nos faz sentir grandes...ou simples deuses semelhantes a si? Alcançaremos a perfeição ou...já estaremos tão perto disso que nem o conseguimos discernir - em movimento e dinâmica - na construção desta Imponente Ligação das Margens???

Cruzar o Abismo
(Como se constroem as Pontes...)
A Ponte Vecchio, em Florença, tem servido para o tráfego sobre o rio Arno desde 1345, tornando-se assim uma das maiores referências estéticas do mundo.
Actualmente, os Arquitectos tentam igualar a sua elegância e longevidade, indo simultaneamente ao encontro de um fluxo de tráfego sempre crescente.
Aplicando os princípios da Física e, utilizando materiais mais resistentes e leves, têm construído também estruturas notáveis.
A Humber Bridge, em Inglaterra, por exemplo, cobre 1,4 km num único vão, sendo o seu peso de 38.000 toneladas - suportado por cabos de aço duplos - suspensos de duas torres de 150 metros.


Humber Bridge - Inglaterra

A Concepção/Construção das Pontes
Não existe uma concepção «ideal» para uma Ponte Moderna. Em cada caso, o Arquitecto tem em consideração enormes factores - o comprimento do vão necessário, o tipo de tráfego, as características geológicas da zona, o custo dos materiais e os aspectos estéticos - antes de se chegar a um compromisso aceitável.
Embora cada Ponte seja única, os modelos dividem-se em quatro (4) categorias principais: de Vigas, de Arco, de Balanço e de Suspensão - diferindo entre si, no modo como suportam o peso da própria Ponte e, dos veículos que a utilizam (conhecido por «Carga»).
Numa Ponte de Vigas, a carga é suportada por uma viga transversal de Betão ou Aço - apoiada então em dois pilares.
A Principal desvantagem deste modelo é que esta Viga se dobra sob o seu próprio peso, comprimindo a superfície superior e expandindo a superfície inferior, o que a torna propensa a rachar.
O Peso da Viga, assim como do tráfego que por ela passa, tende também e empurrar os pilares - um em direcção ao outro - e esta força aumenta...se a Viga dobrar!
Pode deste modo reforçar-se a Ponte, aumentando então o número de pilares e a rigidez da Viga.
As Vigas das Pontes Modernas são feitas de betão - ou de estruturas de cintas de aço chamadas «Armações» - que aumentam assim a resistência sem aumentarem o peso. A Ponte pode então ser construída com vãos mais longos e menos pilares, reduzindo o custo de construção.

As Pontes de Arco são construídas nos lugares onde é difícil construir pilares - por exemplo, sobre gargantas profundas ou sobre rios de grande débito. O Arco é resistente porque está sempre sob compressão - as forças que actuam sobre ele apertam-no em vez de o alargarem. O Peso da Carga é convertido numa força lateral, que é transmitida aos contrafortes através das extremidades do Arco.
Uma Ponte de Balanço é concebida como se se tratasse de duas pranchas de mergulho viradas uma para a outra. Cada «Prancha» está firmemente presa à margem, sendo suportada por um pilar a curta distância da margem. As duas «Pranchas» que têm sobre si a estrada - ou tabuleiro - estão normalmente ligadas no meio por uma curta secção suspensa.
As Pontes de Balanço são muitas vezes construídas sobre gargantas de águas profundas, onde só se podem erigir pilares nas águas pouco profundas - perto das margens.
As Pontes de Suspensão constroem-se onde são necessários vãos ainda mais longos. O Tabuleiro é suspenso por Suspensores de Aço presos e outros Cabos - seguros por torres de betão.
Os Cabos Principais, que podem ter mais de meio metro de espessura, estão firmemente presos às duas margens.


Ponte 25 de Abril (ou sobre-o-Tejo) - Lisboa

Considerações Materiais
O Vão máximo de qualquer tipo de Ponte, depende em parte da relação resistência-peso dos materiais utilizados na sua construção.
As Pontes de Balanço construídas com armações de aço muito dúctil, podem cobrir de forma económica 700 metros num único Vão - e so arcos de Aço...900 metros!
As Pontes de Suspensão podem alcançar distâncias de cerca de 1500 metros porque, sob tensão, os Cabos são mais fortes do que as Vigas de Aço.
O Betão é um material barato e apropriado. É resistente sob compressão mas fraco sob tensão, o que o torna conveniente para Arcos e Pilares - mas menos para Vigas e balanços.
Todavia, desde a década de 1950, a técnica de pré-esforço aumentou a versatilidade do betão. O Betão Pré-esforçado é então vazado à volta de uma série de cabos metálicos, mantidos sob alta tensão por macacos hidráulicos. Quando estes são libertados, os Cabos fazem com que o Betão se comprima, aumentando consideravelmente a sua resistência...sob tensão.
Muitas das Modernas Pontes de Vigas e de Balanço utilizam betão pré-esforçado, sendo assim muitíssimo mais elegantes nas suas proporções!

A «minha» Ponte Vasco da Gama
Renovando todo um lado oriental da cidade que há muito estava desabitado (ou não totalmente reabilitado ou devidamente consignado como local aprazível), na demanda de uma futura Capital da Cultura no Mundo (a Expo, 98), assim se viu nascer a Ponte Vasco da Gama.
Iniciada a sua construção em 1995, veria com imponência e agrado, ser inaugurada a 29 de Março de 1998, numa aventura impressionante da engenharia e da arquitectura, como espécie de monumento contemporâneo sobre o rio em total de 100 mil toneladas de Aço e 730 mil metros cúbicos de Betão. Com 6/8 faixas de rodagem e piso anti-derrapante, 1200 candeeiros e centenas de Pilares extremamente firmes, esta Ponte Vasco da Gama passaria então a ser o ex-líbris de toda uma cidade nova (ou refulgentemente renovada), sob a perspectiva moderna tanto da ponte como da cidade em si.
Teve além disso, a espectacularidade de ter dado trabalho e emprego a mais de 3300 funcionários nos 18 meses de preparação e outros 18 de construção propriamente dita. Foi projectada para suportar velocidades do vento de 250 km/h, assim como a potência de resistir a um sismo que eventualmente possa surgir (4,5 vezes mais forte do que o anteriormente sentido, o trágico terramoto de de 1755 que arrasou toda a cidade costeira e litoral, estimado em 8,7 na escala de Richter).
As Fundações mais profundas com um diâmetro de 2,2 metros foram conduzidas a uma profundidade de 95 metros abaixo do nível médio do mar. Foi necessário então (também) ter em conta a curvatura da terra; isto, no planeamento correcto, sem negligenciar possíveis desvios (de aproximadamente 80 cm a cada extremidade desta), caso se não tivesse analisado convenientemente este factor.

A Dimensão da Ponte Vasco da Gama elabora um comprimento total de 17.345 metros, de largura 30 metros, numa altura máxima de 155 metros. O seu moderno design é designado de «Ponte Atirantada», no que foi considerada a ponte mais longa da Europa e a nona mais extensa do mundo!
Com um custo determinado em 900 milhões de euros, teve o seu nome abençoado e, autenticado, por vias da comemoração dos 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia!
As pressões ambientais sendo uma insistente e, persistente razão para se ter em conta igualmente os prejuízos ou factores menos conseguidos, deu azo a alguma polémica que acabou sanada por um diálogo mais efectivo no que se considerou premente, estabelecer-se o devido cuidado e, protecção desse mesmo ambiente, sobre a preservação dos pântanos circundantes (e existentes por baixo da ponte). Teve-se a particular atenção também com a parte da iluminação - a qual está inclinada para dentro - de forma a não lançar luz sobre o rio.
A sua construção mereceu o Prémio da Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Engenharia no ano 2000!

Ponte Vasco da Gama (Lisboa), Ponte D. Luís (Porto) e Ponte 25 de Abril, também em Lisboa (ou Ponte Salazar/sobre-o-Tejo, em denominações anteriores que entretanto de si foram extraídas), a certeza porém de que são as mais belas três pontes do país (Portugal) a serem visitadas - e assim consideradas num roteiro turístico europeu - as mais famosas pela sua imponente beleza arquitectónica e de estética, ante cidades privilegiadas que a seus pés se deleitam.
Algo que acontecerá, supostamente, pelo mundo inteiro. Nesta luta diária de comunicação e fluidez de tráfego entre margens, há que liderar esforços também para que o empenho seja total, a nível humano e ambiental. Os acidentes de trabalho tendem a regredir, consoante a consciência e a precaução latentes, assim como a devida alavancagem económica em resiliência cada vez mais efectiva não só na ligação das margens como de toda a envolvente de uns e outros. Se não houver percas humanas, assim como de todo um ecossistema que se deseja intocável - ou inalterável no horizonte - onde perfurações e máquinas se investem...então, tanto melhor! Indubitável é a certeza também de que todos - mas todos mesmo em Humanidade e humanismo inerentes - têm de apostar mais nesse vector (segurança, equilíbrio e sensatez), sem que com isso se fragilize margens, rios e oceanos, fauna e flora e tudo em volta  Que a Imponente Ligação das Margens se faça e o Homem recolha dividendos por isso mas...sem nunca descurar tudo o que já foi referido...a bem de si próprio e de toda a Natureza que o acolhe!





Sem comentários:

Enviar um comentário