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quarta-feira, 22 de abril de 2015

A Magnânima Vista dos Deuses


Edificío Burj Khalifa - Dubai - Emirados Árabes Unidos

Haverá maior perfeição do que a que se já atingiu a nível da alta engenharia/arquitectura, tentando tocar a ponta do Céu? Estaremos no caminho certo - na perspectiva técnica e de maior pujança construtiva (de gigantescas estruturas em impressionante visibilidade futura) -  no que o Homem almeja sempre alcançar, ultrapassar e mesmo «roubar» aos céus um pouco dessa magnitude? Haverá «mão» estelar em ensinamentos e, conhecimentos, para além de toda uma sabedoria que o Homem foi conquistando aos longo dos séculos? Seremos mais felizes, mais dinâmicos, mais prepotentes ou apenas mais conhecedores e, empreendedores, no que hoje se já determina como «cidades do futuro» em que todos vivemos sem olhar sequer para o que ficou para trás? Desejaremos com isto, tocar a ponta desse largo e vasto véu do Céu em Magnânima Vista dos Deuses, observando o mesmo que «eles», projectando o mesmo, sentindo o mesmo...querendo, objectiva e concretamente ser (efectivamente) como «eles»??? Não seremos já todos deuses - em causa e casa próprias - por tantas maravilhosas obras efectivarmos por todo o planeta? Não será o Céu...o limite???

A Vida nas Alturas
(Como se constroem Arranha-Céus...)
Dominando o horizonte de Chicago, a Sears Towers, de 443 metros de altura, era, até quase ao final do século XX, o edifício mais alto do Mundo. Hoje, já se pode considerar um sénior (em face aos espectaculares edifícios que pelo globo se foram instalando nas obras magníficas de grande altura e estrutura), sendo que, como pioneiro em altivez nos seus belos 110 andares, será sempre uma referência, no que foi em tempos o detentor «olímpico» deste título: do mais alto edifício do mundo!
Calcula-se na actualidade que, neste exacto século XXI que atravessamos, haja efectivamente para cima de 300 milhões de pessoas que possam eventualmente (também) viver em 21 (ou mais) megacidades, em que a procura de espaço terá como resposta a Construção cada vez mais em altura!
Várias Empresas de Construção Japonesas elaboraram planos para edifícios futuristas com mais de dois quilómetros de altura...no que hoje é de facto já uma realidade, construindo-se verdadeiros gigantes dos céus - em Arranha-Céus com 800 metros - utilizando tecnologias conhecidas.


Edifício Sears Tower - Chicago             (EUA)

Edifício Sears Tower
Há muitos anos que as estruturas de aço constituem a espinha dorsal dos edifícios mais altos do Mundo. Nas últimas décadas, o betão «pré-esforçado» de alta resistência tem vindo a ser cada vez mais utilizado no esqueleto dos Arranha-Céus, contudo, o edifício de betão mais alto até ao final do século anterior (que era a torre de 65 andares e 288 metros situada no nº 311 de South Wacker, em Chicago) não se lhe igualaria - ao edifício Sears Tower - o seu vizinho de estrutura de aço.
Este edifício é um emaranhado de de tubos de aço: na base contém 9 tubos numa rede de 3 vezes 3, ocupando uma área total de 69 vezes 69 metros.
Os Tubos acabam a alturas diferentes, dois deles terminam no 15º andar, dosi no 66º, outros três no 90º e apenas dois atingem a altura total do edifício: 443 metros! Esta disposição tem a vantagem de possibilitar muitas plantas de andares, assim como uma boa resistência às forças laterais do vento.
A massa muito reduzida no topo do Arranha-Céus torna-o também menos susceptível a danos provocados por tremores de terra.

Base Segura
Os Alicerces de grande parte dos Arranha-Céus são construídos de modo semelhante. Primeiro escava-se o local - a terra até a uma certa profundidade abaixo do nível do edifício a construir. De seguida é retirada por pás ou por explosão e, as Paredes da Escavação, são sustentadas por placas suportadas por pilares de aço chamados «soldiers».
Algumas Escavações Profundas podem atingir solo ou rocha capaz de suportar directamente o peso do edifício, mas é mais frequente terem de se enterrar numerosos pilares por meio de Pilões, de modo a que se atinjam camadas  de solo mais duras. Por vezes o solo é tão solto que tem de ser agregado por meio de Tratamento Químico: as duas famigeradas Torres-Gémeas do World Trade Center de Nova Iorque assentavam precisamente em solo consolidado desta maneira. O que, à luz destes novos acontecimentos não se pode minimizar, uma vez que o colapso das mesmas não teve origem ou sub-consequência desta construção mas, como é público e geral, pelo sequencial desmoronamento das torres de ambos os edifícios de causas exteriores.
Os Pilares são normalmente presos a uma «soleira» geral de betão subterrânea, na qual se ancoram as colunas verticais dos Arranha-Céus.
A Soleira geral e os Pilares funcionam não só como sustentáculos do peso do edifício - e do seu conteúdo - mas também reagem contra as forças laterais exercidas sobre o edifício - provocadas pelo vento e pela actividade sísmica. Não é portanto surpreendente que, as Fundações de um Arranha-Céus, tenham efectivamente de ser colossais - o nº 311 de South Wacker, por exemplo, assenta numa Soleira Geral de Betão de 2,4 metros de espessura, presa assim a 100 Pilares com diâmetros que vão de 91 centímetros a 2,74 metros e, comprimentos de 34 metros!

Grandes Encargos
Quando a Construção de Edifícios Altos dava os seus primeiros passos, a maioria dos edifícios tinha uma estrutura simples de Colunas e Vigas. O esqueleto do edifício era assim uma floresta de Colunas de Aço, ligadas entre si por Vigas. Isto, limitava em muito a altura do edifício - a cerca de 20 andares - acima da qual as Vigas e as Colunas teriam de ter uma espessura economicamente inviável para resistirem a qualquer movimento oscilatório do edifício.
As Alturas entre 30 e 40 andares tornaram-se então possíveis com o advento do Sistema de Paredes Nucleares, em que o edifício tem um Núcleo Central Rígido, muitas vezes feito de Paredes de Betão Reforçado - dispostas em blocos de caixa. Estruturalmente o Núcleo resiste às forças de deformação que actuam sobre o edifício, suportando todo ou parte do seu peso, mas é também um local apropriado para os Elevadores e Condutas de serviço. Os Pisos estão muitas vezes presos ao próprio Núcleo, projectando-se a partir dele - o que proporciona então ao Arquitecto a total liberdade de concepção das zonas circundantes.
A seguir - na ordem cronológica de Modelos - encontram-se os edifícios de Armação Tubular, que funcionam como base no princípio oposto ao dos edifícios de Paredes Nucleares porque, todas as componentes principais se situam na periferia, originando algo  que se assemelha a um enorme Tubo Rígido. Este suporta o peso do edifício, proporcionando desta forma a resistência à Carga Lateral.
Muitos Arranha-Céus Modernos são deste modelo. Caracterizam-se pela sua parte exterior densa - numerosas Colunas Periféricas ligadas por grandes Vigas - no que, internamente dão ao Arquitecto, uma certa rédea solta  no que se refere à disposição das grandes áreas dos andares.
O Crescimento dos Edifícios em Altura, obrigou os Engenheiros Civis a adoptarem novas técnicas para evitar ou minimizar os danos provocados por sismos.
Existem então dois tipos principais de edifícios «à prova de sismos»: No primeiro, um pesado bloco de betão colocado no topo do edifício - regulado por amortecedores controlados por computador - sendo deslocado através do telhado para equilibrar as forças do tremor de terra. No segundo, as fundações do edifício incorporam gigantescos «amortecedores» de borracha, que permitem assim ao edifício mover-se com os abalos sísmicos, minimizando desta forma os danos estruturais.


Vista Panorâmica da Cidade do Dubai - (EAU) - Médio Oriente

Cidades do Futuro - Edifício Burj Khalifa
O Futuro é hoje! A prova disso mesmo está aqui bem representada nesta impressionante cidade dos Emirados Árabes Unidos, em toda a sua vibrante espectacularidade como moura encantada por quem todos nós nos apaixonamos. Sendo versátil e magnânima na sua ostentação como pérola do Médio-Oriente, por vias de uma farta economia (subjacente aos poderosos poços de petróleo), esta jóia imperial de um exuberante califado, surge-nos como (igualmente) uma portentosa vista dos deuses!
O Edifício Burj Khalifa de 828 metros de altura, numa árdua dimensão de trabalhos e movimentos que levaria cinco anos a concretizar - desde o seu início a 21 de Setembro de 2004 até à sua inauguração a 4 de Janeiro de 2010 - numa apoteótica missão e festejo, ambos concluídos em ênfase e muita promoção mundial, no que se reverteu em alegoria na queima de 10.000 fogos de artifício e feixes de luz projectados sobre e, em torno da torre, além de som, luz e efeitos aquáticos deslumbrantes. E tudo isto, numa cerimónia inaugural de festa dos deuses para o mundo ver!
Quando se tem a beatitude máxima de ter por si esses mesmos deuses (ou o que se julga eminente de todo um poder económico aliado a uma beleza incomparável...) o resultado só pode ter sido mesmo este: espectacular aos olhos do mundo! Utilizando para o efeito, 868 potentes estroboscópios de luzes, que estão integrados na fachada e no pináculo da torre, o espectáculo foi por si só impressionante, sob a objectiva das diferentes sequências de iluminação que, coreografadas e juntas com mais de 50 combinações diferentes de outros efeitos, compuseram o êxtase do momento!

O Magnânimo Projecto
O Edifício Burj Khalifa no Dubai, é o exemplo mais do que perfeito de toda a exuberância contemporânea e, actual, de uma obra ímpar. Até ao momento é considerado um dos mais altos do mundo (no que o Sky City, na China tentará rivalizar e ocupar em lugar de destaque) mas que, no momento, é deste gigante que se fala.
O Burj Khalifa faz parte assim de um elaborado complexo comercial e, residencial de 2 km de área, chamado «Downtown Burj Dubai», localizado ao lado das duas principais avenidas da cidade.
O Orçamento de tão proeminente edifício rondou os 1,5 biliões de dólares em todo os seus cinco anos de construção, no que, se estabeleceu de um consumo de mão-de-obra humana na construção deste, assim como nos 330 mil metros cúbicos de Concreto e, 55.000 toneladas de Vergalhões de Aço, perfazendo um total de 22.000 milhões de dólares. Registe-se que, a estrutura primária é de betão reforçado, sendo que numa área de 334.000 metros quadrados de 160 andares habitáveis...é de facto obra! Uma obra inolvidável!
Nada foi deixado ou acaso ou sequer negligenciado, nem mesmo (até pela obrigatoriedade de uma máxima segurança nestes edifícios), os andares de manutenção pressurizado com ar condicionado estarem localizados aproximadamente a cada 35 andares - na protecção e segurança em caso de emergência, como por exemplo, uma ocorrência de incêndio. Toda esta componente é altamente compartimentada para o efeito.
As Empresas Empreiteiras da obra e projecto desenvolveram-se em inexcedíveis manobras na construção deste edifício em que, a consistência do Concreto foi de facto essencial! A Torre foi construída pela Samsung Engineering and Construction, a Besix e a Arabtec; sendo a Turner Construction Company a escolhida para comandar o projecto. Em relação à Samsung Engineering, da Coreia do Sul, esta tinha o aval primordial de já ter participado também nos projectos das Torres-Gémeas, «Petronas Towers», na Malásia, assim como no edifício Taipei 101, em Taiwan - dando-lhe desta forma a garantia efectiva de toda uma pujante credibilidade e honra de construção. Há que referir igualmente os brilhantes arquitectos, Skidmore, Owing and Merrill, o engenheiro William Frazier baber (SOM) e o empreendedor (desenvolvedor) EMAAR.

A Construção em si não foi fácil: houve que estabelecer certas regras. Uma delas, nas misturas especiais de Concreto que foram feitas para suportar as pressões extremas do enorme peso do edifício (como é normal na construção com o Concreto Armado); cada Lote de Concreto foi previamente testado para assim garantir a resistência (ou resiliência) a certas pressões. O CTL Group, trabalhando para a SOM, realizou então o teste de Fluência e retracção Crítico para a análise estrutural do edifício. Daí ser conclusivo de que, a Consistência do Concreto foi mesmo essencial! Pela efectiva razão de ter de resistir às milhares de toneladas de peso da própria estrutura do edifício, assim como as altas temperaturas que chegam aos quase 50º positivos!
Para combater este tão tórrido flagelo (no que se relaciona com tão altas temperaturas, em particular do Verão no Médio-Oriente), e no âmbito da construção em si, o cimento não foi derramado durante o dia, sendo então adicionado gelo à mistura que vertia durante a noite, na temporização de reconhecimento do ar ser mais frio e, a humidade superior! Por lógica e conclusão pertinentes, esta particular Mistura de Concreto - refrigerado uniformemente - foi essencial, no que se verificou de menos propenso a secar muito rapidamente, podendo eventualmente criar fissuras, brechas ou outro tipo de rupturas sobre o mesmo. Qualquer destas anomalias ou deficiências aí encontradas, seria (ou reverter-se-ia) logicamente num grande risco para com toda a construção; algo que se tinha de evitar a todo o custo, como é óbvio. Algo que, felizmente, não se reproduziu.

Nada mais a acrescentar a não ser, que novas obras, novos projectos e novos empreendimentos se façam em bonomia com uma concepção ideal de nunca isolar - ou fragilizar - o meio ambiental em que estes se imponham. Há que desenvolver bons e frutuosos projectos arquitectónicos, assim como de alta engenharia (igualmente) em práticas surpreendentes, no que todos nos enlevaremos também...sob uma perspectiva etérea e de farta longevidade (que não fútil e efémera) de nos vermos perpetuar em cidades de um futuro que se faz já hoje! Mais altos, mais supremos e mais distantes do solo...no que, o Céu sendo o limite, todos nós veremos um dia a grandiosidade da mão-de-obra humana e, tecnológica triunfar, pelas belas cidades de todo um globo terrestre infinitamente coeso e belo, muito belo! A Humanidade continuará, tal como os seus imponentes edifícios nessa tão magnânima Vista dos Deuses que também nós agora vislumbramos...(ou alguns de nós), sob a observação ou visualização dinástica de Homens-deuses que um dia também seremos...

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