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sábado, 2 de maio de 2015

A Invasão da Alma


Ser Extraterrestre

Poderá haver maior intrusão, violação e total sequestro (ou abdução) - do corpo e da alma - ao sentirmos que tudo nos foi levado, arrancado, extirpado e...desmiolado numa impotência sem limites? Haverá fragilidade maior do que a de se reconhecer que somos meras experiências, meros objectos humanos de laboratório em estudo, investigação e mesmo dissecação? Poderá haver retorno disso...ou será tudo especulação, alucinação ou certa «permeabilização» em períodos psicóticos de mentes alteradas, manipuladas ou simplesmente monitorizadas por «eles», em códigos secretos seus de nos seguirem, de nos fidelizarem como seus? Manietados por chips e assim regulados em observação e comando mental (telepático ou outro...) estará a Humanidade em perigo - num indefectível e tortuoso caminho sem saída e sem solução - numa insanável destituição ou irreversibilidade que lhes contrarie os actos e a finalidade com que nos conduzem para o abismo...? Salvar-nos-ão «eles» de uma futura calamidade terrestre ou deixar-nos-ão à nossa sorte e desdita de nos extinguirmos como Humanidade que somos em espécie de inferior civilização que não merece ser salva, que não merece uma segunda oportunidade? Estaremos preparados para o que aí vem...? Saberemos estar à altura de toda essa grande provação terrena...? E havendo consciência disso, sobreviveremos até a nós próprios, pelo que as nossas almas nos ditam de dias tristes, complexos e intermináveis a que a Terra vai estar sujeita? Suportaremos tal situação e, condição, a que todos nós - Humanidade - vamos estar submetidos? Terá Deus (e todos os outros deuses...) compaixão de nós, terrestres, pelo que, em breve, todos veremos sem complacência, piedade ou sublevação num planeta Terra que, mais uma vez, irá ser alvo de transformação e de radical omnipresença? Seremos abandonados, esquecidos e erradicados do grande mapa universal e cósmico deste mesmo Deus que nos criou...? E porquê??? Que fizemos para tal merecer? Para com tal nos defrontarmos? E Deus...? Onde está Deus afinal em tudo isto???

A Memória (em e-mail longo ou antiga carta de despedida...)
O passado não me abandona. Apenas tu. Íamos ser felizes. Íamos viver uma paixão de arrebentar e, como sempre nestes casos, íamos ser felizes; muito felizes!?
Não fomos. Foi dúbia a sorte (ou a má sorte) de não teres estado à altura dos acontecimentos e, de toda a circunstância que me levou a de ti me apartar, como se dizia em séculos passados. Se fui ingénua, parva ou simples terrena que acreditou que tudo poderia ser possível...no que mais tarde se quebrou, se finou, em estilhaço intemporal do que já não valia a pena salvar, não sei.
Não acreditaste em mim. Lamento. Muito! Foste fraco; foste inútil para mim. Não te quis assim comigo...nem podia. Eu estava fraca (muito fraca), mas consciente do mal que me tinham feito; não precisava de mais uma débil alma como a tua, para me fragilizar ainda mais o débito de tudo o que me tinha sucedido. Necessitava de conforto, de amparo e...de reconhecimento por tudo aquilo que sofrera...no corpo e na alma!
Alucinações, gritos, terror! Era tudo o que havia em mim. E tu, assistias; impávido e sereno. Ou nem tanto, mas com uma impotência tal que me dava ganas de te esganar, de te abrir a cabeça ou a consciência de que algo de muito grave me estava a acontecer: imparável e insidiosamente!
Fiquei mal, como sabes. Muito mal. Não conseguia dormir; não conseguia nada. Havia já dois meses que mal nos tocávamos ou que fazíamos amor. Aliás...não fazíamos nada! Nem na pele nem na alma. Nada exortava de nós, que não fosse aquele gosto ácido na boca - e na mente - de nos estarmos a enganar um ao outro. Tu não compreendias nem podias. Eu estava a viver uma prisão maior do que a de Alcatraz, se é que me entendes. E tu, presenciava-lo. Assim...sem nada fazeres (ou puderes fazer...) para me ajudar nesta aflição, nesta dor agoniante e vazante de todas as minhas forças. «Eles» apoderaram-se de mim e eu deixei...até porque, já não tinha mais forças para resistir, para lhes fazer frente, para lhes dizer em mente minha (numa interferência telepática que supunha «eles» entenderem) que eu já não lhes era útil, que eu já não lhes era apreciável no que ainda detinham de mim e de toda aquela esfera maldita de abdução infinita que em mim faziam, de cada vez que eu lhes tentava fugir ou sequer dormir...
Eram Demónios! São Demónios! Não aguento mais (dizia eu...) mas aguentava, suportava, chorando lágrimas de sangue, aquelas mesmas lágrimas que de mim vertiam, ensopando tudo à volta - criando ainda mais a letargia, a imobilidade e toda a sequencial indignidade a que «eles» me submetiam sem olharem para mim; sem olharem para a minha alma. Olhavam (com olhos falsos em pormenor cirúrgico) apenas e tão-somente para o meu corpo cravado de chips (cravado daquele material orgânico por fora e altamente computadorizado por dentro) - cravado de material radiofónico ou de tele-comandos que eu também observava em cirurgia anómala, infecta e contraproducente, do que a minha alma me gritava «eles» de mim fazerem.
Estava só, muito só. E tu...nada dizias. Dormias. Ressonavas...ao longe...muito longe. Odiei-te! Deus meu como te odiei...odiando-me a mim também por não ter força ou coragem de to dizer; na altura ou naquele terrífico momento em que me não apoiaste, em que em mim não acreditaste e tudo se esfumou de mim para ti e....de ti para mim. Foi trágico! Idiota! E sumamente execrável com tudo o que atrás me tinha sucedido e, num futuro próximo, ainda me iria acontecer. Queria morrer!

A Consciência
Agora estou melhor. Estou mais calma e mais serena; mais consciente dos meus actos e dos meus surtos psicóticos, como me invecta o meu psiquiatra; tal como «eles». A diferença é que um é da Terra e os outros são de lá fora...são os superiores, como se dizem; como se proclamam. Mas não são deuses! Nem Deus! Deus não magoa, Deus não nos quer mal...Deus tem piedade de nós, terrestres, isso, eu sei! Deus, o meu santo e bom Deus (aquele que também João Paulo II acreditava) é um outro Deus que não estes de pele enrugada, macerada, cinza ou esverdeada, e que nos depõem a mente como carne em talhante ou cobaias de laboratório, inúmeras vezes picados e torturados (ratos), injectados, abertos, esventrados e tudo o mais. Qual a diferença agora...?
Tenho marcas no corpo. Tenho marcas na alma! E tenho a vida toda fodida! Sei que não posso voltar atrás; não devo, não sei e não posso, indubitavelmente! «Eles» têm-me na mão, nas suas mãos e...na sua cabeça! Para onde quer que eu vá... «eles» lá estão. Para onde quer que eu pense ir ou sinta poder fugir...lá estão «eles» de novo. E eu, esbarro-me sempre na inevitabilidade ociosa, lamentável e perniciosa de «eles» sempre me escutarem os sentidos, a alma, e todas as vontades que eu possa ter de lhes desaparecer do comando. Que ingénuo pensamento o meu...e que triste eu sou por tal ver, que nada nem ninguém me pode ajudar ou auxiliar (um pouco que fosse...) nesta derradeira e má sorte de me ver espoliada até do meu próprio corpo e sentido de vida. «Eles» estão sempre lá! E eu nada posso fazer para os «matar» de mim...! Nem hoje nem nunca, pois que me seguem, me vigiam e me prospectam os passos a dar. E eu não resisto. Não posso mais. Não consigo. Sou como uma antena parabólica na Terra que nem o Telescópio de Arecibo poderia captar...
Perdi tudo: a carreira, a família e...a dignidade humana. Já não possuo personalidade, fiabilidade ou mera simpatia até dos mais próximos que se afastaram...todos! Estou só eu e...os meus pensamentos; e «eles»...claro. «Eles» estão sempre comigo. Consciente e inconscientemente, o que lamento sem poder fazer algo para o evitar, rejeitar ou sequer dormir em paz umas horas que fossem. Sou um radar na Terra. Um móbil terrestre muito idiota por certo, mas que «eles» não dispensam, não aceitam deixar - ou sequer esquecer - no antro de uma exequível oportunidade de se voltarem para outro (ou outra) que lhes dê mais rendimento estelar. Já o tentei, e tudo foi infrutífero. Malgrado os meus muitos esforços terrenos de lhes fazer ver que já lhes não sou consistente com o objectivo ou finalidade a que se propõem - dessa terraformação ou investimento a longo prazo numa cadeia humana de pesquisa, elaboração e...transformação. E tudo em vão...não acreditam em mim!

O Futuro
Não sei se tenho futuro. Não sei se quero ter. Estou tão perdida de mim que já não sei nada. Apenas quero dormir...dormir muito e sem pesadelos! Quero ser eu outra vez. Quero poder vestir-me bem para sair; quero jantar fora com os amigos (onde estão eles agora...?); quero dançar até de madrugada; quero cantar e sorrir, sorrir muito...à gargalhada, «deles» e de mim que me dei sem fim, só para me ver assim em despojos de nada. E para quê??? Para um processo deveras complexo, laboratorial ou de registo forense, como se eu fosse um insignificante animal (pois que todos são importantes, desde uma simples amiba até ao mais elaborado complexo molecular e orgânico, seja de que espécie for...), mas que me submetem refém, presa de tudo, até de mim. E este estelar sequestro põe-me louca, mais do que já sou! Estou tão espartilhada, dissecada e talvez compartimentada em tantos chips que já nem sei se sou uma pessoa se uma coisa ambulante que se move e, locomove, em situação de comando externo, como se fosse um autómato ou uma dessas últimas máquinas tecnológicas que até já nem nos diferenciam, nem mesmo em sentimentos apresentados. Sei lá o que já sou...
Stephen Hawking estava certo! Alvitrou que a Humanidade estava em perigo, caso entrasse em conversações, interacções...ou grandes salamaleques com «eles», os do Cosmos, os do Universo. Só errou numa coisa: na colonização estelar de nós terrestres pelos outros. É ao contrário: é o inverso disto! «Eles», é que nos colonizam, criam, vêem crescer, desenvolver, enrubescer e recrudescer para depois darem cabo de nós...todos!
O processo está em marcha: disseram-mo. Vão Terraformar a Terra (seja isso o que for...); vão alterar-nos, substituir-nos e manietar-nos (ou manipular-nos) consoante o considerarem usual, benéfico ou futuramente praticável e, realizável, em sequências premeditadas ou autenticadas de uma «outra» Humanidade. A deles! Não há retrocesso. Não há irreversibilidade nisto, disseram-mo. Não há por onde o recusar, refugiar ou negar que o façam em nós: somos deles! Para o Bem e para o Mal! Mais mal que bem...por vezes; por outras vezes que nem tanto assim...asseveram-mo e eu, mesmo não acreditando tenho de o admitir. Não há nada que possamos fazer (nós, terrestres) para o desdizer, contrariar, refutar ou tentar combater, pois seríamos automaticamente destruídos e banidos da Terra! Ainda mais depressa do que o seu longo processo de terraformação em nós e, no planeta azul, aferiram-mo. Nada mais a dizer, nada mais a rebater que não seja...deixem-me dormir, por favor. Deixem-me sonhar que foi tudo um longo e penoso pesadelo, um grande e intenso sonho mau que vivi sozinha e não em paz, mas, em conflito permanente com a minha dor, com a minha indissolúvel certeza de que um dia todos me vão dar razão: Mas esse, é um «nonsense» (absurdo, sem sentido) do qual eu já não quero fazer parte, pois já estou moribunda de tanto confronto, de tanto sofrimento...e pior, de tanta incompreensão. «Eles» vêem aí e não estão para grandes canduras, carinhos ou simples afeição para connosco. «Eles» são os senhores do mundo; algo que muitos Papas já souberam (e por isso desfaleceram, quase morrendo de susto) - e agora mantêm na singela condição - de uma possível interacção, ainda que pelo lado «deles» (dos estelares) a balança pese mais, pois que têm de estar submetidos, todos eles também, (no Vaticano) à sua verdade e, à sua vontade!
Quanto a ti, meu amor na Terra, que pena tenho de ti...aquela mesma pena que um dia tiveste de mim por nada me teres auxiliado na dor física - e na da alma - de me ver de outros que não de ti, do teu corpo e de todo um só teu sentimento. Mas sabes o que mais lembro de ti: aquele olhar, esse mesmo olhar de um dia (ainda menino) quando me dizias que não me abandonarias, que jamais me deixarias em penas ou alegrias, fosse o que fosse que surgisse...como são banais agora as tuas palavras e como tão pesadas e tão nefastas me foram...ao ver-me assim, ser abduzida e consumida, numa dor maior que jamais compreenderias ou...aceitarias de mim. Não importa mais. Agora sou eu...outra vez, mesmo que «eles» ainda me ouçam, me escutem e me autonomizem...sou eu que mando na minha alma e... no amor que ainda sinto por ti. Talvez um dia, meu amor...talvez um dia «eles» me deixem chegar a ti...

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