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quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Era Cosmológica VI (A Classificação das Galáxias)


Galáxia Espiral M74

Haverá mais magistral rodopiar elíptico (ou espiral) nesta estranha e enigmática dança cósmica de múltiplas Galáxias por todo o Universo em fascinante vida estelar? Para além da surpreendente beleza que expõem em si - muitas delas situadas a extremas distâncias - assemelhando-se a caracóis nebulosos e manchas de luz, que mais haverá por detrás destas, sob os auspícios de tantos outros milhões de estrelas que estas compõem?

A Classificação das Galáxias
As Galáxias encontram-se numa grande variedade de formas e tamanhos, mas podem ser classificados em dois grupos principais por simples observação. Quase todas as Galáxias são ou elípticas ou espirais na sua aparência.
A Classificação é normalmente feita de acordo com a sua forma, seguindo então um esquema denominado «Diagrama Diapasão» da autoria do Astrónomo Americano, Edwin Hubble, na década de 20.
As Galáxias Elípticas são grandes aglomerados de estrelas cuja forma vai de esferas perfeitas a elipses achatadas que se assemelham a charutos.
As Maiores Galáxias do Universo conhecido são enormes sistemas elípticos. Existem no centro de densos Enxames de Galáxias e calcula-se que, contenham até uma centena de milhares de milhões de estrelas. Parece provável (aos olhos dos astrónomos) que essas Galáxias se tenham tornado tão grandes pela absorção de galáxias mais pequenas que se situavam demasiado próximas e foram capturadas nos seus vastos campos gravitacionais.
Por outro lado, as Galáxias Elípticas Anãs, representam alguns dos sistemas mais pequenos de estrelas conhecidos, com apenas cerca de um milhão de estrelas. Pensa-se que sejam abundantes, mas são efectivamente de muito difícil detecção, devido às suas pequenas dimensões.
Todas as Estrelas contidas em Galáxias Elípticas são velhas; não se verificando assim e, actualmente, a formação de estrelas no seu seio.


Galáxia Espiral M83

Galáxias Espirais
As Galáxias Espirais são de facto corpos muito belos (semelhantes a moinhos de papel), que apresentam em si sinais evidentes de formação recente e, contínua, de estrelas. Possuem um conjunto central de estrelas mais velhas chamado Núcleo, rodeado por um disco de matéria no qual novas estrelas estão em formação constante.
Onde se formaram Estrelas no disco, as Galáxias brilham intensamente e definem-se aí padrões espirais em redor do núcleo. Esses braços espirais fazem então uma rotação gradual em redor da Galáxia, seguindo as regiões comprimidas de matéria do disco onde novas estrelas estão em formação.
As Galáxias Espirais surgem numa grande variedade de tipos, que se classificam normalmente de acordo com o grau de aperto dos seus braços espirais e, consoante o tamanho do seu núcleo. Aproximadamente metade de todas as Galáxias Espirais até agora identificadas, apresentam uma característica distintiva adicional. Trata-se de uma linha direita do tipo de uma barra de estrelas que emana do Núcleo Galáctico e se prolonga para o disco.
Os Braços Espirais Convencionais enrolam-se então a partir das extremidades da barra. Essas galáxias chamam-se Galáxias Espirais com Barra. Tal como as Galáxias Espirais, estas podem subdividir-se em diferentes tipos - dependendo do grau de aperto dos seus braços espirais e dos tamanhos dos seus núcleos. A Origem das Barras parece estar relacionada então com as Interacções Gravitacionais das Estrelas numa espiral em rotação.


Galáxia Lenticular

Galáxias Lenticulares e Irregulares
As Galáxias Lenticulares formam uma classe intermédia de galáxias, entre as Elípticas e as Espirais. Possuem saliências nucleares e um disco fino de estrelas, mas não possuem braços espirais. Por vezes, as Galáxias Lenticulares também apresentam uma estrutura semelhante com barras.
As Galáxias sem estrutura - ou núcleos óbvios - chamam-se Galáxias Irregulares. As Irregulares do Tipo I são galáxias que mostram vestígios de braços espirais que foram perturbados de algum modo.
Uma Galáxia Irregular do tipo II, não passa de um conjunto confuso de estrelas. Há provas que apontam para o facto de as galáxias muito pequenas deste tipo, chamadas Anãs Irregulares, podem formar-se de matéria ejectada para o Espaço Intergaláctico, no decurso de colisões entre galáxias maiores. À semelhança das Galáxias Espirais, as Irregulares ainda estão a sofrer o processo de formação de Estrelas!

Todas as estrelas do Universo se agrupam em Galáxias. E isso, já é uma constatação evidente do que aqui se afirmou em toda a linha e classificação sobre as mesmas. Já se referiu que uma Galáxia é um conjunto de milhões de estrelas, existindo então um número incontável de galáxias.
A Galáxia M74 (foto inicial do texto), é uma típica Galáxia Espiral, situada a 30 milhões de anos-luz da Terra e com um diâmetro de 80.000 anos-luz - aproximadamente o mesmo tamanho da Via Láctea, (a galáxia espiral de que faz parte a Terra e o Sistema Solar). Outras galáxias podem inclusive ser cem vezes mais pequenas (e outras ainda...) mais de cinco vezes maiores!
Em relação à M83, uma galáxia espiral da Constelação de Hidra, possuindo dois braços espirais nítidos e um terceiro mais desvanecido e, situando-se a cerca de 27 milhões de anos-luz da nossa galáxia - a Via Láctea - apresentando um diâmetro de 30.000 anos-luz, é considerada (para além de outras) como um dos corpos simples maiores  do Universo - onde efectivamente os maiores chegam a medir uma média de 100.000 anos-luz de diâmetro!


Via Láctea - conjunto ou aglomerado de 100.000 galáxias

Mais uma fantástica Descoberta!
"The Laniakea Supercluster of Galaxies" (Superaglomerado de Galáxias «Laniakea»)

Uma brilhante equipa de Astrónomos da Universidade do Havai (EUA), apresentou recentemente (em 2014) uma surpreendente descoberta cosmológica na identificação de um superaglomerado de galáxias, do qual faz parte a nossa própria morada e Sistema Solar.
Através do telescópio Green Bank da agência americana «National Science Foundation`s» (Fundação Nacional da Ciência), assim como de vários radiotelescópios, esta equipa de cientistas conseguiu com precisão e método mapear e determinar a velocidade das galáxias, conseguindo também definir assim a região do espaço ocupada pelo superaglomerado.

«Laniakea» ou...«imenso Céu»
Laniakea foi a denominação com que foi baptizado este glorioso e gigantesco conjunto de galáxias (numa clara alusão linguística havaiana de «imenso Céu»), numa divulgação à revista Nature, corroborada pelos cientistas R. Brent Tully, Hélène Courtois, Yehuda Hoffman e Daniel Pomarède, no que terão aferido a Via Láctea situar-se na borda desse gigantesco conjunto de 100.000 galáxias - na borda desse superaglomerado Laniakea - um conjunto que tem 500 milhões de anos-luz de diâmetro e massa de 100 milhões de biliões de sóis! E que, no seu total, perfaz assim 100.000 galáxias que fazem parte dessa estrutura.
De acordo com os cientistas, Todas as Galáxias de um Superaglomerado são interligadas entre si por uma rede de filamentos!
«Nós finalmente estabelecemos os contornos que definem o superaglomerado, que podemos chamar de Lar!» - reiterou R. Brent Tully, pesquisador e astrónomo da Universidade do Havai (EUA). Admitiu ainda em efusiva clarificação sobre o tema:
«Não é diferente de descobrir que pela primeira e na sua cidade-natal, é - na verdade - (ou faz parte) de um país muito maior que faz fronteira com outros países!»
Ou seja, o que Tully nos veio assim relatar em coerência e revelação exponencial ao mundo é que, estamos perante uma outra dimensão (muito maior ou mais alargada), do que até aqui se conhecia sobre a Via Láctea.


Via Láctea /galáxia espiral igual à M83

Galáxias e Quasares
As Galáxias começaram a surgir, cerca de 500.000 anos após o Big Bang - a partir de enormes nuvens de matéria em colapso sob a força da sua própria Gravidade!
À medida que ganhavam forma, a matéria que tinha acumulado...entrou também em colapso. Com a continuação desta fragmentação, os Aglomerados Mais Pequenos de Matéria formaram então estrelas. Deste modo, as Galáxias formaram-se ao mesmo tempo que as Estrelas que contêm (em si).
Já se disse que as Galáxias são enormes agrupamentos de estrelas e de matéria menos luminosa. É também de referir que, algumas galáxias, só contêm estrelas velhas; outras possuem regiões nas quais novas estrelas estão em formação contínua. As Galáxias podem assim compreender muitos milhões de estrelas, apresentando-se em muitas formas diferentes.

O Sol pertence à galáxia da Via Láctea, que possui estrelas distribuídas num disco espiral chato. Todas as Estrelas visíveis à vista desarmada pertencem também à nossa galáxia. A Banda Enevoada de Luz que se estende ao longo do Céu Nocturno apresenta a luz combinada das outras estrelas mais distantes, situadas no disco da...Via Láctea!
Apenas três galáxias são visíveis a olho nu. Duas delas, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, são galáxias satélites da nossa. A terceira surge como uma pequena mancha pouco luminosa, mas trata-se de uma Galáxia Espiral próxima chamada...Andrómeda.
A Maioria das Galáxias que os Astrónomos observam por meio de telescópios situam-se a distâncias extremas - assemelhando-se a caracóis nebulosos e manchas de luz - e, as suas estrelas individuais, não se podem descortinar!

Outrora os Astrónomos pensavam que as Galáxias se formavam com morfologias elípticas e se tornavam gradualmente mais chatas à medida que efectuavam rotações.
Acreditava-se então que, as Galáxias, desenvolveriam braços espirais...tornando-se galáxias espirais com barra. No entanto, sabe-se hoje que assim não acontece; por outras palavras, os diferentes tipos de galáxia representados no Diagrama Diapasão de Hubble, não representam uma sequência evolutiva.
A Classificação de Hubble das Galáxias nunca muda, a não ser que...uma galáxia sofra um tipo de acontecimento catastrófico, como uma colisão com outra galáxia. Existe inclusive uma teoria que defende que, as Galáxias Elípticas, podem formar-se efectivamente (ou ser resultado...) da colisão e fusão de Galáxias Espirais.

Nada mais a acrescentar a não ser, que haja sempre boa ventura e empenho em todos estes cientistas, que perfazem na Humanidade o expoente máximo de todo o seu conhecimento cosmológico (em astronomia, astrofísica ou mesmo astrobiologia) num desenvolvimento assaz imparável. Bem-hajam por isso, assim como às suas avultadas pesquisas, investigações, observações e registos neste nosso mundo terrestre em que vivemos. A Humanidade somos nós que a fazemos e que a compomos; dia a dia, passo a passo, em avolumar de conhecimentos, em acumular de ensinamentos. Há que não esquecer isso, pois só isso conta, pois só isso é importante, pois tudo isso faz parte da Humanidade!

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