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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Astrofísica Estelar V (Estrelas Binárias e Múltiplas)


Galáxia Andrómeda

Será o próprio indicador da vida em dissociação, divisão e rumo individual que cada proto-estrela assume ao repartir-se em massa e distância em si numa evolução diferenciada e autónoma?
Haverá similaridade entre esta divisão estelar e, a tão comum e por nós conhecida divisão celular cromossómica (ou proto-genésica) que se realiza num embrião humano e no fundo nos dá vida?

Existindo vários estádios em ciclos evolutivos nas estrelas (numa espécie de acoplagem e integração entre duas componentes, revertendo-se em anãs brancas ou estrelas de neutrões), poder-se-à resumir o factor vida estelar de Estrelas Binárias e Múltiplas a este mesmo ciclo de vida humana igualmente imparável de tantos estádios do nascimento à morte? Ou será esta insinuação uma simples e disparatada simulação filosófica de tudo o que nos conduz nesta própria vida de todos nós...???

Estrelas Binárias e Múltiplas
As Estrelas, na sua maioria, não existem isoladamente; possuem companheiras e descrevem órbitas em torno uma da outra. Ocasionalmente é possível observar as duas componentes, quer a olho nu quer com o auxílio de um telescópio. Nesse caso, a estrela chama-se um Binário Visual.
No entanto, nem todas as estrelas que parecem muito juntas são verdadeiras estrelas binárias. Algumas Estrelas não estão associadas entre si, observando-se então que estas estão separadas por grandes distâncias, mas, como se situam  na mesma direcção quando vistas da Terra, aparecem juntas no Céu.

Os Verdadeiros Binários são aqueles em que duas estrelas estão associadas pela Força da Gravidade. Podem começar a sua vida como proto-estrelas ou como uma única Proto-Estrela que se dividiu em duas. O tempo que as Estrelas Binárias demoram então a completar uma órbita é altamente variável. Depende assim de muitos factores, tais como a massa das duas componentes, a relação entre as suas massas individuais, a distância a que se encontram e o estádio de evolução que atingiram.
Algumas Estrelas giram em torno uma da outra em alguns dias, ao passo que outras...demoram séculos!


Beta do Cisne (ou Albireo, a cabeça do Cisne) - Sistema duplo

Estrelas duplas/Binárias
A Maioria das Estrelas Duplas não podem ser observadas como binários visuais. Talvez o sistema estelar se encontre demasiado distante para que a separação das componentes possa ser resolvida ou talvez se situem relativamente perto de nós - ou as duas componentes estejam demasiado juntas. Por vezes, uma das componentes é muito menos luminosa que outra e, em consequência, é ofuscada!

As Componentes de um sistema de Estrelas Binárias orbitam em torno de um centro de massa comum - nenhuma estrela é estacionária. Se este movimento oscilatório pode ser detectado em relação ao plano de fundo de estrelas, indica então que uma companheira pequena ou pouco luminosa está em órbita em torno de uma estrela maior e mais brilhante. Esses pares chamam assim-se: Binários Astrómetricos.

Um Outro Método de descobrir Binários consiste em estudar os seus espectros. As Linhas de Absorção Espectral podem indicar a presença de duas estrelas, cada uma delas com a sua própria classificação espectral.
Se as estrelas forem exactamente do mesmo tipo espectral, estão em movimento, e este faz com que as Linhas Espectrais alterem então o sue comprimento de onda. Assim acontece porque o comprimento de onda da radiação emitida por um corpo em movimento comprime-se (ou distende-se), consoante o corpo se aproxima ou se afasta - no que a este fenómeno se dá o nome de: Efeito Doppler.
As Estrelas movem-se então em direcções diferentes, fazendo com que as Linhas Espectrais se alterem em diferentes quantidades. Em resultado disso, no decurso de uma só órbita, as Linhas Espectrais afastam-se, aproximando-se de novo duas vezes.


Mizar - Estrela tripla

Outros Sistemas
Ainda em relação ao sistema de Estrelas Binárias, se a estrela companheira for demasiado pouco luminosa, o seu espectro é ofuscado pelo da estrela mais brilhante. No entanto, esse espectro ainda exibe o desvio devido ao tal efeito Doppler e a presença de uma companheira pode ser inferida desse facto. Este sistema chama-se um Binário Espectroscópico.

Os Sistemas de Estrelas Binárias proporcionam aos astrónomos uma oportunidade para pesar as estrelas. Para o fazer, têm de ser medidos a distância entre as estrelas e o tempo que estas demoram a completar uma órbita. Com o emprego de cálculos matemáticos simples, pode chegar-se a um valor para a massa combinada das duas estrelas. Tem então de se efectuar uma estimativa de qual das estrelas possui mais massa. Porém, se as duas estrelas forem de facto idênticas, o número pode simplesmente dividir-se por dois.

Também se conhecem Sistemas de Estrelas triplas, quádruplas e até sistemas com mais componentes. Quanto maior for o número de estrelas de um Sistema Múltiplo, tanto mais raros serão esses sistemas. Mais de metade das estrelas conhecidas existem em Sistemas Binários ou em sistemas que podem chegar aos seis membros.

Em referência às imagens do texto, Gama de Andrómeda, Beta do Cisne e Mizar, ilustrando assim os três Sistemas Binários diferentes, são exemplos concisos do que aqui se afirmou sobre estes.
Entre estas estrelas, a maior separação é de 34 segundos de arco e ocorre no sistema de estrelas Beta do Cisne, distante cerca de 410 anos-luz da Terra.
O Sistema mais junto é o de Gama de Andrómeda, com uma separação de apenas 10 segundos de arco. Cores diferentes indicam assim massas diferentes ou estádios diferentes no ciclo evolutivo das estrelas. Mizar, ou Zeta da Ursa Maior, é o exemplo de uma Estrela tripla.


Exemplificação do «lobo de Roche»/componentes de um Sistema Binário

Os Estádios/Ciclos de vida da Estrela

Primeiro estádio:
Durante grande parte das suas vidas, as Estrelas Binárias apenas se influenciam umas às outras em termos das suas órbitas. No Primeiro Estádio, as duas estrelas descrevem revoluções em torno do seu centro de massa comum. À fronteira do campo gravitacional de cada uma dá-se o nome de «lobo de Roche». No ponto em que esses lobos se tocam, as suas forças gravitacionais anulam-se mutuamente.

Segundo estádio:
No Segundo Estádio da vida de uma Estrela Binária, a mais maciça das duas estrelas torna-se uma Gigante Vermelha e ocupa o seu lobo de Roche. A matéria que é ejectada por esta estrela através do Vento Estelar, atravessa o campo gravitacional da estrela mais pequena, sendo então capturada e descrevendo depois uma espiral até à sua superfície. Este processo começa a fazer aumentar a massa da estrela mais pequena.

Terceiro estádio:
No Terceiro Estádio, a estrela Gigante Vermelha completa o seu ciclo evolutivo. Nesse ponto transforma-se numa Anã Branca ou numa estrela de Neutrões.
A Estrela Companheira - outrora a mais pequena e que continua a pertencer à sequência principal - prossegue a sua evolução, mas fá-lo agora a um ritmo muito mais acelerado devido ao aumento da sua massa - proveniente da matéria da antiga estrela Gigante Vermelha que se transferiu então para a sua superfície.

Quarto estádio:
No Quarto Estádio, a estrela companheira (outrora a estrela mais pequena) torna-se finalmente uma Gigante Vermelha! Tal como aconteceu anteriormente à sua companheira, a segunda estrela aumenta para várias vezes o seu tamanho normal. Também ela ocupa o seu lobo de Roche e começa então a transferir massa para a primeira estrela. O que sucede a seguir, depende muito daquilo em que a primeira estrela se tornou. Se a matéria transferida vai para uma Anã Branca, resultará...uma nova! Mas se for uma estrela de Neutrões, ocorrerá um surto de emissão de Raios-X.


Binária de Eclipse «Algol» - Beta do Perseu

Binárias de Eclipse
Um Sistema de Estrelas Binárias chama-se «binário de eclipse» se as duas companheiras estão dispostas de tal maneira que se eclipsem mutuamente quando observadas da Terra.
Este fenómeno provoca variações na luz emitida pelo sistema. As Estrelas surgem então no brilho máximo quando ambas são visíveis ao lado uma da outra; a maior queda do seu brilho ocorre quando a estrela mais brilhante é eclipsada pela menos luminosa, mesmo que a Estrela mais Brilhante seja a maior do par!
Os Movimentos das duas Estrelas podem normalmente ser destrinçados pela análise espectroscópica. A Binária de Eclipse mais estudada até aqui, tem sido a Algoz, a Beta do Perseu; a sua magnitude varia entre 2,2 e 3,7 ao longo de um período inferior a três dias.

O Prestigiado Professor Larry Molnar explica no seu estudo "A Evolução Dinâmica do Sistema Triplo de Algol" como tem sido observado este sistema em Algol, para assim apresentar Erupções de Raios-X gigantes que parecem estar ligados à actividade dínamo e, em oscilação de campos estelares magnéticos, assim como em interacções com a transferência de massa estelar e «travagem magnética» na actividade do sistema binário.
Além disso, Erupções de Rádio que se estendem até cerca de uma UA (unidade astronómica ou unidade de distância) que não foram associadas com actividades de Raios-X, também foram igualmente observadas.

Perseus é o herói mitológico dos Gregos Antigos que salvaram Andrómeda de Cetus - esse terrível monstro marinho de fealdade e maldade assumidas.
No Céu Nocturno da Terra, a figura de Perseu é pensada na dimensão exacta (ou na percepção referenciada) deste a segurar na cabeça da Medusa em sua mão - onde Algol representa então o olho do mal. Mas será efectivamente assim...?

Por mitologias assentes sob a cáspite ancestral do que na Terra se compôs, infere-se também que não haja apenas (e só), aquele misticismo vangloriado nas areias do tempo ou nas arcadas intemporais dos aracnídeos espaços que tudo enevoam ou tapam, sem a verdadeira ocorrência potenciar - na era moderna - do que os Antigos nos quiseram deixar...em memória e, em conhecimentos estelares.

Indelevelmente também, há a considerar que muito do que hoje se alude em circunstâncias meramente históricas ou de facto embrenhadas em sucedâneos mitológicos, o certo é que muito do que se conta se reporta às estrelas, às constelações, aos mitos e lendas, mas igualmente às verdadeiras ocorrências no espaço estelar.

Havendo uma insuspeita correlação entre a formação, vivência, ciclo de vida e post mortem das estrelas em sentido não metafórico mas pleno de uma identidade similar à vida humana, talvez possamos (algum dia) quebrar esse imenso e lacrado Selo de inocuidade e ignorância em que muitos de nós ainda estamos, apenas por saber e fazer reconhecer que, afinal, somos todos nós umas brilhantes estrelas do Universo.
Tal como as estrelas, também nós (humanos), dançamos, rodopiamos, interferimos e por fim deixamo-nos imbuir - e introduzir ou solver - nessa nossa outra estrela companheira em espaço único de massa, matéria e energia, sem no fundo nos anularmos ou sermos inferiores por esse facto. Ou não será...?
Processo genético e cromossómico de igual proporção (em diferenciada analogia) no que se reporta à esfera estelar, como é óbvio, mas não seremos todos nós, enfim, Estrelas do Céu, por onde a Humanidade flui, se expande e evolui à semelhança destas brilhantes e tão mulifacetadas estrelas que exultam por todo o Cosmos?

Prosternar uma seiva humana na Terra (ou noutra esfera planetária e estelar) há que se ter a consciência de que, a vida, é mais, muito mais do que o «simples» brilho de uma estrela; mas por esse brilho, essa essência e essa matéria, todos nós fazemos parte como Humanidade que somos no Universo. Por isso continuo a acreditar que a minha estrela continuará a brilhar, mesmo que da Terra se extinga a minha luz (ou se expurgue na sua totalidade), pois uma outra se fará...ascendendo às estrelas que sempre brilharão para mim ou...para cada um de nós na Terra!
Em expressivo desejo e afirmação da Humanidade no seu todo (acredito também), que se não apaguem nunca essas estrelas do Céu! Para todos nós! E...para todos os outros (seres estelares) do Universo! Afinal, somos todos Um!

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