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terça-feira, 21 de julho de 2015

Astrofísica Estelar XI (Colapso e Explosões de Estrelas)


Supernova da Vela (no centro, o Pulsar 0933-45)

Possuindo o Homem - da célula ao átomo - uma vibração própria, um emanescer tão poderoso quanto refulgente, onde por vezes também colapsa, «explode» e morre, será tão diferente assim do crepúsculo estelar ou remanescente brilho que destas resta... após se tornarem supernovas?

Emergirá tudo de um super-Uno cósmico - flutuante, energético e quântico - prescrevendo-nos a todos no Universo, essa mesma realidade presciente e, pré-existente, do que em nós humanos ou por todas as estrelas do Céu nos compactua (e no fundo) nos resume como seres de vida?

Tudo nasce, evolui e morre; Tudo é criado e tudo é destruído; ou talvez não... em constante transformação, desenvolvimento, transmutação, evolução - e instituição - como lei universal quântica de um único vórtice, de uma única origem. Somos átomos na Terra do que já fomos em componente estelar nas estrelas; será contudo, tão difícil assim de o consciencializar, memorizar, reproduzir ou sequencialmente interiorizá-lo no mais profundo âmago humano de que, todos somos (ou já fizemos parte), dessa clausula cosmológica de já termos pertencido a uma imensa e bela estrela maciça...?

Colapso e Explosão de Estrelas
Em estrelas com mais de sete (7) massas solares, o núcleo inerte de carbono é tão maciço que entra em colapso suficiente para iniciar a Fusão do Carbono.
A Temperatura necessária para fazer a ignição do carbono é da ordem das várias centenas de milhões de graus. A Fusão produz magnésio.
A Estrela começa então a tomar uma estrutura em camadas, com cada camada do Centro da Estrela a sofrer a fusão de um elemento diferente.
A Fusão do Hidrogénio tem lugar na camada mais exterior da região do núcleo e, abaixo dessa camada, o hélio é convertido em carbono e oxigénio.
A Estrela desenvolve anéis concêntricos de matéria, cada um deles efectuando a fusão de um elemento diferente e produzindo outro elemento que é fornecido à camada seguinte na direcção do centro.

As Camadas contêm elementos como: Néon, Sódio, Magnésio, Silício, Enxofre, Níquel, Cobalto e, por fim, Ferro.
Estas estrelas de elevada massa percorrem as suas fases finais de evolução a uma velocidade extraordinária, comparada com as suas fases iniciais (algumas das quais duraram dezenas de milhares de anos e outras...milhões de anos).
A Fusão do Carbono completa-se normalmente ao fim de um milhar de anos; a Fusão do Néon e do Oxigénio demora somente um único ano.
A Combustão do Silício, que produz o núcleo de ferro, tem habitualmente lugar em apenas um dia ou dois.


Imagem da Supernova Cassiopeia A (Chandra)

O Limite de Chandrasckhar
O Ferro acumula-se então no Núcleo da Estrela e não entra em fusão. Isso acontece porque os processos de Fusão Nuclear até aí, ocorreram com uma certa libertação de energia mas, depois do ferro, a energia necessária para fundir os elementos é maior do que a energia libertada no processo de fusão. Não existe sítio algum onde essa energia possa ser produzida e, assim, o Ferro acumula-se em massa degenerada - electronicamente - no Centro da Estrela.

A Pressão dos Electrões, porém, não é infinita; e, à medida que a massa se acumula, o Núcleo começa então a ficar instável. Quando a Massa contida no Núcleo chega a ligeiramente menos que uma vez e meia a massa do Sol, o chamado Limite de Chandrasckhar (em honra e homenagem do astrofísico Indo-americano Subrahmanyaan Chandrasckhar), a pressão dos electrões deixa de conseguir resistir à atracção da gravidade e o Núcleo sofre outro colapso.
Este Colapso tem assim o mesmo efeito de retirar os alicerces a um prédio (e isto, numa comparação análoga do que supostamente acontece). A estrutura exterior começa a afundar-se na direcção do Núcleo.

Malgrado a comparação, pode-se hoje referir (tristemente) que o termo «colapsar» não foi de todo em vão ou de forma displicente arremessado, ao que se passou com as famigeradas Torres-Gémeas do WTC, em Nova Iorque, nos EUA.
À medida que a Estrela se afunda sobre ela própria, liberta tanta energia que explode e acaba por se desfazer em pedaços. Passa então a chamar-se: Supernova!
A Energia libertada nas explosões das Supernovas inicia a produção de elementos mais pesados que o ferro. As Estrelas que explodem deste modo chama-se de Supernovas do Tipo II.
As Supernovas do Tipo I envolvem estrelas Anãs Brancas. Se uma Anã Branca se situar suficientemente próxima de outra estrela, pode assim transferir alguma da sua atmosfera exterior para a...Anã Branca. Esta acumula-se em si (na anã branca), até ter lugar uma detonação nuclear catastrófica que pode destruir a Anã Branca, produzindo então uma Supernova do Tipo I!


Constelação Vela (ou Velame)

A Realidade Interestelar
As Supernovas lançam para o Espaço Interestelar elementos que são mais pesados que o hélio. O Universo compõe-se assim de 75% de hidrogénio e de 23% de hélio; os elementos mais pesados representam apenas os 2% restantes.
Esses elementos mais pesados, chamados «Metais» pelos Astrónomos, tornam possíveis os planetas e...a vida! Todos os átomos da Terra - e dos nossos corpos - estiveram em tempos no centro de uma Estrela Maciça que explodiu como Supernova...antes de o Sol e os planetas se formarem!
As Ondas de Choque provocadas pelas explosões de Supernovas constituem universalmente um dos mecanismos de compressão do meio interestelar e, assim, de Formação de Novas Estrelas!

O que resta da Supernova da Vela é uma camada mais ou menos circular de filamentos luminosos de gás. Esta fotografia acima referida, mostra apenas uma parte dessa camada. Crê-se que a estrela que deu origem a esta nebulosa, se tenha transformado efectivamente numa Supernova...há cerca de 12.000 anos! Quase no centro da camada, situa-se o Pulsar 0933-45, que se pensa constituir o que resta da estrela que explodiu...

Em relação à Supernova Cassiopeia A, a imagem referente a esta, tirada no comprimento de Onda-rádio de 6 centímetros, revela-nos que terá explodido há cerca de 300 anos, sendo uma das fontes de rádio mais intensas do Céu! As áreas a Azul indicam...as zonas de emissão mais intensas.


As Fases da Vida Humana

«A Vida Humana acontece só uma vez, e não podemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque, em todas as situações, só podemos decidir uma vez.
Não nos são dadas uma primeira, uma segunda e uma terceira ou quarta chances para que possamos comparar decisões diferentes.»                    - Milan Kundera -

Fenómeno Inelutável...?
Há quem afirme que se trata de um inquestionável fenómeno inelutável, o ser humano nascer, crescer e morrer - numa inevitabilidade também - a que o Homem não pode (nem poderá nunca) fugir!
À medida que as células se dividem e se multiplicam os erros das suas mensagens - que se acumulam com o tempo - há, criteriosa e inexpugnavelmente, um acumular de erros que o organismo absorve em degradação, envelhecimento e por fim, morte. É um facto.
Por muito que isso nos cause repúdio, rejeição e completa consternação de nos não vermos perpetuar em maior e melhor longevidade humanas, o certo é que a Morte é um dado adquirido. Estamos todos a prazo. Estamos todos nessa corrente trifásica de matéria, energia e processo molecular em andamento - e desenvolvimento - até aos últimos limites dessa terminal fase que nos leva ou reporta...às estrelas! Se somos ou fizemos parte dessa poeira interestelar em estrelas maciças e depois supernovas e depois ainda...essência num ou mais esquemas planetários, é algo que até suspeitamos mas por vezes nem sequer aceitamos, tal a dimensão filosófica ou simplesmente de retorno às origens que nem todos estamos preparados para compor ou solver em nós.

Não concordo com Milan Kundera. Mas quem sou eu...?! Certamente que a sua posição ou afirmação opinativa tem muito a ver com o seu pensamento e a sua própria individualidade. Mas, como em tudo na vida, há muitos outros critérios de outras absolutas verdades que nos não confinam a uma única decisão ou oportunidade nesta...ou noutras existenciais vidas que vivamos.
Acredito (em oposição total a Kundera) que nos são dadas outras oportunidades e decisões de vida; se não nesta vida que agora compomos, em muitas outras que aqui vivamos em processo evolutivo constante. Ou não haveria ascendência estelar nem nenhuma outra. E não só para a Humanidade...
A putativa crença do livre arbítrio também não é incipiente ou devastada de alguma consistência, no que o ser humano tem de apelar, clamar ou apenas reivindicar para si em face a um processo modelar de ser cósmico, ser estelar que também é...no imenso Universo.


O Ser Humano como Ser Estelar

Que seremos de futuro? Seres humanos envoltos em múltiplos microchips (bio-chips e nano-chips), próteses, sistema nervoso computadorizado e ligados a uma rede interactiva ou de disposição de intervenção a qualquer anomalia que surja, seres automatizados, artificialmente manietados, robotizados e manipulados por um sem número de aferições mecânicas e de altos sistemas fraccionados em espécie de seres híbridos, em espécie de...nada?!

A Imortalidade/Clonagem
Serão as estrelas imortais? Sê-lo-emos nós? Por enquanto, não. Ou não o sabemos. Há uma «ligeira» diferença. Vamos tentando enganar esses nossos ciclos de vida com operações verdadeiramente frankenstenianas, ou seja, vamos tentando remendar o nosso tecido molecular, mole ou ósseo, consoante as muitas deficiências apresentadas ao longo do tempo ou ao longo de certas vivências mais atribuladas de acidentes de percurso. É absolutamente legítimo que assim seja. Já não o será, quando se estipulam prioridades de se criar criptas congeladas (únicas em filmes científicos) ou suspensão criogénica e isolamento hiperbárico (uma das muitas hipotéticas suspensões de vida criadas e reactivadas pelos Antigos Astronautas...) em ilusão ficcional mas que, na actualidade, quase já se tornam uma realidade.

«A ideia da Clonagem do Homem é sem dúvida, á primeira vista,  o exemplo mais adequado para chocar a sensibilidade ética (...) a clonagem de seres humanos põe em perigo a própria sobrevivência da sociedade democrática (...) Encara-se a possibilidade de desenvolver geneticamente a espécie: a introdução de Genes Humanos em microrganismos é já uma realidade; a manipulação efectiva do património genético humano, a exploração do potencial genético por adjunção de genes sintéticos, ou de genes de outras espécies, está na fronteira do imaginário e do possível nos próximos decénios.»
                                          - G. Hottois, 1990 (O Paradigma Bioético - Uma Ética para a Tecnologia) -

O que se torna esclarecedor e por demais óbvio em toda esta questiúncula ética, é a de que não podemos (ou não devemos) ultrapassar certos limites em relação à finitude humana.
Por muito que a fabulosa pesquisa, investigação e intervenção científicas seja uma realidade a ter em conta, também há que sublevar outros direitos de nos não remeter em futuros zombies descarnados e mal-cheirosos que nem o bisturi ou o mais puro asséptico elemento orgânico nos poderia erradicar - ou fazer exortar de nós - em excrescências ou espécie de pragas malditas.

As Alterações Genéticas são hoje associadas à Imortalidade, dada a potencialidade para a divisão interminável das células, pelo envolvimento em mecanismos de: Telomerase.
A Telomerase é pois um processo que se aplica para prevenir a replicação (ou duplicação) incompleta e a instabilidade na parte terminal de uma molécula de ADN. Prevenindo-se a perda de sequências importantes de genes no decorrer da divisão celular (e da replicação do ADN), os telómeros são essenciais - (cromossomas eucariontes que terminam com blocos de repetições de sequências de ADN especializado), mantendo assim a integridade do cromossoma, no decorrer da reprodução celular. Nas células potencialmente imortais, a perda de ADN é compensada pelo alongamento em telómeros, o que implica a síntese de repetições adicionais, através de uma nova polimerase de ADN designada por...Telomerase. Porém, com o desenvolvimento dos tecidos somáticos (normais) e o passar do tempo, os telómeros vão ficando mais curtos e acabam por acontecer erros na duplicação, perdendo-se algum ADN telomérico e, por ilação, algumas sequências essenciais; o que causa...Senescência Celular, conducente ao...envelhecimento, inevitavelmente!

Havendo a dúbia condição - na Humanidade - de sermos também nós seres híbridos (por tantas exclamações e assertivas afirmações de eminentes cientistas do foro genético) há a alcançar que, não sendo imortais no seu todo - em tempo de vida pontual de aproximadamente um século - haverá sempre a dúvida de... uma continuação além a vida. A física. A alma essa, talvez sobreviva...
Contudo, o Homem (homem e mulher) no seu aval cósmico de criação, regeneração ou degenerescência, terá sempre (também) a oportunidade e o beneplácito de se fazer brilhar, de ser íntegro, perfeito (mesmo com algumas imperfeições latentes...) e, acima de tudo, Ser! Não o «querer, o ter ou o haver...», pois que se do pó viemos e para o pó iremos, não cabe em tudo isto alguma outra matéria que não seja a da leveza da nossa alma. Por isso sempre digo...somos estrelas (imortais!) e para estas voltamos...como alguém certa vez disse: Voltamos a Casa! Voltamos ao nosso berço galáctico e estelar para todo o sempre...! Voltamos...às estrelas!

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