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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Era Genética XII (Limitação da Vida)


Ser Humano - Gestação de 6 meses

Desejar-se-à atingir um tempo de vida mais prolongado (e com mais qualidade de vida), na medida e proporção dos novos avanços médicos e tecnológicos, o que é legítimo por parte do Homem. Mas, paralelamente a essa evolução, a esse mecanismo ou a essa compleição humana da qual não se pode fugir - a Morte - haverá a assumpção máxima de se atingir também a...Imortalidade?

Havendo já a indubitável referência de que se arquitectavam cirurgias no ser humano em tempos ancestrais - numa aferição quase de «oopart» ou seja, de fenómenos inexplicáveis, ocorrências ou mesmo práticas, manuseadas por utensílios e artefactos que estão descontextualizados na época em que são registados - poderemos tornar a alcançar essa «magia» tecnológica, reportando-nos a ser quase deuses, quase senhores de todo o conhecimento? E esse conhecimento - anterior, milenar ou de futuro estelar - exibir-se-à em nós, humanos, reverberando-nos praticamente indestrutíveis, extemporâneos; seres robotizados ou seres munidos de uma outra espécie, de uma outra «Humanidade»...? Será esse o nosso futuro...?

Havendo mutações, transformações e evoluções naturais (ou não) no Homem ao longo dos séculos, haverá essa mesma percepção de estarmos a enganar o tempo ou...a enganarmo-nos a nós próprios como espécie planetária finita de, nascimento, crescimento e morte? Para onde iremos então como Humanidade, como limitação de vida que possuímos, como espécie que somos em toda a glória idiossincrática humana que exortamos, mesmo com todas as nossas limitações, defeitos ou fracassos?

Seremos um dia imortais...? E, alcançando-o, sendo deuses, sendo seres especiais, viveremos felizes por tal? Atingiremos o Nirvana estelar ou até isso é uma ilusão, uma utopia dos confins da Humanidade ou de uma mitologia também esta geneticamente modificada de seres tão incompreendidos quanto infelizes de viverem uma imortalidade não querida, não desejada e não merecida...até pelos próprios? Que futuro será o nosso, se um dia descobrirmos a ilimitação da vida? Ou mesmo, a ilimitação do tempo e do espaço numa não-vida que não é mais do que uma igual morte???


Ecografia (ou ultrassom) feita às 21 semanas de gestação do bebé humano

Os Limites da Vida
A Cronologia das alterações mais importantes no padrão de desenvolvimento varia imenso entre os diferentes organismos. Nos Insectos, por exemplo, o crescimento dá-se de forma brusca depois de cada muda do esqueleto exterior rígido - ou cutícula - quando a cutícula interior mole tem liberdade para se expandir. Nos Insectos (como os gafanhotos), as asas desenvolvem-se descontinuamente, tornando-se um pouco maiores após cada muda.

As Larvas das Borboletas ficam maiores depois de cada muda, mantendo assim a mesma morfologia. Mas a mudança final de Lagarta a Borboleta é bastante dramática, implicando absorção e arranjo completo dos tecidos. Uma alteração tão marcada na forma do corpo do jovem para o adulto, chama-se: Metamorfose. Também se observa nos Sapos e nas Rãs. Os Mamíferos, por outro lado, simplesmente mudam as proporções à medida que crescem e caminham para a maturidade: os bebés humanos e as crianças têm, em relação aos adultos, cabeças proporcionalmente muito maiores do que o resto do corpo.

Os Factores Ambientais podem exercer uma influência marcante no padrão de actividade dos genes e, portanto, no Padrão e na Cronologia do Crescimento!
Os Seres Humanos bem alimentados em jovens tornam-se por conseguinte mais altos e muitas vezes mais gordos do que os indivíduos mal-nutridos. Os Genes só estabelecem limites a este crescimento. Além disso, os seres humanos bem alimentados atingem a puberdade (maturidade sexual) mais cedo.
As Árvores que crescem em lugares expostos torcem-se e inclinam-se  com frequência na direcção dos ventos dominantes. As Folhas que crescem à sombra tendem então a ser maiores e mais finas do que as folhas da mesma planta expostas à luz do Sol, de modo a captarem o máximo possível de luz.


Células Cerebrais e do Sistema Nervoso: poder-se-à no futuro reproduzir estas?

A Divisão Celular
Mesmo depois de se especializarem, a maioria das células dos animais pode voltar a dividir-se, para reparar danos dos tecidos ou para contribuir para o crescimento.
O Fígado de uma Mamífero, por exemplo, possui notáveis capacidades de reparação: se dois terços forem retirados, pode regenerar o seu tamanho e a sua forma originais em apenas três semanas. Algumas células, no entanto, nunca voltam a dividir-se. É este o caso das Células Cerebrais e do Sistema Nervoso, provavelmente porque a complexa rede de interconexões é criada sob a direcção de gradientes químicos - presentes nos primeiros tempos de vida - que seriam difíceis de restabelecer. Os Glóbulos Vermelhos do Sangue perdem os seus núcleos durante o desenvolvimento; quando morrem, têm então de ser substituídos por novas células produzidas na Medula Óssea e no Baço.

Nas Plantas, em contrapartida, o crescimento confina-se normalmente às extremidades dos rebentos e das raízes e, nas plantas lenhosas, também as camadas de células em divisão (câmbio), que se situam num círculo imediatamente para dentro das camadas exteriores dos caules e das raízes.
As Camadas do Câmbio contribuem assim para o aumento da espessura à medida que a planta fica mais alta. Os tecidos vegetais que conservam a capacidade de se dividir, chamam-se: Meristemas.
Outras Células Vegetais, a partir do momento em que se especializam numa determinada finalidade, tornam-se incapazes de divisão. Mais tarde ou mais cedo, tanto nas Plantas como nos Animais, o crescimento diminui e cessa; o corpo deteriora-se e segue-se a Morte.


Envelhecimento Humano

O Processo de Envelhecimento
Em cada espécie ou tipo de criatura, a duração máxima da vida parece estar geneticamente programada. Os Seres Humanos vivem em média 70 a 80 anos, embora alguns indivíduos vivam mais de 100. Os Ratos e os Musaranhos têm vidas muito mais curtas, ao passo que as Tartarugas podem viver ainda mais tempo que os seres humanos.

As Plantas anuais vivem menos de um ano - muitas vezes, apenas dois ou três meses. A tentativa de descobrir porque razão o crescimento pára  e, porque todos os organismos envelhecem e morrem, levou os cientistas a isolar Células Humanas e a cultivá-las em laboratório.
Mesmo em condições ideais, a maioria das células deixa de se dividir ao fim de cerca de 50 gerações! Quanto mais velho for o ser humano de onde as células são retiradas, menor é o número de gerações celulares produzidas.
A Morte Celular programada faz parte do próprio processo de Crescimento e de Desenvolvimento. O Bebé, por exemplo, é cego até pouco tempo antes do Nascimento! Então, as Células que ligam as pálpebras morrem e estas separam-se.

A Investigação de Walker
O reputado Biólogo, Richard Walker, analisando um específico caso de atraso no desenvolvimento normal ou mais concretamente, num não-envelhecimento por parte de duas crianças, remeteu-se na perseguição do que levaria a reprimir essa escalada normal deste processo.
Walker acredita então que, uma doença causada por uma falha de ADN, poderá futuramente ajudar a explicar e, a revelar, as causas genéticas que provocam o nosso processo de envelhecimento ou mesmo o que o refreia. Esta doença, patologia - ou síndrome - ainda não totalmente estudada ao pormenor ou com mais detalhes científicos, tem a singela denominação de: «Síndrome X».

Walker tem como busca e pesquisa neste campo, um estudo que tenta explicar (ou elucidar) se é justamente este factor ou elemento que «interrompe» o processo de desenvolvimento dos nossos genes. Algo que seria incrivelmente revolucionário!
O Envelhecimento faz parte do nosso desenvolvimento e está comprovadamente nessa nossa programação de vida. Aceitando-se ou não esta realidade - ou esta imutável verdade como efeito e consequência de uma inevitabilidade humana (e não só) -  de existência e vida, ainda que o não possamos contrariar ou fazer regredir em processo oposto ao dos ponteiros do relógio, haverá sempre a possibilidade de se tentar descobrir a chave que «congela» esse processo de envelhecimento, no que ainda levará algum tempo a desvendar qualquer resultado positivo nesse sentido, afirmou Walker.


Envelhecimento Celular

Programação Genética do Envelhecimento?
No decurso do Envelhecimento, as células da maioria dos tecidos do corpo parecem dividir-se mais lentamente, de modo que há perda progressiva de tecidos e, consequentemente, perda de eficiência nas funções corporais - a Visão e a Audição - tornam-se menos apuradas, os tempos de reacção são mais lentos, a digestão torna-se também menos eficiente, os ossos partem-se mais facilmente, etc.

Alguns Cientistas pensam que as Células perdem gradualmente a capacidade de reparar o ADN, de modo que os danos se acumulam, afectando assim a Síntese das Proteínas.
Este facto pode, por sua vez, perturbar o Metabolismo, afectar o transporta dos materiais pelo corpo, assim como causar alterações nos níveis hormonais.

O Envelhecimento nas Mulheres, por exemplo, pode ser atrasado utilizando certas hormonas. Se as Proteínas do Sistema Imunitário forem afectadas, o corpo pode ficar menos apto a combater as doenças e, a adaptar-se ao stress.
Há também alguns indícios de que certos subprodutos químicos  das reacções metabólicas, chamados Radicais Livres, se acumulam no corpo com o tempo, tendo um efeito desastroso ou verdadeiramente calamitoso!

Os Cientistas ainda não sabem ao certo se o Envelhecimento e a Morte estão geneticamente programados. Em termos de sobrevivência da Espécie, uma vida longa não é necessária nem mesmo desejável. A partir do momento em que um organismo sobreviveu o tempo necessário para produzir suficiente descendência para perpetuar a Espécie, é desnecessário continuar vivo. Não existe, portanto, qualquer razão para que tentemos desenvolver meios para evitar o Envelhecimento e a Morte. Mas será mesmo assim...?


A Imortalidade ou...a espécie biónica em que o Ser Humano se transformará?

«A Morte não é o sono eterno (...). A Morte é o início da Imortalidade!» - Maximilien Robespierre

As Descobertas Científicas
Tudo se pode evitar; menos a morte - talvez a frase mais comummente citada por todos os humanos que, por esta mesma razão de imutável verdade, se acomodem a toda a programação de vida existente de nascimento, crescimento e morte. Mas nem todos o fazem.

Os Cientistas são imparáveis nesta alusão de intensa pesquisa sobre o ADN e sequencialmente sobre o nosso código genético. Daí que em ênfase histórico se propague ao mundo o anúncio de que, esse Código Genético, poderá não ser imutável. Esta tese foi distintamente defendida por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, em Portugal (UE), quebrando assim uma das regras sagradas da Biologia, afirmando a viva voz: O Código Genético não é imutável!

Pela Primeira Vez na história da linguagem genética - ou que traduz Informação Genética de um ser vivo - foi descoberto que o fungo patogénico «Candida albicans» utiliza um código genético diferente do dos outros seres vivos, fazendo estes investigadores compreenderem então, como é que este fungo o alterou, conseguindo (agora) realizar a primeira alteração artificial em...Laboratório!
Este brilhante estudo que decorreu ao longo de intensos e, exaustivos quatro anos, foi publicado na divulgação científica do «Proceedings of The National Academy of Sciences» (PNAS), liderado pelos investigadores doutorandos Ana Rita Bezerra e João Simões, sob coordenação de Manuel Santos, professor do Departamento de Biologia da UA e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM).


Universidade de Coimbra - Portugal

Mais Descobertas...Portuguesas!
Uma prestigiada equipa da Universidade de Coimbra, em Portugal, através da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular conseguiu ultrapassar um obstáculo - até aqui insuperável - na aplicação da Terapia Génica, desenvolvendo um «veículo» de transporte à base de dois polímeros completamente catiónicos (um polímero que tem uma distribuição de cargas positivas em toda a sua cadeia).

Até ao momento, um dos entraves ao sucesso da aplicação da Terapia Génica, consistia na transferência desse material génico exógeno para células-alvo, por forma a corrigir doenças ou patologias que desenvolvessem  factores genéticos (como por exemplo: o Cancro), no transporte e entrega eficiente desse material genético àquelas células.
Algo inédito, e que se não registava até esta eminente equipa de investigadores da Universidade de Coimbra o ter alcançado com muito êxito. Parabéns desde já pela magnífica obra de estudo e investigação científicas no sector da terapia génica, no que se deve timbrar de seus nomes em equipa responsável por tal: Dina Farinha, Rosemeyre Cordeiro, Nuno Rocha, Arménio Serra, Henrique Faneca e Jorge Coelho. A todos, um muito obrigado pelo empenho envolvido.

Imagiologia Molecular
Coimbra está de novo em foco e, exuberantemente engalanada pela eficiência de estudo e investigação de mais uma brilhante equipa multidisciplinar do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI), da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) que acaba de ser distinguida no Congresso Mundial de Imagem Molecular (World Molecular Imaging Congress) que decorreu em Seoul, na Coreia do Sul.

Este Estudo reverteu-se na identificação - em humanos - do neurotransmissor responsável pelas manifestações cognitivas da Neurofibromatose - doença genética comum associada a dificuldades de aprendizagem - sendo então laboriosamente desenvolvido por esta equipa multidisciplinar do Instituto de Ciências Aplicadas e da Universidade de Coimbra (UC), em Portugal. Parabéns a todos os envolvidos. E que a investigação e o mérito nunca sejam demais!

 
Imortalidade, essa quimera do Ser Humano. Seremos Imortais?


Por conclusão, não sei se algum dia seremos ou não máquinas ambulantes (passivas ou activas...) ou se, nessa proactividade robotizada ou biónica, sejamos todos (um dia), algo de tão diferente ou tão sobre-humanamente existente que nem dá para julgar ou aqui descodificar. Não sei.

E não sei se o quero saber. Assusta pensar que se troquem os nossos anatómicos órgãos por massas celulares laboratoriais, por tecidos inventados e, fabricados para esse fim; ou ainda, existir no mundo que conhecemos, híbridos ou indivíduos plastificados, monitorizados ou mecanizados consoante os objectivos que se lhes atribuam.

Também não sei se isso será um avanço ou um retrocesso, mas sei que é completamente inútil tentar-se reprimir (ou mesmo extinguir) toda esta densidade comunitária científica que tanto faz pelo desenvolvimento e evolução do ser humano. Por muito que isto nos seja temeroso, há que sublevar os esforços de se ter de acreditar no futuro, na existência de um ser humano mais forte, saudável, robusto e com muitos outros poderes limitados até agora. Ultrapassar-se barreiras é o mote, desde que se não ultrapassem almas que sempre sofrem mas igualmente resplandecem e se comovem pelos avanços da Humanidade.

Para tudo tem de haver equilíbrio, sensatez, ética e um julgamento não sumário de todas as componentes e situações envolvidas, sobre o que se deve ou não reproduzir no corpo e no espírito do Homem. Querer-se-à ser imortal? Havendo essa ilicitude circunstancial de uma não-finitude ou ilimitação de o Homem descobrir a verdade em elixir da juventude ou eternidade subsequente, que julgamento final terá de si e para si, se não houver início, meio e fim? E porque tanto medo da morte se possui, quando no fundo... não será a própria vida um estandarte dessa mesma morte, vezes e vezes sem conta...? Como diria Marco Aurélio, citado por Ravignant:
«A cessão de uma actividade, o repouso...(...) a morte de um impulso, de uma opinião, não constituem um mal (...). A Infância, a Adolescência, a Juventude, a Velhice: também aqui, toda a transformação é uma Morte. Que há nisto de medonho?»

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