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terça-feira, 1 de setembro de 2015

A Herança Genética II (As Descobertas de Mendel)


Flores «bocas-de-lobo»

O que a própria Natureza não explica, o Homem reverte em si e sobre si, todo um estudo e um desenvolvimento científicos que o faz abordar muitas dessas questões e, neste caso, sobre as características individuais na hereditariedade.

Começando por fazer cruzamentos e mestiçagem - tanto nas flores como em muitos outros organismos - onde chegará o Homem então, no que tenta conhecer ou desmistificar as suas próprias origens, a sua vida ou mesmo o que o impele dentro e fora do Cosmos?

Gregor Mendel - um monge austríaco que se dedicou ao estudo sobre a morfologia e características biológicas da ervilheira-de jardim (Pisun sativum) - obteve nas suas descobertas e na sua envolvente investigação, o conhecimento de todo o mecanismo genético ou leis da hereditariedade com que tudo se impulsionava (Lei da Segregação de Mendel). Havendo conhecimentos matemáticos, que terá mais ele alcançado...? E que o terá motivado a isso? Que vozes, que deuses o terão inspirado...?

Mas algo se subleva, além de tudo isso, impondo-se a questão: Que maravilha planetária é esta (todos nos interrogamos) que nos surge em forma, aroma, beleza e surpreendente descendência de cor e prazer visual, que tanto se reproduz em flor como em fruto ou mesmo em leguminosas alimentícias num mundo que por vezes é tão negro e tão feio...? Será esse o futuro da biologia em que nós próprios, seres humanos - e sob estas mesmas leis da herança genética - nos veremos disseminados por esta ou outras esferas planetárias? Seremos, um dia, todos nós, flores cósmicas de um espaço interdimensional em miscigenada cor, aprumo e beleza???


Flores «ervilhas-de-cheiro» (Lathyrus odoratus)

Gregor Mendel - As Descobertas de um Monge
Muito antes de os cromossomas ou o ADN terem sido descobertos, um monge austríaco, de seu nome, Gregor Mendel (1822-1884), fez experiências com cruzamentos artificiais de plantas, para então estudar a hereditariedade das características individuais. Não era o primeiro a fazê-lo mas, possuía uma forte vantagem: sabia Matemática!
Mendel escolheu assim para os seus estudos e Ervilheira-de jardim (Pisum sativum). As Ervilheiras como é do conhecimento geral têm auto-fertilização, possuindo as suas flores órgãos reprodutores masculinos e femininos, de modo que são possíveis todas as combinações de genes.

Mendel, na sua intensa busca pela verdade floral de descendência hereditária, estudou aspectos morfológicos bem diferentes a que chamou «Características» - como cores diferentes das flores, comprimento do caule ou sementes lisas e sementes rugosas.

Mendel sabia que as características eram transmitidas pelo Pólen e, pelos Óvulos. Manteve as plantas isoladas dos insectos e polinizou-as à mão, pincelando então Pólen de Plantas seleccionadas nos Estigmas (órgãos sexuais femininos) de outras plantas, às quais removia os Estames de modo que não se pudessem auto-polinizar. Começou desse modo a cruzar plantas de linha pura com caracteres contrastantes (quando cruzadas entre si, as plantas de linha pura produzem consistentemente as mesmas características ao longo de muitas gerações). Como eram de linha pura, Mendel sabia então que progenitor tinha contribuído para uma dada característica da descendência.


1º Lei de Mendel ou Lei da Segregação de Mendel

A Investigação Biológica de Mendel
Nas primeiras experiências de Mendel, os progenitores (P) eram de linha pura em relação a uma única característica, factores esses, que este acompanhou ao longo de duas gerações de descendência; a primeira geração (F1) e a segunda (F2).
O Cruzamento entre uma planta de flores brancas e uma planta de flores lilases dava lugar a uma geração F1 com 100% de flores lilases. Mas, quando Mendel permitia que uma planta F1 se auto-fertilizasse, a sua descendência (a geração F2) tinha flores lilases e brancas na proporção de 705:224, ou seja, aproximadamente 3:1.

Mendel retirou deste facto a ilação de que cada planta recebe dois «factores» (hoje chamados genes) responsáveis pela cor das flores que conservam a sua individualidade de geração em geração. Cada progenitor transmite apenas um factor à descendência.
A Geração F1 teria recebido um factor-branco e um factor-lilás. Como a cor lilás mascarava a cor branca, o factor-lilás tinha de ser a forma dominante do carácter. O carácter associado ao factor dominante exprime-se, mesmo quando o factor recessivo também está presente.
Durante a Fertilização qualquer célula sexual masculina (espermatozóide ou gâmeta masculino) tem uma probabilidade igual de se combinar com qualquer célula sexual feminina (óvulo) - a Fertilização é um acontecimento aleatório. Calculando a probabilidade de diferentes padrões de recombinação na descendência, Mendel verificou que com um grande número de cruzamentos, obtinha de facto os resultados acima descritos.


Flores «bocas-de-lobo» diversificadas/multicolores (muito comuns em Portugal)

A Lei da Segregação de Mendel
A Genética explica todos estes resultados, no que já se referiu sobre a hereditariedade nas plantas. Há a registar que, as plantas com flores, são denominadas Displóides - cada núcleo possui pares de cromossomas homólogos.
As características são determinadas por Genes situados em posições específicas desses cromossomas. Cada Gene pode ocorrer em mais do que uma forma (alelo); algumas das quais podem ser dominantes em relação a outras. cada Núcleo contém assim duas cópias (alelos) de cada gene.

A Composição Genética de um indivíduo é o Genótipo, a sua aparência - o Fenótipo. O Alelo Dominante é representado por uma letra maiúscula  e o alelo não-dominante ou recessivo, por uma letra minúscula. Neste caso, um progenitor lilás de linha pura dominante (AA) foi cruzado com um progenitor branco recessivo (aa). Após a Meiose, cada gâmeta contém apenas um dos Cromossomas Homólogos e portanto, apenas um alelo para essa característica.

Quando os Gâmetas masculinos e femininos se combinam durante a Fertilização, apenas uma combinação é possível - Aa; quando a descendência Aa se auto-fertiliza, são então possíveis mais combinações. Estes resultados, demonstram assim a Lei da Segregação de Mendel - os dois alelos de um dado gene (localizados num par de cromossomas homólogos) separam-se durante a Meiose, de modo que cada gâmeta formado depois da Meiose tem a probabilidade igual  de receber um ou outro alelo, mas não ambos. No caso das Ervilheiras, um gene recessivo representado em duplicado - responsável pelo revestimento da semente - produz revestimentos rugosos; o revestimento é liso quando o Alelo Dominante está presente. Este Gene foi isolado, verificando-se então que o Alelo Recessivo não codifica qualquer proteína, ao passo que o Alelo Dominante codifica uma proteína associada à produção do revestimento liso.
Noutros genes, um Alelo pode codificar uma proteína que bloqueia a actividade da proteína produzida por outro alelo do mesmo gene.


Anemia Falciforme (células dos glóbulos vermelhos que se aglutinam, impedindo a circulação sanguínea).

Anemia Falciforme
A referência da Anemia Falciforme (que se observa nas regiões tropicais onde grassa a Malária), deve-se a um Gene Recessivo que tem de ser recebido de ambos os progenitores para dar origem à doença. Produz então uma forma assaz defeituosa do pigmento que transporta o oxigénio - a hemoglobina.

As Células dos Glóbulos Vermelhos ficam com a forma de uma foice e aglutinam-se, impedindo assim a normal circulação sanguínea, o transporte do oxigénio e as trocas gasosas nos tecidos, o que vai provocar de seguida a danificação dos tecidos e, muitas vezes, a Morte!
O mesmo Alelo proporciona resistência à Malária - induzindo-se nas áreas afectadas, a pessoa portadora desta patologia ou com células falciformes tem mais probabilidades de sobrevivência; este facto explica assim a igual distribuição geográfica.

Cientificamente, tem-se vindo a pesquisar mais dados sobre esta e outras doenças (tais como a doença de Crohn) que, em maior ou menor grau de probabilidade de se estender à descendência em sintomáticos factores genéticos, se tenta travar tal, investigando os genes causadores.

No caso da Doença de Crohn, sendo uma doença inflamatória do trato gastrointestinal (ou patologia de inflamação crónica da parede intestinal), esta reverte-se numa ligeira tendência genética ou hereditária, no que vários cientistas em debate entre si, admitem esta ocorrer entre famílias. Por outros que o contestam, reverberando que as estimativas ou estatísticas médicas em pequena percentagem, lhe não dá créditos de poder ser uma doença hereditária, sendo diagnosticada em muitos casos em jovens adultos sem registos desta doença nos seus progenitores. Daí que, haja mais estudos a elaborarem-se nesse vector de se saber se se trata ou não de uma doença com elevados ou mínimos índices de hereditariedade, ou seja, transmissível de pais (progenitores) para filhos.


Um mundo em flor; a Terra. Haverá outras igualmente belas... (esferas estelares, planetas ou pousos cósmicos de tão igual beleza e propagação?)

As «Flores» científicas
Sabe-se hoje que tudo se pode manipular, alterar, compor ou sequer enjeitar de um modo geneticamente diversificado (tanto na forma como na cor, no caso das flores) e tudo o mais que, em laboratório, se enfatiza. São os sinais dos novos tempos; mas para se chegar aqui, foram necessárias muitas outras descobertas. E, como tal, não se poderia finalizar este texto sem o registar.
Em espécie de pequena homenagem em cronologia anunciada, eis as datas e os feitos:
1 - 1865 - As Descobertas de Mendel: As Leis de Mendel.
2 - 1900 - A Redescoberta dos Princípios da Hereditariedade com base nas Leis de Mendel.
3 - 1902 - Descoberta a Conexão entre Cromossomas e Hereditariedade.
4 - 1944 - Provado Cientificamente que o ADN carrega o Material Genético.
5 - 1953 - A Descoberta de James Watson e Francis Crick do modelo tridimensional da estrutura de uma molécula  de ADN.
6 - 1966 - Prestigiosos Cientistas decifraram o Código Genético.

Que mais se poderá acrescentar a isto? Que o Homem pensa, o Investigador estuda, analisa e conclui e, todos nós, Humanidade, apenas poderemos agradecer tal, ante a divulgação maravilhosa de um bem comum cósmico que, a ser parecido com a Terra, será um jardim de flores.

Flores, Homens e Vontades (ou conhecimentos), em que se geram genes codificados, identificados e manipulados (muitas das vezes), para um fim que não seja obrigatoriamente confuso ou mesmo diletante do que perfaz todo um planeta na sua origem e proveniência, o seja com outros objectivos, mais claros e mais limpos. Mais homogéneos até, ou mais compactos...( nesse objectivo ou nessa finalidade de uma certa miscigenação furtiva) e talvez também planificada em plantação estelar (panspermia cósmica...?), de seres e organismos vivos mas sempre por uma boa causa, seja esta planetária ou interestelar, pois que todos fazemos parte do mesmo grupo de vida que nestas searas planetárias alguém semeou...

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