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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Genética: A Evolução IV (Parentesco/Adaptação)


Canguru - Marsupial da Austrália

As aparências enganam. É comum dizer-se que, por haver certas aparências entre as espécies, estas se conotem num grau de parentesco, o que nem sempre é verdade. A influência da separação ou distanciação dos Continentes, para além das ilhas em insularidade evidente, determinadas espécies reverteram-se endémicas em localizadas regiões do planeta mas, sendo esclarecedora esta biodiversidade tanto de plantas como de animais, que se terá perdido ao longo dos tempos nesta designada Radiação Adaptativa das Espécies?

Se o ser humano tivesse estado reduzido a um «nicho ecológico» (que se denomina evolução convergente) num processo evolutivo semelhante ao destas espécies, poder-se-ia agora afirmar com toda a certeza, qual o rumo que teria em espécie humana do que se conhece hoje do Homem Moderno? Se o Éden (ou Paraíso) de Adão e Eva tivesse sido um circunscrito ou limítrofe laboratório estelar inserido capsularmente na Natureza da Terra (e num longo processo de desenvolvimento estes aí continuassem...) haveria a mesma consistência, morfologia e avanços evolutivos na motricidade, desenvolvimento cognitivo e, neurológico, de toda a sua personalidade e mesmo identidade???

Lobo-da-Tasmânia (espécie extinta) - Marsupial carnívoro (nativo da Austrália e Nova Guiné)

Parentesco/Adaptação
As Aparências podem de facto ser enganadoras! Animais muito parecidos podem ter origens diferentes: as Toupeiras das Américas, Europa e Ásia, que são mamíferos placentários, assemelham-se às Toupeiras da Austrália, que são marsupiais (mamíferos com bolsa). O mesmo se passa com as estruturas corporais.

As Asas dos Insectos são formadas de cutícula fina - e dura - feita de uma substância chamada Quitina e, suportadas por veias reforçadas dessa substância (quitina). Têm uma função e uma forma semelhantes às Asas das Aves, que são membros anteriores modificados de vertebrados - esqueletos ósseos cobertos de penas. Diz-se então que estas estruturas são: Análogas.

Os Animais com estilos de vida semelhantes têm muitas vezes um aspecto semelhante, mesmo que vivam em Continentes diferentes cujos animais evoluíram isoladamente ao longo de milhões de anos.
Os Marsupiais da Austrália constituem um exemplo típico. A Austrália separou-se dos restantes Continentes há cerca de 145 milhões de anos. No resto do Mundo, os mamíferos placentários - a maior parte dos quais evoluiu depois do isolamento da Austrália - são os mais numerosos. Porém, muitos Mamíferos Placentários têm os seus equivalentes nos Marsupiais Australianos.

Para os Coelhos existem os Bandicutes-coelhos; para os Ouriços insectívoros há as Equidnas; para as Hienas...o extinto Lobo-da-Tasmânia. Quando grupos inteiros de animais tiveram Evolução Convergente relacionada com os mesmos nichos ecológicos (funções semelhantes na comunidade e no habitat) em diferentes regiões do mundo, diz-se que houve: Evolução Paralela.


Lémur de Madagáscar (aparentemente zangado...)

Habitats Insulares
 O processo pelo qual os primeiros Marsupiais se diversificaram para ocupar diferentes habitats e desempenhar papéis diferentes, chama-se: Radiação Adaptativa.
Alguns dos melhores exemplos de Radiação Adaptativa encontram-se nas ilhas. As Ilhas formam-se de duas maneiras:ou se separam dos Continentes por movimentos de terras e erosão, ou surgem no meio dos Oceanos e são gradualmente colonizadas por Animais e por Plantas que atravessam o mar!
Em ambos os casos, um número limitado de espécies constitui as populações ancestrais.

Longe da competição com Outras Espécies - mas sujeitas a uma competição crescente por parte da sua própria espécie à medida que os efectivos aumentam - evoluem assim para explorar uma grande variedade de recursos e de habitats. Quanto mais diversos os habitas Insulares, tanto maior... a Radiação Adaptativa!

Em consequência, as Ilhas abrigam muitas vezes um grande número de espécies que não se encontram em mais lado nenhum. São as chamadas Espécies Endémicas.
Na Ilha de Madagáscar - a maior ilha de África - (por exemplo), 90% das espécies animais, incluindo a totalidade dos 30 Lémures, e 80% das 10.000 espécies de Plantas são endémicas.


Verdilhões (diversificação e adaptação ao seu habitat)

Verdilhões - a sua evolução e diversidade
O naturalista inglês, Charles Darwin (1809-1882) ficou particularmente impressionado com a variedade de Verdilhões das ilhas dos Galápagos, situadas a mil quilómetros da costa Sul-Americana.
Ficou impressionado tanto com as suas diferenças como com as suas semelhanças. Os Verdilhões eram semelhantes aos do Continente Sul-Americano, mas Darwin verificou então que os das ilhas Galápagos tinham adoptado dietas diferentes da dieta típica à base das sementes.
Ilhas Diferentes abrigavam espécies diferentes de Verdilhões e, muitas dessas espécies, estavam confinadas a uma única ilha ou a um grupo de ilhas - tinham evoluído então no isolamento dessas ilhas!

Darwin concluiu assim que todos eles descendiam de um pequeno número de Verdilhões Colonizadores provenientes do...Continente! E isto, muito provavelmente, pertencentes a uma só espécie. Tinham evoluído para ocupar nichos ecológicos que, no Continente,  estariam preenchidos por outras espécies de Aves.
Existem na ilha de Galápagos oito espécies de Verdilhões, ilustrando dessa forma como uma espécie pode dar origem a várias. Dentro destas espécies existem os que são Frugívoros, os Insectívoros e os Granívoros. Ao especializarem-se, os Verdilhões colonizaram novas áreas da ilha, expandindo assim a sua base alimentar; podendo inclusive coexistir diferentes espécies sem que houvesse competição entre si. Mesmo nas Espécies Modernas de Verdilhões, as dimensões médias dos seus bicos variam.


Urso-formigueiro (América Central e Sul)

Biodiversidade Global
A situação anterior referida, registar-se-ia também semelhante nos lagos do Vale do Rift da África Oriental em ocorrência secular de uma evolução contínua.
Em menos de um milhão de anos, mais de 500 espécies de Peixes Ciclídeos surgiram nesses lagos. A sua aparência é muito semelhante, mas apresentam grande variedade de hábitos alimentares, a par de adaptações adequadas  do corpo e da boca. Também evidenciam diversidade na Reprodução, incluindo monogamia e poligamia, além de cuidados com os filhos - maternos, paternos ou conjuntos - e incubação na boca.

A Radiação Adaptativa surge igualmente em regiões isoladas de habitats semelhantes. Como exemplos temos montanhas separadas por planícies  tropicais ou planícies separadas por montanhas.
Os Oásis da região do Mar Morto - em Israel e na Jordânia - (por exemplo), abrigam muitas espécies tropicais, remanescentes da antiga fauna e flora africanas isoladas pelo avanço do deserto.

Durante períodos de clima mais quente, as Montanhas servem de refúgio para as espécies que gostam de frio. À medida que o clima se vai tornando mais quente, disseminam-se então pelas vertentes das montanhas, as espécies que preferem o calor.
As Espécies amantes do frio - ou as que melhor o toleram (ao frio gélido) - podem também evoluir para formas mais tolerantes ao calor. Outras áreas de elevada diversidade formaram-se ao longo de rotas migratórias. É assim importante identificar e, conservar esses «hot spots» (região biogeográfica/reserva de biodiversidade) porque, a sua perda, teria inevitavelmente um grande impacte na Biodiversidade Global - talvez maior do que se pensa!


Pangolim com cria (Indonésia) - espécie existente em África e Ásia (mas quase extinta...)

Evolução Convergente
As características dos Ursos-formigueiros - focinhos pontiagudos, pele rija, línguas longas e pegajosas e garras afiadas - são partilhadas por várias espécies em todo o mundo. descendentes de ancestrais diferentes. Mas a verdadeira espécie de Ursos-formigueiros (na anterior imagem do texto) só existe na América Central e do Sul, ao passo que as Equidnas só se encontram na Austrália e na Nova Zelândia.

Os Porcos-formigueiros são exclusivos da África e os Pangolins (na imagem acima referida) da África e da Ásia. Todos eles são mamíferos, mas os Ursos-formigueiros e os Pangolins dão à luz os seus filhotes enquanto as Equidnas põem ovos. As mesmas características evoluíram  nestes Animais nos mesmos nichos ecológicos - um fenómeno a que se dá o nome de: Evolução Convergente.


Região do Cabo - África do Sul (o Éden perdido...?)

Um «Laboratório» na Terra
A região do Cabo, na África do Sul, constitui um excelente «hot spot» de diversidade - abrigando uma considerável variedade de espécies!
Há muitas espécies de Proteias em flor. Entre outras. Os numerosos planaltos (as mesetas) criam ambientes isolados nos quais Novas Espécies evoluem. Serviram também de refúgio em períodos de mudança climática. De lá, as espécies puderam assim migrar de regresso às planícies - quando as condições se tornaram então mais favoráveis e, cruzando-se com as espécies já presentes, aumentaram a variação das mesmas. As Proteias também se encontram na Austrália, tendo evoluído numa época em que a Austrália e a África formavam um Continente Gigante!

As Teorias do Estudo da Evolução
Cientistas suecos e alemães têm defendido a teoria da «Eva Negra», reforçando a tese de que teria sido efectivamente em África que «eclodiu» o primeiro ser humano (mulher) numa existência da espécie humana.
Um estudo publicado há já uma década na revista «Nature» reforça essa teoria na hipótese da origem única do Homem Moderno ter eclodido e se expandido em África - Continente que este terá abandonado há cerca de 100 mil anos.

A Teoria designada «Out of África» ou «Teoria da Eva Negra» foi fundamentada em estudos do património genético transmitido apenas pela mãe. A «Eva Negra» representa então uma figura abstracta que por sua vez representará um grupo de homens que está na base de todas as populações humanas actuais. Este estudo, iniciado pelo investigador Allan Wilson, da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), assim como toda uma sua agregada equipa de iguais pesquisadores, realizando o primeiro estudo de uma parte do património genético humano, viriam a dar consistência a esta mesma teoria na origem africana do ser humano.


A suposta Eva Mitocondrial

ADN Mitocondrial de «Eva»
Como já se aludiu, desde há já algumas décadas (precisamente desde 1987) que Allan Wilson (já falecido entretanto) veio mostrar ao mundo a sua teoria em defesa desta Eva Mitocondrial, no que em elaborada investigação originou esta temática.
A partir desta data, os Cientistas foram procurando entender em maior pormenor e busca científicas o padrão genético - ou parte desse património genético - sobre a mesma figura ancestral feminina. Analisaram então as Mutações sofridas (ou surgidas ao longo do tempo) no material genético (ADN), contido nas células dentro de estruturas que dão pelo nome de: Mitocôndrias - as denominadas «baterias» da célula, por converterem os nutrientes em energia usada pela célula.

Embora a grande molécula de ADN - aquela que contém a quase totalidade dos nossos genes se encontre no núcleo das células - as Mitocôndrias também têm um pequeno conjunto de genes. E, como as Mitocôndrias são transmitidas de mãe para filho (porque estão dentro do óvulo), o ADN permite assim traçar um percurso matrilinear, podendo funcionar então como relógio molecular capaz de andar para trás no tempo - observação de quando se analisam as suas Mutações Genéticas.
O Estudo da Evolução de ADN Mitocondrial - ao longo de gerações - permitiu desta forma a Allan Wilson identificar uma hipotética Mãe Universal, oriunda do Continente Africano. Terá inclusive afirmado na época que, esta provavelmente terá pertencido a uma população africana de há 100 mil a 200 mil anos...

Por conclusão mais recente de cientistas suecos da Universidade de Upssala e alemães do Instituto Max Plack para a Evolução Humana, em Leipzig e, confirmado em divulgação na revista «Nature», a convicção foi a de que o Homo sapiens sapiens é oriundo da África Oriental Subsariana.
Outros resultados e outras teorias, apontam ainda para uma maior controvérsia em que se regista a conotação de que o Homem Moderno terá saído de África há 52 mil anos - ou há 100 mil anos, segundo ainda outros investigadores - disseminando-se posteriormente por todo o planeta.
Em total oposição e posição contrária, existe ainda quem defenda a teoria Multi-regional para o aparecimento do Homem na Europa, Ásia e África a partir do Homo erectus.

Consensual ou talvez não, existe muito para além da análise científica e histórica de todos estes elementos, a certeza contemporânea de uma evolução constante em tempos ancestrais sobre o Homem - registada (ou não), sobre a teoria criacionista ou evolucionista, por outras de índole e estruturação estelares. Seja como for, há a quase certeza de que, por via de uma engenharia genética altamente tecnológica ou outras que eventualmente até desconheçamos ainda, o Homem sofreu ao longo dos séculos, uma mutação impressionante em transformação visível do que o compõe hoje como Homem Moderno.

Sendo uma espécie que não está em vias de extinção (ainda...) o Homem será talvez e antes de mais, a mais perfeita obra de uma evolução e variante que ainda tem muito para dar e, desvendar; oxalá o mereçamos e oxalá tal nos permitam («eles», que lá do cimo das estrelas nos observam e concedem o benefício da dúvida e de toda esta teorização incessante de se saber mais...)
A Humanidade evolui na proporção do que lhe é exigido; mas sê-lo-à permanentemente? Talvez nem queiramos saber a resposta, se esse processo evolutivo nos for interrompido, em nós e por nós, humanos - se acaso tivermos obrigatoriamente de sofrer uma renovada adaptação planetária - assim como por todas as espécies envolvidas no nosso seio planetário, berço-Mãe de todos nós; por enquanto...

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