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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A Ecologia XI (Produtores Primários)


Amazónia: o pulmão vegetal da Terra.                            - América do Sul -

As plantas terrestres cobrindo menos de um quarto do planeta mas sendo directamente responsáveis pela fixação de 50% do total da luz solar captada na Terra pelas plantas, representando 97% da biomassa da Terra (a massa total da vida orgânica), são o exemplo perfeito de toda a sustentabilidade planetária - insubstituível e necessária - à vida na Terra. Sendo a realidade da fotossíntese a insubstituível certeza dessa contribuição crucial para o planeta, estará o Homem na posição de a subestimar, se acaso, de um momento para o outro, toda a vida vegetal se erradicasse da Terra...?

Havendo a percepção generalizada de que mesmo em ambientes hostis esta sequência fotossintética se tem de manter (ainda que por meios artificiais), poderá o ser humano criar outros meios ambientes, outros sustentáculos habitacionais (dentro ou fora da Terra) em reprodução hermética se, porventura, eclodir alguma catástrofe planetária...? Estará o Homem preparado para tal?

Sabendo-se da rasante desflorestação da Amazónia (entre outros locais do globo) que ocorrem na Terra por mão do Homem - e outros por origem de uma indómita Natureza que tudo devasta como que em represália do que este lhe faz ou insurge em si - haverá a plena consciência de que, nos próximos séculos, o planeta nos poderá ser uma imensa cratera careca, estéril e infértil então, por tamanha e avassaladora contingência humana que tudo arrasou, que tudo secou, em ignóbil e leviana condição de térmita usurária que da Terra fez não o seu berço mas a sua campa, a sua maldição...?!

Terá ainda tempo, o Homem, para de tal se redimir, para voltar atrás... para, no fundo, se sensibilizar, responsabilizar e, assumir, do mal que fez na Terra? Terá o perdão desta? Haverá algum possível acto seu de contrição para tal absolver? Ou, já não haverá tempo para tal expiar, para tal se penitenciar em efectiva punição planetária nos tempos que se avizinham...?
Poderá haver esperança ainda, ou continuar-se-à a matar a Terra como até aqui? A nada se fazer... penso que a resposta é óbvia; lamentavelmente!


Laminária digitata (vulgo limos ou algas castanhas do meio ambiente aquático - mar)

Produtores Primários
A Transformação da Energia Solar só é possível devido a um pigmento verde chamado: Clorofila. Aos organismos que contêm clorofila dá-se geralmente o nome de: Plantas - embora também a possuam as Cianobactérias (algas azuis e verdes) e algas como os limos, a par dos musgos, coníferas e plantas com flores, que constituem as verdadeiras espécies.

Todos estes organismos são Autotróficos, o que significa que se alimentam a si próprios. De todas as formas de vida na Terra são os únicos capazes de captar a luz solar e usá-la na produção de alimento, pelo conhecido há muito, processo da Fotossíntese.
Ao ritmo de produção orgânica por meio da Fotossíntese dá-se o nome de «Produção Primária» e as plantas - a par das cianobactérias e das algas - são produtores primários.

Num Ecossistema Marinho, os produtores primários mais importantes de relevo são algas unicelulares, chamadas «Fitoplâncton», que flutuam próximo da superfície das águas. Em terra, são por conseguinte as maiores plantas com flores como as Árvores e as ervas que dão assim a maior contribuição para a Produção Orgânica! Sabe-se então que, as Plantas Terrestres, cobrem menos de um quarto do planeta, sendo todavia responsáveis pela fixação de 50% do total da luz solar captada na Terra pelas plantas, representando deste singelo modo 97% da biomassa da Terra, amassa total da vida orgânica.

Se tivermos disto consciência, talvez passemos a encarar a possibilidade de, num futuro próximo, em vez de arrasarmos com o planeta em vegetabilidade orgânica (como até aqui) o façamos em reflorestação e vivência ambiental muito melhores para o Homem, nessa sua sustentabilidade sobre as futuras gerações. Ou tudo se perderá em consequências inevitáveis de uma planeta desértico e, estéril, à semelhança de outros; exauridos e sem vida.


Amiloplasto em células de batata

O Amido
O Amido é constituído por muitas unidades de glucose unidas, formando uma cadeia e armazenando uma grande quantidade num pequeno espaço. As cadeias perfazem grãos, que se encontram em tecidos especializados das raízes e sementes.
O Amido é armazenado no tubérculo da batata, sendo usado para accionar um novo crescimento na Primavera. Nas sementes (como nas ervilhas ou nos feijões), só é utilizado nas primeiras semanas após a germinação. A dimensão dos grãos de Amido da Batata têm, não raras vezes, 50 micrómetros de espessura.

Contribuição Crucial da Fotossíntese
A Maioria das Plantas é Verde porque, a sua clorofila, absorve os comprimentos de onda da luz vermelha e azul e, reflecte assim os comprimentos de onda da luz verde.
A luz absorvida é então usada na Fotossíntese, durante a qual o dióxido de carbono e a água se combinam entre si para produzir oxigénio e hidratos de carbono (açúcares).

Os Hidratos de Carbono podem ser armazenados até se tornarem necessários. A respiração, o processo bioquímico de decomposição das substâncias orgânicas para libertar energia, pode consumir até metade da Energia Química armazenada por uma planta.

A energia usada na respiração não pode ser reciclada, desaparecendo então na Atmosfera. A metade restante é usada para o crescimento e fica à disposição dos Animais comem a Planta. A Fotossíntese dá assim uma contribuição crucial para o planeta: um dos seus subprodutos é o Oxigénio, que os animais respiram! Os primeiros organismos que efectuavam a Fotossíntese, que surgiram há cerca de 2000 milhões de anos, permitiram que a Atmosfera da Terra se tornasse adequada à vida que existe actualmente. Tudo começou por aí...


Laminária Hyperborea

Ainda em relação às Algas Castanhas e Vermelhas (algas marinhas como a Laminária) regista-se que só os comprimentos de onda azuis da luz visível conseguem penetrar nas águas profundas. Para captar essa luz, algumas algas marinhas possuem pigmentos castanhos e vermelhos para além da Clorofila Verde necessária à Fotossíntese.

Os Pigmentos Vermelhos e Castanhos mascaram a clorofila e dão às algas as suas cores características. As Algas Marinhas Castanhas - como a Laminária - encontram-se nas camadas superiores de água, podendo absorver os comprimentos de onda azul-esverdeados de luz. As algas das águas profundas possuem pigmentos vermelhos que captam apenas os comprimentos de onda azuis da luz que se encontra a profundidades maiores.


Cultura de Feijoeiro (feijão verde)

Energia na forma de Amido...
As Plantas estão adaptadas para facilitar a captura da energia luminosa necessária à Fotossíntese. As folhas são normalmente muito finas, de modo que o dióxido de carbono absorvido da Atmosfera não tem de efectuar grandes percursos até chegar às células fotossintéticas.

Uma grande superfície contribui para interceptar muita luz. Algumas folhas podem alterar a sua posição para seguirem o Sol à medida que este se desloca no Céu; algo que também se pode constatar a nível doméstico em plantas que se possua em casa, observando-se a direcção que as plantas ocupam viradas ao Sol. As folhas estão geralmente posicionadas de modo que não se cubram umas às outras, permitindo assim que cada folha funcione de forma tão eficiente quanto possível.

As Plantas com Flores conservam, muitas vezes, energia na forma de Amido (um hidrato de carbono) em órgãos como tubérculos e bolbos. O Amido dispõe-se em estruturas chamadas «Grãos de Amido» que  se encontram em células de armazenagem especializadas, como já se referiu. A energia química acumulada é guardada então para ser utilizada quando a planta não consegue efectuar a Fotossíntese.

Tal pode acontecer na Primavera, quando a planta retoma o crescimento. Os níveis de luz costumam ser baixos nesta época do ano, sendo que a Fotossíntese por si só não é o suficiente para permitir o crescimento máximo. Muitas sementes, em particular as dos cereais, possuem Amido. Este é então utilizado pela semente nas primeiras fases do crescimento para produzir rebentos e, raízes, para assim alimentar a respiração até se formarem as folhas capazes de efectuar a Fotossíntese.


Luz Artificial na Horticultura ou Floricultura: um avanço tecnológico inquestionável!

Eficiência Máxima: a luz artificial!
A compreensão da Fotossíntese pode ser empregue de várias formas, sendo que, nestes últimos tempos se tem vindo a propagar e a desenvolver, segundo os parâmetros do crescimento de culturas de estufa. Por exemplo, os horticultores, floricultores (entre outros nestas áreas), podem utilizar esta revolucionária luz artificial para aumentar então o período e o comprimento de onda da luz, maximizando assim a Fotossíntese!

A Taxa de Fotossíntese também pode ser limitada pela quantidade de dióxido de carbono disponível. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera de uma estufa pode ser aumentada consoante as directrizes a que se propõem determinadas culturas. Ou seja, está em fase de grande repercussão e mesmo concentração, estas medidas através da eficiente luz artificial que substitui a solar.

Na aprendizagem escolar é comum ver-se o feijoeiro soltar-se em crescimento e, vida, sobre o nosso olhar algo incrédulo do que aí se exorta de um simples feijão em desenvoltura normal.
Sabe-se que, as sementes de uma planta, contêm um embrião e uma reserva de alimento protegidos por uma camada exterior rija. Permanecem então adormecidas até as condições serem favoráveis ao seu crescimento. O ciclo de vida de um simples feijoeiro começa com a libertação da semente duma vagem madura da planta-mãe. A água é absorvida então através da casca, que se expande e fende. A Radícula (raiz jovem) emerge e enraíza. Nesta fase, a semente depende de uma reserva de alimento localizada nos cotilédones - folhas embriónicas que incham ao princípio mas, encolhem e murcham à medida que a planta cresce.


Imagem extraída do filme norte-americano da Disney-Pixar, Wall-e.

Que futuro na Terra sem Fotossíntese?
A cada dia que passa, mais há a consciência exacta de se manter o planeta reflorestado e em permanência vegetal sem radicalismos abjectos de se estar a criar uma Terra-mãe infértil e supostamente a nível futuro sem grandes hipóteses de sobrevivência.
Os dislates ambientais que se têm feito e, orquestrado por mão humana na Amazónia (entre outras partes do globo em que se acentua esse desequilíbrio ambiental) têm suscitado no ser humano a crença de que, a não haver um retorno ou uma medida mais drástica de florestação e planeamento ambiental em ecossistemas repostos, a Humanidade perecerá. Disso não há dúvida!

O argumento mecanicista e por certo muito ternurento e nada telúrico que Wall-e nos expõe, leva-nos a pensar também muito seriamente nestas questões do entulho e lixo urbano humano que estamos a concretizar numa imensa cratera tóxica de proporções incomensuráveis!
Além de ser um filme mágico (como o são todos ou quase todos os realizados pela Disney e seus associados) este Wall-e transpõe-nos para a sublime condição de seres humanos não íntegros e quase acéfalos em mobilidades nulas e atitudes idênticas em face à Terra; ou, àquele outrora belo e límpido planeta de seus antecessores comuns mas, de destinos avessos aos que de início se estipularam pelos seus pares ancestrais. Não só em adiposidade mas, sobretudo, em criatividade ou premência de outras actividades que não fossem as de multimédia ou esquemas robotizados impressionantes.

Sendo apenas um filme, não é um simples filme: revela-nos acima de tudo, as nossas fragilidades humanas e o nosso ignominioso comportamento em relação ao lixo urbano e todo este em geral que o Homem faz e, reproduz, sem estigmas ou indulgência algumas sobre si e sobre o seu planeta Terra.


Amazónia - a oeste de Manaus (Brasil)

A bela e fulgurante Amazónia
A Amazónia é caracterizada como sendo um extenso território vegetal, latifoliada; ou seja, prenhe de uma vegetação de folhas largas e grandes que se produz predominante na floresta equatorial de climas quentes e húmidos.
A tão falada (e nem sempre pelas melhores razões!) Amazónia verde - o tal chamado pulmão da Terra - que cobre a maior parte da Bacia Amazónica da América do Sul, compõe-se de uma região assaz abrangente que cobre por sua vez 9 nações entre si.

A Bacia Amazónica abrange assim 7 milhões de quilómetros quadrados em toda a sua intensa área, dos quais 5 milhões e meio de quilómetros quadrados são cobertos pela Floresta Tropical. Como já se referiu, esta portentosa região verde inclui em si nove países ou nações afectas à Amazónia mas, na sua grande parte, a área coberta das florestas está sitiada no Brasil com uma dimensão de 60% de território vegetal. No Peru, 13%. Nos restantes países a percentagem é menor, no que entre si partilham esta região ou zona amazónica dividida pela Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

A Amazónia representando mais de metade das florestas tropicais remanescentes no planeta, compreende também a maior biodiversidade de uma floresta tropical na Terra. Sendo um dos seis grandes Biomas Brasileiros, atinge esta nação em três das cinco divisões regionais do país a Norte, Nordeste e Centro-Oeste, no que se revela como o maior bioma terrestre do país e que urge preservar e, sobretudo, não prejudicar mais com essa intensificada desflorestação incessante.
A Bacia Hidrográfica que empreende em si, possui uma área de seis milhões de hectares, incluindo o Parque Nacional de Jaú, que foi na primeira década do século XXI considerado Património Mundial da Humanidade. Brindemos a isso!

Nada mais a acrescentar, só me resta apelar à boa vontade de todos os que me lêem - e escutam - para que se faça um mundo melhor em estafado cliché (eu sei!) mas, de intencionalidade boa e escorreita de se fazer ou reconstruir um melhor e mais verde planeta Terra.
Se houver vontade, consciência e absoluta certeza da finalidade a que nos propomos (em particular no que se relaciona com as futuras gerações), talvez o nosso maravilhoso ponto azul cósmico - o terceiro a contar do Sol - seja de facto um dos mais belos, puros e amistosos na habitabilidade e existência de vida. Só temos de arrepiar caminho para tal cumprirmos. Por que não começar já...?

Sejam então sempre bem-vindos os que, em prol e bem-estar da Humanidade assim pensam e executam, pois que o mundo, o nosso mundo, está em vias de se descuidar de nós também se não cuidarmos dele como é devido. O verde faz-nos falta, aliado ao vermelho do nosso sangue, das nossas artérias e do que nos faz viver em respiração fluída. Como o azul dos mares e oceanos ou o arco-íris dos céus sobre a Terra em auroras boreais esfuziantes que nos abrilhantam as calotas polares. E tudo é belo se o merecermos, se o invectivarmos em nós como a mais requisitada ou preciosa jóia que devemos manter além os tempos. Devemos-lhe isso: à Terra! E ela sabe disso... essa Gaia solta e bela que nos sustém e advém além o seu mundo de outros mundos...

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