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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A População Terrestre III (Controlo Populacional)


Veados na Floresta (Norte e Centro da Europa).

Sabendo-se que muitos ecossistemas maiores são afectados pela actividade humana - imensurável e censurável - sobre as espécies, há a certeza de que os controlos naturais já não são suficientes para manter algumas dessas populações nos limites da capacidade de sustentação do seu ambiente. Além o factor climático, adverso ou alterado (subjacente a extremas temperaturas) que vai fazendo diminuir o número populacional das mesmas, que medidas então se terão de tomar para tal minimizar?

Todavia, seleccionando ou havendo um maior controlo em anotação, vigilância, monitorização e identificação das espécies (também por intervenção humana em maio rigor e reconhecimento desse controlo) poderá o Homem fazer subsistir essas outras espécies que entretanto se foram eliminando da Terra? Quem lho incutiu, imbuiu de tal, invectivou para que o fizesse...?

Havendo escassos sobreviventes de espécies que se estima serem prejudiciais para o bem-estar social ou genético da comunidade, o Homem vai fazendo de Deus, eliminando-as substancialmente; terá o ele (o Homem) a supremacia ou advogado direito próprio de erradicá-las do planeta sem que para isso tenha sido autenticado, responsabilizado ou sequer notificado universalmente...? E com que fim o faz, podendo inclusive voltar-se contra si mesmo essa aferição de extermínio e, cessação das espécies, numa acefalia total sobre o poder existencial planetário que todas elas aqui comungam, oriundas de um mesmo espaço, oriundas de um mesmo sentido de vida...?!


Árvores seculares de grande dimensão. Esta, a denominada «Bristlecone Pine» - a árvore mais velha do planeta! Em Patriarch Grove encontra-se a «Patriarca» com 11,2 metros de circunferência mas com apenas 1500 anos de idade. A média de idade destas árvores é de 3500 anos! Algumas são espécies endémicas na ilha de Madagáscar, na Ásia; os gigantes «Baobás ou Baobab» (o Baobab é a árvore nacional de Madagáscar e o emblema nacional do Senegal)), onde existem 8 variantes dessa espécie.

As mais briosas sobreviventes: As Árvores!
No Parque Nacional das Sequoias da Califórnia, nos EUA, existe uma Sequoia gigante (Sequoiadendron Giganteum) a quem foi dada o nome de General Sherman em honra e homenagem do oficial norte-americano de grande brio (e vitória sobre a outra facção) aquando a Guerra da Secessão. Esta árvore possui 84 metros de altura com a bonita e provecta idade de 2700 anos!

No Oeste dos Estados Unidos da América, mais exactamente no alto das «White Mountains» (Montanhas Brancas), na Califórnia, encontram-se as árvores mais antigas do mudo, ou seja, de existência planetária (os Pinus longaeva) que raramente ultrapassam os 15 metros de altura. São heróicas árvores que, há aproximadamente 5000 anos e, a 3000 metros de altitude, têm conseguido sobreviver às mais acirradas intempéries de ventos ciclónicos, elevada precipitação (muita chuva) e temperaturas que rondam os -30ºC (30 graus negativos). O seu desenvolvimento dá-se somente em 45 dias por ano, crescendo 2,5 centímetros a cada 100 anos. Estas árvores exibem-se hoje no parque de «Inyo National Forest», mais precisamente em Bristlecone Pine Forest, nos EUA.

Por testes de Carbono 14 provando a sua datação (processo actual de modernos testes de dendrocronologia) vieram comprovar a longa idade destas fantásticas sobreviventes que roçavam a média de 3500 anos. A mais velha de todas - a Pinus longaeva - que o irresponsável e inominável gesto de Donald Currey (nos anos 60) se aventou a concretizar, cortando-a. Tendo sido autorizado para o efeito, ficou conhecido até hoje como o mais vil e intraduzível acto de que há memória, no mundo da botânica. Mais do que um atentado ambiental, foi o total desrespeito pela existência histórica de um ser vivo que no planeta sobreviveu a tudo, menos à ignorância ou ignomínia de um jovem inconsequente, só comparável ao que hoje se faz pelo Iraque e pela Síria em derrube dos monumentos ancestrais pelo Daesh. Apesar de que, tratando-se de uma árvore e  neste específico caso de D. Currey, num ser ancestral vivo, a perturbação ser ainda maior.


Arrancar, usurpar e matar: algo que o Homem continua a invectivar na Terra como se sua fosse a prioridade e a legitimidade para tal fazer...

Prometeu - A Árvore Mártir
«Prometeu» de seu nome, foi a primeira de muitas outras vítimas (supostamente) pelo que por todos os Estados Norte-Americanos houve de desflorestação e arranque abominável de árvores com circunferências ou diâmetros enormes. Um atentado que ainda hoje envergonha tudo e todos, sem que haja contenção pelo que se faz igualmente por toda a área florestal e vegetal, na Amazónia, na América do Sul e Central do continente americano.

Donald Curry matou a árvore mais antiga do mundo, no pico Wheeler. Tinha 4950 anos de idade. Sucumbiu a toda a estupidez do Homem e, neste caso, do homem em si que foi esta personagem caricata e que, talvez, ainda hoje vivo ou morto lhe pesará tão cruel ou impensado acto impune.
Prometeu, tinha nascido e crescido ainda antes da construção - ou edificação - das Pirâmides do Egipto! Quem se atreveu a decepar a obra de um deus desconhecido...???


Árvore milenar - Manaus - Brasil

Controlo Populacional
Insurgindo-nos agora sobre o tema do Controlo Populacional das Espécies, há a referir que a dimensão ideal de uma população que está próxima da capacidade de sustentação de um ambiente, também se não deixa intimidar por tal, onde poucas populações permanecem estáticas durante muito tempo. Se uma população aumentar ultrapassando a capacidade de sustentação e se tornar demasiado numerosa para o sistema que a suporta, vários factores ambientais actuam, controlando a sua dimensão.

Alguns deles são puramente físicos, outros estão relacionados com outras espécies e outros ainda são intrínsecos da própria espécie. Entre os factores físicos, a disponibilidade de luz é crucial para as plantas; uma planta recém-nascida é incapaz de crescer sobre uma densa copa de folhas pertencente a uma árvore na maturidade. Todavia a morte de uma árvore abre sempre uma clareira no dossel florestal, permitindo assim que que cresça entretanto uma planta que a substitui; algo que a Natureza nos oferece em restituição e renovação de algo superior.

A falta de oxigénio pode, do mesmo modo, restringir a dimensão de uma população, especialmente de pequenas massas de água, como as Lagoas e os tanques de Peixes; a carência de oxigénio provocada pela superlotação pode eventualmente fazer com que os indivíduos mais fracos sufoquem.
As Mudanças Climáticas, quer sejam drásticas e súbitas quer mais graduais, também afectam a dimensão e a composição duma população.


Ratazanas: eliminar ou recriar uma nova funcionalidade de préstimos ao Homem...? Ou fazer sobreviver a espécie num ecossistema equilibrado sem ter de erradicá-la do globo?!

Sustentação Ambiental
A disponibilidade de alimentos e a competição para conseguir o alimento existente constituem factores que se relacionam com as restantes espécies de um ambiente.
Alimentos limitados provocam a competição entre indivíduos e os espécimes mais fracos acabam por morrer de fome.

Quando uma Espécie excede a capacidade de sustentação do seu ambiente, pode dar-se então uma sequencial emigração em busca de novos recursos - os Lemingues constituem um bom exemplo disso mesmo ou dessa comportamental vicissitude que os leva, em grupo, a procurar alimento noutras paragens. Alternativamente, pode verificar-se uma ruptura ou um declínio catastrófico dos efectivos duma população ou factores intrínsecos dessa população podem limitar automaticamente o seu crescimento.

Assim, por exemplo, as doenças disseminam-se mais rapidamente numa população grande - e muito compacta - do que numa população pequena e pouco densa: numa seara de trigo plantado muito junto, as doenças fúngicas, como a Ferrugem e o Míldio, propagam-se mais depressa. Em muitas populações, a densidade exagerada e outros factores contribuem para o stress dos animais e a taxa de natalidade cai naturalmente. Por exemplo, as Ratazanas não procriam em condições superlotadas. Nesse caso, os Processos Biológicos que controlam a sua Fertilidade são temporariamente suspensos.

Só por curiosidade há a acrescentar de que, no Sul do Sudão (África Central), se está a utilizar uma variedade especial de Ratazanas Africanas («Pouched Rats») na investidura territorial de descobrir minas anti-pessoais (processo de desminagem) colocadas na região durante a guerra civil que durou 21 anos e terminou em 2005 com a assinatura do Acordo Global de Paz.


As Ratazanas Salvadoras! África conta com elas na desminagem local (Sudão, mas também em Angola, Moçambique ou Guiné, países afectos à língua portuguesa que, devido à remanescente Guerra Colonial e subsequentes guerras civis, tiveram de lidar com as minas terrestres aí deixadas).

As Prestáveis (agora!) Pouched Rats!
As Ratazanas que possuem um olfacto muito apurado, estão a ser actualmente sujeitas a treino intensivo, na Tanzânia (como se de forças especiais de luta e combate se tratasse).
Há que sublevar neste registo algo insólito mas perfeitamente verídico, resultante dos esforços que se têm feito na erradicação de minas anti-pessoais, do que estes animais podem ser - ou assim são capacitados - numa mais-valia na contribuição de desminagem das terras, uma vez que se sabe esta espécie de roedores poder desminar assim 200 metros quadrados de área em 20 minutos, enquanto um especialista humano necessitaria de dois dias para tal. Ou, na melhor das hipóteses, 25 horas de permanência no terreno.

Sam Apilige - Presidente da Organização do Sul do Sudão contra as Minas - invocou deste modo, o que se tem elaborado neste sector altamente complexo (há a recordar da elevada perigosidade neste processo de desminagem por parte dos efectivos humanos), no que as ratazanas podem efectivamente vir a ser um préstimo sem precedentes.

Há a registar que nenhuma destas Ratazanas Gigantes excede os 1,5 quilos, no que só um corpo de 5 quilos levaria à morte de alguma delas, não havendo esse perigo então. Até ao momento nenhuma morte foi registada, no que se tenta proteger estes animais até com protector solar para as orelhas (para que não sofram de cancro) e, em fim de vida, cumprida a missão, são deixadas em liberdade para gozar a sua reforma ou aposentadoria animal pelo que tão bem prestaram em serviço e, dever, salvando vidas humanas em igual empenho.

Recorde-se-se também de que, o Uso de Ratazanas neste processo de utilização na desminagem dos terrenos, foi indiciado e, desenvolvido, pela Bélgica - país fundador da Comunidade Europeia, através de uma Companhia chamada «Apopo» (organização não-governamental belga, que treina estes animais desde 1997), sendo posteriormente testado com bastante êxito em Moçambique, no que foi procedido também em Angola e na Guiné.

Estaremos perante as novas forças especiais de «Ratazanas ao Poder...»? Talvez seja bom considerar que, o que no passado nos foi repúdio, nojo e rejeição total, seja hoje o objectivo cimeiro na luta contra estas armas secretas escondidas e, obscurantistas sob o terreno, que só as nossas «amigas» ratazanas conseguem desvendar.


Chapim-Real (Parus-major)

Factores Limitadores da Sobrevivência
A maior parte deste factores já referidos tende a favorecer a sobrevivência dos Espécimes Mais Fortes de uma População, o que, todavia, pode também dar origem a desvios dos «gene pools» (reservatórios genéticos) no sentido de Novas Adaptações.

Quando uma doença virulenta atinge uma População, afecta principalmente os Jovens, os Velhos e os mais fracos, ou seja, aquela população que está mais débil ou em risco devido à sua vulnerabilidade ou resistência ao vírus; mas, se parte da população possuir uma Adaptação Genética que a torne imune a essa doença, os seus membros prosperam, passando os seus genes à geração seguinte.

Quando Factores Limitados, como por exemplo, a quantidade de alimentos disponíveis, dependem da Dimensão da População, maior é o efeito limitador. No entanto, nem todos os factores funcionam deste modo. As Alterações Climáticas e os fogos naturais - ou incêndios provocados por mão humana - são exemplos de factores que não dependem da dimensão da população: uma série de nevões num Inverno rigoroso pode igualmente matar Plantas e Animais independentemente da densidade da população de que fazem parte. estes são exemplos de factores independentes da densidade.

As Pequenas Aves são afectadas por muitos factores, como a quantidade de alimento disponível e o tempo que faz, ou seja, o ambiente climático que se observe.
Um Capim Real que nidifique e crie os seus jovens no começo da estação, tem assim uma maior probabilidade de ser bem sucedido com as crias que entretanto protege e tenta encaminhar em independente voo. Com a estação mais avançada, a diminuição do alimento e o tempo mais frio podem conduzir a um menor êxito dessa sua descendência. Para sobreviver a um Inverno rigoroso, as aves têm de procurar novas fontes de alimento.


Reconhecer a senciência dos animais é, hoje, a mais premente insinuação do Homem sobre estes ou tudo se perderá para sempre...

Factores Dependentes e Independentes
Por vezes, tanto os factores dependentes da densidade como os independentes da densidade actuam em conjunto no controlo de uma população.
A população da Broca-do-azevinho de qualquer planta individual, por exemplo, é regulada por uma vespa parasita predatória, cujos efectivos - por seu turno - depenem da densidade de larvas de moscas. No entanto a Larva da Broca-do-azevinho tem outros predadores: aves como os Chapins alimentam-se também dela.

Os Chapins actuam como factor independente da densidade na população de Brocas; no decurso de um Inverno muito frio, pode comer uma grande percentagem de larvas presentes numa árvore, cuja população pode, por vezes, extinguir-se.
Com tantos Ecossistemas maiores afectados de algum modo pela actividade humana, os Controlos Naturais já nem sempre são suficientes para manter algumas populações nos limites da capacidade de sustentação do seu ambiente. Torna-se então necessária a intervenção humana, através (por exemplo), de selecção - identificando aqueles animais que, embora consigam competir pela alimentação, não contribuem para o bem-estar social ou genético da comunidade e, eliminando-os.

A Selecção é particularmente importante nos animais maiores que pastam nas terras que foram delimitadas pelo avanço da Agricultura, como os Veados nos brejos ou os Elefantes nos parques nacionais de África. Mas seja pequenas espécies ou outras de maior dimensão, o factor climático actua sempre sobre as populações de animais, independentemente da sua dimensão. O frio pode atacar todos de igual modo, sendo que as Alterações Ambientais Drásticas, tais como inundações súbitas ou temperaturas muito baixas abruptas podem efectivamente contribuir para a redução das espécies, independentemente da força destes ou da capacidade de sustentação de um ambiente original.


O Corço (Capreolus capreolus) - habitat: planícies do Centro da Europa.

O Corço Europeu
Durante as últimas décadas a densidade e a distribuição deste cervídeo tem aumentado por todo o Hemisfério Norte, segundo os especialistas que estudam e analisam estes animais, sendo na actualidade um dos mamíferos mais profusamente distribuídos (numa intencionalidade obrigatória de se repovoar pastos e planícies da Europa central e sul).
A flexibilidade ecológica e comportamental desta espécie são a chave deste expansionista sucesso sobre um herbívoro que se dá bem nas pradarias, permitindo assim a sua fácil adaptação ao meio ambiente, na enorme diversidade de habitats que entretanto se acomoda.

Em Portugal tem-se feito um esforço hercúleo impondo no terreno mais esta espécie (em particular nos últimos 25 anos), onde se tentou expandir a espécie que até à data era de pouca monta ou até de algum desinteresse e desinvestimento.
Sendo um dever e uma reiteração por parte do Homem reconstruir - se possível - uma Natureza que se esvai em plantas e animais que se esgotam ante a voracidade humana, seja de caça, seja de outros intentos, tem sempre de se fazer insurgir sobre esse desequilíbrio (ou essa matança!) não permitindo que se elimine em razia total o que estes animais nos dão a nós e ao globo terrestre em ecossistema natural e feliz.

Há que haver empenho e consciência de que, o Homem, não é um ser omnipotente mas talvez contraproducente e omni-ausente também sobre estas questões; o que vai fazer, em breve, que nada mais reste do que o ver-se ao espelho, reflectindo a virtualidade do que o seus olhos já não vêem nem observam nas planícies ou montanhas da Terra.


Tardígrado: o «animal» mais resistente do globo!

Tardígrados: a máxima resiliência!
Os Tardígrados são animais (de observação microscópica) invertebrados (de menos de 1 milímetro de comprimento) translúcidos, com uma cabeça e 4 pares de patas. Existem há mais de 600 milhões de anos, alimentando-se de Plantas e Bactérias. Alguns são carnívoros. Existem mais de 1000 espécies de Tardígrados! Existem em ambientes terrestres, marinhos e de águas geladas, florestas tropicais, mares e até no topo das montanhas; ou seja, é uma espécie polivalente em habitat e adaptabilidade nuclear em qualquer zona ou situação por mais inóspita que seja.

Os Tardígrados resistem a temperaturas extremas (a 200ºC) ou a temperaturas muito baixas. Resistem ao vácuo, a pressões muito elevadas (120 vezes a atmosfera terrestre), a doses letais para outros animais de radiação ultravioleta e raios gama: uma espécie quase indestrutível, no que até já viajaram pelo Espaço, ao que se soube ultimamente por estudos e análise sobre estes.
Sendo assim quase intocáveis ou indestrutíveis (podendo estar ou manter-se num estado reversível de latência elevado, chamado «Criptobiose») em que perdem a água do corpo e o seu metabolismo praticamente pára. No entanto, se entrarem em Criptobiose, o seu tempo de vida máximo é de 58 dias. Há a registar que Tardígrado (do latim tardus, lento + gradus, passo) resume-se como um filo de microscópicos animais segmentados, relacionados com os Artrópodes.

Uma equipa do Instituto Nacional de Investigação Polar, no Japão, terá dados agora analisados, do que em 1983 foram recolhidos sobre estes invertebrados, tendo sido descongelados e recuperados completamente! Por uma simples amostra de musgo retirada desse contexto em dados recolhidos durante uma expedição na Antárctica (ou círculo polar antárctico) - na terra da rainha Maud, território norueguês no Leste do continente branco - se veio agora a descobrir algo inédito. Tendo o musgo sido recolhido numa altura em que não havia neve ( e, por conseguinte, estes animais microscópicos) foi mantido e, armazenado, a 20 graus Celsius negativos.
A sobrevivência a longo prazo ( a Criptobiose a 9 anos  para os ovos e 8 anos para os animais adultos), contribuiu para que esta experiência tivesse êxito, sendo que depois da reanimação foram estudados em detalhe, observando-se a sua recuperação e mesmo reprodução.

Reanimados, recuperados e estudados depois de hidratados - os Tardígrados - observou-se que, grande parte deles, se mantinham vivos e em reprodução; mesmo tendo-se perdido alguns, a resiliência dos que sobreviveram não deixaram margem para dúvidas: o Tardígrado é mesmo o maior sobrevivente da Terra! E fora dela, supostamente.


Um Planeta Terra sem animais, vegetais, sem nada mais que não o Homem...? Desejar-se-à tal, ante a perspectiva de tudo se eliminar e, exterminar, à face da Terra???

Basta de Antropocentrismo!
Impregnado de um modelo paradigmático de Antropocentrismo que concebe o ser humano como o centro do Universo - ente superior e dominador absoluto (e ao redor do qual gravitam todos os demais seres em papel subalterno ) - o Homem, sistematicamente, explora a Natureza e os Animais.
E tudo isto, considerando única e exclusivamente o seu próprio bem-estar e hegemonia sobre os ditos seres inferiores «e irracionais» que consigo partilham o espaço terrestre.

Uma lamentável ignorância e execrável anuência que, ao longo de ancestrais e primordiais tempos ou épocas se viveu, sem que pouco ou quase nada se alterasse nessa grande consciência humana de se saber e, sentir, os nossos animais como seres sencientes - amigos - mas também sofredores de uma causa calada, silenciada por todos nós.

A Senciência é a capacidade que um ser tem de sentir conscientemente algo, ou seja, ter percepções (sentimentos e sensações) conscientes sobre o que lhe acontece e o que o rodeia. Este pensamento é elaborado e legitimamente corroborado por vários pensadores, filósofos e biólogos deste nosso moderno tempo, para quem não credita tal como René Descartes, que um dia teve a ousadia de dizer em praça pública que os animais eram como máquinas e não seres sensitivos ou de espectral presença consciente (insensíveis e irracionais) numa adversidade e oposição totais com o que hoje se reconhece e determina sobre estes. Só não falam ou expressam a sua dor, mas que a sentem, ninguém duvida. Os códigos alteraram-se, ainda que os comportamentos, não; infelizmente...

Reconhecer a Senciência nos animais, é antes de mais, um dever (do Homem) e um direito que estes têm (os animais) de se fazerem ouvir e, se o o ser humano o deixar, evoluir também numa empatia ou maior manifestação empática entre este e o Homem, levando a que este possa urgentemente mudar o seu comportamento, conduta ou atitude para com todos eles. Há que reconhecer, perceptivelmente então, de que tem de se exercer uma maior influência (sobre todos os meios) de tal mudar.
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Provocando o insurgimento de inflexões éticas, reconhecendo assim (e finalmente!) a Senciência nos Animais, o ser humano poderá mais abertamente interferir e mesmo imbuir-se em todos os assuntos ou situações vulneráveis em que estejam envolvidos os animais sobre a mão pesada e sempre quase cruel do Homem sobre si. Tem de interferir, julgar, ordenar, criar leis e regras, ou seja, legislar e não só opinar, aquando estes direitos são adulterados ou violados. Ou mesmo negados sobre estes. E isto, seja no transporte de animais, seja na parte comezinha e doméstica em que todos estes animais estão envolvidos. Há que mudar mentalidades, já!


Protecção, cuidados e bem-estar animal, precisa-se! Já pensou bem, se, num outro planeta, numa outra realidade, fosse o Homem a criatura dita «insensível, irracional, básica e primitiva» a ser acorrentada, a ser espoliada dos seus direitos...? Já pensou nisso???

Bioética nos Animais!
Bioética nos Animais: a urgência que não se faz, a espera que desespera e sempre se inflige (e infringe!) sobre os animais que sofrem, por essa ilegítima e irresponsável atitude do Homem para com os seus mais próximos que apenas se não expressam por palavras. Urge tomar medidas em todos os sectores ou quadrantes de actividades que assumam liderar animais, que se investem nesta desconsideração inimputável sobre estes seres.

Por criação, procriação, reprodução, desenvolvimento ou simples domesticação, há que impor meios e regras básicas para que tudo reassuma o seu direito próprio em ética ou bioética sobre os nossos animais. Sendo tudo isto, supervisionado ou autenticado em articulada artéria movível de veterinários, criadores de gado e todas as outras entidades subsequentes que envolvam animais. Há que aventar a existência de uma enorme cadeia interligada que crie desta forma uma multidisciplinar avença de multi-dimensão interactiva, que a todos ajude ou auxilie na saúde e bem-estar em vida dos animais. Só haverá evolução quando houver consciência, maior consciência no tratamento e cuidados sobre os animais e não o contrário.

Usar de ética e puxar dos pergaminhos de uma moderna e mais premente bioética não é inventar ou inventariar ornamentos, utensílios ou alimentos para os mesmos (por muito que essa economia seja já preponderante e vigente de maiores cuidados e protecção) mas antes de mais, sobre o evitar-se a dor e o sofrimentos dos animais; mesmo em matadouros. Há que estar sensível a esta causa e não negligenciar o que, por tanto sofrimento e abusivos maus-tratos a animais, ainda se faz neste século, na maior atrocidade que urge estancar. Só assim o Homem saberá merecer o seu mundo que não é só seu!

É nisso que acredito. Seja no mais ínfimo micro-organismo/bactéria, animal vertebrado ou invertebrado como o simpático e mui invisível tardígrado (ao nosso comum olhar humano) até ao mais robusto e possante animal que pise este planeta Terra, a minha mais devota consideração, respeito e solidariedade. Para além da suposta e subliminar advertência da ignomínia sobre os animais, pois que tudo o que nasce, vive e morre, sente de igual maneira - e forma - a dor, o estupro, e a derradeira morte em estertor de sofrimento na mais pura solidão ou inclemência por parte do Homem. Há que mudar isso. Há que mudar tudo! Ou não sairemos vivos e sem dor (também nós, humanos) deste labiríntico processo planetário em que uns são mais ou melhores do que outros, só porque não se sabem defender...

Quando a Humanidade despertar para tal consciência, sairá vitoriosa; só não se sabe, é se ainda irá a tempo disso... ou dessa tão confrangida e não assumida bioética em si se fazer sentir (sobre os Animais e sobre o Homem), salvando-o até de si próprio...

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