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quinta-feira, 2 de junho de 2016

A Experiência VII: A Evasão!


Entre a ironia e a fantasia - ou irreversível realidade - de se percorrerem mundos inatingíveis...

"Mais do que a evasão de um solo ou de um Céu, é a Evasão dos Sentidos, que me leva a querer respirar de novo numa outra atmosfera, numa outra realidade".

"Não sei bem para onde vou ou como vou, mas sei que vou... para lá de tudo o que é admirável, inumerável ou mesmo intocável em reconhecimento ou consciência colectiva por parte dos meus, dos que eram ou já foram meus iguais - o ser humano. «Emigrando» para o desconhecido, lanço-me no Espaço sem regras ou princípios que até aqui me definiram como aquilo sou... ou era, já nem sei.
Vou para lá do inimaginável, do impronunciável ou da reverencial acreção dos mundos, dos discos galácticos ou dos ventos cósmicos que me sopram de toda a minha insignificância. Sou apenas um grão, um pequeno grão, mas Sou! E só isso importa! Com Blue do meu lado...".

Da Lua para o profundo desconhecido...
Nada é tão explícito quanto as nossas emoções à flor da pele, se tivermos em conta toda a evolução por que passamos sem fronteiras ou amarras que nos detenham ou nos gritem que somos fracos, que somos inaptos ou simplesmente impotentes para lidar ou confrontar outras dores, outros sentimentos e outras agonizantes aventuras de alegrias e tristezas por que nos regemos.
Ser-se humano, é ser- se tudo isto. É ser forte e fraco simultaneamente; é ser-se «naturalmente» indefensável mas também assaz combatível, se nos molestam ou segregam direitos que desde que nascemos até à morte advogamos como basilares mandamentos humanos que, criteriosamente, tentamos cumprir. Mas, quando se está no espaço de um outro espaço que não é nosso e num tempo que ultrapassa tudo o que até aqui considerámos compreender, tudo é súbita e intrinsecamente posto à prova, como se nada do que aprendemos fosse agora útil ou voraz de continuarmos a persistir nessa mentira. Ou na verdade em que acreditávamos...

Blue sabe-o. Sente-o. E disse-mo, um dia. Um dia que já não lembro mas que antagonicamente jamais esquecerei na essência ou pronúncia de tal, ante a sua irrefutável verdade de um conhecimento para lá de tudo o que pudemos supor, nós, comuns seres humanos de uma Terra que não é nossa, que nunca o foi e nunca o será; por muito que o combatamos ou nos iludamos como a mais pura das inverdades - ou obscuras verdades que muitos ainda querem esconder.
Choro e rio, grito e gesticulo como uma louca em libertino surto psicótico na luta e confronto com todas as forças do mal que me queiram prender. Que evasão poderei arcar sobre mim, se nada me diz que daqui posso fugir...? Para quando a explosão de ideias, de mentes sãs e não dementes - libertas de tudo ir à procura, de tudo ir em busca, de tudo aventar por mundos de outros mundos que tanto quero conhecer... para quando?»

Houve palavras que não memorizei, desejos que não registei, mas sobretudo houve a certeza de que aquela minha espera não era em vão. Não o foi. Sentindo o meu filho - ser gestacional - revelar-se ou revoltar-se em mim, senti que tinha de ser mais, pensar mais e, cobrar inclusive mais espaços e mais tempo, àquele que de mim fugia em gravidez avolumada de tantas outras esperanças - que não quebrantos - de estar a gerar uma «coisa», um bicho, e não um ser humano. Tive medo, por Cristo, quanto medo de tal! Mas voltar atrás não sendo possível, também não o era em contingência do tempo parar, do tempo recuar, ou os meus sentimentos extirpar de tudo o que então já tinha vivido com Blue, esse outro tão grande e misterioso ser azul de origem desconhecida de mundos desconhecidos. Como eu era tão ignorante... Santo Deus!

E pensar que, por séculos e séculos ou milénios de confianças e desconfianças, sabedorias genéticas e contraceptivas, a Cleópatra e outras suas servas, usando fezes de crocodilos e elefantes (e mel) numa estranha e quase pútrida mistura que interinamente colocava na sua vagina (numa acção deveras íntima e oclusa aos homens de então) na módica situação de se evitar gravidezes indesejadas. Mesmo havendo quem o desdiga, por nada haver assinalado em documentação escrita, há quem refira que não seria este o método usado por tão bela ícone egípcia, usando apenas e só vinagre, depois do acto sexual em limpeza e quase esterilização de espermatozóides, assim que o coito acabava. Seja como for - ou tenha sido o método aplicado e cingido a esta bela e mui inteligente mulher de há 2000 anos na Terra (69 - 30 a. C.) - lá teria sido eficaz, tanto nos meios de contracepção utilizados como na beleza que expunha em banhos de leite de burra, como é do conhecimento geral pelo meu povo terrestre. E se Cleópatra se preocupava com a prole de nascituros indevidos, os homens também - por outros métodos - estes de utilização exclusiva masculina de tripas de carneiro em meandros ancestrais que se assemelhariam aos contraceptivos actuais. E tudo isto para eu apenas rematar que, mulher moderna destes tempos que parecem já nem serem os meus, deixei-me entusiasmar, sem método, sem consciência, sem nada, em avença hormonal ou de implante, de pílulas ou métodos subcutâneos (a última revolução contraceptiva terrestre de quando eu deixei a Terra!) que, aqui, pensando eu ser a máxima experiência de inoculação e infertilização geral ou generalizada em mim, tal nunca me haveria de suceder... (sem contar ou sequer verbalizar o que seria efectivamente a desgraça humana de ter, na pior das hipóteses, contraído uma doença sexualmente transmissível estelar...).

Devaneios de fêmea desgovernada, eu sei. Mas no melhor pano cai a nódoa e, neste caso, foi errado o cálculo, a sentença e a sintomatologia científica que me dava como ser inócuo - e estéril - de corpo e de mente, de quereres e saberes, de ânimos e freios; e tudo «eles» erraram, o que prova que, nada é 100% fiável ou credível; pelo menos na esfera humana. Talvez tenham ainda muito que aprender sobre nós, mesmo que se arroguem a cumular-nos de experimentações e evoluções constantes sobre o que a Humanidade ainda lhes poderá ser servil ou surpreendentemente um mistério - um outro grande e inolvidável mistério, mas isto sou eu a falar que já perdi a memória do que sabia da Terra...
Esperei tanto! Tanto, que a minha pele me deu a sensação de ficar da cor da cal, daquelas brancas paredes das casas do sul do meu país; país que já nem sei se existe...
E as saudades, por Deus! Tantas! Do meu Blue, do que vivêramos, do que almejáramos para nós, fosse em que reino fosse; fosse em que planeta ou leito conjugal fossem. Para quem tinha vivido na plenitude agreste e inóspita de Marte, tudo o que depois viria seria bom, sei que pensei, menos a prisão, aquela prisão lunar em que me vi destituída de tudo, até da vontade de viver. E o mister-T, que seria dele e da sua Lilly? Que saudades eu tinha daqueles dois seres esquisitos, orgânica e doidamente em redor de mim, como se eu fosse a única presença viva em todo o Universo; onde estariam, que fariam agora, estariam presos como eu...? Tantas perguntas sem resposta...

Mas as portas prisioneiras abriram-se. Inesperadamente. Lembro-me de que o meu coração me batia no peito em loucas arritmias de descompensação cardíaca por tudo o que tentei ausentar em mim, de dor e de sofrimento em solidão latente. Não queria acreditar que Blue me tinha abandonado ou teria sido de mim levado como Romeu da Julieta (na peça teatral de W. Shakespeare), Simão de Teresa (dos textos camilianos em desditoso e contrariado amor pela família de ambos) ou de Inês de Castro, a nossa tão amada Rainha já morta - Dona Inês - apartada de seu Rei e Senhor, Dom Pedro, o meu distinto e depois cruel Rei de Portugal, Dom Pedro I, que fez justiça por próprias mãos arrancando o coração dos carrascos de Inês. Também não era preciso tanto, asseverei para mim, até porque, nem sei se «eles» têm coração... (admiti, tristemente).

Mas ele veio. Blue voltou para mim. Apressado mas não fugidio, que o tempo escasseava, grassando uma temeridade no ar - confrangente e não solvente - de tudo por que este teria longe de mim passado. Como na primeira vez em que me deu a sua azul mão e na minha agarrou...
Não foi de muitas palavras, muitos sentidos, mas deu para entender em perceptibilidade não audível de que me vinha «salvar», de que me vinha buscar sobre mágicas aeronáuticas emprestadas (em gigantesco dorso metálico de propulsão electromagnética - ou outra qualquer mítica propulsão supersónica de nave espacial, que eu jamais vira na minha vida) e que outros, mais benevolentes e amistosos, os seres inteligentes sitiados na Lua, lhe tinham concedido em comutação de pena ou livre trânsito de jurisdição galáctica de um Alto Comissariado Estelar. Acatei. Muda e queda, pois que o tempo não era de grandes perguntas ou sequer dúvidas para tal o fazer (ou sujeitar a uma espera inusitada) não o demovendo de me enlaçar para o seu mundo, aquele mágico mundo que eu iria encontrar... a seu lado, ao lado de quem eu mais amava, além aquele outro que no meu ventre já refilava de dali se apartar. E isso, foi o suficiente para nos seus braços azuis me vergar e deixar embalar, tal como aquela primeira vez em que por fluídos, trocas e experiência sexual a dois, me vi trasladar para mundos que não sei descrever nem sequer relatar...

Lamechice, não é? Talvez. Mas foi o que senti. A minha prisão sufocava-me; o não saber de Blue, ainda mais. Mas tudo estacou, fazendo ricochete em mim como bala maluca à solta do que ainda estaria para vir em anunciação ectoplásmica - divina ou estelar, espiritual ou residual - do que me aguardava. Plasmado (mas não pasmado!) no meu cérebro, como fogo de artifício em noite global de passagem de ano, sorvi aquele êxtase de salvamento e glória, missão e evasão, como um dos momentos mais marcantes da minha vida no melhor dos sentidos; o inverso do que sentira, na Terra, aquando perdi toda a noção de equilíbrio e de fulgor pela morte rasante de toda a minha família terrestre. Nem o Bob escapou - o nosso fantástico cão da raça Labrador que até na morte os meus filhos seguiu, e que também desse modo sucumbiu no trágico acidente de viação anos atrás. Talvez por isso me tenha apegado tanto ao mister-T e depois à sua bonita tardígrada Lilly. Daí a minha alegria ao vê-los sãos e bem, rodopiando entre si, no enfoque de registarem a sua presença e a sua bonomia de voltarmos a estar juntos; iam abanando a cauda e o dorso conjuntos em sinal de uma sua festividade furtiva, sobre um esbatido de «latidos» ou guinchos há muito por mim conhecidos do ênfase e, felicidade, de se verem também eles em liberdade.

Fomos soltos - todos! Que boa ventura, que alegria, mas ao mesmo tempo que estranheza e que irreflectida condição a minha, de me ver ser içada de um negro mundo lunar para outros que jamais pensaria visitar. Ou, observar. Ainda antes de nos termos enfiado nas cápsulas e câmaras hiperbáricas (uma vez que os nossos corpos o não sustentavam fora destas em grande parte da viagem interestelar) e que, tanto mister-T como Lilly desta vez sem amuos ou simulações gástricas rapidamente aí se introduziram, deu para percorrer o meu mundo, a minha terra na Terra. E tudo eu vi, e tudo eu assisti, em pranto lacrimal (quase sacrificial) e, numa confusão tal, que nem Blue me o pôde estancar. Não mais voltaria, não mais àquela Terra eu retornaria e, isso, deu-me tanta tristeza quanto ensejos de sentir que ser humano, afinal, é tão-só ser-se feliz e infeliz ao mesmo tempo, e tudo isso, numa miscelânea de sentimentos difusos, intrusos e muito, mas muito abstrusos, como se dizia na Terra. Os meus filhos falecidos, enterrados ou desencarnados, o meu primeiro e único marido e pai dos meus dois agora desaparecidos filhos, e toda uma restante família, amigos e situações ou vivências que jamais voltaria a ver, a observar, ou sequer a recordar... Que estranho que isto era para mim... ou não, pois Blue afiançou-me de que, um dia, estaria com todos eles, mas não naquela igual ou idêntica retórica Cristã - e mesmo Hindu - da salvação das almas, da ressurreição e da reencarnação ou do nosso abeirar para com todos, não nessa óptica, mas numa outra que ainda não compreendia mas Blue me reiterara já eu ir entender em breve, muito em breve. Fiquei expectante e nervosa, mas confiei. Como não confiar em Blue, aquele que já me salvara um punhado de vezes sem que eu lhe restituísse o mesmo em devido tempo e, espaço, sem espaço para nada mais que não fosse o dizer-lhe com os meus olhos, com os olhos de Deus (segundo o título de um fado ou canção de uma fadista portuguesa; sim, sempre soube as novidades sobre a minha terra, mesmo que de longe...) - com os Olhos de Deus - com os olhos da alma, que o amava eterna e incondicionalmente...?!

«Le Grand Finale!»
Blue era meu, seria sempre meu! Soube-o no primeiro instante, no primeiro momento em que arrombando as esferas e os obstáculos galácticos de regras e normas interestelares, me veio salvar, me veio consignar a uma outra estirpe (que não maligna ou ramificada de um qualquer carcinoma estelar) de um concílio seu - híbrido sim - mas afectuoso e prestimoso sobre a minha pessoa.
De início, tudo me pareceu muito esquisito, ainda que o tivesse aceite por estar desmemoriada e completamente desenraizada desta minha Terra que já não é mais minha. Depois, sendo e sentindo-me desfalcada e absolutamente desnorteada com a falta e subsequente ablação da minha alma - devido à abrupta morte de quem eu mais amava de filhos e esposo num núcleo familiar até aí completamente normal - nada eu poderia adivinhar (nem telepaticamente!) sobre toda a corrente caminhada marciana e, depois lunar, em respectiva vicissitude estelar de uma anormal reversibilidade desta minha parca vida. Não fora Blue ter lá estado, sempre, e eu seria agora um mero esterco cósmico deambulando por entre a escória galáctica de muitas outras almas sem vida, tais espectros mórbidos, funestos e tétricos, a quem nada ou ninguém dá mais espaço ou oportunidade de se fazer vencer. Disso, eu estava certa!
Mais do que gratidão, é veemência e amor, um grande e inextinguível amor que lhe tenho, a Blue, por me ter salvo de mim própria. Devo-lhe a minha vida; devo-lhe a minha alma!



Quando se arromba a porta do desconhecido, encontra-se sempre inúmeras janelas de ensinamentos, novas filosofias ou ideias já pré-definidas - ou em nós consumadas - que também sobre nós se fazem pertencer em preconceito, agonia e convenção, ou simplesmente como estrada a cumprir.
Se houver uma primeira vez, uma fresta, uma nesga de brilho, corrente desagrilhoada de tudo isso ou vórtice alado que nos transporte para outra dimensão, para outra excepção que não ilusão, tendo nós, seres humanos essa certeza, essa abertura de alma, é talvez estabelecer ou considerar no espaço e no tempo, o milagre da replicação e da continuação. Quem isso alcançar (abrindo assim a verdadeira Caixa de Pandora), reconhecerá a alegria da Eternidade! E esta, reportada e revelada através da sua imortal inferência do além-físico, do além-comportável do que hoje se conhece, trazer-nos-à então a magistralidade de todas as almas, de todas as experiências físicas, mentais ou cognitivas, que o Homem nem supõe existirem!

Somos todos seres imortais; só não o sabemos. Não o entendemos nem concebemos em nós ante a vagante e estúpida incoerência (que nos é relatada do nascimento à morte física) de sermos simples e efémeros passageiros de uma só vida. Nada assim é. E tudo pode ser, desde que celebremos a nossa alma na mais bela descoberta universal de corpos e mentes: Somos todos Deuses! Somos todos a luz do Universo e só por isso vale a pena esperar; vale a pena correr esta longa maratona não finita de se aprender com os erros, as falhas, os fracassos, mas também com as alegrias, a esperança e a boa-ventura ou alegoria de termos sido seres inteligentes. E mesmo aqueles que sentem que tudo é vácuo (nos longos e escabrosos enganos da vida...) e, desacreditados com a não-esperança, no mais negro dos dias ou das noites ou ainda das suas perdidas almas, possuir a breve, exígua ou esfíngica luz em si, para acreditar também ainda de que tudo tem uma finalidade ou sublimes objectivos seguros. E se o contrariarmos, se o negarmos ou renegarmos de tal, que lamento será, que tristeza sobre nós se abaterá, por tão enganados estarmos... por tanto assim pensarmos e assim nos determinarmos na vida... e que perca de tempo isso é!
Quão distantes estaremos então, se nessa inverdade ou subversiva maldade de pensamento e nenhuns sentimentos análogos conquistarmos, não cobrarmos, redobrarmos ou exequivelmente descobrirmos os nossos sentidos de alma...

Hoje encontrei essa porta - essa grande janela de luz. Hoje, estou certa de que já não há retorno, retrocesso ou regressão dos sentidos para tal ofuscar ou sonegar de mim. Há muralhas que caem por elas. Há fortalezas que se esboroam por entre as nuvens do tempo ou dos raios que nelas se entrelaçam, fazendo-nos ver a Verdade.
Hoje e Sempre - eu serei eterna, como eternas serão as minhas leis vigentes desta nova vida que aqui, no Cosmos, encontrei. Com Blue e com os nossos filhos. Com tudo o que esta osmose íntegra e interestelar tem para me oferecer. Irei para o seu mundo, para KIC (e aquele extenso código binário quase intraduzível) de plausível virtude e por certo amplitude de novos conhecimentos, novas ansiedades, receios, medos, mas também diversidade e ostensiva nova realidade.
Com esta nova família em KIC (além mister-T e a sua companheira Lilly, numa agora nova versão familiar tardígrada gigante radicada em KIC, pois Lilly está prenhe, conceptualizando e multiplicando assim uma nova espécie «animal» neste planeta) eu irei encontrar ou reencontrar a paz perdida, a alegria e o amor, muito amor, e toda a esperança desse outro novo mundo que irei albergar e tomar como meu, a partir daqui. E terei um futuro. Um futuro que se prolongará no espaço e no tempo que todos nós lhe concedermos (pois que a imortalidade já existe mas numa outra concepção que não a humanamente realizada entre nós, terrestres).
Tendo sido Lilly a fundadora de uma nova espécie em KIC, eu também não fujo muito à regra, em circunstância e alquimia terrestres de uma estranha hibridação que gerei e fiz proliferar num mundo que não era o meu, mas no qual fui muito bem recebida e enfaticamente acolhida em seu seio planetário. Seria assim na Terra...? Penso que não.

Hoje é o primeiro dia de toda a minha vida. Sendo esta uma frase cliché, é talvez o mais belo e promissor pronúncio de toda uma estadia interestelar que tenho de aprender a saber viver.
Hoje, é o primeiro dia de um efusivo, estonteante e quiçá maravilhoso (para além de longo, muito longo...) percurso de vida; da minha vida, e que eu e Blue vamos cumprir ou simplesmente inaugurar - em deferência mas paralela similitude -  de um outro caminho assaz liberto, audaz e fulgurante regência conjugal, sob o olhar de um outro Deus, de um outro enigma. E esse Uno ou Deus do Universo que tudo vê - e sente - abraça-nos e glorifica-nos, na abençoada plenitude quântica de nos saber a seus pés, seguidores e merecedores deste outro mundo que Ele nos consignou há muito! Talvez estivesse escrito nas estrelas que tal sucederia... E, estando, a nós só nos competiu cumprir essa missão. E fazê-lo em multiplicação e, disseminação de almas, por todo este belo planeta de muitas estrelas que agora também brilham para mim, pois nelas vejo e revejo toda a minha vida passada e presente com um futuro em frente que eu própria ditarei e construirei, com Blue do meu lado. E de todos os filhos que dele me vierem. E que o Uno me irá bafejar em sorte e destino, ainda que de pele azul, olhos profundos cor do Céu e, uma inteligência rara - superior e incomensurável - ante os ditames da Terra; terra que jamais esquecerei mas para sempre abençoarei em almas que não vendo, as sinto, por ali ter pertencido. Hoje, é o primeiro dia em que vou voltar a ser feliz...

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