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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Entre Deus e o Diabo

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Bafomet (Baphomet): Relicário, imagem de Santo ou Maomé, no conteúdo simbólico ou hipótese etimológica apresentada ao longo dos tempos na dicotomia sempre extensa, sempre eterna, da oscilação entre o que é ou pode ser Deus e o Diabo. Dos Templários até hoje...

«O caminho da sabedoria não consiste em ver coisas novas, mas em vê-las com outros olhos.»
                                                          - Marcel Proust (1871-1922) -

Que representação é Bafomet e que correspondência física atesta esta figura satânica - da Antiguidade à Idade Média, perpetuando-se mesmo sobre a actual era em que vivemos - na exagerada ou extrapolada idolatria de um deus-Demónio ou «Asmodeus» na referencial cifra que o impõe como Absoluto, aquele que ajudou Salomão na construção do Templo?!

Terá sido Pthah? Ou Sekmeth, adulados ambos pelos deuses do Antigo Egipto? Deus Pã, segundo o cultista Aleister Crowley? Cristo trifonte (trindade trifronte), Janus trifronte (deus Romano) ou até mesmo a corrupção do nome Maomé...?

Ou tudo isso, em figura andrógina, com cabeça de bode barbada, corpo andrógino (sob uma anatomia quadrúpede, habitualmente identificada com o Diabo) no que atestam as ornamentais esculturas de gárgula templária... sobre a igreja de Saint Mérry (Paris) ou a de Santa Cruz (Provins, França)  ou a da chave da abóbada do claustro de Santa Bárbara no Convento de Cristo, em Tomar, representando uma cabeça de bode...?!

Símbolo Celta, alquímico, religioso, talismã ou como Troféus de Guerra (da heráldica medieval, designadamente aparente no brasão do fundador da Ordem do Templo «Brasão de Hugues de Payens») ou troféu furtado aos Cavaleiros Teutónicos e aos Templários (na Batalha de Liegnitz, na Boémia) ou ainda nas abreviaturas ou contracção sobre as mesmas das quais emerge a Seita dos Ofitas e da Sabedoria Ofítica (Temophah) tudo se lhe concerne ou correlaciona.

Bafomet é o ícone preferencial - enigmático mas deveras peculiar - de características mágicas ou talvez incompreendidas ainda pela massa humana de então, tal como agora, no longo fio da meada ou intrincada analogia mítica, sobre uma figura tão endeusada quanto odiada ou «apenas» receada, temida por muitos, que lhe devotaram poderes e, quereres, que mais nenhum tinha.

Bafomet: Deus ou Diabo, ou nenhuma das coisas, tendo sido mal interpretado ou simples e adversamente conotado com os poderes do mal, a magnificência na Terra da qual ninguém poderia duvidar? Quem foi, quem é e quem será, certamente por muito tempo ainda este Bafomet???

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Templários: a mais gloriosa ordem - Ordem do Templo - da época medieval que foi perseguida e morta até à exaustão dos dias e, das suas abnegadas crenças, que assim a defenderam até ao último suspiro - ou evasão - para os que assim o puderam fazer. Arnaldo da Rocha, o templário português, na defesa e honra de protecção e desvelo perante os peregrinos cristãos que se deslocavam até Jerusalém (Terra Santa), terá sabido o que era a dor, a punição; e por fim a submissão a outros valores sem mais sublevação...

Exortação de São Bernardo (na Laude de Nova Militia, de 1130): «Uma nova cavalaria surgiu na terra da Encarnação. É nova em absoluto, e ainda não experimentada no mundo, onde ela pratica um duplo combate tanto contra os adversários feitos de carne e sangue, como contra o espírito do mal nos céus.»

Templários (ascensão e queda)
Para se entender ou acondicionar na História a figura carismática de Bafomet, tem de se recuar ao tempo de Hugues de Payens (primo de São Bernardo), o fundador da Ordem do Templo, em 1118 - século XII, portanto.

Payens juntamente com Godfroid de Saint-Omer e mais sete cavaleiros (entre os quais se contaria Arnauld de la Roche, que muitos historiadores arrogam tratar-se de um português: Arnaldo da Rocha), rumaram até Jerusalém, com o intuito de defender os peregrinos cristãos que se deslocavam à Terra Santa (no quadro do estabelecimento do reino latino de Jerusalém).

O Centro do Mundo: estabelecidos na Casa de Deus, onde fixaram a sua sede no lugar onde se erguera o Templo de Salomão (e onde se erguia agora, a Mesquita de Al-Aqsa, nas proximidades desta) os Templários receberam daí o seu nome - Cavaleiros do Templo.

A 13 de Janeiro de 1128 reúne-se o Concílio Troyes com o apoio e presença papais ou do legado papal de Mateus d`Albano e do próprio abade de Cîteaux - Étinenne de Harding.

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A Comemoração alegórica e festiva em honra e mérito dos Templários (Tomar, Portugal). Ontem e hoje, a idêntica realidade de quem sabe e quer defender o nome de Deus, mesmo que por vias de festejos e romarias, dentro e fora de portas, de uma terra abençoada que se chama Tomar e foi berço e História de Portugal, sobre tesouros e valores (muitos!) que aqui se guardaram.

Iniciação e prática
Os votos feitos pelos iniciantes ou já praticantes vigentes dos Templários são de uma severidade a toda a prova: voto de castidade e de pobreza; ou seja, eram totalmente desprovidos dos seus bens anteriores em favor da causa.

Do celibato à frugalidade alimentar ou mesmo ao despojamento com qualquer outra investidura, os Templários regiam-se por códigos muito austeros; assim obrigava a Ordem - a do Templo. Estima-se que a de Cristo (a Ordem de Cristo fundada por Dom Dinis) tenha sido mais complacente e menos obrigacionista ou rigorosa).

Estes monges-cavaleiros, monges-guerreiros, geralmente de origem nobre, votavam a sua riqueza à Ordem. Da restante milícia faziam parte sargentos e escudeiros recrutados entre a Burguesia e o Povo, sendo a função religiosa assegurada por clérigos.

Em 1139 é dada por completa a versão francesa da regra, os chamados «retrais», através da bula de Inocêncio II: «Omne datum optimum». A expansão da Ordem é rápida; assim como da sua crescente influência e ostentação de bens.

Com a queda de São João de Acre, em 1291 (século XIII), e a consequente queda do reino de Jerusalém, que é abandonado depois, a acção dos Templários centra-se mais ainda na administração das rendas das suas inúmeras possessões, gerando a cobiça e a conspiração por parte de Filipe, o Belo, monarca francês.

Em Portugal, os historiadores aferem de que os Templários combatessem já por volta de 1125, no denominado território «Condado Portucalense», ainda antes da consagração de honras e brio do seu Primeiro Rei Dom Afonso Henriques (1139). Considera-se possível uma primeira doação de terras à Ordem dos Templários por Dona Teresa (Tereja); ou seja, a mãe de Dom Afonso I.

As doações e fundações portuguesas: a partir desta doação de Dona Teresa e posteriormente de Dom Afonso I (que atestam as boas relações com os Templários e mesmo a sua desejada continuação), reflecte-se no que sucede já em 1145, na doação que Dom Fernão Mendes lhes faz concedendo o Castelo de Longroiva, na provável compensação por estes monges-guerreiros terem prestado auxílio na preciosa conquista de Santarém (1147).

O Português Gualdim Paes - o grão-mestre que sucederia a Hugo Martónio, que dirigia a ordem no começo das operações militares - realiza assim um rápido desenvolvimento «nacional» da vocação templária com inexcedícel cumprimento. Segue-se então a Fundação das «casas» e igrejas da Ega e Redinha e os castelos de Pombal, Tomar e Almourol.

A Bula de Urbano III «Cum pro Defensione», datada de 2 de Maio de 1187, confirma as doações efectuadas pelos governantes condais ou reais.

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Estátua em Guimarães (Portugal) do Primeiro Rei de Portugal: o Rei Dom Afonso Henriques ou Afonso I, o Conquistador (1109 - 1185), filho de Dona Teresa (filha do rei Afonso VI de Leão e Castela) e de Dom Henrique, conde de Borgonha. Governando de 1128 até à sua morte, em 1185 (sem comemorações ou relatos de jamais se ter reformado das lides do seu exército portucalense), Dom Afonso sucumbiria à velhice, naturalmente.

O seu reinado começou em 1139 (contraindo matrimónio depois com Dona Mafalda que lhe deu um herdeiro e sucessor, Dom Sancho I) terminando em grandeza e prosperidade, além a sequencial longevidade que lhe é reconhecida; e não fosse ter partido a perna ali para os lados de Badajoz (Espanha) e ainda por cá o tínhamos hoje... mais que não fosse, em represália ou demanda futurista de não estarmos a cumprir o que nos é devido como reino seu, hoje, República Portuguesa...

Afonso Henriques: um templário português...?
Raimundo Bernardo foi o primeiro agente da Ordem em Portugal, pelo menos de forma ou admissão imediatamente consistente, recebendo de Dona Teresa (mãe do primeiro rei de Portugal, e que para a História de Portugal ficou o desaguisado entre mãe e filho numa partilha desgraçada) a povoação de Fonte Arcada, no Minho (norte de Portugal).

Definitivamente documentada encontra-se também a doação das terras de Soure por Dona Teresa, em 1128, e várias dotações de Dom Afonso Henriques em 1143 e em 1159. Daí a pertinente questão que todos alegam: Terá Dom Afonso Henriques sido, de facto, um «irmão» templário? Ou, sabiamente, um «irmão laico», sabendo-se da aliança entre Dom Afonso I e os Sufis (algo que sugere um paralelismo com o que aconteceu na Terra Santa, quando se menciona a Seita dos «Assassins» como provável inspiração para a criação da milícia templária)?!

Para um Sufi, as fronteiras entre as diversas formas de vivência do sagrado são ilusórias e resultam da prática meramente esotérica das religiões, daí que não tenha sido uma solução de emergência mas dentro dos desígnios bem definidos entre Dom Afonso Henriques e Ibn Qasi - segundo a citação histórica de Adalberto Alves - num determinado grau de cumplicidade iniciática que a Ordem possuía com o Sufismo, ao criar na Terra Santa uma trama de relações com o Mundo Islâmico.

Algo que, suscitando-nos a surpresa mas não a retaliação, observamos com prazer estes maneirismos entre dois iguais à época - Dom Afonso Henriques e Ibn Qasi - numa aliança selada com a oferta, por aquele, de algo à priori singelo, se considerarmos que provinha de um soberano e se destinava a outro soberano: Um Cavalo, um Escudo e uma Lança (...).

Ou seja, estamos perante (segundo ainda Adalberto Alves) a escolha dos três símbolos maiores da Cavalaria Espiritual, quer cristã, quer islâmica, deixando entrever que se está na presença de um pacto que, embora de incidência política, assentava em bases notoriamente iniciáticas.

Concluindo: Dom Afonso Henriques foi então um exímio estratega ou, o que à luz destes novos tempos, tempos modernos, se poderá afirmar de um assumido exo-político na determinação e afinco geo-estratégicos com que se  afirmou também e, para o sul peninsular, ou mesmo para Oriente...

Estar de bem com Deus e com o Diabo talvez tenha sido a primordial sigla de Afonso Henriques (extrapolando ou mais exactamente aqui divagando um pouco do que foi ou terá sido essa sua aliança esquisita com os sufis árabes), na aliança com um do seus mestres na pessoa de Ibn Qasi, e uma privilegiada relação entre os freires templários franceses - que se terão refugiado por aqui - e os do Islão; ou seja, um pacto secreto entre possivelmente Templários e Muridinos.

E foi aqui que tudo começou - de fanático e de maldito (supostamente) - entre clérigos cristãos e «fugaha» muçulmanos. Até hoje, infelizmente...

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Caverna de Shropshire (Reino Unido), Caverna dos Templários: a mais secreta e resguardada sala medieval cavada na rocha, cavada na alma, de quem, em nome de Deus, se viu obrigado a calar e a consigo levar para a cova todos os segredos do mundo, de há 700 anos para cá...

A Acusação; a difamação e o ódio...
O Processo contra os Templários foi imediato, ou quase. Mesmo sem serem os detentores dessa tão requisitada riqueza havida (mas sim a casa real francesa que desde os tempos do rei Filipe Augusto acumulava bens, ou um vasto tesouro real francês à custa dos Templários, que aí depositavam todos esses bens), estes monges-guerreiros tornaram-se figuras a abater.

A sua impopularidade foi acrescida pela agravada cobrança de impostos e uma má conjuntura financeira, à qual, Filipe - o Belo - se tornara ávido e  promotor na continuação de incessantes guerras na Flandres. Daí ao colapso da Ordem foi um passo - um pequeno passo para motivar uma perseguição desenfreada contra os Templários.

No dia 13 de Outubro de 1307 (que impera e se fundamenta sobre este episódio ter sido a uma sexta-feira 13, o que origina a especulação mitológica ou supersticiosa do fatídico dia 13 ainda hoje como data de azar), em que grande parte dos Templários foram mandados prender nas suas comendadorias por ordem real e por milícias reais.

Acusados na praça pública de comportamentos impróprios, cometendo vis actos tais como a prática de Sodomia, a Adoração de Ídolos (onde entra o tal Bafomet), assim como o uso de rituais obscenos e anti-cristãos (entre diversos crimes «de religião»), os Templários viram-se sós e injustiçados sem algo ou alguém que lhes valesse. As denúncias essas, em catadupa, dando conta de práticas heréticas ou desviantes, baseadas em depoimentos difusos e denúncias diversas, registava-se assim:

«Os que são recebidos (na Ordem) pedem primeiro o pão e a água da Ordem (...) o mestre que os recebe conduz-los secretamente para trás do altar ou à sacristia ou algures, e mostra-lhe a cruz e a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo e fá-lo renegar três vezes o profeta, ou seja, Nosso Senhor Jesus Cristo, onde está a figura, e por três vezes cuspira na cruz; depois despoja-o das vestes e o que o recebe beija-lhe no extremo da espinha, abaixo da cintura, depois no umbigo, depois na boca e lhe diz que, se um irmão da ordem vier deitar-se com ele carnalmente, que terá que suportar, porque o deve e que deve sofrer, conforme ao estatuto da ordem e que, para isso, vários de entre eles, pela forma de sodomia, deitam-se um com o outro carnalmente e cingidos cada um por debaixo da camisa de um cordão, que o irmão deve sempre levar consigo enquanto viver; e ouviu-se dizer que estes cordões foram enlaçados e postos em redor do pescoço de um ídolo que tem a forma de uma cabeça de homem com uma grande barba, e que esta cabeça, beijam-na e adoram-na nos seus capítulos provinciais; mas isto, todos os irmãos não se lavam à excepção do grão-mestre e dos anciãos... Além do mais, os padres da ordem não consagram o corpo de Nosso Senhor; e sobre isso se fará inquérito especial tocante aos padres da ordem...»      (Acusações aduzidas a 14 de Outubro de 1307)

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Templários: a entrega, a devoção e posteriormente a eliminação da Ordem dos Templários; algo que o canal História reproduziu enfática e magistralmente, para que, na histórica verdade hoje contada, se não esqueça jamais quem, em bravura, consignação e reiteração plenas de mistério e rendição, emoldurou uma das mais enigmáticas ordens que actualmente ainda se fazem sentir...

«Le Grand Finale»...
Entre 19 de Outubro e 24 de Novembro ocorrem então os interrogatórios aos Templários aprisionados, sob impiedosa tortura. O Papa de então - Clemente V (ou Bertrand de Got, anteriormente bispo de Bordéus) - que havia sido colocado no trono através de insidiosas manobras de Filipe, o Belo, e que passara a residir em França para escapar à corte papal romana (assim como aos requintes palacianos das habituais conspirações), vai servir os propósitos do monarca emitindo a bula «Pastoralis preeminentie», de 22 de Novembro, ordenando a prisão de todos os Templários, recuando sucessivamente nas suas demandas perante o rei.

Resumindo sobre as acusações:
a) A negação de Cristo; b) A negação da Cruz; c) As práticas forçadas e consentidas de Homossexualidade; d) A adoração de um Ídolo (o famoso Bafomet).

O processo Inquisitorial ordenado pelo Papa Clemente V (já contaminado pelos interrogatórios da Inquirição Real) tem início em Paris, no Mosteiro de Santa Genoveva, a 8 de Agosto de 1309, perante uma comissão pontifical, estabelecendo-se o questionário a apresentar aos Templários no documento «Processus contra Personas Temploriorum», por vezes com a presença dos delegados do rei, encerrando-se a instrução do processo em 5 de Junho de 1311.

A 2 de Maio de 1312, apesar dos protestos de defesa de mais de 500 freires templários, a Ordem é extinta. Os altos dignitários da Ordem são então postos à disposição de três cardeais da «entourage» de Filipe, o Belo.

A condenação é executada no dia 18 de Março de 1314, frente à Catedral de Notre Dame de Paris. É lida a acusação, e os dignitários da Ordem ali presentes (Jacques de Molay, o grão-mestre, Hugues de Payraud, visitador da Ordem, Geoffroy de Charnay e Geoffroy de Gonneville protestam, por fim, a sua inocência e a da Ordem, sendo imediatamente condenados à fogueira como «relapsos».

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Convento da Ordem de Cristo, em Tomar, Portugal. Muitos são os recantos, as portas secretas, os túneis entre-caminhos subterrâneos, os corredores escuros, fechados do conhecimento ou do que aqui jaz em pertença de reis e sábios, Templários e outros que tantos já são, por frestas e giestas, umas dentro outras fora, e tudo se desconhece pois que o mistério é farto e tudo encerra...

O Processo em Portugal
Tem- se falado muito em Esoterismo Templário em Portugal. Efectivamente houve-o e ainda há ou persiste no nosso imaginário tal. Nada é inconsequente ou retirado desse contexto, uma vez que sempre fomos, nós, os lusitanos, um pouco libertários e «fora da caixa» como hoje se diz. Para o bem e para o mal, fomos sempre irreverentes e pouco dados a seguimentos de maiores subserviências que nos não fossem abonatórios; algumas vezes...

Sabe-se que, em Portugal, não foram concretizadas quaisquer acusações contra os Templários. Vamos por partes: Nesse processo de perseguição em distensão territorial europeia evocada em missiva papal, mais concretamente por terras portuguesas - que delegou em Dom Dinis, rei português de então a iniciativa de em seu reino esta se fazer cumprir através da bula pontifical «Regnum in Coelis» de Clemente V (datada de 12 de Agosto de 1308) - no que esta seguiria o seu curso.

Mas assim não foi, visto ter ficado omissa ou minorada nos seus intentos. Ou seja, não demonstrando particular urgência no estabelecimento do processo português, Dom Dinis não lhe deu o devido valor, ou aquele que Clemente V desejaria... Todavia, novamente se questiona:

Terá havido a santificada influência (perguntamos nós) da nossa mais beata rainha portuguesa - a Rainha Santa, sua esposa, por conseguinte a Rainha Santa Isabel...? Sobejamente conhecida como Rainha Santa devido à «santidade» ou bondade dos seus actos cristãos, por que não apelar à sua abençoada tolerância (de seu esposo, o rei Dom Dinis) para com os Templários?! Possivelmente o foi, ainda que a História o não documente...

Imbuído de uma coerência nata ou talvez relevância mais sublime para com os Templários, Dom Dinis não segue à risca a demanda persecutória, ainda que estabeleça um tribunal formado pelo bispo Dom João de Lisboa, e por um doutor de leis, João das Leis, que emitem uma sentença a 27 de Novembro de 1309 (que se estende até 1310) decidindo do regresso à Coroa Portuguesa das possessões templárias. Contudo, nada disto se impõe. A aplicação desta lei e, sobre estas possessões, tudo fica suspenso.
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Castelo de Castro Marim, no Algarve, Portugal. De Castro Marim para Tomar: Que segredos, que cofres lacrados, que missivas e que confissões terão estes muros, estas robustas pedras, em farta e imponente fortaleza de todos os nomes, de todos os mistérios ou sequências - e deslumbramentos! - sobre o que os Templários souberam e guardaram para si... Que nos escondem eles? Que conferem em si???

A Sabedoria Real
Dom Dinis e Dom Fernando IV de Castela acordaram de imediato que, os bens do Templo, em caso de extinção da Ordem, ficavam «reservados» - medida à qual aderia, em 1311, o rei de Aragão. Por conclusão: Clemente V foi desautorizado sem o saber, ou sabendo, teve de se remeter à sua própria vigência, não contando com o cumprimento sancionatório ibérico.

Logo depois da Extinção da Ordem,  o rei português - Dom Dinis - funda a Ordem de Cristo (continuadora da primeira); iniciativa à qual, o então papa João XXII, deu o aval através da bula «Ad ea exquibus» de 14 de Março de 1319, já no século XIV.

Deste modo, todos os Cavaleiros e Bens da primitiva ordem foram transferidos para a recém-criada «Ordem de Cristo», que assenta a sua sede no Castelo de Castro Marim, no Algarve; pouco depois a sede é transferida para o Castelo de Tomar, retornando ao ponto de partida.

Com a transferência de bens para a Ordem de Cristo (em Aragão, para a Ordem de Montesa), os Templários vêem assim garantida em Portugal e Espanha (na península ibérica, portanto) a continuidade da sua actividade.

Registe-se que, em bom rigor, nada diferenciava a «Nova» Ordem de Cristo da Ordem do Templo, nem mesmo o seu nome: «Ordem da Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, que equivale ao nome original da Ordem do Templo «Comilitionum Christi». (Cavaleiros de Cristo), conforme reza o prólogo à regra templária, redigido no Concílio de Troyes.

Do Rei Conquistador (Afonso Henriques ou Afonso I, de Portugal) até Dom Dinis, os Templários foram sempre considerados «suspeitos de mácula muçulmana e de usarem uma estranha palavra e símbolo - Bafomé», segundo rezam as crónicas.

Sabe-se entretanto que terá sido essa osmose, ou simbiose, talvez o principal pretexto usado contra a Ordem (recuperada depois por Dom Dinis, após a sua destruição), na fulcral razão de extinção da Ordem, defendida pelos oponentes.

Ser-se seguidor, adorador ou mesmo venerador de um deus menor que nem deus seria, segundo a sua concepção, a dos que se lhes opunham, mas um demónio percursor de todas as falsas concepções de: Iniciação sexual, Amor herético e outras considerações desviantes em todo esse processo, eram mais do que suficientes para se acabar de vez com a Ordem. E assim veio a lume, taxativamente falando, Bafomet...

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O tão terrível e temível, Bafomet (Baphomet) na figura arcaica de um só Demónio. E que tantos o viram ou terão dito que viram e se equivocaram e depois lastimaram por tê-lo feito, indo parar à fogueira, indo parar à morte...

«Um ídolo que tem a forma de um homem com uma grande barba», terá sido esta a rigorosa ou explícita instrução do inquiridor Guilherme de Paris para perguntarem, vasculharem - e chegar finalmente à «fonte» - daquele que era adorado como Deus, como Salvador. E não o sendo, havia de conferir à Ordem do Templo (inadvertidamente, segundo Guilherme de Paris), todas as riquezas, todas as germinações sobrenaturais, mágicas e ilusórias - pelas quais, afirmou, os Templários seguiam. E haveriam de pagar por isso (admitiu!)

Rituais de adoração: "Deus adjura me". Ou, "Y allah", em que os deponentes perante as relíquias ou ídolo venerado se remetem em adoração como «O Maomé».

Bafomet: Deus ou Diabo???
Na literatura sobre os Templários aparece geralmente mencionado um objecto enigmático que teria características peculiares, designadamente mágicas, e que teria sido venerado pelos Monges-guerreiros, Monges-cavaleiros ou simplesmente todos os que se outorgavam como Templários, tendo sido esta uma das mais graves acusações sobre eles, no tal terrível processo instado e instigado por Filipe, o Belo.

Do alto do seu absoluto poder incentivado pelo rei de França, Guilherme de Paris não pára na demanda de dar prisão e torturas a todos os que sobre estes depoimentos lhe aferem a causa pretendida, na busca e na total consolidação para as quais foi mandatado, cruel mas eficazmente. Rezam assim os depoimentos:

«É uma cabeça (que seria seria de madeira prateada ou revestida a ouro), com uma barba... (Nos capítulos da Ordem, em Paris) (...). Adoram-na, beijam-na e chamam-lhe o seu Salvador (...) Não sei onde a guardam. Penso que é o Grão-Mestre, ou quem preside ao capítulo, que a detém». (Régnier Larchant). Outro depoimento de Déodat Jaffet acrescenta: «Deves adorar isto como adoras ao teu Salvador e ao Salvador do Templo.»

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Baphomet, a criatura medieval que transpôs tudo e todos numa realidade virtual ou quiçá extravasada em toda a linha imaginária sobre o oculto e as forças do mal. Dos Templários aos dias actuais, de seitas disseminadas e não ofuscadas por outras leis, outras prerrogativas estatais que as vetam (por vezes) existe uma face oculta, carente e mórbida, muito para além do suposto ou do utópico que deveria estar já banalizado ou, anulado, em face a um maior conhecimento...

A Deposição da Morte (nos depoimentos apresentados)
Noutro depoimento fala-se de uma cabeça «coberta por uma dalmática (...). Eis um amigo de Deus que fala com Deus quando quer (imaginem nos tempos actuais, no que, tantos se arrogam no direito, pretensão ou simples alegoria de dizerem que «falam com Deus», o que não seria de cárceres, mortes ou direitos devassados...). Mas continuemos:

«Agradeçam-lhe pelo que os conduziu a esta Ordem como o desejarem» (segundo o deponente - Jean Cassanhas - era assim que a ela se referiam, interpretando o facto como alusão ao demónio). «Vi a cabeça em sete capítulos diferentes: parece-se com a face de um certo demónio, de um Maufe; e todas as vezes que dirigia os olhos para ela, apoderava-se de mim um tal temor que só dificilmente a podia olhar (tiravam-na de um saco) (...)

«Urinámos renegando Jesus; podíamos adorar a cabeça então» (Raoul de Gisy). Mas, um dos depoimentos mais detalhados refere: «Quanto à cabeça, via-a em dois capítulos feitos pelo irmão Hugues Payraud, visitador de França. Vi dois irmãos adorá-la. Eu fingia adorá-la, também; mas nunca com o coração. Creio que é em madeira, prateada e dourada por fora (...) tem uma barba ou uma espécie de barba» (Guillaume de Herblay).

Hugues de Payraud confirmou este depoimento à época (fosse pela tortura, pela revolta havida ou por já nada ter a perder...) encimou: «Vi-a, peguei-lhe e apalpei-a em Montpellier, quando se realizou um capítulo, e adorei-a juntamente com outros irmãos presentes (...). Deixei-a ao irmão Pierre Alemandim, preceptor do Templo de Montpellier, mas não sei se as gentes do rei a terão encontrado. Essa cabeça tinha quatro pés, dois pela frente e dois por detrás.»

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Bafomet: a corrupção do nome Maomé (ou a forma corrompida de pronunciar o nome do profeta Maomé em língua d`Oc) do mesmo modo que, em português, se usou o termo «Mafamede.

Bafomet: Maomé, imagem de Santo ou Relicário?
Existem inúmeras interpretações por parte de eruditos, historiadores ou simples curiosos, quanto à natureza do objecto que os Templários descreveram. Nessa multiplicidade de conteúdos simbólicos ou hipóteses etimológicas (e em correspondência física ou elemento artístico que ateste uma plausível explicação ou identificação), temos os préstimos de Manuel Joaquim Gandra extraídos da sua exímia obra «Os Templários» in Portugal Misterioso (Lisboa, 1998) que nos sugere então:

(Agnus Dei): Figura alegórica do redentor; Baal-Phomet: Deus Fenício Baal; Bafomithr: conjugação cabalística, segundo Aleister Crowley; Bahoumed, hieróglifo árabe; Bahoumid el Kharuf: expressão hermética («o segredo da natureza»/«totalidade dos mundos»); Baphé-Meteos: contracção das palavras gregas «Baphos = Baptismo e Meteos = iniciação (equivale ao «baptismo pelo fogo»); Bapho: porto de Chipre, onde terá existido um templo dedicado a Astarte.

Bap-Homet: conjugação das primeiras letras da palavra baptista com as últimas letras da palavra «Mahomet; Baphomêtidos: conjugação das palavras Baphé e Méteos, ou seja, Baptismo e Sabedoria; Bios-Phos-Métis: conjugação das palavras gregas Bios = Vida, Phos = Luz = Prudência; Brasão de Hugues de Payens: brasão que reproduziria o timbre das armas do fundador da Ordem do Templo, que apresentava três cabeças de negro; Cabeça de São João Baptista: representação da cabeça deste santo que foi decapitado, utilizada como talismã, no cimo de uma vara.

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A Estátua de Baphomet ou estátua da polémica, que um templo satânico quis inaugurar e, fixar, em plena cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e depois no Capitólio do Estado do Oklahoma, não sendo permitido tal. Exibe-se hoje, ao que consta e desde 2015, entre as cercanias de um edifício industrial e as margens do Rio Detroit, numa cerimónia inaugural que foi privada por razões óbvias. Em pleno século XXI de todos ou quase todos os conhecimentos e abertura em geral para esse conhecimento, ainda há quem venere ou idolatre esta personagem...

«In Figuram Baphometis»
Esta imagem associada ou não a Maomé, que segundo Gaucerand de Monpézaf e em língua d`Oc (que era a sua) poder se tratar, uma vez mais (e como repetiriam outros freires), de Maomé aos infiéis muçulmanos, cúmulo da heresia, como é óbvio. Tem de se acrescentar que, «bafomarias», eram o que se designava no sul de França, as Mesquitas Árabes.

Quanto aos Relicários, existem para todos os gostos: desde a cabeça de santa mártir (o caso de Santa Iria de Tomar, por exemplo, dando conta da devoção templária pelos santos mártires decapitados, entre os quais, Santa Catarina, Santa Quitéria ou São João Baptista. Temos a Cifra (referindo-se ao Templo de Salomão), o Cristo de iconografia não-canónica mas também o Cristo trifonte/Trindade trifronte. Mas há mais:

Os Deuses Pthah e Sekmeth (deuses egípcios); Deus Pã (segundo o cultista Aleister Crowley); A escultura da cabeça de Jesus (segundo o evangelho apócrifo); Esfínge Egípcia: que simboliza o mistério, numa escultura conhecida por «esfinge», encastrada no muro da torre, com a figuração de um leão; Hieróglifo Gnóstico (objectos com inscrições mágicas ou talismânicas); Homem silvestre (exposto na cornija do tambor central da Charola do Convento de Cristo em Tomar).

Ídolo Andrógino a tal figura andrógina, com cabeça de bode barbada e quadrúpede (que segundo Eliphas Levi se identifica com o Diabo) e sobre um pentagrama com a ponta para baixo, ou ainda, «O Diabo» do Tarot (lâmina XV) - em que uma chave da abóbada do claustro de Santa Bárbara no Convento de Cristo, em Tomar, é representada com uma cabeça de bode.

Imagem Bafomética, expressão que deriva da palavra bafomete e que em língua d`Oc designa tão-só, Maomé, ou seja, os infiéis muçulmanos (do vocabulário da língua d`Oc: bafomaria ou «bafomerie» e que traduzem a designação de Mesquita, na correspondência física; Janus trifronte (a cabeça do deus-bifronte romano Janus, venerado nos solstícios do Inverno e do Verão (que se exibe também na pedra de fecho, situada sobre a escadaria que conduz à adega do Convento de Cristo, em Tomar); e por fim, Mahomet, da corrupção do nome: Maomé.

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Dos Símbolos Celtas à consagração - e explicação - da Máscara de folhagem ou «Green-Man», símbolo do Tempo e da Força da Natureza, da vegetação e da fertilidade (símbolo do Inverno) até ao troféu; de guerra ou de brasão; de vitória ou de furto, no que Manuel Joaquim Grandra nos reportou gloriosamente sobre os Templários (ou templarismo) além os conteúdos simbólicos (ou hipóteses etimológicas) na mais assertiva ou correcta correspondência física nos muitos exemplos arquitectónicos espalhados pelo mundo.

Baphomet: a verdade ou mentira da sua existência?
Tenha ou não existido fisicamente este ídolo, venerado ou não pelos Templários (uma vez que os depoimentos e confissões só tiveram lugar devido às intensas e horríveis torturas medievais sobre eles pungidas), que se pensou ter-se tratado inclusive de um santo «gigante» (como por exemplo, São Cristóvão) ou de um santo cinocéfalo (um santo que é representado com cabeça de cão, daí a estranheza dos testemunhos oculares) ou simples relicários de bustos decapitados ou outros ornamentados a prata e a ouro em simbologia cristã.

Da Máscara de folhagem verde ou Green-man, tudo se infere em hipótese etimológica; Outah-Phoumet («boca do Pai»); Refutação da Cruz e do Crucifixo (na adopção pelos Templários da doutrina «docetista», que negava a condição divina de Jesus e o significado religioso da crucificação  na eventual influência cátara); Relicário: a cabeça; Representação iconográfica do Diabo: a Cifra, referindo-se ao Templo de Salomão; Santo Sudário (que alguns autores afirmam ter estado na posse dos Templários entre 1207 e 1250).

Simbolismo Celta: cabeça do deus Bran (cabeça de deus bifronte celta); Símbolo Alquímico: eventual contracção de Bapheus + mete, que em tradução dá «tinteiro da Lua»; Talismã: ídolo usado em práticas de magia negra e de bruxaria, mais tarde furtado pelos Mongóis aos Templários.

Temophab (1): Abreviatura da expressão «Templi Omnium Hominum Pacis ABbas = «Temophab» ; Temophab (2): Contracção das abreviaturas «Tem» (parcela), OPH (serpente) e AB (Pai); isto é, «parte da serpente das origens», relacionada com a Seita dos Ofitas e com a Sabedoria Ofítica (Ophiussa, o ponto geo-estratégico terrestre dessa sabedoria...?) e finalmente o Troféu: de guerra, relacionado com a « cabeça de negro» ou a «cabeça de mouro» da heráldica medieval, designadamente aparente no brasão do fundador da Ordem do Templo.

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Voltando à Estátua de Baphomet no Templo Satânico de Detroit (EUA): a estúpida e manipulada orgia de massas que leva uns a entregarem-se e outros a questionarem-se de como, onde e o porquê, de toda esta alucinação contínua em devoção e prestação ao Diabo....?! Há quem afirme que, este Templo Satânico (por voz dos seus líderes), exigiu mesmo aos seus membros que entregassem a Alma ao Diabo. Uma piada de mau gosto ou, a ultrapassada barreira de uma não-consciência ou anestesia mental e cognitiva dos seus membros...? Nem quero saber a resposta.

O Diabo anda à solta...
Em Agosto de 2015, o mundo parou. A notícia foi bombástica e não só ridícula, por que dava muito que pensar: Um Templo Satânico exibiu uma estátua em honra de Baphomet ou Bafomet numa orgia alucinada de seguidores e venerandos que se lhe consignavam de corpo e alma.

Há malucos para tudo. Tudo bem. Ou tudo mal, já que é do mal que estamos a falar. Cobrando 25 dólares a todos os participantes (depois de afastados devidamente os oponentes da coisa), os «eminentes» idolatras ou egolatras, sei lá, ainda exigiu aos participantes do evento que assinassem um documento em que se comprometiam a dar a Alma, a sua alma, ao Diabo. Bem, cada um faz o que quer da sua alma, estamos num mundo razoavelmente livre e democrático (na sua maioria dos países); contudo, atreverem-se a dar algo que depois não sabem lá muito bem onde irá parar, já me parece confuso, no mínimo. Mas continuemos...

700 pessoas assinaram este documento. Incrível, não é? Mas assim aconteceu e não, não estamos no reino do faz de conta ou num outro planeta que não seja o da Terra, este mesmo em que se contempla individualmente mas em assembleia demoníaca, uma catrefada de pessoas que se está nas tintas para que a sua alma arda no Inferno, e após a sua morte física. E isto, só para poder nesta mesma vida possuir dividendos ou alegrias incomuns que de outra forma os não possuiria, segundo o seu módico e estranho intelecto de ver a coisa; de ver a sua alma ser levada pelo Diabo. Depois não se queixem...

«Este é o meu corpo, este é o meu sangue», era a sigla, o mote, e a exuberante frase de motivação ignóbil mas aqui assertiva e imponente perante uma enorme assistência de desenfreados demoniozinhos humanos que, se viram prostrados e alucinados, com tamanha «divindade» do outro lado da luz; ou seja, o tipo cornudo da escuridão.

A Estátua de Bronze representando Baphomet, uma figura humana com cabeça de bode com chifres e cascos e umas crianças aladas, um menino e uma menina (vá-se lá saber porquê), ostentam a ornamentação escultural do patrono que rege a coisa. Ah, e tem um pentagrama acima desta, destacando-se a insinuação.

Apesar de defenderem que se trata «apenas» de uma igreja que simboliza «uma reconciliação dos opostos e a vontade de abraçar e celebrar as diferenças», não sendo literalmente uma igreja mas, mais um grupo com afinidades, baseados em princípios satânicos...

Enfim, ou eu sou muito estúpida ou a coisa vai dar ao mesmo, não é....?! A argumentação é barata e fútil e os princípios pelos quais se regem, inócuos, mas perigosos! Compondo este hemisfério de loucura e desorientação «desembestadas», admitem ainda que não acreditam no mal simbólico, seja lá isso o que for...

Pelo que li, tanto a Fox News como a revista Time tentaram dourar a pílula, que é como se diz no meu país «abrilhantar a coisa»; ou seja, branquear ou mesmo acarinhar esta causa esquisita sobre o mal e, sobre um espaço físico e uma figura satânica, numa determinação pacífica e até feliz sobre «uma figura literária» (que é Lúcifer) em que a missão do Templo Satânico é incentivar a benevolência e a empatia entre os povos. Ok. Já entendi. Agora o Diabo vira Deus e tudo fica reposto. Mas quem acredita nisto???

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O Pentagrama; as crianças, e o símbolo do caduceu, que relação mórbida ou coincidentemente factual (ou fatídica!) existirá entre todos estes elos perdidos...? Que mensagem se quer transmitir ao mundo que não seja a devoção a um demónio, a uma figura demoníaca ou força do espírito maligno, inimigo da natureza humana? Com que fim? Ou com que objectivo final que não seja o de implantar o mal no mundo?! O de evocar forças que se não conhecem para depois, havendo arrependimento, já ser irreversível o processo de voltarem para onde vieram?!

E quem o contradiz....? Quem estancará esta corrente hemorrágica da parvoíce, e pior, da apatia mundial que se compadria com tanta falta de valores?! Triste é ver, abusivamente, os media acoplarem-se a esta grande mentira que, no fim, ser-nos-à a mais pungente verdade de almas descabidas, descarnadas e ofendidas...

Um Sério Aviso do padre James Martin!
Tal como diz o padre jesuíta James Martin da revista América: «Eles estão a brincar com o fogo!» no que subscrevo inteiramente. Ou como teria dito Jesus Cristo: «Perdoa-lhes Pai, que eles não sabem o que fazem». Mas fazem. E pior, divulgam-no e reproduzem-no com a maior das displicências ou, da sem-vergonhice total, perante uma sociedade em geral ainda muito passiva e imbecilmente cativante deste sumo peçonhento - ilusório mas aliciante - destas outras realidades. Mas adiante.

Afirmando que Baphomet simboliza a Racionalidade, o Cepticismo, a Verdade diante do poder, mesmo com grande custo pessoal, os fãs e seguidores desta seita pensam inclusive transferir esta Estátua de Baphomet para o Estado do Arkansas, ao lado de um Monumento simbólico mas referencial quanto aos Dez Mandamentos. Estão a gozar, não? Ou então é pura provocação, se me é dada a singela e quase chocada opinião de quem vive deste lado de cá do Atlântico, mas nem por sombras quer ver efluir madrugada adentro, a  nada simpática figura (antes horrenda!) de Baphomet...

O estarrecido mas não amovível pensamento do padre James Martin encerra assim a questão: «Essas pessoas não têm ideia do tipo de forças com que estão se envolvendo. Na minha vida como padre jesuíta e, especialmente, como Director Espiritual, eu tenho visto pessoas lutando contra o mal na vida real. (...) Além disso, o inimigo age na vida das pessoas de forma parecida. (...) Assim, enquanto o Templo Satânico e os principais meios de comunicação riem (o que é absurdo e contraproducente, digo-vos eu, e pelos vistos o padre James Martin que corrobora da minha opinião), meu medo se volta para outra coisa. Eu me lembro de tudo o que li e ouvi sobre Satanás e penso de novo: Eles não têm ideia do que estão fazendo.»

Também acredito nisso. E quando o souberem já é tarde. E, mesmo que se aluda a que o Bem superará sempre o Mal, talvez não seja de somenos importância ou incisiva relevância, o ter-se sempre à mão água benta, uma cruz de Cristo, alhos e estacas afiadas de madeira contra vampiros (sabe-se lá o que aí virá...) e mais umas rezas, de preferência rezadas em latim e, se Deus quiser (oxalá queira!) a sua eterna bênção contra todos os males. E nos vanglorie com mais inteligência do que estupidez; mais urgência de sermos santos e não-pecadores, do que idiotas e redutores de outras realidades que um dia já foram verdades e certamente muito mal interpretadas - implacavelmente! - sobre o Homem e, sobre o nosso belo planeta.

Pedindo muita desculpa pelo longo texto (mas só assim se poderá compreender a verdade histórica do Bem e do Mal), aparte a epopeia de Baphomet, Lúcifer, Satanás ou todos aqueles que no fundo são o mesmo ou trabalham para o mesmo, em saque e sacos de almas num sem fim de todos os pecados do mundo, que se tenta clarificar e desmistificar todas as más influências; venham elas de onde vierem...

É talvez desses pecados que Deus terá de fazer redimir - ou quiçá reconquistar as suas almas perdidas - a quem tudo perdeu, efectivamente; desde a fé ao bom senso e até à própria vida. Entre Deus e o Diabo, prefiro Deus. Prefiro a sua amena contemplação à fogosa fornalha da riqueza e da ostentação, pelo que, mais dia menos dia, lá virá o dito cujo fazer-se pagar pelo que lhes deu sem condição.

«Antes pobre e no Céu, que rica e no Inferno!» - Este ditado low cost (baratinho mas dado de boa vontade) - e inventado à pressa - é meu, mas é sentido, fervorosamente sentido. Gosto muito da Minha Alma! Hoje e sempre! Ouviste, ó Baphomet???

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